Faculdade da Unesp paga R$ 300 mil por mural do artista Kobra e vira alvo de críticas


Parte dos docentes e alunos de Marília aponta urgências, como oferecer mais bolsas e reformas estruturais; diretoria nega falta de verba para outras áreas e destaca reconhecimento do artista

Por José Maria Tomazela
Atualização:

Um painel do artista Eduardo Kobra ocupando a fachada da biblioteca da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no câmpus de Marília, interior de São Paulo, tem causado polêmica. Parte dos estudantes e professores questiona o custo de R$ 300 mil para a elaboração do mural e falam em demandas de ampliação da assistência estudantil e de melhorias de infraestrutura. A Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp afirma que a obra não consumiu recursos de custeio da universidade e nega falta de investimentos em outras áreas.

O mural intitulado “Inclusão, Diversidade e Literatura: um encontro necessário” foi inaugurado na tarde desta segunda-feira, 1º Foto: Lilian Sant'Anna/Unesp/Divulgação

O mural intitulado “Inclusão, Diversidade e Literatura: um encontro necessário” foi inaugurado na tarde desta segunda-feira, 1º, com a presença de autoridades locais. A diretora do câmpus, Claudia Mosca Giroto, disse que o trabalho de Kobra tem afinidade com a proposta da universidade. “A obra dele traz essa luta pela cultura da paz, direitos humanos. E nossos trabalhos são vinculados às disciplinas de inclusão, diversidade e direitos humanos”, disse.

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Em nota conjunta, a Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp) e o Movimento Estudantil da Unesp de Marília manifestaram “perplexidade” com o uso de R$ 300 mil no mural, “em vista das inúmeras demandas urgentes” no câmpus, “como a carência de bolsas de estudo para estudantes de graduação, banheiros fechados na entrada do prédio dificultando a acessibilidade de cadeirantes, sistema de ventilação carente de reparos, necessidade de ampliação do atendimento do restaurante universitário, ausência de cantina, de iluminação adequada.”

Segundo o presidente da Adunesp de Marília, Márcio Barros, outro problema foi a falta de discussão com a comunidade acadêmica. A biblioteca ficou fechada durante o 1º mês letivo do ano para a pintura do mural, sem comunicação prévia. “É um dos prédios mais importantes da universidade e essa discussão deveria ter sido feita com toda a comunidade”, disse ao Estadão.

Em manifestação registrada em ata na Comissão Permanente de Ensino, o professor Anderson Deo, do Departamento de Ciências Sociais, questionou se ele poderia se apropriar de qualquer parede da universidade para pintar um mural, sem solicitar e obter a devida autorização dos órgãos colegiados da unidade de ensino.

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Disse ainda que foi divulgada uma lista dos estudantes que aguardavam auxílio de permanência estudantil (bolsa) e os últimos 30 colocados não foram contemplados. “Acho que R$ 300 mil seriam mais do que o suficiente para contemplar a efetiva demanda desses 30 estudantes”, afirma no texto.

A diretoria do câmpus de Marília da Unesp informou, em nota, que a unidade está próxima de se tornar o 1º câmpus autossustentável da instituição. Disse ainda que a diretora da Faculdade de Filosofia e Ciências do câmpus, Claudia Giroto, tem dado todas as explicações sobre o projeto.

Ao Estadão, Claudia disse que o mural faz parte de ação cultural vinculada ao projeto “Inclusão, diversidade e literatura: um encontro necessário” que, além da obra, prevê visitação guiada de alunos de escolas do ensino infantil ao médio, tendo em vista a promoção de reflexões sobre o tema do projeto, o incentivo à leitura e às práticas de inclusão. “É também uma forma de promover a contínua democratização do acesso ao espaço da biblioteca que conta com excelente acervo.”

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Ela lembrou que propôs o projeto como docente, juntamente com a mestranda Patrícia Butgnoll Lúcio, tendo realizado captação de recursos para a obra junto a fomentos de cultura da universidade, sem utilizar recursos de custeio da unidade universitária.

“Concebemos o grafite como arte inclusiva, que expressa possibilidade de fomento à aproximação e à integração entre a universidade e a sociedade, bem como a conscientização e o diálogo sobre questões sociais e a arte e a cultura como meios promotores da integração entre universidade e sociedade”, disse a diretora. Sobre o valor, ela disse que foi estipulado sob parecer técnico da área de cultura da universidade e seguiu as normas vigentes.

Claudia destacou o reconhecimento internacional do painelista. “O artista também fundou o Instituto Kobra, que busca transformar vidas através da arte, por meio de diversas ações e apoio a projetos públicos e humanitários. A contratação atendeu tramitação em consonância com as normativas vigentes da atual lei de contratações e licitações”, afirmou. O processo, segundo ela, teve total transparência.

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A dirigente disse que as demandas apontadas pelos grupos da comunidade já estão sendo atendidas. “No caso de bolsas e auxílios, desde 2014, todos os estudantes que atenderam aos critérios estabelecidos pela Unesp para atribuição desses auxílios de permanência estudantil foram atendidos com pelo menos uma modalidade”, disse.

Em 2023, a Unesp de Marília recebeu 6% dos R$ 58 milhões aplicados pela Unesp em permanência estudantil nas suas 34 unidades, segundo ela. Sobre os banheiros, todos passaram por reforma e adequações de acessibilidade, e apenas um está fechado para uso até a conclusão dessa adaptação de estrutura.

Ainda segundo a diretora, a atual gestão viabilizou a captação de recursos por meio de editais internos para aquisição de equipamentos de ar-condicionado para substituição e ampliação do quantitativo desses equipamentos nos ambientes de ensino e trabalho. “Esta licitação está em fase de homologação para posterior realização de empenho e contratação para execução.”

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Ainda segundo a direção, no início da gestão foi realizada a reforma do prédio do Restaurante Universitário e providenciada a ampliação da quantidade de refeições subsidiadas, de 200 para 780 refeições diárias para alunos de graduação e de pós, ao custo de R$ 6 pelas três refeições.

“Em relação à reforma da quadra, informamos que há licitação em andamento, derivada de ação de captação de recursos junto a editais do Unesp Presente empreendida desde 2021, que inclui a reforma e a construção da cobertura da quadra de esportes. Esta licitação está em fase de recurso interposto por uma das licitantes. A unidade de Marília aguarda a análise técnica para julgamento do recurso e posterior continuidade da licitação”, disse.

Artista fez painel da ONU em 2022

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Natural de São Paulo, Carlos Eduardo Fernandes Léo, o Kobra, possui obras executadas nos Estados Unidos e em vários países da Europa e da Ásia, incluindo Malaui, Índia, Japão e Emirados Árabes.

Em 2022, ele inaugurou um painel de 336 metros quadrados na entrada do prédio das Nações Unidas, em Nova York. O mural mostra um pai e um filho segurando o planeta Terra – causas sociais e ambientais estão entre seus temas prediletos.

Procurado pela reportagem, o artista informou por meio da assessoria que apenas a Unesp falaria oficialmente a respeito do seu trabalho na biblioteca. Segundo o Estadão apurou, o valor pago a Kobra pelo trabalho na universidade é condizente com outras obras entregues pelo artista nos últimos anos.

Um painel do artista Eduardo Kobra ocupando a fachada da biblioteca da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no câmpus de Marília, interior de São Paulo, tem causado polêmica. Parte dos estudantes e professores questiona o custo de R$ 300 mil para a elaboração do mural e falam em demandas de ampliação da assistência estudantil e de melhorias de infraestrutura. A Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp afirma que a obra não consumiu recursos de custeio da universidade e nega falta de investimentos em outras áreas.

O mural intitulado “Inclusão, Diversidade e Literatura: um encontro necessário” foi inaugurado na tarde desta segunda-feira, 1º Foto: Lilian Sant'Anna/Unesp/Divulgação

O mural intitulado “Inclusão, Diversidade e Literatura: um encontro necessário” foi inaugurado na tarde desta segunda-feira, 1º, com a presença de autoridades locais. A diretora do câmpus, Claudia Mosca Giroto, disse que o trabalho de Kobra tem afinidade com a proposta da universidade. “A obra dele traz essa luta pela cultura da paz, direitos humanos. E nossos trabalhos são vinculados às disciplinas de inclusão, diversidade e direitos humanos”, disse.

Em nota conjunta, a Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp) e o Movimento Estudantil da Unesp de Marília manifestaram “perplexidade” com o uso de R$ 300 mil no mural, “em vista das inúmeras demandas urgentes” no câmpus, “como a carência de bolsas de estudo para estudantes de graduação, banheiros fechados na entrada do prédio dificultando a acessibilidade de cadeirantes, sistema de ventilação carente de reparos, necessidade de ampliação do atendimento do restaurante universitário, ausência de cantina, de iluminação adequada.”

Segundo o presidente da Adunesp de Marília, Márcio Barros, outro problema foi a falta de discussão com a comunidade acadêmica. A biblioteca ficou fechada durante o 1º mês letivo do ano para a pintura do mural, sem comunicação prévia. “É um dos prédios mais importantes da universidade e essa discussão deveria ter sido feita com toda a comunidade”, disse ao Estadão.

Em manifestação registrada em ata na Comissão Permanente de Ensino, o professor Anderson Deo, do Departamento de Ciências Sociais, questionou se ele poderia se apropriar de qualquer parede da universidade para pintar um mural, sem solicitar e obter a devida autorização dos órgãos colegiados da unidade de ensino.

Disse ainda que foi divulgada uma lista dos estudantes que aguardavam auxílio de permanência estudantil (bolsa) e os últimos 30 colocados não foram contemplados. “Acho que R$ 300 mil seriam mais do que o suficiente para contemplar a efetiva demanda desses 30 estudantes”, afirma no texto.

A diretoria do câmpus de Marília da Unesp informou, em nota, que a unidade está próxima de se tornar o 1º câmpus autossustentável da instituição. Disse ainda que a diretora da Faculdade de Filosofia e Ciências do câmpus, Claudia Giroto, tem dado todas as explicações sobre o projeto.

Ao Estadão, Claudia disse que o mural faz parte de ação cultural vinculada ao projeto “Inclusão, diversidade e literatura: um encontro necessário” que, além da obra, prevê visitação guiada de alunos de escolas do ensino infantil ao médio, tendo em vista a promoção de reflexões sobre o tema do projeto, o incentivo à leitura e às práticas de inclusão. “É também uma forma de promover a contínua democratização do acesso ao espaço da biblioteca que conta com excelente acervo.”

Ela lembrou que propôs o projeto como docente, juntamente com a mestranda Patrícia Butgnoll Lúcio, tendo realizado captação de recursos para a obra junto a fomentos de cultura da universidade, sem utilizar recursos de custeio da unidade universitária.

“Concebemos o grafite como arte inclusiva, que expressa possibilidade de fomento à aproximação e à integração entre a universidade e a sociedade, bem como a conscientização e o diálogo sobre questões sociais e a arte e a cultura como meios promotores da integração entre universidade e sociedade”, disse a diretora. Sobre o valor, ela disse que foi estipulado sob parecer técnico da área de cultura da universidade e seguiu as normas vigentes.

Claudia destacou o reconhecimento internacional do painelista. “O artista também fundou o Instituto Kobra, que busca transformar vidas através da arte, por meio de diversas ações e apoio a projetos públicos e humanitários. A contratação atendeu tramitação em consonância com as normativas vigentes da atual lei de contratações e licitações”, afirmou. O processo, segundo ela, teve total transparência.

A dirigente disse que as demandas apontadas pelos grupos da comunidade já estão sendo atendidas. “No caso de bolsas e auxílios, desde 2014, todos os estudantes que atenderam aos critérios estabelecidos pela Unesp para atribuição desses auxílios de permanência estudantil foram atendidos com pelo menos uma modalidade”, disse.

Em 2023, a Unesp de Marília recebeu 6% dos R$ 58 milhões aplicados pela Unesp em permanência estudantil nas suas 34 unidades, segundo ela. Sobre os banheiros, todos passaram por reforma e adequações de acessibilidade, e apenas um está fechado para uso até a conclusão dessa adaptação de estrutura.

Ainda segundo a diretora, a atual gestão viabilizou a captação de recursos por meio de editais internos para aquisição de equipamentos de ar-condicionado para substituição e ampliação do quantitativo desses equipamentos nos ambientes de ensino e trabalho. “Esta licitação está em fase de homologação para posterior realização de empenho e contratação para execução.”

Ainda segundo a direção, no início da gestão foi realizada a reforma do prédio do Restaurante Universitário e providenciada a ampliação da quantidade de refeições subsidiadas, de 200 para 780 refeições diárias para alunos de graduação e de pós, ao custo de R$ 6 pelas três refeições.

“Em relação à reforma da quadra, informamos que há licitação em andamento, derivada de ação de captação de recursos junto a editais do Unesp Presente empreendida desde 2021, que inclui a reforma e a construção da cobertura da quadra de esportes. Esta licitação está em fase de recurso interposto por uma das licitantes. A unidade de Marília aguarda a análise técnica para julgamento do recurso e posterior continuidade da licitação”, disse.

Artista fez painel da ONU em 2022

Natural de São Paulo, Carlos Eduardo Fernandes Léo, o Kobra, possui obras executadas nos Estados Unidos e em vários países da Europa e da Ásia, incluindo Malaui, Índia, Japão e Emirados Árabes.

Em 2022, ele inaugurou um painel de 336 metros quadrados na entrada do prédio das Nações Unidas, em Nova York. O mural mostra um pai e um filho segurando o planeta Terra – causas sociais e ambientais estão entre seus temas prediletos.

Procurado pela reportagem, o artista informou por meio da assessoria que apenas a Unesp falaria oficialmente a respeito do seu trabalho na biblioteca. Segundo o Estadão apurou, o valor pago a Kobra pelo trabalho na universidade é condizente com outras obras entregues pelo artista nos últimos anos.

Um painel do artista Eduardo Kobra ocupando a fachada da biblioteca da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no câmpus de Marília, interior de São Paulo, tem causado polêmica. Parte dos estudantes e professores questiona o custo de R$ 300 mil para a elaboração do mural e falam em demandas de ampliação da assistência estudantil e de melhorias de infraestrutura. A Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp afirma que a obra não consumiu recursos de custeio da universidade e nega falta de investimentos em outras áreas.

O mural intitulado “Inclusão, Diversidade e Literatura: um encontro necessário” foi inaugurado na tarde desta segunda-feira, 1º Foto: Lilian Sant'Anna/Unesp/Divulgação

O mural intitulado “Inclusão, Diversidade e Literatura: um encontro necessário” foi inaugurado na tarde desta segunda-feira, 1º, com a presença de autoridades locais. A diretora do câmpus, Claudia Mosca Giroto, disse que o trabalho de Kobra tem afinidade com a proposta da universidade. “A obra dele traz essa luta pela cultura da paz, direitos humanos. E nossos trabalhos são vinculados às disciplinas de inclusão, diversidade e direitos humanos”, disse.

Em nota conjunta, a Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp) e o Movimento Estudantil da Unesp de Marília manifestaram “perplexidade” com o uso de R$ 300 mil no mural, “em vista das inúmeras demandas urgentes” no câmpus, “como a carência de bolsas de estudo para estudantes de graduação, banheiros fechados na entrada do prédio dificultando a acessibilidade de cadeirantes, sistema de ventilação carente de reparos, necessidade de ampliação do atendimento do restaurante universitário, ausência de cantina, de iluminação adequada.”

Segundo o presidente da Adunesp de Marília, Márcio Barros, outro problema foi a falta de discussão com a comunidade acadêmica. A biblioteca ficou fechada durante o 1º mês letivo do ano para a pintura do mural, sem comunicação prévia. “É um dos prédios mais importantes da universidade e essa discussão deveria ter sido feita com toda a comunidade”, disse ao Estadão.

Em manifestação registrada em ata na Comissão Permanente de Ensino, o professor Anderson Deo, do Departamento de Ciências Sociais, questionou se ele poderia se apropriar de qualquer parede da universidade para pintar um mural, sem solicitar e obter a devida autorização dos órgãos colegiados da unidade de ensino.

Disse ainda que foi divulgada uma lista dos estudantes que aguardavam auxílio de permanência estudantil (bolsa) e os últimos 30 colocados não foram contemplados. “Acho que R$ 300 mil seriam mais do que o suficiente para contemplar a efetiva demanda desses 30 estudantes”, afirma no texto.

A diretoria do câmpus de Marília da Unesp informou, em nota, que a unidade está próxima de se tornar o 1º câmpus autossustentável da instituição. Disse ainda que a diretora da Faculdade de Filosofia e Ciências do câmpus, Claudia Giroto, tem dado todas as explicações sobre o projeto.

Ao Estadão, Claudia disse que o mural faz parte de ação cultural vinculada ao projeto “Inclusão, diversidade e literatura: um encontro necessário” que, além da obra, prevê visitação guiada de alunos de escolas do ensino infantil ao médio, tendo em vista a promoção de reflexões sobre o tema do projeto, o incentivo à leitura e às práticas de inclusão. “É também uma forma de promover a contínua democratização do acesso ao espaço da biblioteca que conta com excelente acervo.”

Ela lembrou que propôs o projeto como docente, juntamente com a mestranda Patrícia Butgnoll Lúcio, tendo realizado captação de recursos para a obra junto a fomentos de cultura da universidade, sem utilizar recursos de custeio da unidade universitária.

“Concebemos o grafite como arte inclusiva, que expressa possibilidade de fomento à aproximação e à integração entre a universidade e a sociedade, bem como a conscientização e o diálogo sobre questões sociais e a arte e a cultura como meios promotores da integração entre universidade e sociedade”, disse a diretora. Sobre o valor, ela disse que foi estipulado sob parecer técnico da área de cultura da universidade e seguiu as normas vigentes.

Claudia destacou o reconhecimento internacional do painelista. “O artista também fundou o Instituto Kobra, que busca transformar vidas através da arte, por meio de diversas ações e apoio a projetos públicos e humanitários. A contratação atendeu tramitação em consonância com as normativas vigentes da atual lei de contratações e licitações”, afirmou. O processo, segundo ela, teve total transparência.

A dirigente disse que as demandas apontadas pelos grupos da comunidade já estão sendo atendidas. “No caso de bolsas e auxílios, desde 2014, todos os estudantes que atenderam aos critérios estabelecidos pela Unesp para atribuição desses auxílios de permanência estudantil foram atendidos com pelo menos uma modalidade”, disse.

Em 2023, a Unesp de Marília recebeu 6% dos R$ 58 milhões aplicados pela Unesp em permanência estudantil nas suas 34 unidades, segundo ela. Sobre os banheiros, todos passaram por reforma e adequações de acessibilidade, e apenas um está fechado para uso até a conclusão dessa adaptação de estrutura.

Ainda segundo a diretora, a atual gestão viabilizou a captação de recursos por meio de editais internos para aquisição de equipamentos de ar-condicionado para substituição e ampliação do quantitativo desses equipamentos nos ambientes de ensino e trabalho. “Esta licitação está em fase de homologação para posterior realização de empenho e contratação para execução.”

Ainda segundo a direção, no início da gestão foi realizada a reforma do prédio do Restaurante Universitário e providenciada a ampliação da quantidade de refeições subsidiadas, de 200 para 780 refeições diárias para alunos de graduação e de pós, ao custo de R$ 6 pelas três refeições.

“Em relação à reforma da quadra, informamos que há licitação em andamento, derivada de ação de captação de recursos junto a editais do Unesp Presente empreendida desde 2021, que inclui a reforma e a construção da cobertura da quadra de esportes. Esta licitação está em fase de recurso interposto por uma das licitantes. A unidade de Marília aguarda a análise técnica para julgamento do recurso e posterior continuidade da licitação”, disse.

Artista fez painel da ONU em 2022

Natural de São Paulo, Carlos Eduardo Fernandes Léo, o Kobra, possui obras executadas nos Estados Unidos e em vários países da Europa e da Ásia, incluindo Malaui, Índia, Japão e Emirados Árabes.

Em 2022, ele inaugurou um painel de 336 metros quadrados na entrada do prédio das Nações Unidas, em Nova York. O mural mostra um pai e um filho segurando o planeta Terra – causas sociais e ambientais estão entre seus temas prediletos.

Procurado pela reportagem, o artista informou por meio da assessoria que apenas a Unesp falaria oficialmente a respeito do seu trabalho na biblioteca. Segundo o Estadão apurou, o valor pago a Kobra pelo trabalho na universidade é condizente com outras obras entregues pelo artista nos últimos anos.

Um painel do artista Eduardo Kobra ocupando a fachada da biblioteca da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no câmpus de Marília, interior de São Paulo, tem causado polêmica. Parte dos estudantes e professores questiona o custo de R$ 300 mil para a elaboração do mural e falam em demandas de ampliação da assistência estudantil e de melhorias de infraestrutura. A Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp afirma que a obra não consumiu recursos de custeio da universidade e nega falta de investimentos em outras áreas.

O mural intitulado “Inclusão, Diversidade e Literatura: um encontro necessário” foi inaugurado na tarde desta segunda-feira, 1º Foto: Lilian Sant'Anna/Unesp/Divulgação

O mural intitulado “Inclusão, Diversidade e Literatura: um encontro necessário” foi inaugurado na tarde desta segunda-feira, 1º, com a presença de autoridades locais. A diretora do câmpus, Claudia Mosca Giroto, disse que o trabalho de Kobra tem afinidade com a proposta da universidade. “A obra dele traz essa luta pela cultura da paz, direitos humanos. E nossos trabalhos são vinculados às disciplinas de inclusão, diversidade e direitos humanos”, disse.

Em nota conjunta, a Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp) e o Movimento Estudantil da Unesp de Marília manifestaram “perplexidade” com o uso de R$ 300 mil no mural, “em vista das inúmeras demandas urgentes” no câmpus, “como a carência de bolsas de estudo para estudantes de graduação, banheiros fechados na entrada do prédio dificultando a acessibilidade de cadeirantes, sistema de ventilação carente de reparos, necessidade de ampliação do atendimento do restaurante universitário, ausência de cantina, de iluminação adequada.”

Segundo o presidente da Adunesp de Marília, Márcio Barros, outro problema foi a falta de discussão com a comunidade acadêmica. A biblioteca ficou fechada durante o 1º mês letivo do ano para a pintura do mural, sem comunicação prévia. “É um dos prédios mais importantes da universidade e essa discussão deveria ter sido feita com toda a comunidade”, disse ao Estadão.

Em manifestação registrada em ata na Comissão Permanente de Ensino, o professor Anderson Deo, do Departamento de Ciências Sociais, questionou se ele poderia se apropriar de qualquer parede da universidade para pintar um mural, sem solicitar e obter a devida autorização dos órgãos colegiados da unidade de ensino.

Disse ainda que foi divulgada uma lista dos estudantes que aguardavam auxílio de permanência estudantil (bolsa) e os últimos 30 colocados não foram contemplados. “Acho que R$ 300 mil seriam mais do que o suficiente para contemplar a efetiva demanda desses 30 estudantes”, afirma no texto.

A diretoria do câmpus de Marília da Unesp informou, em nota, que a unidade está próxima de se tornar o 1º câmpus autossustentável da instituição. Disse ainda que a diretora da Faculdade de Filosofia e Ciências do câmpus, Claudia Giroto, tem dado todas as explicações sobre o projeto.

Ao Estadão, Claudia disse que o mural faz parte de ação cultural vinculada ao projeto “Inclusão, diversidade e literatura: um encontro necessário” que, além da obra, prevê visitação guiada de alunos de escolas do ensino infantil ao médio, tendo em vista a promoção de reflexões sobre o tema do projeto, o incentivo à leitura e às práticas de inclusão. “É também uma forma de promover a contínua democratização do acesso ao espaço da biblioteca que conta com excelente acervo.”

Ela lembrou que propôs o projeto como docente, juntamente com a mestranda Patrícia Butgnoll Lúcio, tendo realizado captação de recursos para a obra junto a fomentos de cultura da universidade, sem utilizar recursos de custeio da unidade universitária.

“Concebemos o grafite como arte inclusiva, que expressa possibilidade de fomento à aproximação e à integração entre a universidade e a sociedade, bem como a conscientização e o diálogo sobre questões sociais e a arte e a cultura como meios promotores da integração entre universidade e sociedade”, disse a diretora. Sobre o valor, ela disse que foi estipulado sob parecer técnico da área de cultura da universidade e seguiu as normas vigentes.

Claudia destacou o reconhecimento internacional do painelista. “O artista também fundou o Instituto Kobra, que busca transformar vidas através da arte, por meio de diversas ações e apoio a projetos públicos e humanitários. A contratação atendeu tramitação em consonância com as normativas vigentes da atual lei de contratações e licitações”, afirmou. O processo, segundo ela, teve total transparência.

A dirigente disse que as demandas apontadas pelos grupos da comunidade já estão sendo atendidas. “No caso de bolsas e auxílios, desde 2014, todos os estudantes que atenderam aos critérios estabelecidos pela Unesp para atribuição desses auxílios de permanência estudantil foram atendidos com pelo menos uma modalidade”, disse.

Em 2023, a Unesp de Marília recebeu 6% dos R$ 58 milhões aplicados pela Unesp em permanência estudantil nas suas 34 unidades, segundo ela. Sobre os banheiros, todos passaram por reforma e adequações de acessibilidade, e apenas um está fechado para uso até a conclusão dessa adaptação de estrutura.

Ainda segundo a diretora, a atual gestão viabilizou a captação de recursos por meio de editais internos para aquisição de equipamentos de ar-condicionado para substituição e ampliação do quantitativo desses equipamentos nos ambientes de ensino e trabalho. “Esta licitação está em fase de homologação para posterior realização de empenho e contratação para execução.”

Ainda segundo a direção, no início da gestão foi realizada a reforma do prédio do Restaurante Universitário e providenciada a ampliação da quantidade de refeições subsidiadas, de 200 para 780 refeições diárias para alunos de graduação e de pós, ao custo de R$ 6 pelas três refeições.

“Em relação à reforma da quadra, informamos que há licitação em andamento, derivada de ação de captação de recursos junto a editais do Unesp Presente empreendida desde 2021, que inclui a reforma e a construção da cobertura da quadra de esportes. Esta licitação está em fase de recurso interposto por uma das licitantes. A unidade de Marília aguarda a análise técnica para julgamento do recurso e posterior continuidade da licitação”, disse.

Artista fez painel da ONU em 2022

Natural de São Paulo, Carlos Eduardo Fernandes Léo, o Kobra, possui obras executadas nos Estados Unidos e em vários países da Europa e da Ásia, incluindo Malaui, Índia, Japão e Emirados Árabes.

Em 2022, ele inaugurou um painel de 336 metros quadrados na entrada do prédio das Nações Unidas, em Nova York. O mural mostra um pai e um filho segurando o planeta Terra – causas sociais e ambientais estão entre seus temas prediletos.

Procurado pela reportagem, o artista informou por meio da assessoria que apenas a Unesp falaria oficialmente a respeito do seu trabalho na biblioteca. Segundo o Estadão apurou, o valor pago a Kobra pelo trabalho na universidade é condizente com outras obras entregues pelo artista nos últimos anos.

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