Um protesto convocado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) contra a cobrança de mensalidades em universidades públicas terminou em confusão na tarde desta terça-feira, 16. O ato ocorreu em frente à sede do Ministério da Educação (MEC) em Brasília. Os jovens dizem ter sido "covardemente agredidos" durante a manifestação pacífica. Já o MEC diz que os alunos furaram um bloqueio na porta do prédio, feriram dois policiais e picharam uma viatura. Gás lacrimogênio foi usado para dispersar um movimento e um jovem foi detido.
De acordo com a UNE, o protesto foi convocado para esta terça, pois a proposta de cobrança de mensalidade supostamente seria discutida por reitores das universidades federais em reunião no MEC. "Nós estávamos aqui pacificamente para demonstrar a nossa indignação com quem tira dinheiro da educação e quer privatizar a universidade pública e a polícia quis nos tirar a força da frente do MEC", disse o presidente da UNE, Iago Montalvão, em comunicado público.
"Nos agrediram de forma brutal e covarde, mas nós vamos continuar aqui para demonstrar nossa indignação não só com quem corta da educação, mas com quem também é autoritário e não aceita uma manifestação democrática", acrescentou.
O ministério, em nota, disse repudiar o "ato violento", referindo-se à manifestação dos estudantes. "A atual gestão do MEC, embora esteja aberta ao diálogo, esclarece que não houve contato de representantes do grupo para uma conversa com gestores do Ministério. O MEC presta todo o apoio à Polícia Militar do Distrito Federal e aos policiais lesionados."
Em vídeo publicado no Twitter, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, aparece ao lado de policiais elogiando a operação. "Estou aqui na 5.ª Delegacia de Polícia de Brasília para agradecer a PM do Distrito Federal, e em particular o major Perez e o cabo João Otávio. Os dois foram covadermente agredidos hoje por duas pessoas que participava da manifestação organizada pela UNE", disse.
"Quer se manifestar democraticamente? Você é muito bem-vindo. Quer falar alhos e bugalhos ao meu respeito? Está no seu direito. Agora, destruir propriedade pública, que foi o caso da viatura de polícia, que esses dois meliantes fizeram, agredir fisicamente o major Perez ou o cabo João Otávio, está errado", completou.