Manifestantes e PM entram em confronto na Cidade Universitária


Grevistas pretendiam realizar 'trancaço' e bloquear entradas da USP das 4h30 às 20h30; segundo a polícia, 300 participaram do ato

Por Redação

Atualizado às 17h29

SÃO PAULO - O protesto dos funcionários grevistas da Universidade de São Paulo (USP) terminou em confronto com a Tropa de Choque da Polícia Militar. Bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha foram utilizadas para impedir que os três portões da Cidade Universitária, no Butantã, zona oeste da capital paulista, ficassem fechados na manhã desta quarta-feira, 20. De acordo com os grevistas, seis pessoas ficaram feridas, informação que a PM não confirma.

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Os funcionários em greve na USP haviam decidido fechar o câmpus pela segunda vez como forma de protesto contra o congelamento de salários dos funcionários da universidade, medida adotada pela reitoria diante da crise financeira que afeta a USP. No dia 7 de agosto, eles já haviam fechado o câmpus do Butantã das 7h às 11h, sem que houvesse intervenção da PM.

Com o ato, a intenção do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) era realizar um "trancaço" durante o dia, bloqueando as entradas do câmpus das 4h30 às 20h30. Desta vez, no entanto, o comando da PM decidiu agir. Para isso, fez uso de bala de borracha e bomba de gás lacrimogêneo no que chamou de "meios necessários" para controlar "distúrbios civis".

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Por volta das 4h30, manifestantes trancaram os portões com cadeados e armaram barricadas para impedir a entrada de pessoas e veículos na universidade, afirmaram estudantes. A PM chegou cerca de uma hora depois, para desarmar o "trancaço". Segundo testemunhas, as viaturas entraram pelo Hospital Universitário (HU) e se dirigiram inicialmente ao portão 2. A PM afirma que a portaria foi liberada sem conflito com manifestantes. "Poucas pessoas estavam lá nesse momento", afirmou o diretor do Sintusp, Aníbal Carvalho.

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Cerca de meia hora depois, os policiais foram ao portão 3 e encontraram resistência dos manifestantes, que fizeram uma corrente humana para manter o bloqueio. "Eles (a PM) dispararam deliberadamente balas de borracha e bombas de efeito moral", disse Carvalho. Logo depois, viaturas e manifestantes se deslocaram para o portão 1, principal acesso da universidade, onde houve outros confrontos.

Trancaço na USP acaba em confronto

Alguns manifestantes também atiraram pedras contra os policiais. "Foram reações desesperadas de pessoas que tentavam se defender", justificou o estudante de Ciências Sociais Gabriel Regensteiner, de 21 anos. "A força usada foi claramente desproporcional", disse. Após o confronto, os policiais da Força Tática do 16º Batalhão da Polícia Militar conseguiram cortar o cadeado do portão por volta das 6h30. De acordo com a PM, 300 pessoas participaram do ato.

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Em nota, a PM afirmou que atendeu a solicitação do reitor, Marco Antonio Zago, e atuou para liberar e garantir o acesso à universidade. Disse ainda que tentou negociar a desobstrução das entradas durante 30 minutos com os manifestantes, mas apenas um dos três portões teria sido liberado espontaneamente.

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A ação dos policiais teria respaldo em uma ordem judicial, concedida em 24 de julho, que garante a reintegração de posse de qualquer unidade da USP contra possíveis ocupações feitas pelos grevistas. "A ação de foco limitada atingiu o objetivo, não havendo a necessidade de prisões e, principalmente, a ocorrência de vítimas", afirmou a nota.

"Negociação foi bala de borracha e bomba de efeito moral", contestou Aníbal Carvalho. O Sintusp afirma que seis pessoas foram feridas por balas de borracha ou sofreram com efeitos das bombas de gás lançadas pela PM durante a manifestação. Dessas, três seriam comprovadamente funcionários da USP, disse o sindicato.

Uma funcionária do HU, que preferiu não se identificar, sofreu um corte na perna direita. Segundo ela, o ferimento foi provocado por estilhaços de bomba. "Os policiais atiravam de muito perto", disse. A dirigente do Sintusp Diana Assunção classificou a ação como "intransigente". "A polícia foi chamada para reprimir. Não houve nenhuma conversa."

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Durante os confrontos, houve correria na Avenida Vital Brasil e na Rua Alvarenga. Os manifestantes só foram se dispersaram completamente na Avenida Professor Francisco Morato. Como reflexo da manifestação, às 7h15, a Avenida Corifeu de Azevedo Marques registrava 4,5 quilômetros de congestionamento no sentido bairro, na altura da Avenida Vital Brasil, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

De acordo com a São Paulo Transporte (SPTrans), a circulação de oito linhas de ônibus também foram afetadas com o bloqueio dos portões da USP e da Rua Alvarenga: 177H/10, 701U/10, 702U/10, 7181/10, 7411/10, 7725/10, 8012/10, 8022/10. E a Estação Butantã, da Linha 4-Amarela, ficou fechada no início da manhã. /BÁRBARA FERREIRA SANTOS, FELIPE RESK, MARCO ANTÔNIO CARVALHO E VIVIAN CODOGNO

Atualizado às 17h29

SÃO PAULO - O protesto dos funcionários grevistas da Universidade de São Paulo (USP) terminou em confronto com a Tropa de Choque da Polícia Militar. Bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha foram utilizadas para impedir que os três portões da Cidade Universitária, no Butantã, zona oeste da capital paulista, ficassem fechados na manhã desta quarta-feira, 20. De acordo com os grevistas, seis pessoas ficaram feridas, informação que a PM não confirma.

Os funcionários em greve na USP haviam decidido fechar o câmpus pela segunda vez como forma de protesto contra o congelamento de salários dos funcionários da universidade, medida adotada pela reitoria diante da crise financeira que afeta a USP. No dia 7 de agosto, eles já haviam fechado o câmpus do Butantã das 7h às 11h, sem que houvesse intervenção da PM.

Com o ato, a intenção do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) era realizar um "trancaço" durante o dia, bloqueando as entradas do câmpus das 4h30 às 20h30. Desta vez, no entanto, o comando da PM decidiu agir. Para isso, fez uso de bala de borracha e bomba de gás lacrimogêneo no que chamou de "meios necessários" para controlar "distúrbios civis".

Por volta das 4h30, manifestantes trancaram os portões com cadeados e armaram barricadas para impedir a entrada de pessoas e veículos na universidade, afirmaram estudantes. A PM chegou cerca de uma hora depois, para desarmar o "trancaço". Segundo testemunhas, as viaturas entraram pelo Hospital Universitário (HU) e se dirigiram inicialmente ao portão 2. A PM afirma que a portaria foi liberada sem conflito com manifestantes. "Poucas pessoas estavam lá nesse momento", afirmou o diretor do Sintusp, Aníbal Carvalho.

Cerca de meia hora depois, os policiais foram ao portão 3 e encontraram resistência dos manifestantes, que fizeram uma corrente humana para manter o bloqueio. "Eles (a PM) dispararam deliberadamente balas de borracha e bombas de efeito moral", disse Carvalho. Logo depois, viaturas e manifestantes se deslocaram para o portão 1, principal acesso da universidade, onde houve outros confrontos.

Trancaço na USP acaba em confronto

Alguns manifestantes também atiraram pedras contra os policiais. "Foram reações desesperadas de pessoas que tentavam se defender", justificou o estudante de Ciências Sociais Gabriel Regensteiner, de 21 anos. "A força usada foi claramente desproporcional", disse. Após o confronto, os policiais da Força Tática do 16º Batalhão da Polícia Militar conseguiram cortar o cadeado do portão por volta das 6h30. De acordo com a PM, 300 pessoas participaram do ato.

Em nota, a PM afirmou que atendeu a solicitação do reitor, Marco Antonio Zago, e atuou para liberar e garantir o acesso à universidade. Disse ainda que tentou negociar a desobstrução das entradas durante 30 minutos com os manifestantes, mas apenas um dos três portões teria sido liberado espontaneamente.

A ação dos policiais teria respaldo em uma ordem judicial, concedida em 24 de julho, que garante a reintegração de posse de qualquer unidade da USP contra possíveis ocupações feitas pelos grevistas. "A ação de foco limitada atingiu o objetivo, não havendo a necessidade de prisões e, principalmente, a ocorrência de vítimas", afirmou a nota.

"Negociação foi bala de borracha e bomba de efeito moral", contestou Aníbal Carvalho. O Sintusp afirma que seis pessoas foram feridas por balas de borracha ou sofreram com efeitos das bombas de gás lançadas pela PM durante a manifestação. Dessas, três seriam comprovadamente funcionários da USP, disse o sindicato.

Uma funcionária do HU, que preferiu não se identificar, sofreu um corte na perna direita. Segundo ela, o ferimento foi provocado por estilhaços de bomba. "Os policiais atiravam de muito perto", disse. A dirigente do Sintusp Diana Assunção classificou a ação como "intransigente". "A polícia foi chamada para reprimir. Não houve nenhuma conversa."

Durante os confrontos, houve correria na Avenida Vital Brasil e na Rua Alvarenga. Os manifestantes só foram se dispersaram completamente na Avenida Professor Francisco Morato. Como reflexo da manifestação, às 7h15, a Avenida Corifeu de Azevedo Marques registrava 4,5 quilômetros de congestionamento no sentido bairro, na altura da Avenida Vital Brasil, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

De acordo com a São Paulo Transporte (SPTrans), a circulação de oito linhas de ônibus também foram afetadas com o bloqueio dos portões da USP e da Rua Alvarenga: 177H/10, 701U/10, 702U/10, 7181/10, 7411/10, 7725/10, 8012/10, 8022/10. E a Estação Butantã, da Linha 4-Amarela, ficou fechada no início da manhã. /BÁRBARA FERREIRA SANTOS, FELIPE RESK, MARCO ANTÔNIO CARVALHO E VIVIAN CODOGNO

Atualizado às 17h29

SÃO PAULO - O protesto dos funcionários grevistas da Universidade de São Paulo (USP) terminou em confronto com a Tropa de Choque da Polícia Militar. Bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha foram utilizadas para impedir que os três portões da Cidade Universitária, no Butantã, zona oeste da capital paulista, ficassem fechados na manhã desta quarta-feira, 20. De acordo com os grevistas, seis pessoas ficaram feridas, informação que a PM não confirma.

Os funcionários em greve na USP haviam decidido fechar o câmpus pela segunda vez como forma de protesto contra o congelamento de salários dos funcionários da universidade, medida adotada pela reitoria diante da crise financeira que afeta a USP. No dia 7 de agosto, eles já haviam fechado o câmpus do Butantã das 7h às 11h, sem que houvesse intervenção da PM.

Com o ato, a intenção do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) era realizar um "trancaço" durante o dia, bloqueando as entradas do câmpus das 4h30 às 20h30. Desta vez, no entanto, o comando da PM decidiu agir. Para isso, fez uso de bala de borracha e bomba de gás lacrimogêneo no que chamou de "meios necessários" para controlar "distúrbios civis".

Por volta das 4h30, manifestantes trancaram os portões com cadeados e armaram barricadas para impedir a entrada de pessoas e veículos na universidade, afirmaram estudantes. A PM chegou cerca de uma hora depois, para desarmar o "trancaço". Segundo testemunhas, as viaturas entraram pelo Hospital Universitário (HU) e se dirigiram inicialmente ao portão 2. A PM afirma que a portaria foi liberada sem conflito com manifestantes. "Poucas pessoas estavam lá nesse momento", afirmou o diretor do Sintusp, Aníbal Carvalho.

Cerca de meia hora depois, os policiais foram ao portão 3 e encontraram resistência dos manifestantes, que fizeram uma corrente humana para manter o bloqueio. "Eles (a PM) dispararam deliberadamente balas de borracha e bombas de efeito moral", disse Carvalho. Logo depois, viaturas e manifestantes se deslocaram para o portão 1, principal acesso da universidade, onde houve outros confrontos.

Trancaço na USP acaba em confronto

Alguns manifestantes também atiraram pedras contra os policiais. "Foram reações desesperadas de pessoas que tentavam se defender", justificou o estudante de Ciências Sociais Gabriel Regensteiner, de 21 anos. "A força usada foi claramente desproporcional", disse. Após o confronto, os policiais da Força Tática do 16º Batalhão da Polícia Militar conseguiram cortar o cadeado do portão por volta das 6h30. De acordo com a PM, 300 pessoas participaram do ato.

Em nota, a PM afirmou que atendeu a solicitação do reitor, Marco Antonio Zago, e atuou para liberar e garantir o acesso à universidade. Disse ainda que tentou negociar a desobstrução das entradas durante 30 minutos com os manifestantes, mas apenas um dos três portões teria sido liberado espontaneamente.

A ação dos policiais teria respaldo em uma ordem judicial, concedida em 24 de julho, que garante a reintegração de posse de qualquer unidade da USP contra possíveis ocupações feitas pelos grevistas. "A ação de foco limitada atingiu o objetivo, não havendo a necessidade de prisões e, principalmente, a ocorrência de vítimas", afirmou a nota.

"Negociação foi bala de borracha e bomba de efeito moral", contestou Aníbal Carvalho. O Sintusp afirma que seis pessoas foram feridas por balas de borracha ou sofreram com efeitos das bombas de gás lançadas pela PM durante a manifestação. Dessas, três seriam comprovadamente funcionários da USP, disse o sindicato.

Uma funcionária do HU, que preferiu não se identificar, sofreu um corte na perna direita. Segundo ela, o ferimento foi provocado por estilhaços de bomba. "Os policiais atiravam de muito perto", disse. A dirigente do Sintusp Diana Assunção classificou a ação como "intransigente". "A polícia foi chamada para reprimir. Não houve nenhuma conversa."

Durante os confrontos, houve correria na Avenida Vital Brasil e na Rua Alvarenga. Os manifestantes só foram se dispersaram completamente na Avenida Professor Francisco Morato. Como reflexo da manifestação, às 7h15, a Avenida Corifeu de Azevedo Marques registrava 4,5 quilômetros de congestionamento no sentido bairro, na altura da Avenida Vital Brasil, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

De acordo com a São Paulo Transporte (SPTrans), a circulação de oito linhas de ônibus também foram afetadas com o bloqueio dos portões da USP e da Rua Alvarenga: 177H/10, 701U/10, 702U/10, 7181/10, 7411/10, 7725/10, 8012/10, 8022/10. E a Estação Butantã, da Linha 4-Amarela, ficou fechada no início da manhã. /BÁRBARA FERREIRA SANTOS, FELIPE RESK, MARCO ANTÔNIO CARVALHO E VIVIAN CODOGNO

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