Ouvidoria quer apurar ação da PM nas ocupações de escolas


Segundo o ouvidor Julio Cesar Fernandes Neves, há oito casos em que policiais podem ter cometido abusos contra alunos em colégios

Por Isabela Palhares

SÃO PAULO - A Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo pediu a investigação de oito situações em que podem ter ocorrido abusos na ação da Polícia Militar nas ocupações de escolas e em protestos contra a reorganização escolar de Geraldo Alckmin (PSDB). Em duas delas, as denúncias, além de serem encaminhadas para a Corregedoria da PM, também foram levadas ao Ministério Público.

De acordo com o ouvidor, Julio Cesar Fernandes Neves, os dois casos já encaminhados ao MP tinham “mais indícios” de lesão aos alunos e as agressões foram gravadas em vídeo. Uma delas aconteceu na terça-feira na Escola Estadual Maria José, na Bela Vista, no centro de São Paulo. Os policiais entraram em confronto com os estudantes, “agredindo um deles no peito e derrubando-o no chão”. “Na sequência, fecharam a porta, tudo isso visto em vídeo que está nas redes sociais”, diz o ouvidor.

Da mobilização nas ruas à ocupação de escolas

1 | 31

De volta às ruas

Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
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Escola na Vila Jaguará

Foto: Amanda Perobelli/Estadão
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Escola na Vila Inah

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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Escola na Vila Inah

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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Escola na Chácara Santo Antônio

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
6 | 31

Escola em Cidade Tiradentes

Foto: PETER LEONE/FUTURA PRESS
7 | 31

Vandalismo em escola ocupada na Grande São Paulo

Foto: Secretaria de Educação/Divulgação
8 | 31

Protesto de estudantes na 9 de julho

Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO
9 | 31

Mobilização após anúncio

Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
10 | 31

Mobilização nas ruas

Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
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Estudantes nas ruas

Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
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De volta às ruas

Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
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Escola em Pinheiros

Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
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Escola em Pinheiros

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADãO
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Escola em Pinheiros

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
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Escola em Pinheiros

Foto: ANDRÉ LUCAS ALMEIDA/FUTURA PRESS
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Escola em Pinheiros

Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
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Escola na Vila Mazzei

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
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Escola na Vila Mazzei

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO
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Escola na Vila Mazzei

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
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Escola na Vila Mazzei

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
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Escola na Chácara Santo Antônio

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
23 | 31

Escola na Chácara Santo Antônio

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO
24 | 31

Escola em José Bonifácio

Foto: ALE VIANNA/ELEVEN
25 | 31

Escola na Vila Jaraguá

Foto: Amanda Perobelli/Estadão
26 | 31

Escola em Campinas

Foto: DENNY CESARE/CÓDIGO19/PAGOS
27 | 31

Escola em Guarulhos

Foto: Felipe Cordeiro/Estadão
28 | 31

Contra reorganização escolar

Foto: Werther Santana/Estadão
29 | 31

Protesto de estudantes na 9 de julho

Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO
30 | 31

PM e estudantes entram em confronto em protesto na Dr. Arnaldo

Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press
31 | 31

Ferido em protesto na Avenida Doutor Arnaldo

Foto: Luiz Fernando Toledo/Estadão
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A outra denúncia foi de uma ocorrência registrada na escola Coronel Sampaio, em Osasco, na Grande São Paulo, em que PMs teriam jogado bombas nos alunos, “mas não impediram que invasores ateassem fogo no colégio”, segundo o ouvidor. Neves defende que a Secretaria da Educação do Estado abra diálogo com os alunos e chegue a um consenso para evitar consequências “nefastas” que já estariam acontecendo, como nos casos de agressão aos manifestantes. 

“Se o governador mantivesse o diálogo com as partes interessadas, a PM não precisaria ser acionada. O que acontece é que a polícia vem apagar um fogo que não foi ela quem jogou álcool. Depois, ela é recriminada por essa ação”, disse o ouvidor.

Além dessas duas denúncias, o ouvidor disse ter encaminhado à Corregedoria a apuração de outras seis situações de abuso - duas em manifestações, nas avenidas Paulista e 9 de Julho, com o uso de bombas de efeito moral e spray de pimenta. Há ainda a apuração de quatro situações em escolas ocupadas, duas em Campinas, no interior.

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Alunos que tomaram 190 escolas no Estado contra reforma se organizam nos colégios, estabelecendo regras para o protesto e tarefas

Acusações. Nesta quarta, o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse, em nota, que “estranha a atitude político-partidária do ouvidor” e o criticou, dizendo que ele não tem “atribuição nem conhecimento técnico para comentar a reestruturação de ensino”. 

Disse ainda que Neves “demonstra total desconhecimento das ações da Segurança Pública, pois a polícia continuará atuando para impedir que haja dano ao patrimônio público, como o ocorrido em Osasco, ou tumultos e badernas nas ruas”. 

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“Não estou me intrometendo na reorganização, nem ao menos comentei sobre ela. Sugeri que houvesse mais diálogo. A ouvidoria tem uma ação suprapartidária e estou representando um sentimento público”, disse Neves, indicado por Alckmin em novembro para mais dois anos de mandato. 

Essa foi a primeira vez, desde a criação da Ouvidoria, em 1995, que um secretário acusa um ouvidor de ter “intenções partidárias” ao pedir a apuração da atuação de policiais. Mesmo o primeiro ouvidor, Benedito Mariano, que trabalhou com os secretários da Segurança José Afonso da Silva e Marco Petrelluzzi, entre 1995 e 2000, disse nesta quarta que nunca foi reprimido por eles ou pelo governador Mario Covas (PSDB). Ligado ao PT, Mariano foi secretário de várias administrações petistas.

SÃO PAULO - A Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo pediu a investigação de oito situações em que podem ter ocorrido abusos na ação da Polícia Militar nas ocupações de escolas e em protestos contra a reorganização escolar de Geraldo Alckmin (PSDB). Em duas delas, as denúncias, além de serem encaminhadas para a Corregedoria da PM, também foram levadas ao Ministério Público.

De acordo com o ouvidor, Julio Cesar Fernandes Neves, os dois casos já encaminhados ao MP tinham “mais indícios” de lesão aos alunos e as agressões foram gravadas em vídeo. Uma delas aconteceu na terça-feira na Escola Estadual Maria José, na Bela Vista, no centro de São Paulo. Os policiais entraram em confronto com os estudantes, “agredindo um deles no peito e derrubando-o no chão”. “Na sequência, fecharam a porta, tudo isso visto em vídeo que está nas redes sociais”, diz o ouvidor.

Da mobilização nas ruas à ocupação de escolas

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De volta às ruas

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Escola na Vila Jaguará

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Estudantes nas ruas

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Escola em Pinheiros

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Escola em Pinheiros

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADãO
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Escola em Pinheiros

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Escola em Pinheiros

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Escola em Pinheiros

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Escola na Vila Mazzei

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Escola na Vila Mazzei

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Escola na Vila Mazzei

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Escola na Vila Mazzei

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Escola em José Bonifácio

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Escola na Vila Jaraguá

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Escola em Campinas

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Escola em Guarulhos

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Contra reorganização escolar

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Protesto de estudantes na 9 de julho

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PM e estudantes entram em confronto em protesto na Dr. Arnaldo

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Ferido em protesto na Avenida Doutor Arnaldo

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A outra denúncia foi de uma ocorrência registrada na escola Coronel Sampaio, em Osasco, na Grande São Paulo, em que PMs teriam jogado bombas nos alunos, “mas não impediram que invasores ateassem fogo no colégio”, segundo o ouvidor. Neves defende que a Secretaria da Educação do Estado abra diálogo com os alunos e chegue a um consenso para evitar consequências “nefastas” que já estariam acontecendo, como nos casos de agressão aos manifestantes. 

“Se o governador mantivesse o diálogo com as partes interessadas, a PM não precisaria ser acionada. O que acontece é que a polícia vem apagar um fogo que não foi ela quem jogou álcool. Depois, ela é recriminada por essa ação”, disse o ouvidor.

Além dessas duas denúncias, o ouvidor disse ter encaminhado à Corregedoria a apuração de outras seis situações de abuso - duas em manifestações, nas avenidas Paulista e 9 de Julho, com o uso de bombas de efeito moral e spray de pimenta. Há ainda a apuração de quatro situações em escolas ocupadas, duas em Campinas, no interior.

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Alunos que tomaram 190 escolas no Estado contra reforma se organizam nos colégios, estabelecendo regras para o protesto e tarefas

Acusações. Nesta quarta, o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse, em nota, que “estranha a atitude político-partidária do ouvidor” e o criticou, dizendo que ele não tem “atribuição nem conhecimento técnico para comentar a reestruturação de ensino”. 

Disse ainda que Neves “demonstra total desconhecimento das ações da Segurança Pública, pois a polícia continuará atuando para impedir que haja dano ao patrimônio público, como o ocorrido em Osasco, ou tumultos e badernas nas ruas”. 

“Não estou me intrometendo na reorganização, nem ao menos comentei sobre ela. Sugeri que houvesse mais diálogo. A ouvidoria tem uma ação suprapartidária e estou representando um sentimento público”, disse Neves, indicado por Alckmin em novembro para mais dois anos de mandato. 

Essa foi a primeira vez, desde a criação da Ouvidoria, em 1995, que um secretário acusa um ouvidor de ter “intenções partidárias” ao pedir a apuração da atuação de policiais. Mesmo o primeiro ouvidor, Benedito Mariano, que trabalhou com os secretários da Segurança José Afonso da Silva e Marco Petrelluzzi, entre 1995 e 2000, disse nesta quarta que nunca foi reprimido por eles ou pelo governador Mario Covas (PSDB). Ligado ao PT, Mariano foi secretário de várias administrações petistas.

SÃO PAULO - A Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo pediu a investigação de oito situações em que podem ter ocorrido abusos na ação da Polícia Militar nas ocupações de escolas e em protestos contra a reorganização escolar de Geraldo Alckmin (PSDB). Em duas delas, as denúncias, além de serem encaminhadas para a Corregedoria da PM, também foram levadas ao Ministério Público.

De acordo com o ouvidor, Julio Cesar Fernandes Neves, os dois casos já encaminhados ao MP tinham “mais indícios” de lesão aos alunos e as agressões foram gravadas em vídeo. Uma delas aconteceu na terça-feira na Escola Estadual Maria José, na Bela Vista, no centro de São Paulo. Os policiais entraram em confronto com os estudantes, “agredindo um deles no peito e derrubando-o no chão”. “Na sequência, fecharam a porta, tudo isso visto em vídeo que está nas redes sociais”, diz o ouvidor.

Da mobilização nas ruas à ocupação de escolas

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Protesto de estudantes na 9 de julho

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Escola em Campinas

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Contra reorganização escolar

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Protesto de estudantes na 9 de julho

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Ferido em protesto na Avenida Doutor Arnaldo

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“Se o governador mantivesse o diálogo com as partes interessadas, a PM não precisaria ser acionada. O que acontece é que a polícia vem apagar um fogo que não foi ela quem jogou álcool. Depois, ela é recriminada por essa ação”, disse o ouvidor.

Além dessas duas denúncias, o ouvidor disse ter encaminhado à Corregedoria a apuração de outras seis situações de abuso - duas em manifestações, nas avenidas Paulista e 9 de Julho, com o uso de bombas de efeito moral e spray de pimenta. Há ainda a apuração de quatro situações em escolas ocupadas, duas em Campinas, no interior.

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Acusações. Nesta quarta, o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse, em nota, que “estranha a atitude político-partidária do ouvidor” e o criticou, dizendo que ele não tem “atribuição nem conhecimento técnico para comentar a reestruturação de ensino”. 

Disse ainda que Neves “demonstra total desconhecimento das ações da Segurança Pública, pois a polícia continuará atuando para impedir que haja dano ao patrimônio público, como o ocorrido em Osasco, ou tumultos e badernas nas ruas”. 

“Não estou me intrometendo na reorganização, nem ao menos comentei sobre ela. Sugeri que houvesse mais diálogo. A ouvidoria tem uma ação suprapartidária e estou representando um sentimento público”, disse Neves, indicado por Alckmin em novembro para mais dois anos de mandato. 

Essa foi a primeira vez, desde a criação da Ouvidoria, em 1995, que um secretário acusa um ouvidor de ter “intenções partidárias” ao pedir a apuração da atuação de policiais. Mesmo o primeiro ouvidor, Benedito Mariano, que trabalhou com os secretários da Segurança José Afonso da Silva e Marco Petrelluzzi, entre 1995 e 2000, disse nesta quarta que nunca foi reprimido por eles ou pelo governador Mario Covas (PSDB). Ligado ao PT, Mariano foi secretário de várias administrações petistas.

SÃO PAULO - A Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo pediu a investigação de oito situações em que podem ter ocorrido abusos na ação da Polícia Militar nas ocupações de escolas e em protestos contra a reorganização escolar de Geraldo Alckmin (PSDB). Em duas delas, as denúncias, além de serem encaminhadas para a Corregedoria da PM, também foram levadas ao Ministério Público.

De acordo com o ouvidor, Julio Cesar Fernandes Neves, os dois casos já encaminhados ao MP tinham “mais indícios” de lesão aos alunos e as agressões foram gravadas em vídeo. Uma delas aconteceu na terça-feira na Escola Estadual Maria José, na Bela Vista, no centro de São Paulo. Os policiais entraram em confronto com os estudantes, “agredindo um deles no peito e derrubando-o no chão”. “Na sequência, fecharam a porta, tudo isso visto em vídeo que está nas redes sociais”, diz o ouvidor.

Da mobilização nas ruas à ocupação de escolas

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De volta às ruas

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Escola na Vila Jaguará

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Escola na Vila Inah

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Escola na Vila Inah

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Escola em Cidade Tiradentes

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Protesto de estudantes na 9 de julho

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Mobilização nas ruas

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Estudantes nas ruas

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De volta às ruas

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Escola em Pinheiros

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Escola em Pinheiros

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Escola em Pinheiros

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Escola em Pinheiros

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Escola na Vila Mazzei

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Escola na Vila Mazzei

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Escola na Vila Mazzei

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Escola na Vila Mazzei

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Escola na Chácara Santo Antônio

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Escola na Vila Jaraguá

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Escola em Campinas

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Escola em Guarulhos

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Contra reorganização escolar

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Protesto de estudantes na 9 de julho

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PM e estudantes entram em confronto em protesto na Dr. Arnaldo

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Ferido em protesto na Avenida Doutor Arnaldo

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A outra denúncia foi de uma ocorrência registrada na escola Coronel Sampaio, em Osasco, na Grande São Paulo, em que PMs teriam jogado bombas nos alunos, “mas não impediram que invasores ateassem fogo no colégio”, segundo o ouvidor. Neves defende que a Secretaria da Educação do Estado abra diálogo com os alunos e chegue a um consenso para evitar consequências “nefastas” que já estariam acontecendo, como nos casos de agressão aos manifestantes. 

“Se o governador mantivesse o diálogo com as partes interessadas, a PM não precisaria ser acionada. O que acontece é que a polícia vem apagar um fogo que não foi ela quem jogou álcool. Depois, ela é recriminada por essa ação”, disse o ouvidor.

Além dessas duas denúncias, o ouvidor disse ter encaminhado à Corregedoria a apuração de outras seis situações de abuso - duas em manifestações, nas avenidas Paulista e 9 de Julho, com o uso de bombas de efeito moral e spray de pimenta. Há ainda a apuração de quatro situações em escolas ocupadas, duas em Campinas, no interior.

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Alunos que tomaram 190 escolas no Estado contra reforma se organizam nos colégios, estabelecendo regras para o protesto e tarefas

Acusações. Nesta quarta, o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse, em nota, que “estranha a atitude político-partidária do ouvidor” e o criticou, dizendo que ele não tem “atribuição nem conhecimento técnico para comentar a reestruturação de ensino”. 

Disse ainda que Neves “demonstra total desconhecimento das ações da Segurança Pública, pois a polícia continuará atuando para impedir que haja dano ao patrimônio público, como o ocorrido em Osasco, ou tumultos e badernas nas ruas”. 

“Não estou me intrometendo na reorganização, nem ao menos comentei sobre ela. Sugeri que houvesse mais diálogo. A ouvidoria tem uma ação suprapartidária e estou representando um sentimento público”, disse Neves, indicado por Alckmin em novembro para mais dois anos de mandato. 

Essa foi a primeira vez, desde a criação da Ouvidoria, em 1995, que um secretário acusa um ouvidor de ter “intenções partidárias” ao pedir a apuração da atuação de policiais. Mesmo o primeiro ouvidor, Benedito Mariano, que trabalhou com os secretários da Segurança José Afonso da Silva e Marco Petrelluzzi, entre 1995 e 2000, disse nesta quarta que nunca foi reprimido por eles ou pelo governador Mario Covas (PSDB). Ligado ao PT, Mariano foi secretário de várias administrações petistas.

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