Promotoria mantém ação contra governo Alckmin mesmo após recuo


Promotores e defensores aguardam a revogação do decreto de Alckmin e pedem que estudantes mantenham mobilização

Por Fabio Leite, Paulo Saldaña e Victor Vieira

SÃO PAULO - A suspensão da reorganização escolar anunciada nesta sexta-feira, 4, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) não anula a ação movida na Justiça nesta semana pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pela Defensoria Pública contra a medida. Para promotores e defensores, além da revogação do decreto que instituía a política, o governo paulista deve definir para 2016 uma agenda oficial de discussão com a sociedade de propostas para a melhoria da qualidade da Educação em São Paulo.

“O pedido inicial, de que a reorganização não fosse implementada e de que qualquer mudança seja discutida na sociedade, foi atendido. Ainda precisamos aguardar a revogação do decreto que promoveu as transferências. Mas a ação tem um objetivo mais abrangente, que é a retomada da discussão não apenas desse projeto, mas do Plano Estadual de Educação, que está na Assembleia Legislativa”, afirma o promotor João Paulo Faustinone Silva, do Grupo de Atuação Especial de Educação.

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O recuo do governo foi divulgado horas depois do início demais um protesto nas ruas contra a reforma da rede estadual de ensino. Osecretário de Educação, Herman Voorwald, pediu demissão após a decisão do governador.

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Por isso, os autores da ação civil pública, impetrada na última quinta-feira, pedem que os estudantes do movimento que até esta sexta ocupava 196 escolas estaduais contra o projeto de reorganização da rede, que previa o fechamento de 93 unidades no Estado, continuem organizados e pressionando o governo por melhorias na Educação por meio dos mecanismos já existentes, como grêmios estudantis e associações. 

“A população tem de se empoderar dos mecanismos de participação democrática, como os grêmios de escola, e pressionar, no sentido legítimo da palavra, a Assembleia Legislativa a discutir e aprovar um bom plano, que vai nortear a Educação de São Paulo pelos próximos dez anos. Existe muito espaço para canalização da massa crítica construtiva. A questão agora é ocupá-los”, afirma a defensora pública Daniela Skromov.

Da mobilização nas ruas à ocupação de escolas

1 | 31

De volta às ruas

Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
2 | 31

Escola na Vila Jaguará

Foto: Amanda Perobelli/Estadão
3 | 31

Escola na Vila Inah

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
4 | 31

Escola na Vila Inah

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
5 | 31

Escola na Chácara Santo Antônio

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
6 | 31

Escola em Cidade Tiradentes

Foto: PETER LEONE/FUTURA PRESS
7 | 31

Vandalismo em escola ocupada na Grande São Paulo

Foto: Secretaria de Educação/Divulgação
8 | 31

Protesto de estudantes na 9 de julho

Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO
9 | 31

Mobilização após anúncio

Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
10 | 31

Mobilização nas ruas

Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
11 | 31

Estudantes nas ruas

Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
12 | 31

De volta às ruas

Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
13 | 31

Escola em Pinheiros

Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
14 | 31

Escola em Pinheiros

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADãO
15 | 31

Escola em Pinheiros

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
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Escola em Pinheiros

Foto: ANDRÉ LUCAS ALMEIDA/FUTURA PRESS
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Escola em Pinheiros

Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
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Escola na Vila Mazzei

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
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Escola na Vila Mazzei

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO
20 | 31

Escola na Vila Mazzei

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
21 | 31

Escola na Vila Mazzei

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
22 | 31

Escola na Chácara Santo Antônio

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
23 | 31

Escola na Chácara Santo Antônio

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO
24 | 31

Escola em José Bonifácio

Foto: ALE VIANNA/ELEVEN
25 | 31

Escola na Vila Jaraguá

Foto: Amanda Perobelli/Estadão
26 | 31

Escola em Campinas

Foto: DENNY CESARE/CÓDIGO19/PAGOS
27 | 31

Escola em Guarulhos

Foto: Felipe Cordeiro/Estadão
28 | 31

Contra reorganização escolar

Foto: Werther Santana/Estadão
29 | 31

Protesto de estudantes na 9 de julho

Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO
30 | 31

PM e estudantes entram em confronto em protesto na Dr. Arnaldo

Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press
31 | 31

Ferido em protesto na Avenida Doutor Arnaldo

Foto: Luiz Fernando Toledo/Estadão
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Expectativa. Após a suspensão da reforma até 2016, a preocupação de especialistas é sobre como será feito o diálogo com a rede, com 5,1 mil escolas e 3,8 milhões de alunos. “Esperamos agora que o governo cumpra o que promete, ao realizar um diálogo de fato. Com um processo democrático, participativo”, afirma a professora Carmen Sylvia Vidigal, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Ela participou da redação do texto da nota de repúdio que a faculdade divulgou sobre o projeto. 

Outro alvo de críticas é a fragilidade da base pedagógica que guiou o projeto. “Fechar escolas é um contrassenso. O governo precisa mostrar as informações, ser transparente com a população agora”, diz Carmen.

Para Luiz Carlos Freitas, diretor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), faltam provas empíricas de que separar os alunos por ciclos vai trazer resultados positivos. “É uma ideia simplória achar que uma reforma administrativa E burocrática será a saída para resolver os problemas educacionais”, critica. 

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A Secretaria Estadual da Educação tem afirmado que escolas com ciclo único têm Idesp, principal indicador de qualidade da Educação paulista, 22% maior do que as outras. Segundo a pasta, outras variáveis pedagógicas e estruturais foram levadas em conta, como o número de alunos, espaços ociosos, situação dos prédios e otimização dos professores. 

SÃO PAULO - A suspensão da reorganização escolar anunciada nesta sexta-feira, 4, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) não anula a ação movida na Justiça nesta semana pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pela Defensoria Pública contra a medida. Para promotores e defensores, além da revogação do decreto que instituía a política, o governo paulista deve definir para 2016 uma agenda oficial de discussão com a sociedade de propostas para a melhoria da qualidade da Educação em São Paulo.

“O pedido inicial, de que a reorganização não fosse implementada e de que qualquer mudança seja discutida na sociedade, foi atendido. Ainda precisamos aguardar a revogação do decreto que promoveu as transferências. Mas a ação tem um objetivo mais abrangente, que é a retomada da discussão não apenas desse projeto, mas do Plano Estadual de Educação, que está na Assembleia Legislativa”, afirma o promotor João Paulo Faustinone Silva, do Grupo de Atuação Especial de Educação.

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O recuo do governo foi divulgado horas depois do início demais um protesto nas ruas contra a reforma da rede estadual de ensino. Osecretário de Educação, Herman Voorwald, pediu demissão após a decisão do governador.

Por isso, os autores da ação civil pública, impetrada na última quinta-feira, pedem que os estudantes do movimento que até esta sexta ocupava 196 escolas estaduais contra o projeto de reorganização da rede, que previa o fechamento de 93 unidades no Estado, continuem organizados e pressionando o governo por melhorias na Educação por meio dos mecanismos já existentes, como grêmios estudantis e associações. 

“A população tem de se empoderar dos mecanismos de participação democrática, como os grêmios de escola, e pressionar, no sentido legítimo da palavra, a Assembleia Legislativa a discutir e aprovar um bom plano, que vai nortear a Educação de São Paulo pelos próximos dez anos. Existe muito espaço para canalização da massa crítica construtiva. A questão agora é ocupá-los”, afirma a defensora pública Daniela Skromov.

Da mobilização nas ruas à ocupação de escolas

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De volta às ruas

Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
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Escola na Vila Jaguará

Foto: Amanda Perobelli/Estadão
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Escola na Vila Inah

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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Escola na Vila Inah

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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Escola na Chácara Santo Antônio

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
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Escola em Cidade Tiradentes

Foto: PETER LEONE/FUTURA PRESS
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Vandalismo em escola ocupada na Grande São Paulo

Foto: Secretaria de Educação/Divulgação
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Protesto de estudantes na 9 de julho

Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO
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Mobilização após anúncio

Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
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Mobilização nas ruas

Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
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Estudantes nas ruas

Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
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De volta às ruas

Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
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Escola em Pinheiros

Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
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Escola em Pinheiros

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADãO
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Escola em Pinheiros

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
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Escola em Pinheiros

Foto: ANDRÉ LUCAS ALMEIDA/FUTURA PRESS
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Escola em Pinheiros

Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
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Escola na Vila Mazzei

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
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Escola na Vila Mazzei

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO
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Escola na Vila Mazzei

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
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Escola na Vila Mazzei

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
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Escola na Chácara Santo Antônio

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
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Escola na Chácara Santo Antônio

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO
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Escola em José Bonifácio

Foto: ALE VIANNA/ELEVEN
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Escola na Vila Jaraguá

Foto: Amanda Perobelli/Estadão
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Escola em Campinas

Foto: DENNY CESARE/CÓDIGO19/PAGOS
27 | 31

Escola em Guarulhos

Foto: Felipe Cordeiro/Estadão
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Contra reorganização escolar

Foto: Werther Santana/Estadão
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Protesto de estudantes na 9 de julho

Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO
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PM e estudantes entram em confronto em protesto na Dr. Arnaldo

Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press
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Ferido em protesto na Avenida Doutor Arnaldo

Foto: Luiz Fernando Toledo/Estadão

Expectativa. Após a suspensão da reforma até 2016, a preocupação de especialistas é sobre como será feito o diálogo com a rede, com 5,1 mil escolas e 3,8 milhões de alunos. “Esperamos agora que o governo cumpra o que promete, ao realizar um diálogo de fato. Com um processo democrático, participativo”, afirma a professora Carmen Sylvia Vidigal, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Ela participou da redação do texto da nota de repúdio que a faculdade divulgou sobre o projeto. 

Outro alvo de críticas é a fragilidade da base pedagógica que guiou o projeto. “Fechar escolas é um contrassenso. O governo precisa mostrar as informações, ser transparente com a população agora”, diz Carmen.

Para Luiz Carlos Freitas, diretor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), faltam provas empíricas de que separar os alunos por ciclos vai trazer resultados positivos. “É uma ideia simplória achar que uma reforma administrativa E burocrática será a saída para resolver os problemas educacionais”, critica. 

A Secretaria Estadual da Educação tem afirmado que escolas com ciclo único têm Idesp, principal indicador de qualidade da Educação paulista, 22% maior do que as outras. Segundo a pasta, outras variáveis pedagógicas e estruturais foram levadas em conta, como o número de alunos, espaços ociosos, situação dos prédios e otimização dos professores. 

SÃO PAULO - A suspensão da reorganização escolar anunciada nesta sexta-feira, 4, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) não anula a ação movida na Justiça nesta semana pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pela Defensoria Pública contra a medida. Para promotores e defensores, além da revogação do decreto que instituía a política, o governo paulista deve definir para 2016 uma agenda oficial de discussão com a sociedade de propostas para a melhoria da qualidade da Educação em São Paulo.

“O pedido inicial, de que a reorganização não fosse implementada e de que qualquer mudança seja discutida na sociedade, foi atendido. Ainda precisamos aguardar a revogação do decreto que promoveu as transferências. Mas a ação tem um objetivo mais abrangente, que é a retomada da discussão não apenas desse projeto, mas do Plano Estadual de Educação, que está na Assembleia Legislativa”, afirma o promotor João Paulo Faustinone Silva, do Grupo de Atuação Especial de Educação.

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O recuo do governo foi divulgado horas depois do início demais um protesto nas ruas contra a reforma da rede estadual de ensino. Osecretário de Educação, Herman Voorwald, pediu demissão após a decisão do governador.

Por isso, os autores da ação civil pública, impetrada na última quinta-feira, pedem que os estudantes do movimento que até esta sexta ocupava 196 escolas estaduais contra o projeto de reorganização da rede, que previa o fechamento de 93 unidades no Estado, continuem organizados e pressionando o governo por melhorias na Educação por meio dos mecanismos já existentes, como grêmios estudantis e associações. 

“A população tem de se empoderar dos mecanismos de participação democrática, como os grêmios de escola, e pressionar, no sentido legítimo da palavra, a Assembleia Legislativa a discutir e aprovar um bom plano, que vai nortear a Educação de São Paulo pelos próximos dez anos. Existe muito espaço para canalização da massa crítica construtiva. A questão agora é ocupá-los”, afirma a defensora pública Daniela Skromov.

Da mobilização nas ruas à ocupação de escolas

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De volta às ruas

Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
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Escola na Vila Jaguará

Foto: Amanda Perobelli/Estadão
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Escola na Vila Inah

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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Escola na Vila Inah

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Escola na Chácara Santo Antônio

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
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Escola em Cidade Tiradentes

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Vandalismo em escola ocupada na Grande São Paulo

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Protesto de estudantes na 9 de julho

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Mobilização após anúncio

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Mobilização nas ruas

Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
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Estudantes nas ruas

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De volta às ruas

Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
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Escola em Pinheiros

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Escola em Pinheiros

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADãO
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Escola em Pinheiros

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Escola em Pinheiros

Foto: ANDRÉ LUCAS ALMEIDA/FUTURA PRESS
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Escola em Pinheiros

Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
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Escola na Vila Mazzei

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Escola na Vila Mazzei

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Escola na Vila Mazzei

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Escola na Vila Mazzei

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Escola na Chácara Santo Antônio

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Escola na Chácara Santo Antônio

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Escola em José Bonifácio

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Escola na Vila Jaraguá

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Escola em Campinas

Foto: DENNY CESARE/CÓDIGO19/PAGOS
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Escola em Guarulhos

Foto: Felipe Cordeiro/Estadão
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Contra reorganização escolar

Foto: Werther Santana/Estadão
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Protesto de estudantes na 9 de julho

Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO
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PM e estudantes entram em confronto em protesto na Dr. Arnaldo

Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press
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Ferido em protesto na Avenida Doutor Arnaldo

Foto: Luiz Fernando Toledo/Estadão

Expectativa. Após a suspensão da reforma até 2016, a preocupação de especialistas é sobre como será feito o diálogo com a rede, com 5,1 mil escolas e 3,8 milhões de alunos. “Esperamos agora que o governo cumpra o que promete, ao realizar um diálogo de fato. Com um processo democrático, participativo”, afirma a professora Carmen Sylvia Vidigal, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Ela participou da redação do texto da nota de repúdio que a faculdade divulgou sobre o projeto. 

Outro alvo de críticas é a fragilidade da base pedagógica que guiou o projeto. “Fechar escolas é um contrassenso. O governo precisa mostrar as informações, ser transparente com a população agora”, diz Carmen.

Para Luiz Carlos Freitas, diretor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), faltam provas empíricas de que separar os alunos por ciclos vai trazer resultados positivos. “É uma ideia simplória achar que uma reforma administrativa E burocrática será a saída para resolver os problemas educacionais”, critica. 

A Secretaria Estadual da Educação tem afirmado que escolas com ciclo único têm Idesp, principal indicador de qualidade da Educação paulista, 22% maior do que as outras. Segundo a pasta, outras variáveis pedagógicas e estruturais foram levadas em conta, como o número de alunos, espaços ociosos, situação dos prédios e otimização dos professores. 

SÃO PAULO - A suspensão da reorganização escolar anunciada nesta sexta-feira, 4, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) não anula a ação movida na Justiça nesta semana pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pela Defensoria Pública contra a medida. Para promotores e defensores, além da revogação do decreto que instituía a política, o governo paulista deve definir para 2016 uma agenda oficial de discussão com a sociedade de propostas para a melhoria da qualidade da Educação em São Paulo.

“O pedido inicial, de que a reorganização não fosse implementada e de que qualquer mudança seja discutida na sociedade, foi atendido. Ainda precisamos aguardar a revogação do decreto que promoveu as transferências. Mas a ação tem um objetivo mais abrangente, que é a retomada da discussão não apenas desse projeto, mas do Plano Estadual de Educação, que está na Assembleia Legislativa”, afirma o promotor João Paulo Faustinone Silva, do Grupo de Atuação Especial de Educação.

Seu navegador não suporta esse video.

O recuo do governo foi divulgado horas depois do início demais um protesto nas ruas contra a reforma da rede estadual de ensino. Osecretário de Educação, Herman Voorwald, pediu demissão após a decisão do governador.

Por isso, os autores da ação civil pública, impetrada na última quinta-feira, pedem que os estudantes do movimento que até esta sexta ocupava 196 escolas estaduais contra o projeto de reorganização da rede, que previa o fechamento de 93 unidades no Estado, continuem organizados e pressionando o governo por melhorias na Educação por meio dos mecanismos já existentes, como grêmios estudantis e associações. 

“A população tem de se empoderar dos mecanismos de participação democrática, como os grêmios de escola, e pressionar, no sentido legítimo da palavra, a Assembleia Legislativa a discutir e aprovar um bom plano, que vai nortear a Educação de São Paulo pelos próximos dez anos. Existe muito espaço para canalização da massa crítica construtiva. A questão agora é ocupá-los”, afirma a defensora pública Daniela Skromov.

Da mobilização nas ruas à ocupação de escolas

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De volta às ruas

Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
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Escola na Vila Jaguará

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Escola na Vila Inah

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Escola na Vila Inah

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Escola na Chácara Santo Antônio

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Escola em Cidade Tiradentes

Foto: PETER LEONE/FUTURA PRESS
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Vandalismo em escola ocupada na Grande São Paulo

Foto: Secretaria de Educação/Divulgação
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Protesto de estudantes na 9 de julho

Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO
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Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
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Mobilização nas ruas

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Estudantes nas ruas

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De volta às ruas

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Escola em Pinheiros

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Escola em Pinheiros

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADãO
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Escola em Pinheiros

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Escola em Pinheiros

Foto: ANDRÉ LUCAS ALMEIDA/FUTURA PRESS
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Escola em Pinheiros

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Escola na Vila Mazzei

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Escola na Vila Mazzei

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Escola na Vila Mazzei

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Escola na Vila Mazzei

Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
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Escola na Chácara Santo Antônio

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Escola na Chácara Santo Antônio

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Escola em José Bonifácio

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Escola na Vila Jaraguá

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Escola em Campinas

Foto: DENNY CESARE/CÓDIGO19/PAGOS
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Escola em Guarulhos

Foto: Felipe Cordeiro/Estadão
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Contra reorganização escolar

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Protesto de estudantes na 9 de julho

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PM e estudantes entram em confronto em protesto na Dr. Arnaldo

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Ferido em protesto na Avenida Doutor Arnaldo

Foto: Luiz Fernando Toledo/Estadão

Expectativa. Após a suspensão da reforma até 2016, a preocupação de especialistas é sobre como será feito o diálogo com a rede, com 5,1 mil escolas e 3,8 milhões de alunos. “Esperamos agora que o governo cumpra o que promete, ao realizar um diálogo de fato. Com um processo democrático, participativo”, afirma a professora Carmen Sylvia Vidigal, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Ela participou da redação do texto da nota de repúdio que a faculdade divulgou sobre o projeto. 

Outro alvo de críticas é a fragilidade da base pedagógica que guiou o projeto. “Fechar escolas é um contrassenso. O governo precisa mostrar as informações, ser transparente com a população agora”, diz Carmen.

Para Luiz Carlos Freitas, diretor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), faltam provas empíricas de que separar os alunos por ciclos vai trazer resultados positivos. “É uma ideia simplória achar que uma reforma administrativa E burocrática será a saída para resolver os problemas educacionais”, critica. 

A Secretaria Estadual da Educação tem afirmado que escolas com ciclo único têm Idesp, principal indicador de qualidade da Educação paulista, 22% maior do que as outras. Segundo a pasta, outras variáveis pedagógicas e estruturais foram levadas em conta, como o número de alunos, espaços ociosos, situação dos prédios e otimização dos professores. 

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