Quais Estados puxaram para baixo o resultado de alfabetização do Brasil? Os ricos ou os pobres?


São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia não apenas ficaram abaixo do desempenho pré-pandemia: eles pioraram

Por Renata Cafardo

Quais Estados conseguiram melhor superar os efeitos da pandemia entre crianças que precisaram fazer a educação infantil a distância ou mesmo deixaram de ir à escola nesse período? A resposta óbvia seria: os mais ricos do País.

No entanto, os resultados sobre alfabetização divulgados na semana passada mostram que aconteceu o contrário. Aqueles que recuperaram a aprendizagem perdida durante a crise da covid-19 estão entre os mais pobres da federação.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), 56% dos alunos de escolas públicas do Brasil, aos 7 anos, estavam alfabetizados em 2023. Quem fez essa prova, no fim do ano passado, tinha 4 e 5 anos de idade durante a crise sanitária. São crianças que começaram o 1º ano do fundamental em 2022 sem as bases para aprender a ler e a escrever, que devem ser construídas durante a educação infantil (creche e pré-escola).

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Comparado com o índice de antes da pandemia, o crescimento médio nacional foi de apenas um ponto percentual. E ele foi puxado para baixo por São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais (que estão entre os maiores PIBs do País) e Bahia (o maior PIB entre os nordestinos).

Esses Estados não só não conseguiram recuperar o desempenho de antes, como têm hoje um índice menor de crianças alfabetizadas do que em 2019.

Quem fez a prova de alfabetização em 2023 estava na educação infantil durante a pandemia Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO
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Entre os paulistas, que vivem no Estado mais proeminente, com mais dinheiro e melhores universidades, a queda foi de oito pontos, a maior do País. O índice de crianças alfabetizadas caiu de 60% para 52%.

Maranhão, Rondônia e Pernambuco não só cresceram no mínimo 14 pontos percentuais, como passaram São Paulo nos índices de crianças que sabem ler e escrever na idade certa, aos 7 anos.

Pará, Amapá, Paraíba, Tocantins, Alagoas, Amazonas, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo também melhoraram de forma significativa seus resultados.

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E o Ceará, claro. O Estado que já tinha o melhor resultado do País, com 73% das crianças alfabetizadas em 2019, superou ele mesmo e chegou a 85% em 2023. E é na política educacional cearense que está também a resposta para esse resultado no País que parece de cabeça para baixo.

Os Estados que se destacaram seguiram o que o Ceará vem ensinando há anos. Uma política com foco na alfabetização que une Estado e municípios - o tal regime de colaboração. Prefeituras recebem suporte contínuo do Estado para formar professores, obter materiais didáticos variados e dar apoio técnico para os gestores.

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E ainda, mais uma vez seguindo o exemplo do Ceará, os Estados passaram a distribuir parte do ICMS (o imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) aos municípios de acordo com o desempenho na educação. Já São Paulo lançou seu programa em moldes semelhantes só em fevereiro deste ano.

Os 44% que aparecem na avaliação do MEC como não alfabetizados são crianças que hoje estão com 8 anos, sem sequer ter aprendido a escrever bilhetes ou ler mais que palavras isoladas.

É quase metade de uma geração que precisa ser priorizada urgentemente. Não adiantam metas para que se alfabetize na idade certa se o País for deixando no caminho aqueles que os números não mostram mais.

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Quais Estados conseguiram melhor superar os efeitos da pandemia entre crianças que precisaram fazer a educação infantil a distância ou mesmo deixaram de ir à escola nesse período? A resposta óbvia seria: os mais ricos do País.

No entanto, os resultados sobre alfabetização divulgados na semana passada mostram que aconteceu o contrário. Aqueles que recuperaram a aprendizagem perdida durante a crise da covid-19 estão entre os mais pobres da federação.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), 56% dos alunos de escolas públicas do Brasil, aos 7 anos, estavam alfabetizados em 2023. Quem fez essa prova, no fim do ano passado, tinha 4 e 5 anos de idade durante a crise sanitária. São crianças que começaram o 1º ano do fundamental em 2022 sem as bases para aprender a ler e a escrever, que devem ser construídas durante a educação infantil (creche e pré-escola).

Comparado com o índice de antes da pandemia, o crescimento médio nacional foi de apenas um ponto percentual. E ele foi puxado para baixo por São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais (que estão entre os maiores PIBs do País) e Bahia (o maior PIB entre os nordestinos).

Esses Estados não só não conseguiram recuperar o desempenho de antes, como têm hoje um índice menor de crianças alfabetizadas do que em 2019.

Quem fez a prova de alfabetização em 2023 estava na educação infantil durante a pandemia Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

Entre os paulistas, que vivem no Estado mais proeminente, com mais dinheiro e melhores universidades, a queda foi de oito pontos, a maior do País. O índice de crianças alfabetizadas caiu de 60% para 52%.

Maranhão, Rondônia e Pernambuco não só cresceram no mínimo 14 pontos percentuais, como passaram São Paulo nos índices de crianças que sabem ler e escrever na idade certa, aos 7 anos.

Pará, Amapá, Paraíba, Tocantins, Alagoas, Amazonas, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo também melhoraram de forma significativa seus resultados.

E o Ceará, claro. O Estado que já tinha o melhor resultado do País, com 73% das crianças alfabetizadas em 2019, superou ele mesmo e chegou a 85% em 2023. E é na política educacional cearense que está também a resposta para esse resultado no País que parece de cabeça para baixo.

Os Estados que se destacaram seguiram o que o Ceará vem ensinando há anos. Uma política com foco na alfabetização que une Estado e municípios - o tal regime de colaboração. Prefeituras recebem suporte contínuo do Estado para formar professores, obter materiais didáticos variados e dar apoio técnico para os gestores.

E ainda, mais uma vez seguindo o exemplo do Ceará, os Estados passaram a distribuir parte do ICMS (o imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) aos municípios de acordo com o desempenho na educação. Já São Paulo lançou seu programa em moldes semelhantes só em fevereiro deste ano.

Os 44% que aparecem na avaliação do MEC como não alfabetizados são crianças que hoje estão com 8 anos, sem sequer ter aprendido a escrever bilhetes ou ler mais que palavras isoladas.

É quase metade de uma geração que precisa ser priorizada urgentemente. Não adiantam metas para que se alfabetize na idade certa se o País for deixando no caminho aqueles que os números não mostram mais.

Quais Estados conseguiram melhor superar os efeitos da pandemia entre crianças que precisaram fazer a educação infantil a distância ou mesmo deixaram de ir à escola nesse período? A resposta óbvia seria: os mais ricos do País.

No entanto, os resultados sobre alfabetização divulgados na semana passada mostram que aconteceu o contrário. Aqueles que recuperaram a aprendizagem perdida durante a crise da covid-19 estão entre os mais pobres da federação.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), 56% dos alunos de escolas públicas do Brasil, aos 7 anos, estavam alfabetizados em 2023. Quem fez essa prova, no fim do ano passado, tinha 4 e 5 anos de idade durante a crise sanitária. São crianças que começaram o 1º ano do fundamental em 2022 sem as bases para aprender a ler e a escrever, que devem ser construídas durante a educação infantil (creche e pré-escola).

Comparado com o índice de antes da pandemia, o crescimento médio nacional foi de apenas um ponto percentual. E ele foi puxado para baixo por São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais (que estão entre os maiores PIBs do País) e Bahia (o maior PIB entre os nordestinos).

Esses Estados não só não conseguiram recuperar o desempenho de antes, como têm hoje um índice menor de crianças alfabetizadas do que em 2019.

Quem fez a prova de alfabetização em 2023 estava na educação infantil durante a pandemia Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

Entre os paulistas, que vivem no Estado mais proeminente, com mais dinheiro e melhores universidades, a queda foi de oito pontos, a maior do País. O índice de crianças alfabetizadas caiu de 60% para 52%.

Maranhão, Rondônia e Pernambuco não só cresceram no mínimo 14 pontos percentuais, como passaram São Paulo nos índices de crianças que sabem ler e escrever na idade certa, aos 7 anos.

Pará, Amapá, Paraíba, Tocantins, Alagoas, Amazonas, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo também melhoraram de forma significativa seus resultados.

E o Ceará, claro. O Estado que já tinha o melhor resultado do País, com 73% das crianças alfabetizadas em 2019, superou ele mesmo e chegou a 85% em 2023. E é na política educacional cearense que está também a resposta para esse resultado no País que parece de cabeça para baixo.

Os Estados que se destacaram seguiram o que o Ceará vem ensinando há anos. Uma política com foco na alfabetização que une Estado e municípios - o tal regime de colaboração. Prefeituras recebem suporte contínuo do Estado para formar professores, obter materiais didáticos variados e dar apoio técnico para os gestores.

E ainda, mais uma vez seguindo o exemplo do Ceará, os Estados passaram a distribuir parte do ICMS (o imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) aos municípios de acordo com o desempenho na educação. Já São Paulo lançou seu programa em moldes semelhantes só em fevereiro deste ano.

Os 44% que aparecem na avaliação do MEC como não alfabetizados são crianças que hoje estão com 8 anos, sem sequer ter aprendido a escrever bilhetes ou ler mais que palavras isoladas.

É quase metade de uma geração que precisa ser priorizada urgentemente. Não adiantam metas para que se alfabetize na idade certa se o País for deixando no caminho aqueles que os números não mostram mais.

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