Por que os brasileiros querem tanto estudar em Portugal?


Pesquisa mostra que 80% dos jovens das classes A e B gostariam de ir para o país europeu, a maioria deles para fazer graduação

Por Renata Cafardo
Atualização:

Facilidade do idioma, mensalidades acessíveis e a experiência de viver na Europa são algumas das razões que fazem com que 80% dos jovens das classes A e B do País queiram estudar em Portugal. Mesmo com o número crescente de episódios de xenofobia contra brasileiros, o interesse pelo destino tem crescido nos últimos anos, segundo especialistas.

Pesquisa realizada pelo Instituto Semesp e pelo MK Estatística ouviu jovens de 15 a 25 anos de todo o País e mostrou que o maior interesse é fazer graduação, 70% deles. A área mais citada foi a Tecnologia da Informação.

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O levantamento foi feito a pedido do Istituto Europeo di Design (IED), instituição italiana, com unidades no Brasil, Itália e Espanha. A faculdade pretende abrir em 2025 uma nova unidade no Porto, em Portugal, mas totalmente voltada para o mercado brasileiro.

O instituto tem cursos nas áreas de Design, Moda, Arte e Arquitetura. “Nosso foco é prospectar alunos aqui, fazer a seleção, para que os brasileiros possam estudar lá”, diz o diretor geral do IED no Brasil, Gianfranco Pisaneschi.

Uma das razões é que os europeus pouco optam por instituições privadas, como o IED, porque há diversas opções de universidades públicas com baixas taxas na Europa. Mas, para os brasileiros, o valor é muitas vezes mais acessível do que o cobrado por cursos de excelência também pagos no País.

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Amanda Lins, de 19 anos, cursa Fisioterapia no Instituto Politécnico de Coimbra Foto: Afonso Petronilho

Amanda Lins, de 19 anos, cursa Fisioterapia no Instituto Politécnico de Coimbra e sua mensalidade é de €$ 300, o equivalente a R$ 1,8 mil. Ela chegou a ingressar em uma universidade federal no Brasil, mas preferiu ir para Portugal no ano passado.

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O mesmo resultado que ela teve no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) garantiu um lugar na faculdade portuguesa. Muitas instituições de ensino em Portugal aceitam o Enem na processo de seleção.

“Por ter tido muito contato ainda no Brasil com a área da saúde, acho que Portugal ainda é um pouco atrasado nesse aspecto, mas sei das inúmeras vantagens quando me formar, já que meu diploma é aceito por todos os países da União Europeia, e posso atuar em qualquer um deles no futuro”, diz Amanda.

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O paulistano Teodoro Marques, de 19 anos, também fala das vantagens do diploma português e da experiência internacional, que permite com que conheça pessoas do mundo todo na faculdade. Ele começa em setembro seu 2º ano no curso de Engenharia de Informática na Universidade de Coimbra.

O estudante elogia o conteúdo do curso, mas diz que, mesmo sendo também em Português, há uma dificuldade inicial para se compreender as aulas por causa do sotaque. “Vejo casos isolados de preconceito. Eu tive alguns episódios de leve desconforto, mas, no geral, está sendo uma experiência bem positiva”, afirma.

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Teodoro Marques, de 19 anos, começa em setembro seu segundo ano no curso de Engenharia de Informática na Universidade de Coimbra. Foto: Edgard Copque

Há em Portugal cerca de 400 mil brasileiros, isso sem contar os que têm cidadania europeia, número que cresce a cada ano. Entre 2021 a 2022, a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial de Portugal reportou alta de 505% nas denúncias de xenofobia contra brasileiros.

A Daqui pra Fora, empresa especializada em consultoria para brasileiros que querem estudar o exterior, sequer trabalhava com universidades portuguesas há três anos. Atualmente, o interesse pelo país aumentou especialmente em áreas de Humanas, diz o head de operações Philippe Silveira.

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“Mesmo que as universidades portuguesas não estejam no top 50 do mundo, há a possibilidade de usar o Enem e ainda o custo benefício é muito bom comparado com as americanas”, afirma.

“Para quem não consegue entrar nas grandes universidades dos EUA, a Europa tem a vantagem de oferecer ótimas cidades para morar. A família acaba pagando o mesmo para que o filho ficar no Porto, em Madri, ou viver em Kentucky, Illinois (EUA)”, acrescenta.

  • Nas mais bem posicionadas universidades americanas, como Harvard, Columbia, Stanford, MIT, o valor gasto por ano chega a U$ 100 mil (R$ 550 mil).
  • Em instituições menores dos EUA fica em torno de U$ 35 mil (190 mil) por ano, enquanto na Europa são cerca de €$ 20 mil (R$ 180 mil).
  • Os cursos do IED em Portugal custarão em torno de €$ 5 mil (R$ 30 mil) a anuidade.
  • Brasileiros com cidadania europeia ainda pagam muito menos, entre €$1 mil a €$ 5 mil por ano (R$ 6 mil a 30 mil), na maioria dos países do continente.

Além disso, diz Silveira, a experiência de passar um tempo fora, conhecer várias culturas e gente do mundo todo é muito valorizada. “Academicamente não ganha muito em relação a universidades brasileiras, mas tem todo esse contexto. O ‘fora de sala de aula’, para alguns, pesa mais.”

Para Rodrigo Capelato, do Instituto Semesp, que reúne universidades privadas brasileiras, o país europeu é um concorrente competitivo para as instituições daqui também porque as famílias se preocupam com a falta de segurança no Brasil.

“Muitos da classe média têm o sonho de ver os filhos estudando nos EUA, mas Portugal é um destino mais factível”, afirma. “Portugal ainda tem o envelhecimento da população, precisa de jovens, tem universidades com vagas sobrando.”

Facilidade do idioma, mensalidades acessíveis e a experiência de viver na Europa são algumas das razões que fazem com que 80% dos jovens das classes A e B do País queiram estudar em Portugal. Mesmo com o número crescente de episódios de xenofobia contra brasileiros, o interesse pelo destino tem crescido nos últimos anos, segundo especialistas.

Pesquisa realizada pelo Instituto Semesp e pelo MK Estatística ouviu jovens de 15 a 25 anos de todo o País e mostrou que o maior interesse é fazer graduação, 70% deles. A área mais citada foi a Tecnologia da Informação.

O levantamento foi feito a pedido do Istituto Europeo di Design (IED), instituição italiana, com unidades no Brasil, Itália e Espanha. A faculdade pretende abrir em 2025 uma nova unidade no Porto, em Portugal, mas totalmente voltada para o mercado brasileiro.

O instituto tem cursos nas áreas de Design, Moda, Arte e Arquitetura. “Nosso foco é prospectar alunos aqui, fazer a seleção, para que os brasileiros possam estudar lá”, diz o diretor geral do IED no Brasil, Gianfranco Pisaneschi.

Uma das razões é que os europeus pouco optam por instituições privadas, como o IED, porque há diversas opções de universidades públicas com baixas taxas na Europa. Mas, para os brasileiros, o valor é muitas vezes mais acessível do que o cobrado por cursos de excelência também pagos no País.

Amanda Lins, de 19 anos, cursa Fisioterapia no Instituto Politécnico de Coimbra Foto: Afonso Petronilho

Amanda Lins, de 19 anos, cursa Fisioterapia no Instituto Politécnico de Coimbra e sua mensalidade é de €$ 300, o equivalente a R$ 1,8 mil. Ela chegou a ingressar em uma universidade federal no Brasil, mas preferiu ir para Portugal no ano passado.

O mesmo resultado que ela teve no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) garantiu um lugar na faculdade portuguesa. Muitas instituições de ensino em Portugal aceitam o Enem na processo de seleção.

“Por ter tido muito contato ainda no Brasil com a área da saúde, acho que Portugal ainda é um pouco atrasado nesse aspecto, mas sei das inúmeras vantagens quando me formar, já que meu diploma é aceito por todos os países da União Europeia, e posso atuar em qualquer um deles no futuro”, diz Amanda.

O paulistano Teodoro Marques, de 19 anos, também fala das vantagens do diploma português e da experiência internacional, que permite com que conheça pessoas do mundo todo na faculdade. Ele começa em setembro seu 2º ano no curso de Engenharia de Informática na Universidade de Coimbra.

O estudante elogia o conteúdo do curso, mas diz que, mesmo sendo também em Português, há uma dificuldade inicial para se compreender as aulas por causa do sotaque. “Vejo casos isolados de preconceito. Eu tive alguns episódios de leve desconforto, mas, no geral, está sendo uma experiência bem positiva”, afirma.

Teodoro Marques, de 19 anos, começa em setembro seu segundo ano no curso de Engenharia de Informática na Universidade de Coimbra. Foto: Edgard Copque

Há em Portugal cerca de 400 mil brasileiros, isso sem contar os que têm cidadania europeia, número que cresce a cada ano. Entre 2021 a 2022, a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial de Portugal reportou alta de 505% nas denúncias de xenofobia contra brasileiros.

A Daqui pra Fora, empresa especializada em consultoria para brasileiros que querem estudar o exterior, sequer trabalhava com universidades portuguesas há três anos. Atualmente, o interesse pelo país aumentou especialmente em áreas de Humanas, diz o head de operações Philippe Silveira.

“Mesmo que as universidades portuguesas não estejam no top 50 do mundo, há a possibilidade de usar o Enem e ainda o custo benefício é muito bom comparado com as americanas”, afirma.

“Para quem não consegue entrar nas grandes universidades dos EUA, a Europa tem a vantagem de oferecer ótimas cidades para morar. A família acaba pagando o mesmo para que o filho ficar no Porto, em Madri, ou viver em Kentucky, Illinois (EUA)”, acrescenta.

  • Nas mais bem posicionadas universidades americanas, como Harvard, Columbia, Stanford, MIT, o valor gasto por ano chega a U$ 100 mil (R$ 550 mil).
  • Em instituições menores dos EUA fica em torno de U$ 35 mil (190 mil) por ano, enquanto na Europa são cerca de €$ 20 mil (R$ 180 mil).
  • Os cursos do IED em Portugal custarão em torno de €$ 5 mil (R$ 30 mil) a anuidade.
  • Brasileiros com cidadania europeia ainda pagam muito menos, entre €$1 mil a €$ 5 mil por ano (R$ 6 mil a 30 mil), na maioria dos países do continente.

Além disso, diz Silveira, a experiência de passar um tempo fora, conhecer várias culturas e gente do mundo todo é muito valorizada. “Academicamente não ganha muito em relação a universidades brasileiras, mas tem todo esse contexto. O ‘fora de sala de aula’, para alguns, pesa mais.”

Para Rodrigo Capelato, do Instituto Semesp, que reúne universidades privadas brasileiras, o país europeu é um concorrente competitivo para as instituições daqui também porque as famílias se preocupam com a falta de segurança no Brasil.

“Muitos da classe média têm o sonho de ver os filhos estudando nos EUA, mas Portugal é um destino mais factível”, afirma. “Portugal ainda tem o envelhecimento da população, precisa de jovens, tem universidades com vagas sobrando.”

Facilidade do idioma, mensalidades acessíveis e a experiência de viver na Europa são algumas das razões que fazem com que 80% dos jovens das classes A e B do País queiram estudar em Portugal. Mesmo com o número crescente de episódios de xenofobia contra brasileiros, o interesse pelo destino tem crescido nos últimos anos, segundo especialistas.

Pesquisa realizada pelo Instituto Semesp e pelo MK Estatística ouviu jovens de 15 a 25 anos de todo o País e mostrou que o maior interesse é fazer graduação, 70% deles. A área mais citada foi a Tecnologia da Informação.

O levantamento foi feito a pedido do Istituto Europeo di Design (IED), instituição italiana, com unidades no Brasil, Itália e Espanha. A faculdade pretende abrir em 2025 uma nova unidade no Porto, em Portugal, mas totalmente voltada para o mercado brasileiro.

O instituto tem cursos nas áreas de Design, Moda, Arte e Arquitetura. “Nosso foco é prospectar alunos aqui, fazer a seleção, para que os brasileiros possam estudar lá”, diz o diretor geral do IED no Brasil, Gianfranco Pisaneschi.

Uma das razões é que os europeus pouco optam por instituições privadas, como o IED, porque há diversas opções de universidades públicas com baixas taxas na Europa. Mas, para os brasileiros, o valor é muitas vezes mais acessível do que o cobrado por cursos de excelência também pagos no País.

Amanda Lins, de 19 anos, cursa Fisioterapia no Instituto Politécnico de Coimbra Foto: Afonso Petronilho

Amanda Lins, de 19 anos, cursa Fisioterapia no Instituto Politécnico de Coimbra e sua mensalidade é de €$ 300, o equivalente a R$ 1,8 mil. Ela chegou a ingressar em uma universidade federal no Brasil, mas preferiu ir para Portugal no ano passado.

O mesmo resultado que ela teve no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) garantiu um lugar na faculdade portuguesa. Muitas instituições de ensino em Portugal aceitam o Enem na processo de seleção.

“Por ter tido muito contato ainda no Brasil com a área da saúde, acho que Portugal ainda é um pouco atrasado nesse aspecto, mas sei das inúmeras vantagens quando me formar, já que meu diploma é aceito por todos os países da União Europeia, e posso atuar em qualquer um deles no futuro”, diz Amanda.

O paulistano Teodoro Marques, de 19 anos, também fala das vantagens do diploma português e da experiência internacional, que permite com que conheça pessoas do mundo todo na faculdade. Ele começa em setembro seu 2º ano no curso de Engenharia de Informática na Universidade de Coimbra.

O estudante elogia o conteúdo do curso, mas diz que, mesmo sendo também em Português, há uma dificuldade inicial para se compreender as aulas por causa do sotaque. “Vejo casos isolados de preconceito. Eu tive alguns episódios de leve desconforto, mas, no geral, está sendo uma experiência bem positiva”, afirma.

Teodoro Marques, de 19 anos, começa em setembro seu segundo ano no curso de Engenharia de Informática na Universidade de Coimbra. Foto: Edgard Copque

Há em Portugal cerca de 400 mil brasileiros, isso sem contar os que têm cidadania europeia, número que cresce a cada ano. Entre 2021 a 2022, a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial de Portugal reportou alta de 505% nas denúncias de xenofobia contra brasileiros.

A Daqui pra Fora, empresa especializada em consultoria para brasileiros que querem estudar o exterior, sequer trabalhava com universidades portuguesas há três anos. Atualmente, o interesse pelo país aumentou especialmente em áreas de Humanas, diz o head de operações Philippe Silveira.

“Mesmo que as universidades portuguesas não estejam no top 50 do mundo, há a possibilidade de usar o Enem e ainda o custo benefício é muito bom comparado com as americanas”, afirma.

“Para quem não consegue entrar nas grandes universidades dos EUA, a Europa tem a vantagem de oferecer ótimas cidades para morar. A família acaba pagando o mesmo para que o filho ficar no Porto, em Madri, ou viver em Kentucky, Illinois (EUA)”, acrescenta.

  • Nas mais bem posicionadas universidades americanas, como Harvard, Columbia, Stanford, MIT, o valor gasto por ano chega a U$ 100 mil (R$ 550 mil).
  • Em instituições menores dos EUA fica em torno de U$ 35 mil (190 mil) por ano, enquanto na Europa são cerca de €$ 20 mil (R$ 180 mil).
  • Os cursos do IED em Portugal custarão em torno de €$ 5 mil (R$ 30 mil) a anuidade.
  • Brasileiros com cidadania europeia ainda pagam muito menos, entre €$1 mil a €$ 5 mil por ano (R$ 6 mil a 30 mil), na maioria dos países do continente.

Além disso, diz Silveira, a experiência de passar um tempo fora, conhecer várias culturas e gente do mundo todo é muito valorizada. “Academicamente não ganha muito em relação a universidades brasileiras, mas tem todo esse contexto. O ‘fora de sala de aula’, para alguns, pesa mais.”

Para Rodrigo Capelato, do Instituto Semesp, que reúne universidades privadas brasileiras, o país europeu é um concorrente competitivo para as instituições daqui também porque as famílias se preocupam com a falta de segurança no Brasil.

“Muitos da classe média têm o sonho de ver os filhos estudando nos EUA, mas Portugal é um destino mais factível”, afirma. “Portugal ainda tem o envelhecimento da população, precisa de jovens, tem universidades com vagas sobrando.”

Facilidade do idioma, mensalidades acessíveis e a experiência de viver na Europa são algumas das razões que fazem com que 80% dos jovens das classes A e B do País queiram estudar em Portugal. Mesmo com o número crescente de episódios de xenofobia contra brasileiros, o interesse pelo destino tem crescido nos últimos anos, segundo especialistas.

Pesquisa realizada pelo Instituto Semesp e pelo MK Estatística ouviu jovens de 15 a 25 anos de todo o País e mostrou que o maior interesse é fazer graduação, 70% deles. A área mais citada foi a Tecnologia da Informação.

O levantamento foi feito a pedido do Istituto Europeo di Design (IED), instituição italiana, com unidades no Brasil, Itália e Espanha. A faculdade pretende abrir em 2025 uma nova unidade no Porto, em Portugal, mas totalmente voltada para o mercado brasileiro.

O instituto tem cursos nas áreas de Design, Moda, Arte e Arquitetura. “Nosso foco é prospectar alunos aqui, fazer a seleção, para que os brasileiros possam estudar lá”, diz o diretor geral do IED no Brasil, Gianfranco Pisaneschi.

Uma das razões é que os europeus pouco optam por instituições privadas, como o IED, porque há diversas opções de universidades públicas com baixas taxas na Europa. Mas, para os brasileiros, o valor é muitas vezes mais acessível do que o cobrado por cursos de excelência também pagos no País.

Amanda Lins, de 19 anos, cursa Fisioterapia no Instituto Politécnico de Coimbra Foto: Afonso Petronilho

Amanda Lins, de 19 anos, cursa Fisioterapia no Instituto Politécnico de Coimbra e sua mensalidade é de €$ 300, o equivalente a R$ 1,8 mil. Ela chegou a ingressar em uma universidade federal no Brasil, mas preferiu ir para Portugal no ano passado.

O mesmo resultado que ela teve no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) garantiu um lugar na faculdade portuguesa. Muitas instituições de ensino em Portugal aceitam o Enem na processo de seleção.

“Por ter tido muito contato ainda no Brasil com a área da saúde, acho que Portugal ainda é um pouco atrasado nesse aspecto, mas sei das inúmeras vantagens quando me formar, já que meu diploma é aceito por todos os países da União Europeia, e posso atuar em qualquer um deles no futuro”, diz Amanda.

O paulistano Teodoro Marques, de 19 anos, também fala das vantagens do diploma português e da experiência internacional, que permite com que conheça pessoas do mundo todo na faculdade. Ele começa em setembro seu 2º ano no curso de Engenharia de Informática na Universidade de Coimbra.

O estudante elogia o conteúdo do curso, mas diz que, mesmo sendo também em Português, há uma dificuldade inicial para se compreender as aulas por causa do sotaque. “Vejo casos isolados de preconceito. Eu tive alguns episódios de leve desconforto, mas, no geral, está sendo uma experiência bem positiva”, afirma.

Teodoro Marques, de 19 anos, começa em setembro seu segundo ano no curso de Engenharia de Informática na Universidade de Coimbra. Foto: Edgard Copque

Há em Portugal cerca de 400 mil brasileiros, isso sem contar os que têm cidadania europeia, número que cresce a cada ano. Entre 2021 a 2022, a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial de Portugal reportou alta de 505% nas denúncias de xenofobia contra brasileiros.

A Daqui pra Fora, empresa especializada em consultoria para brasileiros que querem estudar o exterior, sequer trabalhava com universidades portuguesas há três anos. Atualmente, o interesse pelo país aumentou especialmente em áreas de Humanas, diz o head de operações Philippe Silveira.

“Mesmo que as universidades portuguesas não estejam no top 50 do mundo, há a possibilidade de usar o Enem e ainda o custo benefício é muito bom comparado com as americanas”, afirma.

“Para quem não consegue entrar nas grandes universidades dos EUA, a Europa tem a vantagem de oferecer ótimas cidades para morar. A família acaba pagando o mesmo para que o filho ficar no Porto, em Madri, ou viver em Kentucky, Illinois (EUA)”, acrescenta.

  • Nas mais bem posicionadas universidades americanas, como Harvard, Columbia, Stanford, MIT, o valor gasto por ano chega a U$ 100 mil (R$ 550 mil).
  • Em instituições menores dos EUA fica em torno de U$ 35 mil (190 mil) por ano, enquanto na Europa são cerca de €$ 20 mil (R$ 180 mil).
  • Os cursos do IED em Portugal custarão em torno de €$ 5 mil (R$ 30 mil) a anuidade.
  • Brasileiros com cidadania europeia ainda pagam muito menos, entre €$1 mil a €$ 5 mil por ano (R$ 6 mil a 30 mil), na maioria dos países do continente.

Além disso, diz Silveira, a experiência de passar um tempo fora, conhecer várias culturas e gente do mundo todo é muito valorizada. “Academicamente não ganha muito em relação a universidades brasileiras, mas tem todo esse contexto. O ‘fora de sala de aula’, para alguns, pesa mais.”

Para Rodrigo Capelato, do Instituto Semesp, que reúne universidades privadas brasileiras, o país europeu é um concorrente competitivo para as instituições daqui também porque as famílias se preocupam com a falta de segurança no Brasil.

“Muitos da classe média têm o sonho de ver os filhos estudando nos EUA, mas Portugal é um destino mais factível”, afirma. “Portugal ainda tem o envelhecimento da população, precisa de jovens, tem universidades com vagas sobrando.”

Facilidade do idioma, mensalidades acessíveis e a experiência de viver na Europa são algumas das razões que fazem com que 80% dos jovens das classes A e B do País queiram estudar em Portugal. Mesmo com o número crescente de episódios de xenofobia contra brasileiros, o interesse pelo destino tem crescido nos últimos anos, segundo especialistas.

Pesquisa realizada pelo Instituto Semesp e pelo MK Estatística ouviu jovens de 15 a 25 anos de todo o País e mostrou que o maior interesse é fazer graduação, 70% deles. A área mais citada foi a Tecnologia da Informação.

O levantamento foi feito a pedido do Istituto Europeo di Design (IED), instituição italiana, com unidades no Brasil, Itália e Espanha. A faculdade pretende abrir em 2025 uma nova unidade no Porto, em Portugal, mas totalmente voltada para o mercado brasileiro.

O instituto tem cursos nas áreas de Design, Moda, Arte e Arquitetura. “Nosso foco é prospectar alunos aqui, fazer a seleção, para que os brasileiros possam estudar lá”, diz o diretor geral do IED no Brasil, Gianfranco Pisaneschi.

Uma das razões é que os europeus pouco optam por instituições privadas, como o IED, porque há diversas opções de universidades públicas com baixas taxas na Europa. Mas, para os brasileiros, o valor é muitas vezes mais acessível do que o cobrado por cursos de excelência também pagos no País.

Amanda Lins, de 19 anos, cursa Fisioterapia no Instituto Politécnico de Coimbra Foto: Afonso Petronilho

Amanda Lins, de 19 anos, cursa Fisioterapia no Instituto Politécnico de Coimbra e sua mensalidade é de €$ 300, o equivalente a R$ 1,8 mil. Ela chegou a ingressar em uma universidade federal no Brasil, mas preferiu ir para Portugal no ano passado.

O mesmo resultado que ela teve no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) garantiu um lugar na faculdade portuguesa. Muitas instituições de ensino em Portugal aceitam o Enem na processo de seleção.

“Por ter tido muito contato ainda no Brasil com a área da saúde, acho que Portugal ainda é um pouco atrasado nesse aspecto, mas sei das inúmeras vantagens quando me formar, já que meu diploma é aceito por todos os países da União Europeia, e posso atuar em qualquer um deles no futuro”, diz Amanda.

O paulistano Teodoro Marques, de 19 anos, também fala das vantagens do diploma português e da experiência internacional, que permite com que conheça pessoas do mundo todo na faculdade. Ele começa em setembro seu 2º ano no curso de Engenharia de Informática na Universidade de Coimbra.

O estudante elogia o conteúdo do curso, mas diz que, mesmo sendo também em Português, há uma dificuldade inicial para se compreender as aulas por causa do sotaque. “Vejo casos isolados de preconceito. Eu tive alguns episódios de leve desconforto, mas, no geral, está sendo uma experiência bem positiva”, afirma.

Teodoro Marques, de 19 anos, começa em setembro seu segundo ano no curso de Engenharia de Informática na Universidade de Coimbra. Foto: Edgard Copque

Há em Portugal cerca de 400 mil brasileiros, isso sem contar os que têm cidadania europeia, número que cresce a cada ano. Entre 2021 a 2022, a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial de Portugal reportou alta de 505% nas denúncias de xenofobia contra brasileiros.

A Daqui pra Fora, empresa especializada em consultoria para brasileiros que querem estudar o exterior, sequer trabalhava com universidades portuguesas há três anos. Atualmente, o interesse pelo país aumentou especialmente em áreas de Humanas, diz o head de operações Philippe Silveira.

“Mesmo que as universidades portuguesas não estejam no top 50 do mundo, há a possibilidade de usar o Enem e ainda o custo benefício é muito bom comparado com as americanas”, afirma.

“Para quem não consegue entrar nas grandes universidades dos EUA, a Europa tem a vantagem de oferecer ótimas cidades para morar. A família acaba pagando o mesmo para que o filho ficar no Porto, em Madri, ou viver em Kentucky, Illinois (EUA)”, acrescenta.

  • Nas mais bem posicionadas universidades americanas, como Harvard, Columbia, Stanford, MIT, o valor gasto por ano chega a U$ 100 mil (R$ 550 mil).
  • Em instituições menores dos EUA fica em torno de U$ 35 mil (190 mil) por ano, enquanto na Europa são cerca de €$ 20 mil (R$ 180 mil).
  • Os cursos do IED em Portugal custarão em torno de €$ 5 mil (R$ 30 mil) a anuidade.
  • Brasileiros com cidadania europeia ainda pagam muito menos, entre €$1 mil a €$ 5 mil por ano (R$ 6 mil a 30 mil), na maioria dos países do continente.

Além disso, diz Silveira, a experiência de passar um tempo fora, conhecer várias culturas e gente do mundo todo é muito valorizada. “Academicamente não ganha muito em relação a universidades brasileiras, mas tem todo esse contexto. O ‘fora de sala de aula’, para alguns, pesa mais.”

Para Rodrigo Capelato, do Instituto Semesp, que reúne universidades privadas brasileiras, o país europeu é um concorrente competitivo para as instituições daqui também porque as famílias se preocupam com a falta de segurança no Brasil.

“Muitos da classe média têm o sonho de ver os filhos estudando nos EUA, mas Portugal é um destino mais factível”, afirma. “Portugal ainda tem o envelhecimento da população, precisa de jovens, tem universidades com vagas sobrando.”

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