Censura de livro de Marçal Aquino em vestibular: por que esse movimento está ganhando força?


Nos EUA, clássicos estão sendo banidos das escolas, assim como em faculdade de Goiás

Por Renata Cafardo
Atualização:

O mesmo deputado bolsonarista que pediu, e conseguiu, que um livro do escritor Marçal Aquino fosse banido do vestibular de uma universidade semana passada clamava nas redes sociais contra o PL das Fake News, acusando-o de “PL da Censura”.

Para Gustavo Gayer (PL-GO), regulamentar as redes sociais e os algoritmos que favorecem o extremismo, crimes violentos e levam a prejuízos incalculáveis para a saúde mental de crianças e jovens é censura. Mas banir um livro de um vencedor do Prêmio Jabuti de um ambiente educacional, não.

A censura atual de livros na educação não é invenção brasileira. Nos Estados Unidos, só entre julho e dezembro de 2022, quase 1.500 livros foram banidos das escolas americanas em 37 Estados, aumento de 28% com relação ao semestre anterior. Texas, Flórida, Missouri, Utah e Carolina do Sul são os líderes da censura, segundo a ONG Pen America, que mapeia a situação no país.

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Capa do livro 'Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios', escrito por Marçal Aquino e censurado de vestibular Foto: Reprodução

Entre os títulos proibidos estão clássicos da literatura americana como O Olho mais Azul, de Toni Morrison, e O Sol é Para Todos, de Harper Lee. As obras trazem reflexões poderosas sobre raça, classe social ou gênero – suas autoras são ganhadoras do Pulitzer e Morrison ainda recebeu o Nobel de Literatura. Segundo a Pen America, a censura de livros se intensificou desde 2021 com a polarização no país. Ela vem de grupos de pais ou de políticos que pressionam os governos para tirar as obras das salas de aula e de bibliotecas escolares.

No Brasil, o alvo foi o livro Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, traduzido em diversos países e transformado em filme, com Camila Pitanga. Conta a história de um fotógrafo que se envolve com a mulher de um pastor evangélico no interior do Amazônia, em um cenário de garimpeiros, prostitutas e assassinos de aluguel.

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O deputado chamou o belo romance da literatura brasileira contemporânea de “pornográfico” só porque tem sexo e maconha na trama. E a Universidade de Rio Verde (UniRV), de Goiás, mesmo com o livro aprovado por sua comissão de vestibular, tirou a obra da lista.

A Academia Brasileira de Letras e toda a cultura do País repudiaram o ocorrido. A leitura, assim como a educação de qualidade, leva o jovem a reflexões para muito além de um algoritmo – que só mostra quem pensa como você. O papel da escola e da universidade, auxiliadas pelas obras didáticas ou literárias, é justamente o contrário. É ensinar o aluno a ouvir o diferente e a buscar todas as fontes para criar pensamento crítico, repertório. E se tornar um cidadão que não enxerga a pluralidade do mundo como ofensa.

O mesmo deputado bolsonarista que pediu, e conseguiu, que um livro do escritor Marçal Aquino fosse banido do vestibular de uma universidade semana passada clamava nas redes sociais contra o PL das Fake News, acusando-o de “PL da Censura”.

Para Gustavo Gayer (PL-GO), regulamentar as redes sociais e os algoritmos que favorecem o extremismo, crimes violentos e levam a prejuízos incalculáveis para a saúde mental de crianças e jovens é censura. Mas banir um livro de um vencedor do Prêmio Jabuti de um ambiente educacional, não.

A censura atual de livros na educação não é invenção brasileira. Nos Estados Unidos, só entre julho e dezembro de 2022, quase 1.500 livros foram banidos das escolas americanas em 37 Estados, aumento de 28% com relação ao semestre anterior. Texas, Flórida, Missouri, Utah e Carolina do Sul são os líderes da censura, segundo a ONG Pen America, que mapeia a situação no país.

Capa do livro 'Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios', escrito por Marçal Aquino e censurado de vestibular Foto: Reprodução

Entre os títulos proibidos estão clássicos da literatura americana como O Olho mais Azul, de Toni Morrison, e O Sol é Para Todos, de Harper Lee. As obras trazem reflexões poderosas sobre raça, classe social ou gênero – suas autoras são ganhadoras do Pulitzer e Morrison ainda recebeu o Nobel de Literatura. Segundo a Pen America, a censura de livros se intensificou desde 2021 com a polarização no país. Ela vem de grupos de pais ou de políticos que pressionam os governos para tirar as obras das salas de aula e de bibliotecas escolares.

No Brasil, o alvo foi o livro Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, traduzido em diversos países e transformado em filme, com Camila Pitanga. Conta a história de um fotógrafo que se envolve com a mulher de um pastor evangélico no interior do Amazônia, em um cenário de garimpeiros, prostitutas e assassinos de aluguel.

O deputado chamou o belo romance da literatura brasileira contemporânea de “pornográfico” só porque tem sexo e maconha na trama. E a Universidade de Rio Verde (UniRV), de Goiás, mesmo com o livro aprovado por sua comissão de vestibular, tirou a obra da lista.

A Academia Brasileira de Letras e toda a cultura do País repudiaram o ocorrido. A leitura, assim como a educação de qualidade, leva o jovem a reflexões para muito além de um algoritmo – que só mostra quem pensa como você. O papel da escola e da universidade, auxiliadas pelas obras didáticas ou literárias, é justamente o contrário. É ensinar o aluno a ouvir o diferente e a buscar todas as fontes para criar pensamento crítico, repertório. E se tornar um cidadão que não enxerga a pluralidade do mundo como ofensa.

O mesmo deputado bolsonarista que pediu, e conseguiu, que um livro do escritor Marçal Aquino fosse banido do vestibular de uma universidade semana passada clamava nas redes sociais contra o PL das Fake News, acusando-o de “PL da Censura”.

Para Gustavo Gayer (PL-GO), regulamentar as redes sociais e os algoritmos que favorecem o extremismo, crimes violentos e levam a prejuízos incalculáveis para a saúde mental de crianças e jovens é censura. Mas banir um livro de um vencedor do Prêmio Jabuti de um ambiente educacional, não.

A censura atual de livros na educação não é invenção brasileira. Nos Estados Unidos, só entre julho e dezembro de 2022, quase 1.500 livros foram banidos das escolas americanas em 37 Estados, aumento de 28% com relação ao semestre anterior. Texas, Flórida, Missouri, Utah e Carolina do Sul são os líderes da censura, segundo a ONG Pen America, que mapeia a situação no país.

Capa do livro 'Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios', escrito por Marçal Aquino e censurado de vestibular Foto: Reprodução

Entre os títulos proibidos estão clássicos da literatura americana como O Olho mais Azul, de Toni Morrison, e O Sol é Para Todos, de Harper Lee. As obras trazem reflexões poderosas sobre raça, classe social ou gênero – suas autoras são ganhadoras do Pulitzer e Morrison ainda recebeu o Nobel de Literatura. Segundo a Pen America, a censura de livros se intensificou desde 2021 com a polarização no país. Ela vem de grupos de pais ou de políticos que pressionam os governos para tirar as obras das salas de aula e de bibliotecas escolares.

No Brasil, o alvo foi o livro Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, traduzido em diversos países e transformado em filme, com Camila Pitanga. Conta a história de um fotógrafo que se envolve com a mulher de um pastor evangélico no interior do Amazônia, em um cenário de garimpeiros, prostitutas e assassinos de aluguel.

O deputado chamou o belo romance da literatura brasileira contemporânea de “pornográfico” só porque tem sexo e maconha na trama. E a Universidade de Rio Verde (UniRV), de Goiás, mesmo com o livro aprovado por sua comissão de vestibular, tirou a obra da lista.

A Academia Brasileira de Letras e toda a cultura do País repudiaram o ocorrido. A leitura, assim como a educação de qualidade, leva o jovem a reflexões para muito além de um algoritmo – que só mostra quem pensa como você. O papel da escola e da universidade, auxiliadas pelas obras didáticas ou literárias, é justamente o contrário. É ensinar o aluno a ouvir o diferente e a buscar todas as fontes para criar pensamento crítico, repertório. E se tornar um cidadão que não enxerga a pluralidade do mundo como ofensa.

O mesmo deputado bolsonarista que pediu, e conseguiu, que um livro do escritor Marçal Aquino fosse banido do vestibular de uma universidade semana passada clamava nas redes sociais contra o PL das Fake News, acusando-o de “PL da Censura”.

Para Gustavo Gayer (PL-GO), regulamentar as redes sociais e os algoritmos que favorecem o extremismo, crimes violentos e levam a prejuízos incalculáveis para a saúde mental de crianças e jovens é censura. Mas banir um livro de um vencedor do Prêmio Jabuti de um ambiente educacional, não.

A censura atual de livros na educação não é invenção brasileira. Nos Estados Unidos, só entre julho e dezembro de 2022, quase 1.500 livros foram banidos das escolas americanas em 37 Estados, aumento de 28% com relação ao semestre anterior. Texas, Flórida, Missouri, Utah e Carolina do Sul são os líderes da censura, segundo a ONG Pen America, que mapeia a situação no país.

Capa do livro 'Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios', escrito por Marçal Aquino e censurado de vestibular Foto: Reprodução

Entre os títulos proibidos estão clássicos da literatura americana como O Olho mais Azul, de Toni Morrison, e O Sol é Para Todos, de Harper Lee. As obras trazem reflexões poderosas sobre raça, classe social ou gênero – suas autoras são ganhadoras do Pulitzer e Morrison ainda recebeu o Nobel de Literatura. Segundo a Pen America, a censura de livros se intensificou desde 2021 com a polarização no país. Ela vem de grupos de pais ou de políticos que pressionam os governos para tirar as obras das salas de aula e de bibliotecas escolares.

No Brasil, o alvo foi o livro Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, traduzido em diversos países e transformado em filme, com Camila Pitanga. Conta a história de um fotógrafo que se envolve com a mulher de um pastor evangélico no interior do Amazônia, em um cenário de garimpeiros, prostitutas e assassinos de aluguel.

O deputado chamou o belo romance da literatura brasileira contemporânea de “pornográfico” só porque tem sexo e maconha na trama. E a Universidade de Rio Verde (UniRV), de Goiás, mesmo com o livro aprovado por sua comissão de vestibular, tirou a obra da lista.

A Academia Brasileira de Letras e toda a cultura do País repudiaram o ocorrido. A leitura, assim como a educação de qualidade, leva o jovem a reflexões para muito além de um algoritmo – que só mostra quem pensa como você. O papel da escola e da universidade, auxiliadas pelas obras didáticas ou literárias, é justamente o contrário. É ensinar o aluno a ouvir o diferente e a buscar todas as fontes para criar pensamento crítico, repertório. E se tornar um cidadão que não enxerga a pluralidade do mundo como ofensa.

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