Quer aprender um novo idioma? Veja dicas


Receita certa para aprender outra língua envolve esforço, tempo e metas claras

Por Marco de Castro

No Brasil, todos os estudantes têm aulas de Inglês na escola desde o ensino fundamental, mas a maioria termina o ensino médio bem longe de ser fluente no idioma. E o mesmo vale para a parcela dos alunos que, além do colégio, fez curso de Inglês em uma escola particular de idiomas. Na opinião de especialistas, que concordam que isso é muito comum, entre alguns dos motivos apontados estão a falta de uma meta, um objetivo claro, para aprender o idioma e o pouco tempo, no dia a dia, dedicado ao aprendizado.

Para Cynthia Picchini, especialista em linguística aplicada ao ensino de línguas e professora de Inglês no curso de Letras da Universidade São Judas Tadeu, muitas pessoas no País vão estudar Inglês “sem saber a necessidade (específica) delas”. “Eu acho que é como qualquer coisa que a gente se propõe a fazer, até academia, sabe? Então, eu vou entrar nesse curso, eu vou ter de ter um certo empenho, uma certa disciplina para atingir aquele objetivo”, diz.

Mesmo quem não tem recursos para pagar um curso particular pode se dedicar a aprender o idioma, buscando opções gratuitas e online. Foto: pressmaster/Adobe Stock
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Essa “disciplina”, descreve a professora, inclui se dedicar ao aprendizado também no tempo livre. Seja vendo um filme no streaming com legenda em inglês ou traduzindo letras de música. Segundo ela, mesmo quem não tem recursos para pagar um curso particular de Inglês, pode se dedicar a aprender o idioma, buscando opções gratuitas e também online. “A gente tem muita coisa hoje sendo oferecida por ONG, inclusive na universidade (São Judas Tadeu), a gente tem um curso no Centro de Línguas. Tem muita coisa gratuita sendo feita e muita coisa na internet sendo feita.”

Dicas

  • Esforço extraclasse: Busque o aprendizado também no tempo livre. Procure assistir um filme no streaming com legenda em inglês ou traduza letras de músicas.
  • Oportunidades de praticar: Procure complementar os estudos formais com outras oportunidades de interação com a língua.
  • Foco: Não fique pulando de curso em curso. Escolha um método: online, presencial, em cursos ou com professor particular.
  • Intercâmbio: Ter uma experiência fora do País é um excelente caminho. Cada mês com cinco horas de estudo semanais no exterior equivale a um ano de estudo no Brasil. Mas, antes de viajar. tenha um nível intermediário do idioma para não passar sufoco.
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Isabela Villas Boas, diretora executiva acadêmica da escola Cultura Inglesa, também defende que o aluno não pode achar que só ir à aula é suficiente para aprender um idioma. “Pode até ser para alguns, mas não para a maioria. Tem de haver um esforço extraclasse.”

Isabela cita que há também fatores subjetivos que afetam o resultado da aprendizagem, incluindo “personalidade, curiosidade, abertura ao novo, medo ou não de errar, motivação e interesse em complementar os estudos formais com outras oportunidades de interação com a língua e até visão positiva da cultura e das pessoas nativas da língua-alvo, segundo a literatura na área”.

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Conforme Isabela, outro dos principais pontos a serem observados quando se busca o motivo de pessoas saírem dos cursos de idiomas sem serem fluentes é que há pouco tempo dedicado ao aprendizado. “As pessoas não permanecem dedicadas à aquisição de um segundo idioma pelo tempo necessário para se tornarem proficientes, que, segundo o Quadro Europeu Comum Curricular, prevê 600 horas de instrução para atingimento do nível C2, que é o de proficiência. A não ser que a pessoa tenha um contato intensivo com a língua, o contato regular significa em torno de seis anos de estudos de três a quatro horas por semana.”

Marcelo Barros, CKO do curso de idiomas CNA, concorda com Isabela. “É muito pouco tempo dedicado ao aprendizado de inglês. Ou seja, nós estamos falando de, usando o CNA como referência, duas horas e meia de contato com o idioma a cada semana.”

Além disso, Barros cita o alto nível de desistência ao longo do curso. “De cada dez alunos que entram em um curso de Inglês, na média nacional, com muita boa vontade, um ou dois vai terminar o curso. Porque o processo é muito longo, gasta uma grana e os resultados vêm muito aos poucos. Acho que é uma combinação, neste caso, entre tempo de dedicação e, a partir disso, o tempo de duração.”

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Isabela, da Cultura Inglesa, lembra ainda que o aluno deve buscar um “caminho consistente”. “A pessoa fica pulando de curso em curso, solução em solução – online, presencial, em cursos, com professor particular – e não consegue ter um engajamento contínuo e sistemático com a aprendizagem. É importante escolher um caminho e ter uma certa consistência, além de se dedicar realmente ao estudo e estar sempre em busca de oportunidades de praticar.”

Para quem tem condições, ter uma experiência fora do País, dizem os especialistas é um excelente caminho para quem busca ficar fluente em um idioma. “Se você está, digamos, na Austrália, nos Estados Unidos, na Inglaterra, na África do Sul, você sai da sala de aula e está em contato com o idioma. É um ambiente de inglês como segunda língua. No nosso caso, de quem estuda no Brasil, é um ambiente diferente, é inglês como língua estrangeira. Saiu da sala de aula, se você não for buscar outros recursos, é só aquilo ali”, diz Barros.

Base bem estruturada

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Segundo Christina Bicalho, vice-presidente do Student Travel Bureau (STB), um programa de três meses estudando no exterior já melhora, e muito, o aprendizado do idioma. “Quando vai para fora, a velocidade do aprendizado é muito maior. Cada mês com cinco horas de estudo semanais no exterior equivale a um ano de estudo no Brasil.”

Mas ela lembra que estudar fora do País não é simples como “uma receita de bolo”. Isso porque não adianta, diz Christina, ir para o exterior sem ter pelo menos o nível intermediário do idioma, para não passar sufoco. “Não dá para ir para fora direto sem ter uma base bem estruturada.”

Isabela Villas Boas, da Cultura Inglesa, também chama a atenção para esse ponto. “O senso comum vai dizer que (a melhor forma de ser proficiente em um segundo idioma) é passar um tempo no país falante daquele idioma. Mas não é bem assim. Isso é verdade se a pessoa já tiver atingido o nível intermediário, pelo menos. Para o básico não é a melhor solução”, afirma. E a diretora cita mais fatores. “O estudo direcionado, a moderação de um professor qualificado, que não só ensina, mas apoia, dá uma força, direciona, corrige, explica, é fundamental para um resultado positivo.”

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Um aspecto a ser considerado pelo estudante, observa Isabela, é se realmente se faz necessário, para essa pessoa, se tornar proficiente no idioma, o que, no caso do inglês, é o " nível C2″. “Pode ser que um nível B2 ou um C1 já sejam suficientes para o uso desejado da língua. A pessoa não precisa ser totalmente proficiente para realizar algumas das atividades que um emprego ou os estudos exigem. Um nível B2, por exemplo, que é um intermediário avançado, é suficiente para parte das atividades, como falar com fornecedores, clientes, escrever e-mails, relatórios etc. Talvez com alguns erros e demandando um pouco mais de tempo. Então é importante não considerar que todo o mundo tem de chegar ao C2. Para algumas áreas, sim, como diplomatas, professores de Inglês, mas não todas.”

No Brasil, todos os estudantes têm aulas de Inglês na escola desde o ensino fundamental, mas a maioria termina o ensino médio bem longe de ser fluente no idioma. E o mesmo vale para a parcela dos alunos que, além do colégio, fez curso de Inglês em uma escola particular de idiomas. Na opinião de especialistas, que concordam que isso é muito comum, entre alguns dos motivos apontados estão a falta de uma meta, um objetivo claro, para aprender o idioma e o pouco tempo, no dia a dia, dedicado ao aprendizado.

Para Cynthia Picchini, especialista em linguística aplicada ao ensino de línguas e professora de Inglês no curso de Letras da Universidade São Judas Tadeu, muitas pessoas no País vão estudar Inglês “sem saber a necessidade (específica) delas”. “Eu acho que é como qualquer coisa que a gente se propõe a fazer, até academia, sabe? Então, eu vou entrar nesse curso, eu vou ter de ter um certo empenho, uma certa disciplina para atingir aquele objetivo”, diz.

Mesmo quem não tem recursos para pagar um curso particular pode se dedicar a aprender o idioma, buscando opções gratuitas e online. Foto: pressmaster/Adobe Stock

Essa “disciplina”, descreve a professora, inclui se dedicar ao aprendizado também no tempo livre. Seja vendo um filme no streaming com legenda em inglês ou traduzindo letras de música. Segundo ela, mesmo quem não tem recursos para pagar um curso particular de Inglês, pode se dedicar a aprender o idioma, buscando opções gratuitas e também online. “A gente tem muita coisa hoje sendo oferecida por ONG, inclusive na universidade (São Judas Tadeu), a gente tem um curso no Centro de Línguas. Tem muita coisa gratuita sendo feita e muita coisa na internet sendo feita.”

Dicas

  • Esforço extraclasse: Busque o aprendizado também no tempo livre. Procure assistir um filme no streaming com legenda em inglês ou traduza letras de músicas.
  • Oportunidades de praticar: Procure complementar os estudos formais com outras oportunidades de interação com a língua.
  • Foco: Não fique pulando de curso em curso. Escolha um método: online, presencial, em cursos ou com professor particular.
  • Intercâmbio: Ter uma experiência fora do País é um excelente caminho. Cada mês com cinco horas de estudo semanais no exterior equivale a um ano de estudo no Brasil. Mas, antes de viajar. tenha um nível intermediário do idioma para não passar sufoco.

Isabela Villas Boas, diretora executiva acadêmica da escola Cultura Inglesa, também defende que o aluno não pode achar que só ir à aula é suficiente para aprender um idioma. “Pode até ser para alguns, mas não para a maioria. Tem de haver um esforço extraclasse.”

Isabela cita que há também fatores subjetivos que afetam o resultado da aprendizagem, incluindo “personalidade, curiosidade, abertura ao novo, medo ou não de errar, motivação e interesse em complementar os estudos formais com outras oportunidades de interação com a língua e até visão positiva da cultura e das pessoas nativas da língua-alvo, segundo a literatura na área”.

Conforme Isabela, outro dos principais pontos a serem observados quando se busca o motivo de pessoas saírem dos cursos de idiomas sem serem fluentes é que há pouco tempo dedicado ao aprendizado. “As pessoas não permanecem dedicadas à aquisição de um segundo idioma pelo tempo necessário para se tornarem proficientes, que, segundo o Quadro Europeu Comum Curricular, prevê 600 horas de instrução para atingimento do nível C2, que é o de proficiência. A não ser que a pessoa tenha um contato intensivo com a língua, o contato regular significa em torno de seis anos de estudos de três a quatro horas por semana.”

Marcelo Barros, CKO do curso de idiomas CNA, concorda com Isabela. “É muito pouco tempo dedicado ao aprendizado de inglês. Ou seja, nós estamos falando de, usando o CNA como referência, duas horas e meia de contato com o idioma a cada semana.”

Além disso, Barros cita o alto nível de desistência ao longo do curso. “De cada dez alunos que entram em um curso de Inglês, na média nacional, com muita boa vontade, um ou dois vai terminar o curso. Porque o processo é muito longo, gasta uma grana e os resultados vêm muito aos poucos. Acho que é uma combinação, neste caso, entre tempo de dedicação e, a partir disso, o tempo de duração.”

Isabela, da Cultura Inglesa, lembra ainda que o aluno deve buscar um “caminho consistente”. “A pessoa fica pulando de curso em curso, solução em solução – online, presencial, em cursos, com professor particular – e não consegue ter um engajamento contínuo e sistemático com a aprendizagem. É importante escolher um caminho e ter uma certa consistência, além de se dedicar realmente ao estudo e estar sempre em busca de oportunidades de praticar.”

Para quem tem condições, ter uma experiência fora do País, dizem os especialistas é um excelente caminho para quem busca ficar fluente em um idioma. “Se você está, digamos, na Austrália, nos Estados Unidos, na Inglaterra, na África do Sul, você sai da sala de aula e está em contato com o idioma. É um ambiente de inglês como segunda língua. No nosso caso, de quem estuda no Brasil, é um ambiente diferente, é inglês como língua estrangeira. Saiu da sala de aula, se você não for buscar outros recursos, é só aquilo ali”, diz Barros.

Base bem estruturada

Segundo Christina Bicalho, vice-presidente do Student Travel Bureau (STB), um programa de três meses estudando no exterior já melhora, e muito, o aprendizado do idioma. “Quando vai para fora, a velocidade do aprendizado é muito maior. Cada mês com cinco horas de estudo semanais no exterior equivale a um ano de estudo no Brasil.”

Mas ela lembra que estudar fora do País não é simples como “uma receita de bolo”. Isso porque não adianta, diz Christina, ir para o exterior sem ter pelo menos o nível intermediário do idioma, para não passar sufoco. “Não dá para ir para fora direto sem ter uma base bem estruturada.”

Isabela Villas Boas, da Cultura Inglesa, também chama a atenção para esse ponto. “O senso comum vai dizer que (a melhor forma de ser proficiente em um segundo idioma) é passar um tempo no país falante daquele idioma. Mas não é bem assim. Isso é verdade se a pessoa já tiver atingido o nível intermediário, pelo menos. Para o básico não é a melhor solução”, afirma. E a diretora cita mais fatores. “O estudo direcionado, a moderação de um professor qualificado, que não só ensina, mas apoia, dá uma força, direciona, corrige, explica, é fundamental para um resultado positivo.”

Um aspecto a ser considerado pelo estudante, observa Isabela, é se realmente se faz necessário, para essa pessoa, se tornar proficiente no idioma, o que, no caso do inglês, é o " nível C2″. “Pode ser que um nível B2 ou um C1 já sejam suficientes para o uso desejado da língua. A pessoa não precisa ser totalmente proficiente para realizar algumas das atividades que um emprego ou os estudos exigem. Um nível B2, por exemplo, que é um intermediário avançado, é suficiente para parte das atividades, como falar com fornecedores, clientes, escrever e-mails, relatórios etc. Talvez com alguns erros e demandando um pouco mais de tempo. Então é importante não considerar que todo o mundo tem de chegar ao C2. Para algumas áreas, sim, como diplomatas, professores de Inglês, mas não todas.”

No Brasil, todos os estudantes têm aulas de Inglês na escola desde o ensino fundamental, mas a maioria termina o ensino médio bem longe de ser fluente no idioma. E o mesmo vale para a parcela dos alunos que, além do colégio, fez curso de Inglês em uma escola particular de idiomas. Na opinião de especialistas, que concordam que isso é muito comum, entre alguns dos motivos apontados estão a falta de uma meta, um objetivo claro, para aprender o idioma e o pouco tempo, no dia a dia, dedicado ao aprendizado.

Para Cynthia Picchini, especialista em linguística aplicada ao ensino de línguas e professora de Inglês no curso de Letras da Universidade São Judas Tadeu, muitas pessoas no País vão estudar Inglês “sem saber a necessidade (específica) delas”. “Eu acho que é como qualquer coisa que a gente se propõe a fazer, até academia, sabe? Então, eu vou entrar nesse curso, eu vou ter de ter um certo empenho, uma certa disciplina para atingir aquele objetivo”, diz.

Mesmo quem não tem recursos para pagar um curso particular pode se dedicar a aprender o idioma, buscando opções gratuitas e online. Foto: pressmaster/Adobe Stock

Essa “disciplina”, descreve a professora, inclui se dedicar ao aprendizado também no tempo livre. Seja vendo um filme no streaming com legenda em inglês ou traduzindo letras de música. Segundo ela, mesmo quem não tem recursos para pagar um curso particular de Inglês, pode se dedicar a aprender o idioma, buscando opções gratuitas e também online. “A gente tem muita coisa hoje sendo oferecida por ONG, inclusive na universidade (São Judas Tadeu), a gente tem um curso no Centro de Línguas. Tem muita coisa gratuita sendo feita e muita coisa na internet sendo feita.”

Dicas

  • Esforço extraclasse: Busque o aprendizado também no tempo livre. Procure assistir um filme no streaming com legenda em inglês ou traduza letras de músicas.
  • Oportunidades de praticar: Procure complementar os estudos formais com outras oportunidades de interação com a língua.
  • Foco: Não fique pulando de curso em curso. Escolha um método: online, presencial, em cursos ou com professor particular.
  • Intercâmbio: Ter uma experiência fora do País é um excelente caminho. Cada mês com cinco horas de estudo semanais no exterior equivale a um ano de estudo no Brasil. Mas, antes de viajar. tenha um nível intermediário do idioma para não passar sufoco.

Isabela Villas Boas, diretora executiva acadêmica da escola Cultura Inglesa, também defende que o aluno não pode achar que só ir à aula é suficiente para aprender um idioma. “Pode até ser para alguns, mas não para a maioria. Tem de haver um esforço extraclasse.”

Isabela cita que há também fatores subjetivos que afetam o resultado da aprendizagem, incluindo “personalidade, curiosidade, abertura ao novo, medo ou não de errar, motivação e interesse em complementar os estudos formais com outras oportunidades de interação com a língua e até visão positiva da cultura e das pessoas nativas da língua-alvo, segundo a literatura na área”.

Conforme Isabela, outro dos principais pontos a serem observados quando se busca o motivo de pessoas saírem dos cursos de idiomas sem serem fluentes é que há pouco tempo dedicado ao aprendizado. “As pessoas não permanecem dedicadas à aquisição de um segundo idioma pelo tempo necessário para se tornarem proficientes, que, segundo o Quadro Europeu Comum Curricular, prevê 600 horas de instrução para atingimento do nível C2, que é o de proficiência. A não ser que a pessoa tenha um contato intensivo com a língua, o contato regular significa em torno de seis anos de estudos de três a quatro horas por semana.”

Marcelo Barros, CKO do curso de idiomas CNA, concorda com Isabela. “É muito pouco tempo dedicado ao aprendizado de inglês. Ou seja, nós estamos falando de, usando o CNA como referência, duas horas e meia de contato com o idioma a cada semana.”

Além disso, Barros cita o alto nível de desistência ao longo do curso. “De cada dez alunos que entram em um curso de Inglês, na média nacional, com muita boa vontade, um ou dois vai terminar o curso. Porque o processo é muito longo, gasta uma grana e os resultados vêm muito aos poucos. Acho que é uma combinação, neste caso, entre tempo de dedicação e, a partir disso, o tempo de duração.”

Isabela, da Cultura Inglesa, lembra ainda que o aluno deve buscar um “caminho consistente”. “A pessoa fica pulando de curso em curso, solução em solução – online, presencial, em cursos, com professor particular – e não consegue ter um engajamento contínuo e sistemático com a aprendizagem. É importante escolher um caminho e ter uma certa consistência, além de se dedicar realmente ao estudo e estar sempre em busca de oportunidades de praticar.”

Para quem tem condições, ter uma experiência fora do País, dizem os especialistas é um excelente caminho para quem busca ficar fluente em um idioma. “Se você está, digamos, na Austrália, nos Estados Unidos, na Inglaterra, na África do Sul, você sai da sala de aula e está em contato com o idioma. É um ambiente de inglês como segunda língua. No nosso caso, de quem estuda no Brasil, é um ambiente diferente, é inglês como língua estrangeira. Saiu da sala de aula, se você não for buscar outros recursos, é só aquilo ali”, diz Barros.

Base bem estruturada

Segundo Christina Bicalho, vice-presidente do Student Travel Bureau (STB), um programa de três meses estudando no exterior já melhora, e muito, o aprendizado do idioma. “Quando vai para fora, a velocidade do aprendizado é muito maior. Cada mês com cinco horas de estudo semanais no exterior equivale a um ano de estudo no Brasil.”

Mas ela lembra que estudar fora do País não é simples como “uma receita de bolo”. Isso porque não adianta, diz Christina, ir para o exterior sem ter pelo menos o nível intermediário do idioma, para não passar sufoco. “Não dá para ir para fora direto sem ter uma base bem estruturada.”

Isabela Villas Boas, da Cultura Inglesa, também chama a atenção para esse ponto. “O senso comum vai dizer que (a melhor forma de ser proficiente em um segundo idioma) é passar um tempo no país falante daquele idioma. Mas não é bem assim. Isso é verdade se a pessoa já tiver atingido o nível intermediário, pelo menos. Para o básico não é a melhor solução”, afirma. E a diretora cita mais fatores. “O estudo direcionado, a moderação de um professor qualificado, que não só ensina, mas apoia, dá uma força, direciona, corrige, explica, é fundamental para um resultado positivo.”

Um aspecto a ser considerado pelo estudante, observa Isabela, é se realmente se faz necessário, para essa pessoa, se tornar proficiente no idioma, o que, no caso do inglês, é o " nível C2″. “Pode ser que um nível B2 ou um C1 já sejam suficientes para o uso desejado da língua. A pessoa não precisa ser totalmente proficiente para realizar algumas das atividades que um emprego ou os estudos exigem. Um nível B2, por exemplo, que é um intermediário avançado, é suficiente para parte das atividades, como falar com fornecedores, clientes, escrever e-mails, relatórios etc. Talvez com alguns erros e demandando um pouco mais de tempo. Então é importante não considerar que todo o mundo tem de chegar ao C2. Para algumas áreas, sim, como diplomatas, professores de Inglês, mas não todas.”

No Brasil, todos os estudantes têm aulas de Inglês na escola desde o ensino fundamental, mas a maioria termina o ensino médio bem longe de ser fluente no idioma. E o mesmo vale para a parcela dos alunos que, além do colégio, fez curso de Inglês em uma escola particular de idiomas. Na opinião de especialistas, que concordam que isso é muito comum, entre alguns dos motivos apontados estão a falta de uma meta, um objetivo claro, para aprender o idioma e o pouco tempo, no dia a dia, dedicado ao aprendizado.

Para Cynthia Picchini, especialista em linguística aplicada ao ensino de línguas e professora de Inglês no curso de Letras da Universidade São Judas Tadeu, muitas pessoas no País vão estudar Inglês “sem saber a necessidade (específica) delas”. “Eu acho que é como qualquer coisa que a gente se propõe a fazer, até academia, sabe? Então, eu vou entrar nesse curso, eu vou ter de ter um certo empenho, uma certa disciplina para atingir aquele objetivo”, diz.

Mesmo quem não tem recursos para pagar um curso particular pode se dedicar a aprender o idioma, buscando opções gratuitas e online. Foto: pressmaster/Adobe Stock

Essa “disciplina”, descreve a professora, inclui se dedicar ao aprendizado também no tempo livre. Seja vendo um filme no streaming com legenda em inglês ou traduzindo letras de música. Segundo ela, mesmo quem não tem recursos para pagar um curso particular de Inglês, pode se dedicar a aprender o idioma, buscando opções gratuitas e também online. “A gente tem muita coisa hoje sendo oferecida por ONG, inclusive na universidade (São Judas Tadeu), a gente tem um curso no Centro de Línguas. Tem muita coisa gratuita sendo feita e muita coisa na internet sendo feita.”

Dicas

  • Esforço extraclasse: Busque o aprendizado também no tempo livre. Procure assistir um filme no streaming com legenda em inglês ou traduza letras de músicas.
  • Oportunidades de praticar: Procure complementar os estudos formais com outras oportunidades de interação com a língua.
  • Foco: Não fique pulando de curso em curso. Escolha um método: online, presencial, em cursos ou com professor particular.
  • Intercâmbio: Ter uma experiência fora do País é um excelente caminho. Cada mês com cinco horas de estudo semanais no exterior equivale a um ano de estudo no Brasil. Mas, antes de viajar. tenha um nível intermediário do idioma para não passar sufoco.

Isabela Villas Boas, diretora executiva acadêmica da escola Cultura Inglesa, também defende que o aluno não pode achar que só ir à aula é suficiente para aprender um idioma. “Pode até ser para alguns, mas não para a maioria. Tem de haver um esforço extraclasse.”

Isabela cita que há também fatores subjetivos que afetam o resultado da aprendizagem, incluindo “personalidade, curiosidade, abertura ao novo, medo ou não de errar, motivação e interesse em complementar os estudos formais com outras oportunidades de interação com a língua e até visão positiva da cultura e das pessoas nativas da língua-alvo, segundo a literatura na área”.

Conforme Isabela, outro dos principais pontos a serem observados quando se busca o motivo de pessoas saírem dos cursos de idiomas sem serem fluentes é que há pouco tempo dedicado ao aprendizado. “As pessoas não permanecem dedicadas à aquisição de um segundo idioma pelo tempo necessário para se tornarem proficientes, que, segundo o Quadro Europeu Comum Curricular, prevê 600 horas de instrução para atingimento do nível C2, que é o de proficiência. A não ser que a pessoa tenha um contato intensivo com a língua, o contato regular significa em torno de seis anos de estudos de três a quatro horas por semana.”

Marcelo Barros, CKO do curso de idiomas CNA, concorda com Isabela. “É muito pouco tempo dedicado ao aprendizado de inglês. Ou seja, nós estamos falando de, usando o CNA como referência, duas horas e meia de contato com o idioma a cada semana.”

Além disso, Barros cita o alto nível de desistência ao longo do curso. “De cada dez alunos que entram em um curso de Inglês, na média nacional, com muita boa vontade, um ou dois vai terminar o curso. Porque o processo é muito longo, gasta uma grana e os resultados vêm muito aos poucos. Acho que é uma combinação, neste caso, entre tempo de dedicação e, a partir disso, o tempo de duração.”

Isabela, da Cultura Inglesa, lembra ainda que o aluno deve buscar um “caminho consistente”. “A pessoa fica pulando de curso em curso, solução em solução – online, presencial, em cursos, com professor particular – e não consegue ter um engajamento contínuo e sistemático com a aprendizagem. É importante escolher um caminho e ter uma certa consistência, além de se dedicar realmente ao estudo e estar sempre em busca de oportunidades de praticar.”

Para quem tem condições, ter uma experiência fora do País, dizem os especialistas é um excelente caminho para quem busca ficar fluente em um idioma. “Se você está, digamos, na Austrália, nos Estados Unidos, na Inglaterra, na África do Sul, você sai da sala de aula e está em contato com o idioma. É um ambiente de inglês como segunda língua. No nosso caso, de quem estuda no Brasil, é um ambiente diferente, é inglês como língua estrangeira. Saiu da sala de aula, se você não for buscar outros recursos, é só aquilo ali”, diz Barros.

Base bem estruturada

Segundo Christina Bicalho, vice-presidente do Student Travel Bureau (STB), um programa de três meses estudando no exterior já melhora, e muito, o aprendizado do idioma. “Quando vai para fora, a velocidade do aprendizado é muito maior. Cada mês com cinco horas de estudo semanais no exterior equivale a um ano de estudo no Brasil.”

Mas ela lembra que estudar fora do País não é simples como “uma receita de bolo”. Isso porque não adianta, diz Christina, ir para o exterior sem ter pelo menos o nível intermediário do idioma, para não passar sufoco. “Não dá para ir para fora direto sem ter uma base bem estruturada.”

Isabela Villas Boas, da Cultura Inglesa, também chama a atenção para esse ponto. “O senso comum vai dizer que (a melhor forma de ser proficiente em um segundo idioma) é passar um tempo no país falante daquele idioma. Mas não é bem assim. Isso é verdade se a pessoa já tiver atingido o nível intermediário, pelo menos. Para o básico não é a melhor solução”, afirma. E a diretora cita mais fatores. “O estudo direcionado, a moderação de um professor qualificado, que não só ensina, mas apoia, dá uma força, direciona, corrige, explica, é fundamental para um resultado positivo.”

Um aspecto a ser considerado pelo estudante, observa Isabela, é se realmente se faz necessário, para essa pessoa, se tornar proficiente no idioma, o que, no caso do inglês, é o " nível C2″. “Pode ser que um nível B2 ou um C1 já sejam suficientes para o uso desejado da língua. A pessoa não precisa ser totalmente proficiente para realizar algumas das atividades que um emprego ou os estudos exigem. Um nível B2, por exemplo, que é um intermediário avançado, é suficiente para parte das atividades, como falar com fornecedores, clientes, escrever e-mails, relatórios etc. Talvez com alguns erros e demandando um pouco mais de tempo. Então é importante não considerar que todo o mundo tem de chegar ao C2. Para algumas áreas, sim, como diplomatas, professores de Inglês, mas não todas.”

No Brasil, todos os estudantes têm aulas de Inglês na escola desde o ensino fundamental, mas a maioria termina o ensino médio bem longe de ser fluente no idioma. E o mesmo vale para a parcela dos alunos que, além do colégio, fez curso de Inglês em uma escola particular de idiomas. Na opinião de especialistas, que concordam que isso é muito comum, entre alguns dos motivos apontados estão a falta de uma meta, um objetivo claro, para aprender o idioma e o pouco tempo, no dia a dia, dedicado ao aprendizado.

Para Cynthia Picchini, especialista em linguística aplicada ao ensino de línguas e professora de Inglês no curso de Letras da Universidade São Judas Tadeu, muitas pessoas no País vão estudar Inglês “sem saber a necessidade (específica) delas”. “Eu acho que é como qualquer coisa que a gente se propõe a fazer, até academia, sabe? Então, eu vou entrar nesse curso, eu vou ter de ter um certo empenho, uma certa disciplina para atingir aquele objetivo”, diz.

Mesmo quem não tem recursos para pagar um curso particular pode se dedicar a aprender o idioma, buscando opções gratuitas e online. Foto: pressmaster/Adobe Stock

Essa “disciplina”, descreve a professora, inclui se dedicar ao aprendizado também no tempo livre. Seja vendo um filme no streaming com legenda em inglês ou traduzindo letras de música. Segundo ela, mesmo quem não tem recursos para pagar um curso particular de Inglês, pode se dedicar a aprender o idioma, buscando opções gratuitas e também online. “A gente tem muita coisa hoje sendo oferecida por ONG, inclusive na universidade (São Judas Tadeu), a gente tem um curso no Centro de Línguas. Tem muita coisa gratuita sendo feita e muita coisa na internet sendo feita.”

Dicas

  • Esforço extraclasse: Busque o aprendizado também no tempo livre. Procure assistir um filme no streaming com legenda em inglês ou traduza letras de músicas.
  • Oportunidades de praticar: Procure complementar os estudos formais com outras oportunidades de interação com a língua.
  • Foco: Não fique pulando de curso em curso. Escolha um método: online, presencial, em cursos ou com professor particular.
  • Intercâmbio: Ter uma experiência fora do País é um excelente caminho. Cada mês com cinco horas de estudo semanais no exterior equivale a um ano de estudo no Brasil. Mas, antes de viajar. tenha um nível intermediário do idioma para não passar sufoco.

Isabela Villas Boas, diretora executiva acadêmica da escola Cultura Inglesa, também defende que o aluno não pode achar que só ir à aula é suficiente para aprender um idioma. “Pode até ser para alguns, mas não para a maioria. Tem de haver um esforço extraclasse.”

Isabela cita que há também fatores subjetivos que afetam o resultado da aprendizagem, incluindo “personalidade, curiosidade, abertura ao novo, medo ou não de errar, motivação e interesse em complementar os estudos formais com outras oportunidades de interação com a língua e até visão positiva da cultura e das pessoas nativas da língua-alvo, segundo a literatura na área”.

Conforme Isabela, outro dos principais pontos a serem observados quando se busca o motivo de pessoas saírem dos cursos de idiomas sem serem fluentes é que há pouco tempo dedicado ao aprendizado. “As pessoas não permanecem dedicadas à aquisição de um segundo idioma pelo tempo necessário para se tornarem proficientes, que, segundo o Quadro Europeu Comum Curricular, prevê 600 horas de instrução para atingimento do nível C2, que é o de proficiência. A não ser que a pessoa tenha um contato intensivo com a língua, o contato regular significa em torno de seis anos de estudos de três a quatro horas por semana.”

Marcelo Barros, CKO do curso de idiomas CNA, concorda com Isabela. “É muito pouco tempo dedicado ao aprendizado de inglês. Ou seja, nós estamos falando de, usando o CNA como referência, duas horas e meia de contato com o idioma a cada semana.”

Além disso, Barros cita o alto nível de desistência ao longo do curso. “De cada dez alunos que entram em um curso de Inglês, na média nacional, com muita boa vontade, um ou dois vai terminar o curso. Porque o processo é muito longo, gasta uma grana e os resultados vêm muito aos poucos. Acho que é uma combinação, neste caso, entre tempo de dedicação e, a partir disso, o tempo de duração.”

Isabela, da Cultura Inglesa, lembra ainda que o aluno deve buscar um “caminho consistente”. “A pessoa fica pulando de curso em curso, solução em solução – online, presencial, em cursos, com professor particular – e não consegue ter um engajamento contínuo e sistemático com a aprendizagem. É importante escolher um caminho e ter uma certa consistência, além de se dedicar realmente ao estudo e estar sempre em busca de oportunidades de praticar.”

Para quem tem condições, ter uma experiência fora do País, dizem os especialistas é um excelente caminho para quem busca ficar fluente em um idioma. “Se você está, digamos, na Austrália, nos Estados Unidos, na Inglaterra, na África do Sul, você sai da sala de aula e está em contato com o idioma. É um ambiente de inglês como segunda língua. No nosso caso, de quem estuda no Brasil, é um ambiente diferente, é inglês como língua estrangeira. Saiu da sala de aula, se você não for buscar outros recursos, é só aquilo ali”, diz Barros.

Base bem estruturada

Segundo Christina Bicalho, vice-presidente do Student Travel Bureau (STB), um programa de três meses estudando no exterior já melhora, e muito, o aprendizado do idioma. “Quando vai para fora, a velocidade do aprendizado é muito maior. Cada mês com cinco horas de estudo semanais no exterior equivale a um ano de estudo no Brasil.”

Mas ela lembra que estudar fora do País não é simples como “uma receita de bolo”. Isso porque não adianta, diz Christina, ir para o exterior sem ter pelo menos o nível intermediário do idioma, para não passar sufoco. “Não dá para ir para fora direto sem ter uma base bem estruturada.”

Isabela Villas Boas, da Cultura Inglesa, também chama a atenção para esse ponto. “O senso comum vai dizer que (a melhor forma de ser proficiente em um segundo idioma) é passar um tempo no país falante daquele idioma. Mas não é bem assim. Isso é verdade se a pessoa já tiver atingido o nível intermediário, pelo menos. Para o básico não é a melhor solução”, afirma. E a diretora cita mais fatores. “O estudo direcionado, a moderação de um professor qualificado, que não só ensina, mas apoia, dá uma força, direciona, corrige, explica, é fundamental para um resultado positivo.”

Um aspecto a ser considerado pelo estudante, observa Isabela, é se realmente se faz necessário, para essa pessoa, se tornar proficiente no idioma, o que, no caso do inglês, é o " nível C2″. “Pode ser que um nível B2 ou um C1 já sejam suficientes para o uso desejado da língua. A pessoa não precisa ser totalmente proficiente para realizar algumas das atividades que um emprego ou os estudos exigem. Um nível B2, por exemplo, que é um intermediário avançado, é suficiente para parte das atividades, como falar com fornecedores, clientes, escrever e-mails, relatórios etc. Talvez com alguns erros e demandando um pouco mais de tempo. Então é importante não considerar que todo o mundo tem de chegar ao C2. Para algumas áreas, sim, como diplomatas, professores de Inglês, mas não todas.”

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