Fuvest: 1ª fase aborda Wandinha, tragédia no litoral e só vai até anos 1950 na história do Brasil


Prova do vestibular da Universidade de São Paulo (USP) foi aplicada neste domingo, 19. Exame também abordou o trabalho do cuidado, tema de redação do Enem, racismo e preconceito linguístico

Por João Ker
Atualização:

A primeira fase da prova da Fuvest 2024, o vestibular da Universidade de São Paulo (USP), teve questões de interpretação envolvendo o trabalho do cuidado, que foi tema da redação do Enem 2023, cobrou história do Brasil só até os anos 1950 e pediu para que os candidatos mapeassem o DNA de Wandinha Addams para descobrir como ela herdou seu poder de visão. A prova foi aplicada para mais de 100 mil estudantes neste domingo, 19.

Segundo a própria Fuvest, o índice de abstenção na primeira fase ficou em torno dos 8%, menor que os mais de 11% registrados no vestibular do ano passado. Ao todo, 100.818 candidatos realizaram a prova, apoiada majoritariamente por questões interdisciplinares, alternando entre uma questão e outra os temas cobrados.

Uma dessas questões abordou com dois textos o trabalho do cuidado, que foi tema da redação do Enem 2023, aplicada no último dia 5. “Isso mostra a importância do tema, uma vez que a prova da Fuvest provavelmente foi elaborada até julho, no máximo”, comenta Gilberto Alvarez, diretor do Cursinho da Poli.

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Nais de 100 mil candidatos fizeram a prova da 1ª fase da Fuvest neste domingo, 19  Foto: Alex Silva / Estadão

Outros temas que surgiram na prova foram violência doméstica, o conceito de raça, o aumento da população autodeclarada preta e parda no Brasil e as tragédias climáticas sofridas no litoral norte de São Paulo em fevereiro deste ano. Uma das questões de geografia também pedia os candidatos para identificar o fenômeno das voçorocas, que ameaçam o município de Buriticupu, no Maranhão.

“O que me chamou muita atenção na prova em si foi a de história. Não caiu nada de regime militar para frente, ela estacionou em Juscelino Kubitschek e depois não se tem mais nada”, comenta Alvarez.

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Professor de história do Cursinho da Poli, Fernando Rodrigues também observa a ausência de questões sobre a Antiguidade, Idade Média e outros períodos importantes do País, como a Guerra de Canudos, a Revolta da Vacina ou a Revolução Praieira. “Questões e movimentos sociais contestatórios não apareceram muito, sejam eles rurais, urbanos ou militares”, diz.

Para Raphael Amaral, professor de história e coordenador de ciências humanas do Curso Anglo, a ausência de questões sobre a ditadura militar e outros períodos marcantes do Brasil não é algo fora do comum. “Nem todos os pontos do programa são cobrados em uma prova, que tem espaço limitado. Ditadura militar é um tema que cai com certa frequência na Fuvest. Não cobrar esse ano não alterou nada da prova”, aponta.

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Segundo a própria Fuvest, a prova da primeira fase deu destaque a “tópicos da contemporaneidade e conhecimentos clássicos, trazendo temáticas como arte, tecnologia, inteligência artificial, política internacional, aplicações da ciência no cotidiano e divulgação científica”, além de biotecnologia, preconceito linguístico no ambiente urbano, racismo e questões de gênero.

Alguns dos autores citados na avaliação foram Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade e Conceição Evaristo, além de obras como “Dois Irmãos”, de Milton Hatoum; “Nós matamos o cão tinhoso”, do moçambicano Luís Bernardo Honwana; e “Campo Geral”, de Guimarães Rosa. Um texto de Antônio Candido, por exemplo, foi usado para debater a literatura e a música como bens culturais não acessíveis a todos.

“Essa é uma novidade, pois a literatura era explorada de forma topicalizada a partir de excertos dos autores selecionados”, comenta Vinicius Beltrão, coordenador de Ensino e inovações do SAS Plataforma de Educação. “Outros autores não citados na lista de obras, como Clarice Lispector, têm seus textos usados para trabalhar questões sobre o gênero, algo que era mais comum no Enem. A Fuvest não abordava gêneros.”

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Para a professora Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo, a Fuvest trabalhou os temas de uma forma a avaliar o conhecimento geral dos alunos através da interdisciplinaridade, “com abordagem ampla, inteligente e contemporânea”: “Foi uma prova onde eles conseguiram alcançar o sonho deles, de não fazer mais uma prova com bloco de matérias, mas com todas as questões misutradas, onde importa que o aluno esteja preparado.”

A primeira fase da prova da Fuvest 2024, o vestibular da Universidade de São Paulo (USP), teve questões de interpretação envolvendo o trabalho do cuidado, que foi tema da redação do Enem 2023, cobrou história do Brasil só até os anos 1950 e pediu para que os candidatos mapeassem o DNA de Wandinha Addams para descobrir como ela herdou seu poder de visão. A prova foi aplicada para mais de 100 mil estudantes neste domingo, 19.

Segundo a própria Fuvest, o índice de abstenção na primeira fase ficou em torno dos 8%, menor que os mais de 11% registrados no vestibular do ano passado. Ao todo, 100.818 candidatos realizaram a prova, apoiada majoritariamente por questões interdisciplinares, alternando entre uma questão e outra os temas cobrados.

Uma dessas questões abordou com dois textos o trabalho do cuidado, que foi tema da redação do Enem 2023, aplicada no último dia 5. “Isso mostra a importância do tema, uma vez que a prova da Fuvest provavelmente foi elaborada até julho, no máximo”, comenta Gilberto Alvarez, diretor do Cursinho da Poli.

Nais de 100 mil candidatos fizeram a prova da 1ª fase da Fuvest neste domingo, 19  Foto: Alex Silva / Estadão

Outros temas que surgiram na prova foram violência doméstica, o conceito de raça, o aumento da população autodeclarada preta e parda no Brasil e as tragédias climáticas sofridas no litoral norte de São Paulo em fevereiro deste ano. Uma das questões de geografia também pedia os candidatos para identificar o fenômeno das voçorocas, que ameaçam o município de Buriticupu, no Maranhão.

“O que me chamou muita atenção na prova em si foi a de história. Não caiu nada de regime militar para frente, ela estacionou em Juscelino Kubitschek e depois não se tem mais nada”, comenta Alvarez.

Professor de história do Cursinho da Poli, Fernando Rodrigues também observa a ausência de questões sobre a Antiguidade, Idade Média e outros períodos importantes do País, como a Guerra de Canudos, a Revolta da Vacina ou a Revolução Praieira. “Questões e movimentos sociais contestatórios não apareceram muito, sejam eles rurais, urbanos ou militares”, diz.

Para Raphael Amaral, professor de história e coordenador de ciências humanas do Curso Anglo, a ausência de questões sobre a ditadura militar e outros períodos marcantes do Brasil não é algo fora do comum. “Nem todos os pontos do programa são cobrados em uma prova, que tem espaço limitado. Ditadura militar é um tema que cai com certa frequência na Fuvest. Não cobrar esse ano não alterou nada da prova”, aponta.

Segundo a própria Fuvest, a prova da primeira fase deu destaque a “tópicos da contemporaneidade e conhecimentos clássicos, trazendo temáticas como arte, tecnologia, inteligência artificial, política internacional, aplicações da ciência no cotidiano e divulgação científica”, além de biotecnologia, preconceito linguístico no ambiente urbano, racismo e questões de gênero.

Alguns dos autores citados na avaliação foram Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade e Conceição Evaristo, além de obras como “Dois Irmãos”, de Milton Hatoum; “Nós matamos o cão tinhoso”, do moçambicano Luís Bernardo Honwana; e “Campo Geral”, de Guimarães Rosa. Um texto de Antônio Candido, por exemplo, foi usado para debater a literatura e a música como bens culturais não acessíveis a todos.

“Essa é uma novidade, pois a literatura era explorada de forma topicalizada a partir de excertos dos autores selecionados”, comenta Vinicius Beltrão, coordenador de Ensino e inovações do SAS Plataforma de Educação. “Outros autores não citados na lista de obras, como Clarice Lispector, têm seus textos usados para trabalhar questões sobre o gênero, algo que era mais comum no Enem. A Fuvest não abordava gêneros.”

Para a professora Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo, a Fuvest trabalhou os temas de uma forma a avaliar o conhecimento geral dos alunos através da interdisciplinaridade, “com abordagem ampla, inteligente e contemporânea”: “Foi uma prova onde eles conseguiram alcançar o sonho deles, de não fazer mais uma prova com bloco de matérias, mas com todas as questões misutradas, onde importa que o aluno esteja preparado.”

A primeira fase da prova da Fuvest 2024, o vestibular da Universidade de São Paulo (USP), teve questões de interpretação envolvendo o trabalho do cuidado, que foi tema da redação do Enem 2023, cobrou história do Brasil só até os anos 1950 e pediu para que os candidatos mapeassem o DNA de Wandinha Addams para descobrir como ela herdou seu poder de visão. A prova foi aplicada para mais de 100 mil estudantes neste domingo, 19.

Segundo a própria Fuvest, o índice de abstenção na primeira fase ficou em torno dos 8%, menor que os mais de 11% registrados no vestibular do ano passado. Ao todo, 100.818 candidatos realizaram a prova, apoiada majoritariamente por questões interdisciplinares, alternando entre uma questão e outra os temas cobrados.

Uma dessas questões abordou com dois textos o trabalho do cuidado, que foi tema da redação do Enem 2023, aplicada no último dia 5. “Isso mostra a importância do tema, uma vez que a prova da Fuvest provavelmente foi elaborada até julho, no máximo”, comenta Gilberto Alvarez, diretor do Cursinho da Poli.

Nais de 100 mil candidatos fizeram a prova da 1ª fase da Fuvest neste domingo, 19  Foto: Alex Silva / Estadão

Outros temas que surgiram na prova foram violência doméstica, o conceito de raça, o aumento da população autodeclarada preta e parda no Brasil e as tragédias climáticas sofridas no litoral norte de São Paulo em fevereiro deste ano. Uma das questões de geografia também pedia os candidatos para identificar o fenômeno das voçorocas, que ameaçam o município de Buriticupu, no Maranhão.

“O que me chamou muita atenção na prova em si foi a de história. Não caiu nada de regime militar para frente, ela estacionou em Juscelino Kubitschek e depois não se tem mais nada”, comenta Alvarez.

Professor de história do Cursinho da Poli, Fernando Rodrigues também observa a ausência de questões sobre a Antiguidade, Idade Média e outros períodos importantes do País, como a Guerra de Canudos, a Revolta da Vacina ou a Revolução Praieira. “Questões e movimentos sociais contestatórios não apareceram muito, sejam eles rurais, urbanos ou militares”, diz.

Para Raphael Amaral, professor de história e coordenador de ciências humanas do Curso Anglo, a ausência de questões sobre a ditadura militar e outros períodos marcantes do Brasil não é algo fora do comum. “Nem todos os pontos do programa são cobrados em uma prova, que tem espaço limitado. Ditadura militar é um tema que cai com certa frequência na Fuvest. Não cobrar esse ano não alterou nada da prova”, aponta.

Segundo a própria Fuvest, a prova da primeira fase deu destaque a “tópicos da contemporaneidade e conhecimentos clássicos, trazendo temáticas como arte, tecnologia, inteligência artificial, política internacional, aplicações da ciência no cotidiano e divulgação científica”, além de biotecnologia, preconceito linguístico no ambiente urbano, racismo e questões de gênero.

Alguns dos autores citados na avaliação foram Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade e Conceição Evaristo, além de obras como “Dois Irmãos”, de Milton Hatoum; “Nós matamos o cão tinhoso”, do moçambicano Luís Bernardo Honwana; e “Campo Geral”, de Guimarães Rosa. Um texto de Antônio Candido, por exemplo, foi usado para debater a literatura e a música como bens culturais não acessíveis a todos.

“Essa é uma novidade, pois a literatura era explorada de forma topicalizada a partir de excertos dos autores selecionados”, comenta Vinicius Beltrão, coordenador de Ensino e inovações do SAS Plataforma de Educação. “Outros autores não citados na lista de obras, como Clarice Lispector, têm seus textos usados para trabalhar questões sobre o gênero, algo que era mais comum no Enem. A Fuvest não abordava gêneros.”

Para a professora Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo, a Fuvest trabalhou os temas de uma forma a avaliar o conhecimento geral dos alunos através da interdisciplinaridade, “com abordagem ampla, inteligente e contemporânea”: “Foi uma prova onde eles conseguiram alcançar o sonho deles, de não fazer mais uma prova com bloco de matérias, mas com todas as questões misutradas, onde importa que o aluno esteja preparado.”

A primeira fase da prova da Fuvest 2024, o vestibular da Universidade de São Paulo (USP), teve questões de interpretação envolvendo o trabalho do cuidado, que foi tema da redação do Enem 2023, cobrou história do Brasil só até os anos 1950 e pediu para que os candidatos mapeassem o DNA de Wandinha Addams para descobrir como ela herdou seu poder de visão. A prova foi aplicada para mais de 100 mil estudantes neste domingo, 19.

Segundo a própria Fuvest, o índice de abstenção na primeira fase ficou em torno dos 8%, menor que os mais de 11% registrados no vestibular do ano passado. Ao todo, 100.818 candidatos realizaram a prova, apoiada majoritariamente por questões interdisciplinares, alternando entre uma questão e outra os temas cobrados.

Uma dessas questões abordou com dois textos o trabalho do cuidado, que foi tema da redação do Enem 2023, aplicada no último dia 5. “Isso mostra a importância do tema, uma vez que a prova da Fuvest provavelmente foi elaborada até julho, no máximo”, comenta Gilberto Alvarez, diretor do Cursinho da Poli.

Nais de 100 mil candidatos fizeram a prova da 1ª fase da Fuvest neste domingo, 19  Foto: Alex Silva / Estadão

Outros temas que surgiram na prova foram violência doméstica, o conceito de raça, o aumento da população autodeclarada preta e parda no Brasil e as tragédias climáticas sofridas no litoral norte de São Paulo em fevereiro deste ano. Uma das questões de geografia também pedia os candidatos para identificar o fenômeno das voçorocas, que ameaçam o município de Buriticupu, no Maranhão.

“O que me chamou muita atenção na prova em si foi a de história. Não caiu nada de regime militar para frente, ela estacionou em Juscelino Kubitschek e depois não se tem mais nada”, comenta Alvarez.

Professor de história do Cursinho da Poli, Fernando Rodrigues também observa a ausência de questões sobre a Antiguidade, Idade Média e outros períodos importantes do País, como a Guerra de Canudos, a Revolta da Vacina ou a Revolução Praieira. “Questões e movimentos sociais contestatórios não apareceram muito, sejam eles rurais, urbanos ou militares”, diz.

Para Raphael Amaral, professor de história e coordenador de ciências humanas do Curso Anglo, a ausência de questões sobre a ditadura militar e outros períodos marcantes do Brasil não é algo fora do comum. “Nem todos os pontos do programa são cobrados em uma prova, que tem espaço limitado. Ditadura militar é um tema que cai com certa frequência na Fuvest. Não cobrar esse ano não alterou nada da prova”, aponta.

Segundo a própria Fuvest, a prova da primeira fase deu destaque a “tópicos da contemporaneidade e conhecimentos clássicos, trazendo temáticas como arte, tecnologia, inteligência artificial, política internacional, aplicações da ciência no cotidiano e divulgação científica”, além de biotecnologia, preconceito linguístico no ambiente urbano, racismo e questões de gênero.

Alguns dos autores citados na avaliação foram Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade e Conceição Evaristo, além de obras como “Dois Irmãos”, de Milton Hatoum; “Nós matamos o cão tinhoso”, do moçambicano Luís Bernardo Honwana; e “Campo Geral”, de Guimarães Rosa. Um texto de Antônio Candido, por exemplo, foi usado para debater a literatura e a música como bens culturais não acessíveis a todos.

“Essa é uma novidade, pois a literatura era explorada de forma topicalizada a partir de excertos dos autores selecionados”, comenta Vinicius Beltrão, coordenador de Ensino e inovações do SAS Plataforma de Educação. “Outros autores não citados na lista de obras, como Clarice Lispector, têm seus textos usados para trabalhar questões sobre o gênero, algo que era mais comum no Enem. A Fuvest não abordava gêneros.”

Para a professora Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo, a Fuvest trabalhou os temas de uma forma a avaliar o conhecimento geral dos alunos através da interdisciplinaridade, “com abordagem ampla, inteligente e contemporânea”: “Foi uma prova onde eles conseguiram alcançar o sonho deles, de não fazer mais uma prova com bloco de matérias, mas com todas as questões misutradas, onde importa que o aluno esteja preparado.”

A primeira fase da prova da Fuvest 2024, o vestibular da Universidade de São Paulo (USP), teve questões de interpretação envolvendo o trabalho do cuidado, que foi tema da redação do Enem 2023, cobrou história do Brasil só até os anos 1950 e pediu para que os candidatos mapeassem o DNA de Wandinha Addams para descobrir como ela herdou seu poder de visão. A prova foi aplicada para mais de 100 mil estudantes neste domingo, 19.

Segundo a própria Fuvest, o índice de abstenção na primeira fase ficou em torno dos 8%, menor que os mais de 11% registrados no vestibular do ano passado. Ao todo, 100.818 candidatos realizaram a prova, apoiada majoritariamente por questões interdisciplinares, alternando entre uma questão e outra os temas cobrados.

Uma dessas questões abordou com dois textos o trabalho do cuidado, que foi tema da redação do Enem 2023, aplicada no último dia 5. “Isso mostra a importância do tema, uma vez que a prova da Fuvest provavelmente foi elaborada até julho, no máximo”, comenta Gilberto Alvarez, diretor do Cursinho da Poli.

Nais de 100 mil candidatos fizeram a prova da 1ª fase da Fuvest neste domingo, 19  Foto: Alex Silva / Estadão

Outros temas que surgiram na prova foram violência doméstica, o conceito de raça, o aumento da população autodeclarada preta e parda no Brasil e as tragédias climáticas sofridas no litoral norte de São Paulo em fevereiro deste ano. Uma das questões de geografia também pedia os candidatos para identificar o fenômeno das voçorocas, que ameaçam o município de Buriticupu, no Maranhão.

“O que me chamou muita atenção na prova em si foi a de história. Não caiu nada de regime militar para frente, ela estacionou em Juscelino Kubitschek e depois não se tem mais nada”, comenta Alvarez.

Professor de história do Cursinho da Poli, Fernando Rodrigues também observa a ausência de questões sobre a Antiguidade, Idade Média e outros períodos importantes do País, como a Guerra de Canudos, a Revolta da Vacina ou a Revolução Praieira. “Questões e movimentos sociais contestatórios não apareceram muito, sejam eles rurais, urbanos ou militares”, diz.

Para Raphael Amaral, professor de história e coordenador de ciências humanas do Curso Anglo, a ausência de questões sobre a ditadura militar e outros períodos marcantes do Brasil não é algo fora do comum. “Nem todos os pontos do programa são cobrados em uma prova, que tem espaço limitado. Ditadura militar é um tema que cai com certa frequência na Fuvest. Não cobrar esse ano não alterou nada da prova”, aponta.

Segundo a própria Fuvest, a prova da primeira fase deu destaque a “tópicos da contemporaneidade e conhecimentos clássicos, trazendo temáticas como arte, tecnologia, inteligência artificial, política internacional, aplicações da ciência no cotidiano e divulgação científica”, além de biotecnologia, preconceito linguístico no ambiente urbano, racismo e questões de gênero.

Alguns dos autores citados na avaliação foram Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade e Conceição Evaristo, além de obras como “Dois Irmãos”, de Milton Hatoum; “Nós matamos o cão tinhoso”, do moçambicano Luís Bernardo Honwana; e “Campo Geral”, de Guimarães Rosa. Um texto de Antônio Candido, por exemplo, foi usado para debater a literatura e a música como bens culturais não acessíveis a todos.

“Essa é uma novidade, pois a literatura era explorada de forma topicalizada a partir de excertos dos autores selecionados”, comenta Vinicius Beltrão, coordenador de Ensino e inovações do SAS Plataforma de Educação. “Outros autores não citados na lista de obras, como Clarice Lispector, têm seus textos usados para trabalhar questões sobre o gênero, algo que era mais comum no Enem. A Fuvest não abordava gêneros.”

Para a professora Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo, a Fuvest trabalhou os temas de uma forma a avaliar o conhecimento geral dos alunos através da interdisciplinaridade, “com abordagem ampla, inteligente e contemporânea”: “Foi uma prova onde eles conseguiram alcançar o sonho deles, de não fazer mais uma prova com bloco de matérias, mas com todas as questões misutradas, onde importa que o aluno esteja preparado.”

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