Reforma do ensino médio: Lula chama Camilo para explicar novos planos; leia bastidores


Intenção de suspender portaria e mudança no Enem ficaram sem explicações oficiais para escolas e estudantes

Por Renata Cafardo
Atualização:

Depois da confusão instaurada nessa segunda-feira, 3, no Brasil sobre o novo ensino médio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou o ministro da Educação, Camilo Santana, para uma conversa na manhã desta terça-feira, 4, no Palácio do Planalto. Apesar das informações de fontes do governo que reverberaram na imprensa, no fim do dia não houve confirmação oficial do Ministério da Educação (MEC) de que haveria a suspensão do cronograma da reforma e nem de que foi adiada a adaptação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prevista para 2024.

Secretários estaduais da Educação, responsáveis pelas redes de ensino, ouviram nessa segunda de integrantes da alta cúpula do MEC que nada mudaria. O grupo de trabalho, criado pela pasta para pensar soluções para o novo ensino médio, discutiu e marcou novas datas de reuniões como se nada tivesse acontecendo.

Escolas, professores, alunos mergulharam na incerteza. Péssima para a educação que tanto sofreu nos últimos anos com disparates ideológicos na gestão Jair Bolsonaro (PL) e abandono durante a pandemia.

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Mas o que Lula achou disso tudo? O estardalhaço em torno de mudanças no novo ensino médio, que seriam promovidas pelo seu governo, foi um aceno claro para parte da esquerda que pede a revogação total do modelo desde que ele ganhou a eleição. São associações estudantis, sindicatos de professores, educadores ligados a universidades públicas, muita gente que ajudou a elegê-lo. Mas há outro lado, de especialistas em educação não necessariamente da esquerda, que também se juntaram ao petista, acreditando na frente ampla que reconstruiria a educação.

Camilo se dá bem como esse grupo, tem dito que é a contra a revogação. Ele tentou encontrar um caminho do meio para agradar às duas turmas. Suspenderia o que falta do cronograma, porque quase tudo já foi feito, e adiaria o novo Enem. Um nova portaria, substituindo a que estava em vigor desde 2021, começou a ser pensada no MEC, mas não foi assinada.

No entanto, não há consenso interno no ministério de que essa seria a solução ideal. Há quem acredite que as consultas públicas, criadas pela pasta mês passado, precisam ainda discutir o futuro do novo ensino médio para só depois virem as medidas.

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O martelo não havia ainda sido batido quando Camilo deu uma entrevista no Ceará na manhã de segunda, dizendo que o Enem 2024 não mudaria e que era preciso “suspender prazos”. Mas, referendado pela fala do ministro, o plano veio a público e a confusão estava armada.

Camilo cumprimenta Lula em evento em Brasília Foto: ESTADAO CONTEUDO / ESTADAO CONTEUDO

Houve quem entendesse que o novo ensino médio estava revogado e amanhã as escolas voltariam ao modelo de 13 disciplinas tradicionais. Para quem ainda tem essa dúvida: não, nada muda nas escolas por enquanto. O novo ensino médio começou na maioria dos Estados em 2022 (em muitos até em 2021) e a execução não será paralisada.

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Uma parte do currículo continua sendo feita com disciplinas conhecidas, como Português e Matemática, e a outra com os chamados itinerários formativos, que são caminhos que o estudante pode escolher, mesclando áreas, sob o argumento de se aproximar mais do interesse atual dos jovens.

O que pode mudar é a avaliação desse novo ensino médio. Ou seja, o Enem que avaliaria esses alunos em 2024 (este é o ano em as primeiras turmas já teriam cursado as três séries obrigatoriamente no novo modelo) ainda não vai ser diferente do que o exame que existe hoje.

Ou seja, surge mais uma confusão: como a prova vai avaliar o velho ensino médio quando os alunos cursaram o novo? O currículo é outro, com menos horas dispensadas às disciplinas tradicionais que são cobradas no Enem. Se já era difícil criar um exame que avaliasse as novas matérias flexíveis, que foram criadas cada uma de um jeito pelos Estados e pelas escolas, imagina avaliar o aluno que as cursou com a prova antiga?

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Lula deve perguntar tudo isso a Camilo nesta terça-feira. O presidente não é especialista em educação e escolheu o cearense para o cargo também por sua conhecida habilidade política. Mas a solução precisa olhar para os estudantes e não para cabos eleitorais. Uma geração inteira de jovens brasileiros espera uma resposta sobre o ensino médio.

Depois da confusão instaurada nessa segunda-feira, 3, no Brasil sobre o novo ensino médio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou o ministro da Educação, Camilo Santana, para uma conversa na manhã desta terça-feira, 4, no Palácio do Planalto. Apesar das informações de fontes do governo que reverberaram na imprensa, no fim do dia não houve confirmação oficial do Ministério da Educação (MEC) de que haveria a suspensão do cronograma da reforma e nem de que foi adiada a adaptação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prevista para 2024.

Secretários estaduais da Educação, responsáveis pelas redes de ensino, ouviram nessa segunda de integrantes da alta cúpula do MEC que nada mudaria. O grupo de trabalho, criado pela pasta para pensar soluções para o novo ensino médio, discutiu e marcou novas datas de reuniões como se nada tivesse acontecendo.

Escolas, professores, alunos mergulharam na incerteza. Péssima para a educação que tanto sofreu nos últimos anos com disparates ideológicos na gestão Jair Bolsonaro (PL) e abandono durante a pandemia.

Mas o que Lula achou disso tudo? O estardalhaço em torno de mudanças no novo ensino médio, que seriam promovidas pelo seu governo, foi um aceno claro para parte da esquerda que pede a revogação total do modelo desde que ele ganhou a eleição. São associações estudantis, sindicatos de professores, educadores ligados a universidades públicas, muita gente que ajudou a elegê-lo. Mas há outro lado, de especialistas em educação não necessariamente da esquerda, que também se juntaram ao petista, acreditando na frente ampla que reconstruiria a educação.

Camilo se dá bem como esse grupo, tem dito que é a contra a revogação. Ele tentou encontrar um caminho do meio para agradar às duas turmas. Suspenderia o que falta do cronograma, porque quase tudo já foi feito, e adiaria o novo Enem. Um nova portaria, substituindo a que estava em vigor desde 2021, começou a ser pensada no MEC, mas não foi assinada.

No entanto, não há consenso interno no ministério de que essa seria a solução ideal. Há quem acredite que as consultas públicas, criadas pela pasta mês passado, precisam ainda discutir o futuro do novo ensino médio para só depois virem as medidas.

O martelo não havia ainda sido batido quando Camilo deu uma entrevista no Ceará na manhã de segunda, dizendo que o Enem 2024 não mudaria e que era preciso “suspender prazos”. Mas, referendado pela fala do ministro, o plano veio a público e a confusão estava armada.

Camilo cumprimenta Lula em evento em Brasília Foto: ESTADAO CONTEUDO / ESTADAO CONTEUDO

Houve quem entendesse que o novo ensino médio estava revogado e amanhã as escolas voltariam ao modelo de 13 disciplinas tradicionais. Para quem ainda tem essa dúvida: não, nada muda nas escolas por enquanto. O novo ensino médio começou na maioria dos Estados em 2022 (em muitos até em 2021) e a execução não será paralisada.

Uma parte do currículo continua sendo feita com disciplinas conhecidas, como Português e Matemática, e a outra com os chamados itinerários formativos, que são caminhos que o estudante pode escolher, mesclando áreas, sob o argumento de se aproximar mais do interesse atual dos jovens.

O que pode mudar é a avaliação desse novo ensino médio. Ou seja, o Enem que avaliaria esses alunos em 2024 (este é o ano em as primeiras turmas já teriam cursado as três séries obrigatoriamente no novo modelo) ainda não vai ser diferente do que o exame que existe hoje.

Ou seja, surge mais uma confusão: como a prova vai avaliar o velho ensino médio quando os alunos cursaram o novo? O currículo é outro, com menos horas dispensadas às disciplinas tradicionais que são cobradas no Enem. Se já era difícil criar um exame que avaliasse as novas matérias flexíveis, que foram criadas cada uma de um jeito pelos Estados e pelas escolas, imagina avaliar o aluno que as cursou com a prova antiga?

Lula deve perguntar tudo isso a Camilo nesta terça-feira. O presidente não é especialista em educação e escolheu o cearense para o cargo também por sua conhecida habilidade política. Mas a solução precisa olhar para os estudantes e não para cabos eleitorais. Uma geração inteira de jovens brasileiros espera uma resposta sobre o ensino médio.

Depois da confusão instaurada nessa segunda-feira, 3, no Brasil sobre o novo ensino médio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou o ministro da Educação, Camilo Santana, para uma conversa na manhã desta terça-feira, 4, no Palácio do Planalto. Apesar das informações de fontes do governo que reverberaram na imprensa, no fim do dia não houve confirmação oficial do Ministério da Educação (MEC) de que haveria a suspensão do cronograma da reforma e nem de que foi adiada a adaptação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prevista para 2024.

Secretários estaduais da Educação, responsáveis pelas redes de ensino, ouviram nessa segunda de integrantes da alta cúpula do MEC que nada mudaria. O grupo de trabalho, criado pela pasta para pensar soluções para o novo ensino médio, discutiu e marcou novas datas de reuniões como se nada tivesse acontecendo.

Escolas, professores, alunos mergulharam na incerteza. Péssima para a educação que tanto sofreu nos últimos anos com disparates ideológicos na gestão Jair Bolsonaro (PL) e abandono durante a pandemia.

Mas o que Lula achou disso tudo? O estardalhaço em torno de mudanças no novo ensino médio, que seriam promovidas pelo seu governo, foi um aceno claro para parte da esquerda que pede a revogação total do modelo desde que ele ganhou a eleição. São associações estudantis, sindicatos de professores, educadores ligados a universidades públicas, muita gente que ajudou a elegê-lo. Mas há outro lado, de especialistas em educação não necessariamente da esquerda, que também se juntaram ao petista, acreditando na frente ampla que reconstruiria a educação.

Camilo se dá bem como esse grupo, tem dito que é a contra a revogação. Ele tentou encontrar um caminho do meio para agradar às duas turmas. Suspenderia o que falta do cronograma, porque quase tudo já foi feito, e adiaria o novo Enem. Um nova portaria, substituindo a que estava em vigor desde 2021, começou a ser pensada no MEC, mas não foi assinada.

No entanto, não há consenso interno no ministério de que essa seria a solução ideal. Há quem acredite que as consultas públicas, criadas pela pasta mês passado, precisam ainda discutir o futuro do novo ensino médio para só depois virem as medidas.

O martelo não havia ainda sido batido quando Camilo deu uma entrevista no Ceará na manhã de segunda, dizendo que o Enem 2024 não mudaria e que era preciso “suspender prazos”. Mas, referendado pela fala do ministro, o plano veio a público e a confusão estava armada.

Camilo cumprimenta Lula em evento em Brasília Foto: ESTADAO CONTEUDO / ESTADAO CONTEUDO

Houve quem entendesse que o novo ensino médio estava revogado e amanhã as escolas voltariam ao modelo de 13 disciplinas tradicionais. Para quem ainda tem essa dúvida: não, nada muda nas escolas por enquanto. O novo ensino médio começou na maioria dos Estados em 2022 (em muitos até em 2021) e a execução não será paralisada.

Uma parte do currículo continua sendo feita com disciplinas conhecidas, como Português e Matemática, e a outra com os chamados itinerários formativos, que são caminhos que o estudante pode escolher, mesclando áreas, sob o argumento de se aproximar mais do interesse atual dos jovens.

O que pode mudar é a avaliação desse novo ensino médio. Ou seja, o Enem que avaliaria esses alunos em 2024 (este é o ano em as primeiras turmas já teriam cursado as três séries obrigatoriamente no novo modelo) ainda não vai ser diferente do que o exame que existe hoje.

Ou seja, surge mais uma confusão: como a prova vai avaliar o velho ensino médio quando os alunos cursaram o novo? O currículo é outro, com menos horas dispensadas às disciplinas tradicionais que são cobradas no Enem. Se já era difícil criar um exame que avaliasse as novas matérias flexíveis, que foram criadas cada uma de um jeito pelos Estados e pelas escolas, imagina avaliar o aluno que as cursou com a prova antiga?

Lula deve perguntar tudo isso a Camilo nesta terça-feira. O presidente não é especialista em educação e escolheu o cearense para o cargo também por sua conhecida habilidade política. Mas a solução precisa olhar para os estudantes e não para cabos eleitorais. Uma geração inteira de jovens brasileiros espera uma resposta sobre o ensino médio.

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