Atualizado às 13h53
SÃO PAULO - A Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, publicou nesta quinta-feira, 3, em seu site uma nota em que manifesta "total apoio à juventude estudantil que hoje ocupa centenas de escolas por todo o Estado" em protesto contra à reestruturação da rede de ensino feita pela gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
"A exemplo do que fizemos na época da maior greve de professores da história, onde apoiamos a causa de forma explícita, reiteramos nossa preocupação com a qualidade e desenvolvimento da educação pública do País (neste caso, do Estado)", diz a nota.
A Gaviões lamentou o fechamento de escolas e criticou o termo "reorganização". Segundo a torcida, as mudanças propostas pela Secretaria Estadual da Educação (SEE) são "ato imposto de forma arbitrária pelo governador, sem qualquer abertura de diálogo com a sociedade, alunos e professores".
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"Tendo em vista a importância da juventude como sendo o futuro do Brasil, consideramos que o fechamento de escolas seja justamente o caminho oposto da melhoria que todo cidadão espera para a educação pública."
A torcida corintiana desejou "muita força" aos estudantes, colocou-se à disposição dos jovens e informou que internamente abrirá uma discussão para estudar as possíveis contribuições que pode dar ao movimento.
Dragões da Real. Outra organizada a manifestar apoio foi a Dragões da Real. Na sua página no Facebook, a torcida são-paulina destacou que possui entre seus associados uma "fatia significativa de adolescentes ainda em fase escolar" e que é papel da torcida servir como "elo motivacional para que eles prossigam e evoluam no âmbito acadêmico".
"Entendendo que a educação é a base para um futuro de qualidade, a Dragões da Real traduz que o fechamento (ou reorganização) das escolas estaduais em questão é um retrocesso e um descaso com quem hoje necessita da educação pública no Brasil", afirmou a torcida.
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A Dragões também criticou a ação policial durante as manifestações. "É também lastimável assistir diariamente cenas de arbitrariedade policial, sem que haja o diálogo necessário com alunos, pais, educadores e entidades."
Ação. Nesta quinta-feira, o Ministério Público Estadual (MPE) e a Defensoria Pública ingressaram com ação civil para barrar a reorganização escolar. Em informe a promotores do Grupo de Atuação Especial de Educação (Geduc), a SEE admite que o projeto trará "redução de despesas".
Estudantes contrários à reorganização da rede estadual fizeram nesta quinta-feira uma série de protestos e bloquearam ao menos dez vias da capital paulista. As manifestações foram reprimidas pela Polícia Militar com bombas de efeito moral e pelo menos seis pessoas foram detidas pela manhã e à tarde.