Presencial, remoto ou híbrido?


As mudanças provocadas pela pandemia estabeleceram um novo pré-requisito para as contratações e para a escolha da empresa dos sonhos

Por Redação

As transformações provocadas no mercado de trabalho pela pandemia vieram para ficar – esse foi um dos consensos entre os participantes do painel “Trabalho no presente” do Festival Start. “O trabalho a distância faz parte da transformação digital, que acontece em todas as dimensões da sociedade. O que a pandemia fez foi provocar uma quebra brusca no entendimento sobre o que é um local de trabalho e, com isso, acelerar um processo que ocorreria de qualquer forma”, avaliou André Fischer, supervisor de Projetos de Pesquisa e Consultoria da FIA Business School.

Divulgação 

Danilca Galdini, head de Pesquisa do Grupo Cia de Talentos, lembrou que as mudanças relacionadas ao trabalho remoto são muito mais profundas do que a simples escolha do local físico. “Envolvem a adoção de um modelo no qual o controle por horas é substituído pela entrega de resultados. Isso permite adaptar melhor o trabalho à rotina doméstica, mas cria também uma sensação de horário intermitente.”

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Embora tenha sido provocada pela falta de alternativas diante da necessidade de isolamento social, a experiência do home office foi, de forma geral, considerada positiva tanto pela maioria das empresas quanto dos profissionais. Receios que existiam em relação à prática ficaram no passado, já que as empresas perceberam que a produtividade não despencou e as pessoas se deram conta de que é possível conciliar vida privada e profissional num mesmo ambiente.

Considerando-se as vantagens e as desvantagens de cada modelo, a saída que parece ser a mais viável para conciliar os interesses das empresas e dos profissionais é o trabalho híbrido, mescla entre presencial e remoto. Não se trata, contudo, de uma possibilidade que se adapta a todas as empresas ou que todas as empresas queiram adotar. Muitas permanecerão 100% presenciais, enquanto outras assumirão o trabalho remoto de forma plena e definitiva.

Ajustes de rota

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O que veremos daqui em diante, projetam os especialistas, é um período de rearranjos baseados nas necessidades e preferências das partes envolvidas. Organizações decididas a manter o presencial precisarão de profissionais alinhados a essa diretriz, correndo o risco de perder muitos talentos, enquanto os profissionais que não abrem mão do trabalho remoto precisarão encontrar empresas que praticam esse modelo, o que pode levá-los a descartar boas oportunidades.

Todas essas possibilidades são influenciadas pelo mercado de atuação da empresa e pela área do profissional. Especialistas em Tecnologia da Informação (TI) estão em condições de impor o trabalho remoto como requisito, pois, além de ser uma cultura bem aceita nesse meio, há excesso de oferta de empregos no setor. Hoje, um profissional de TI que mora numa pequena cidade do interior encontra várias oportunidades para trabalhar em organizações sediadas em qualquer lugar do Brasil ou do mundo.

A disseminação do trabalho a distância não diminui a importância de desenvolver outras habilidades além das técnicas, ressaltou Ana Paula Gonçalves Serra, professora de Engenharia da Computação, Ciência da Computação e Sistemas de Informação do Instituto Mauá de Tecnologia. Isso porque as chamadas soft skills – habilidades comportamentais – serão cada vez mais importantes, mesmo para quem atua de forma remota (leia texto a respeito na página 6 deste caderno).

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“Ser colaborativo, demonstrar criatividade, saber lidar com conflitos, tudo isso certamente vai ser necessário ao longo da carreira, independentemente do modelo de trabalho”, observou a professora. “Por isso é fundamental o estudante aproveitar o tempo na universidade não apenas para o aprendizado técnico, mas também para experiências de trabalho em grupo e atividades extracurriculares que contribuem para o desenvolvimento dessas habilidades comportamentais.”

André Fischer lembrou que há uma geração de profissionais que entraram no mercado de trabalho durante a pandemia e não tiveram a experiência da integração in loco. “Entender a cultura e o modus operandi de uma organização certamente é mais fácil no presencial. O relacionamento face a face transmite emoções de maneira direta, imediata, de uma forma que o relacionamento intermediado pela tecnologia não permite.”

Por outro lado, ressalta o especialista, essa geração já está habituada a construir relacionamentos pelos meios digitais, de tal forma que as dificuldades para construir um senso de pertencimento no trabalho online talvez sejam muito mais dos empregadores do que dos contratados. “Quando as empresas têm dificuldade para que as pessoas entendam e sigam a cultura organizacional, seja no presencial ou no remoto, o desafio de superar esse problema está com as empresas, e não com os profissionais.”

As transformações provocadas no mercado de trabalho pela pandemia vieram para ficar – esse foi um dos consensos entre os participantes do painel “Trabalho no presente” do Festival Start. “O trabalho a distância faz parte da transformação digital, que acontece em todas as dimensões da sociedade. O que a pandemia fez foi provocar uma quebra brusca no entendimento sobre o que é um local de trabalho e, com isso, acelerar um processo que ocorreria de qualquer forma”, avaliou André Fischer, supervisor de Projetos de Pesquisa e Consultoria da FIA Business School.

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Danilca Galdini, head de Pesquisa do Grupo Cia de Talentos, lembrou que as mudanças relacionadas ao trabalho remoto são muito mais profundas do que a simples escolha do local físico. “Envolvem a adoção de um modelo no qual o controle por horas é substituído pela entrega de resultados. Isso permite adaptar melhor o trabalho à rotina doméstica, mas cria também uma sensação de horário intermitente.”

Embora tenha sido provocada pela falta de alternativas diante da necessidade de isolamento social, a experiência do home office foi, de forma geral, considerada positiva tanto pela maioria das empresas quanto dos profissionais. Receios que existiam em relação à prática ficaram no passado, já que as empresas perceberam que a produtividade não despencou e as pessoas se deram conta de que é possível conciliar vida privada e profissional num mesmo ambiente.

Considerando-se as vantagens e as desvantagens de cada modelo, a saída que parece ser a mais viável para conciliar os interesses das empresas e dos profissionais é o trabalho híbrido, mescla entre presencial e remoto. Não se trata, contudo, de uma possibilidade que se adapta a todas as empresas ou que todas as empresas queiram adotar. Muitas permanecerão 100% presenciais, enquanto outras assumirão o trabalho remoto de forma plena e definitiva.

Ajustes de rota

O que veremos daqui em diante, projetam os especialistas, é um período de rearranjos baseados nas necessidades e preferências das partes envolvidas. Organizações decididas a manter o presencial precisarão de profissionais alinhados a essa diretriz, correndo o risco de perder muitos talentos, enquanto os profissionais que não abrem mão do trabalho remoto precisarão encontrar empresas que praticam esse modelo, o que pode levá-los a descartar boas oportunidades.

Todas essas possibilidades são influenciadas pelo mercado de atuação da empresa e pela área do profissional. Especialistas em Tecnologia da Informação (TI) estão em condições de impor o trabalho remoto como requisito, pois, além de ser uma cultura bem aceita nesse meio, há excesso de oferta de empregos no setor. Hoje, um profissional de TI que mora numa pequena cidade do interior encontra várias oportunidades para trabalhar em organizações sediadas em qualquer lugar do Brasil ou do mundo.

A disseminação do trabalho a distância não diminui a importância de desenvolver outras habilidades além das técnicas, ressaltou Ana Paula Gonçalves Serra, professora de Engenharia da Computação, Ciência da Computação e Sistemas de Informação do Instituto Mauá de Tecnologia. Isso porque as chamadas soft skills – habilidades comportamentais – serão cada vez mais importantes, mesmo para quem atua de forma remota (leia texto a respeito na página 6 deste caderno).

“Ser colaborativo, demonstrar criatividade, saber lidar com conflitos, tudo isso certamente vai ser necessário ao longo da carreira, independentemente do modelo de trabalho”, observou a professora. “Por isso é fundamental o estudante aproveitar o tempo na universidade não apenas para o aprendizado técnico, mas também para experiências de trabalho em grupo e atividades extracurriculares que contribuem para o desenvolvimento dessas habilidades comportamentais.”

André Fischer lembrou que há uma geração de profissionais que entraram no mercado de trabalho durante a pandemia e não tiveram a experiência da integração in loco. “Entender a cultura e o modus operandi de uma organização certamente é mais fácil no presencial. O relacionamento face a face transmite emoções de maneira direta, imediata, de uma forma que o relacionamento intermediado pela tecnologia não permite.”

Por outro lado, ressalta o especialista, essa geração já está habituada a construir relacionamentos pelos meios digitais, de tal forma que as dificuldades para construir um senso de pertencimento no trabalho online talvez sejam muito mais dos empregadores do que dos contratados. “Quando as empresas têm dificuldade para que as pessoas entendam e sigam a cultura organizacional, seja no presencial ou no remoto, o desafio de superar esse problema está com as empresas, e não com os profissionais.”

As transformações provocadas no mercado de trabalho pela pandemia vieram para ficar – esse foi um dos consensos entre os participantes do painel “Trabalho no presente” do Festival Start. “O trabalho a distância faz parte da transformação digital, que acontece em todas as dimensões da sociedade. O que a pandemia fez foi provocar uma quebra brusca no entendimento sobre o que é um local de trabalho e, com isso, acelerar um processo que ocorreria de qualquer forma”, avaliou André Fischer, supervisor de Projetos de Pesquisa e Consultoria da FIA Business School.

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Danilca Galdini, head de Pesquisa do Grupo Cia de Talentos, lembrou que as mudanças relacionadas ao trabalho remoto são muito mais profundas do que a simples escolha do local físico. “Envolvem a adoção de um modelo no qual o controle por horas é substituído pela entrega de resultados. Isso permite adaptar melhor o trabalho à rotina doméstica, mas cria também uma sensação de horário intermitente.”

Embora tenha sido provocada pela falta de alternativas diante da necessidade de isolamento social, a experiência do home office foi, de forma geral, considerada positiva tanto pela maioria das empresas quanto dos profissionais. Receios que existiam em relação à prática ficaram no passado, já que as empresas perceberam que a produtividade não despencou e as pessoas se deram conta de que é possível conciliar vida privada e profissional num mesmo ambiente.

Considerando-se as vantagens e as desvantagens de cada modelo, a saída que parece ser a mais viável para conciliar os interesses das empresas e dos profissionais é o trabalho híbrido, mescla entre presencial e remoto. Não se trata, contudo, de uma possibilidade que se adapta a todas as empresas ou que todas as empresas queiram adotar. Muitas permanecerão 100% presenciais, enquanto outras assumirão o trabalho remoto de forma plena e definitiva.

Ajustes de rota

O que veremos daqui em diante, projetam os especialistas, é um período de rearranjos baseados nas necessidades e preferências das partes envolvidas. Organizações decididas a manter o presencial precisarão de profissionais alinhados a essa diretriz, correndo o risco de perder muitos talentos, enquanto os profissionais que não abrem mão do trabalho remoto precisarão encontrar empresas que praticam esse modelo, o que pode levá-los a descartar boas oportunidades.

Todas essas possibilidades são influenciadas pelo mercado de atuação da empresa e pela área do profissional. Especialistas em Tecnologia da Informação (TI) estão em condições de impor o trabalho remoto como requisito, pois, além de ser uma cultura bem aceita nesse meio, há excesso de oferta de empregos no setor. Hoje, um profissional de TI que mora numa pequena cidade do interior encontra várias oportunidades para trabalhar em organizações sediadas em qualquer lugar do Brasil ou do mundo.

A disseminação do trabalho a distância não diminui a importância de desenvolver outras habilidades além das técnicas, ressaltou Ana Paula Gonçalves Serra, professora de Engenharia da Computação, Ciência da Computação e Sistemas de Informação do Instituto Mauá de Tecnologia. Isso porque as chamadas soft skills – habilidades comportamentais – serão cada vez mais importantes, mesmo para quem atua de forma remota (leia texto a respeito na página 6 deste caderno).

“Ser colaborativo, demonstrar criatividade, saber lidar com conflitos, tudo isso certamente vai ser necessário ao longo da carreira, independentemente do modelo de trabalho”, observou a professora. “Por isso é fundamental o estudante aproveitar o tempo na universidade não apenas para o aprendizado técnico, mas também para experiências de trabalho em grupo e atividades extracurriculares que contribuem para o desenvolvimento dessas habilidades comportamentais.”

André Fischer lembrou que há uma geração de profissionais que entraram no mercado de trabalho durante a pandemia e não tiveram a experiência da integração in loco. “Entender a cultura e o modus operandi de uma organização certamente é mais fácil no presencial. O relacionamento face a face transmite emoções de maneira direta, imediata, de uma forma que o relacionamento intermediado pela tecnologia não permite.”

Por outro lado, ressalta o especialista, essa geração já está habituada a construir relacionamentos pelos meios digitais, de tal forma que as dificuldades para construir um senso de pertencimento no trabalho online talvez sejam muito mais dos empregadores do que dos contratados. “Quando as empresas têm dificuldade para que as pessoas entendam e sigam a cultura organizacional, seja no presencial ou no remoto, o desafio de superar esse problema está com as empresas, e não com os profissionais.”

As transformações provocadas no mercado de trabalho pela pandemia vieram para ficar – esse foi um dos consensos entre os participantes do painel “Trabalho no presente” do Festival Start. “O trabalho a distância faz parte da transformação digital, que acontece em todas as dimensões da sociedade. O que a pandemia fez foi provocar uma quebra brusca no entendimento sobre o que é um local de trabalho e, com isso, acelerar um processo que ocorreria de qualquer forma”, avaliou André Fischer, supervisor de Projetos de Pesquisa e Consultoria da FIA Business School.

Divulgação 

Danilca Galdini, head de Pesquisa do Grupo Cia de Talentos, lembrou que as mudanças relacionadas ao trabalho remoto são muito mais profundas do que a simples escolha do local físico. “Envolvem a adoção de um modelo no qual o controle por horas é substituído pela entrega de resultados. Isso permite adaptar melhor o trabalho à rotina doméstica, mas cria também uma sensação de horário intermitente.”

Embora tenha sido provocada pela falta de alternativas diante da necessidade de isolamento social, a experiência do home office foi, de forma geral, considerada positiva tanto pela maioria das empresas quanto dos profissionais. Receios que existiam em relação à prática ficaram no passado, já que as empresas perceberam que a produtividade não despencou e as pessoas se deram conta de que é possível conciliar vida privada e profissional num mesmo ambiente.

Considerando-se as vantagens e as desvantagens de cada modelo, a saída que parece ser a mais viável para conciliar os interesses das empresas e dos profissionais é o trabalho híbrido, mescla entre presencial e remoto. Não se trata, contudo, de uma possibilidade que se adapta a todas as empresas ou que todas as empresas queiram adotar. Muitas permanecerão 100% presenciais, enquanto outras assumirão o trabalho remoto de forma plena e definitiva.

Ajustes de rota

O que veremos daqui em diante, projetam os especialistas, é um período de rearranjos baseados nas necessidades e preferências das partes envolvidas. Organizações decididas a manter o presencial precisarão de profissionais alinhados a essa diretriz, correndo o risco de perder muitos talentos, enquanto os profissionais que não abrem mão do trabalho remoto precisarão encontrar empresas que praticam esse modelo, o que pode levá-los a descartar boas oportunidades.

Todas essas possibilidades são influenciadas pelo mercado de atuação da empresa e pela área do profissional. Especialistas em Tecnologia da Informação (TI) estão em condições de impor o trabalho remoto como requisito, pois, além de ser uma cultura bem aceita nesse meio, há excesso de oferta de empregos no setor. Hoje, um profissional de TI que mora numa pequena cidade do interior encontra várias oportunidades para trabalhar em organizações sediadas em qualquer lugar do Brasil ou do mundo.

A disseminação do trabalho a distância não diminui a importância de desenvolver outras habilidades além das técnicas, ressaltou Ana Paula Gonçalves Serra, professora de Engenharia da Computação, Ciência da Computação e Sistemas de Informação do Instituto Mauá de Tecnologia. Isso porque as chamadas soft skills – habilidades comportamentais – serão cada vez mais importantes, mesmo para quem atua de forma remota (leia texto a respeito na página 6 deste caderno).

“Ser colaborativo, demonstrar criatividade, saber lidar com conflitos, tudo isso certamente vai ser necessário ao longo da carreira, independentemente do modelo de trabalho”, observou a professora. “Por isso é fundamental o estudante aproveitar o tempo na universidade não apenas para o aprendizado técnico, mas também para experiências de trabalho em grupo e atividades extracurriculares que contribuem para o desenvolvimento dessas habilidades comportamentais.”

André Fischer lembrou que há uma geração de profissionais que entraram no mercado de trabalho durante a pandemia e não tiveram a experiência da integração in loco. “Entender a cultura e o modus operandi de uma organização certamente é mais fácil no presencial. O relacionamento face a face transmite emoções de maneira direta, imediata, de uma forma que o relacionamento intermediado pela tecnologia não permite.”

Por outro lado, ressalta o especialista, essa geração já está habituada a construir relacionamentos pelos meios digitais, de tal forma que as dificuldades para construir um senso de pertencimento no trabalho online talvez sejam muito mais dos empregadores do que dos contratados. “Quando as empresas têm dificuldade para que as pessoas entendam e sigam a cultura organizacional, seja no presencial ou no remoto, o desafio de superar esse problema está com as empresas, e não com os profissionais.”

As transformações provocadas no mercado de trabalho pela pandemia vieram para ficar – esse foi um dos consensos entre os participantes do painel “Trabalho no presente” do Festival Start. “O trabalho a distância faz parte da transformação digital, que acontece em todas as dimensões da sociedade. O que a pandemia fez foi provocar uma quebra brusca no entendimento sobre o que é um local de trabalho e, com isso, acelerar um processo que ocorreria de qualquer forma”, avaliou André Fischer, supervisor de Projetos de Pesquisa e Consultoria da FIA Business School.

Divulgação 

Danilca Galdini, head de Pesquisa do Grupo Cia de Talentos, lembrou que as mudanças relacionadas ao trabalho remoto são muito mais profundas do que a simples escolha do local físico. “Envolvem a adoção de um modelo no qual o controle por horas é substituído pela entrega de resultados. Isso permite adaptar melhor o trabalho à rotina doméstica, mas cria também uma sensação de horário intermitente.”

Embora tenha sido provocada pela falta de alternativas diante da necessidade de isolamento social, a experiência do home office foi, de forma geral, considerada positiva tanto pela maioria das empresas quanto dos profissionais. Receios que existiam em relação à prática ficaram no passado, já que as empresas perceberam que a produtividade não despencou e as pessoas se deram conta de que é possível conciliar vida privada e profissional num mesmo ambiente.

Considerando-se as vantagens e as desvantagens de cada modelo, a saída que parece ser a mais viável para conciliar os interesses das empresas e dos profissionais é o trabalho híbrido, mescla entre presencial e remoto. Não se trata, contudo, de uma possibilidade que se adapta a todas as empresas ou que todas as empresas queiram adotar. Muitas permanecerão 100% presenciais, enquanto outras assumirão o trabalho remoto de forma plena e definitiva.

Ajustes de rota

O que veremos daqui em diante, projetam os especialistas, é um período de rearranjos baseados nas necessidades e preferências das partes envolvidas. Organizações decididas a manter o presencial precisarão de profissionais alinhados a essa diretriz, correndo o risco de perder muitos talentos, enquanto os profissionais que não abrem mão do trabalho remoto precisarão encontrar empresas que praticam esse modelo, o que pode levá-los a descartar boas oportunidades.

Todas essas possibilidades são influenciadas pelo mercado de atuação da empresa e pela área do profissional. Especialistas em Tecnologia da Informação (TI) estão em condições de impor o trabalho remoto como requisito, pois, além de ser uma cultura bem aceita nesse meio, há excesso de oferta de empregos no setor. Hoje, um profissional de TI que mora numa pequena cidade do interior encontra várias oportunidades para trabalhar em organizações sediadas em qualquer lugar do Brasil ou do mundo.

A disseminação do trabalho a distância não diminui a importância de desenvolver outras habilidades além das técnicas, ressaltou Ana Paula Gonçalves Serra, professora de Engenharia da Computação, Ciência da Computação e Sistemas de Informação do Instituto Mauá de Tecnologia. Isso porque as chamadas soft skills – habilidades comportamentais – serão cada vez mais importantes, mesmo para quem atua de forma remota (leia texto a respeito na página 6 deste caderno).

“Ser colaborativo, demonstrar criatividade, saber lidar com conflitos, tudo isso certamente vai ser necessário ao longo da carreira, independentemente do modelo de trabalho”, observou a professora. “Por isso é fundamental o estudante aproveitar o tempo na universidade não apenas para o aprendizado técnico, mas também para experiências de trabalho em grupo e atividades extracurriculares que contribuem para o desenvolvimento dessas habilidades comportamentais.”

André Fischer lembrou que há uma geração de profissionais que entraram no mercado de trabalho durante a pandemia e não tiveram a experiência da integração in loco. “Entender a cultura e o modus operandi de uma organização certamente é mais fácil no presencial. O relacionamento face a face transmite emoções de maneira direta, imediata, de uma forma que o relacionamento intermediado pela tecnologia não permite.”

Por outro lado, ressalta o especialista, essa geração já está habituada a construir relacionamentos pelos meios digitais, de tal forma que as dificuldades para construir um senso de pertencimento no trabalho online talvez sejam muito mais dos empregadores do que dos contratados. “Quando as empresas têm dificuldade para que as pessoas entendam e sigam a cultura organizacional, seja no presencial ou no remoto, o desafio de superar esse problema está com as empresas, e não com os profissionais.”

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