Olhar para os esquecidos


Pouco se investe em uma escola interessante para meninos e meninas de 11 a 14 anos

Por Renata Cafardo

O aluno que matou a professora a facadas numa escola de São Paulo em fim de março tem 13 anos. Outro, da mesma idade, feriu duas colegas e a professora em Manaus este mês. Os relatos de violência envolvendo adolescentes do chamado ensino fundamental 2 são um grito de atenção para uma etapa da escola esquecida no País. Espremida entre a valorização da infância e as polêmicas do ensino médio, pouco se investe na educação de meninos e meninas de 11 a 14 anos.

As mesmas crianças que pareciam gostar de aprender, quando entram nos anos finais do fundamental perdem esse entusiasmo, diz o pesquisador Ricardo Picoli, no documentário Esquecidos, do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Economia Social (Lepes-USP). O filme fala de como a potência da adolescência é desperdiçada em uma escola que parou no tempo. Expõe a falta da formação de professores e de projetos pedagógicos que garantam a aprendizagem e o interesse do aluno dessa idade.

As transformações físicas, neuropsíquicas, emocionais e sociais do adolescente muitas vezes são ignoradas pela escola. É nessa etapa que se começa uma árdua construção de identidade e o cérebro se torna mais capaz de desenvolver o raciocínio abstrato, a empatia e funções executivas, como estabelecer metas para si mesmo.

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Ensino fundamental 2 precisa de olhar mais atento para projetos pedagógicos que garantam a aprendizagem e o interesse do aluno  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Mas também há a busca por prazer, a propensão a se arriscar, a oscilação de humor, o distanciamento dos adultos – e daí vem o rótulo de “aborrecentes”, que só os afasta ainda mais. E segue o jogo na escola, com o professor falando sem parar numa sala cheia de alunos que não entendem sequer por que estão ali.

Nos números da educação, os resultados são que só 66% dos estudantes que entram no 6.º ano chegam ao ensino médio no tempo correto. E só 24% dos que estão no 9.º ano aprendem o considerado adequado em Matemática; 41%, em Português.

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O adolescente que é capaz de criar um mundo inteiro nos games precisa de uma educação com significado e participação. Pesquisas mostram que eles se desenvolvem pela cultura e pelo esporte, que querem mais espaços para que a escola não se resuma à sala de aula.

A educação para os adolescentes precisa de atividades práticas, com estímulo à criatividade, ao pensamento científico, crítico, ao diálogo constante. E ainda projetos antirracistas e contra violência de gênero e educação sexual. Um ensino que respeita o ritmo de cada um, mas que tem altas expectativas para todos.

Só olhando mais para eles poderemos formar adolescentes hoje, e no futuro, que lutem por uma sociedade mais justa e pacífica.

O aluno que matou a professora a facadas numa escola de São Paulo em fim de março tem 13 anos. Outro, da mesma idade, feriu duas colegas e a professora em Manaus este mês. Os relatos de violência envolvendo adolescentes do chamado ensino fundamental 2 são um grito de atenção para uma etapa da escola esquecida no País. Espremida entre a valorização da infância e as polêmicas do ensino médio, pouco se investe na educação de meninos e meninas de 11 a 14 anos.

As mesmas crianças que pareciam gostar de aprender, quando entram nos anos finais do fundamental perdem esse entusiasmo, diz o pesquisador Ricardo Picoli, no documentário Esquecidos, do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Economia Social (Lepes-USP). O filme fala de como a potência da adolescência é desperdiçada em uma escola que parou no tempo. Expõe a falta da formação de professores e de projetos pedagógicos que garantam a aprendizagem e o interesse do aluno dessa idade.

As transformações físicas, neuropsíquicas, emocionais e sociais do adolescente muitas vezes são ignoradas pela escola. É nessa etapa que se começa uma árdua construção de identidade e o cérebro se torna mais capaz de desenvolver o raciocínio abstrato, a empatia e funções executivas, como estabelecer metas para si mesmo.

Ensino fundamental 2 precisa de olhar mais atento para projetos pedagógicos que garantam a aprendizagem e o interesse do aluno  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Mas também há a busca por prazer, a propensão a se arriscar, a oscilação de humor, o distanciamento dos adultos – e daí vem o rótulo de “aborrecentes”, que só os afasta ainda mais. E segue o jogo na escola, com o professor falando sem parar numa sala cheia de alunos que não entendem sequer por que estão ali.

Nos números da educação, os resultados são que só 66% dos estudantes que entram no 6.º ano chegam ao ensino médio no tempo correto. E só 24% dos que estão no 9.º ano aprendem o considerado adequado em Matemática; 41%, em Português.

O adolescente que é capaz de criar um mundo inteiro nos games precisa de uma educação com significado e participação. Pesquisas mostram que eles se desenvolvem pela cultura e pelo esporte, que querem mais espaços para que a escola não se resuma à sala de aula.

A educação para os adolescentes precisa de atividades práticas, com estímulo à criatividade, ao pensamento científico, crítico, ao diálogo constante. E ainda projetos antirracistas e contra violência de gênero e educação sexual. Um ensino que respeita o ritmo de cada um, mas que tem altas expectativas para todos.

Só olhando mais para eles poderemos formar adolescentes hoje, e no futuro, que lutem por uma sociedade mais justa e pacífica.

O aluno que matou a professora a facadas numa escola de São Paulo em fim de março tem 13 anos. Outro, da mesma idade, feriu duas colegas e a professora em Manaus este mês. Os relatos de violência envolvendo adolescentes do chamado ensino fundamental 2 são um grito de atenção para uma etapa da escola esquecida no País. Espremida entre a valorização da infância e as polêmicas do ensino médio, pouco se investe na educação de meninos e meninas de 11 a 14 anos.

As mesmas crianças que pareciam gostar de aprender, quando entram nos anos finais do fundamental perdem esse entusiasmo, diz o pesquisador Ricardo Picoli, no documentário Esquecidos, do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Economia Social (Lepes-USP). O filme fala de como a potência da adolescência é desperdiçada em uma escola que parou no tempo. Expõe a falta da formação de professores e de projetos pedagógicos que garantam a aprendizagem e o interesse do aluno dessa idade.

As transformações físicas, neuropsíquicas, emocionais e sociais do adolescente muitas vezes são ignoradas pela escola. É nessa etapa que se começa uma árdua construção de identidade e o cérebro se torna mais capaz de desenvolver o raciocínio abstrato, a empatia e funções executivas, como estabelecer metas para si mesmo.

Ensino fundamental 2 precisa de olhar mais atento para projetos pedagógicos que garantam a aprendizagem e o interesse do aluno  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Mas também há a busca por prazer, a propensão a se arriscar, a oscilação de humor, o distanciamento dos adultos – e daí vem o rótulo de “aborrecentes”, que só os afasta ainda mais. E segue o jogo na escola, com o professor falando sem parar numa sala cheia de alunos que não entendem sequer por que estão ali.

Nos números da educação, os resultados são que só 66% dos estudantes que entram no 6.º ano chegam ao ensino médio no tempo correto. E só 24% dos que estão no 9.º ano aprendem o considerado adequado em Matemática; 41%, em Português.

O adolescente que é capaz de criar um mundo inteiro nos games precisa de uma educação com significado e participação. Pesquisas mostram que eles se desenvolvem pela cultura e pelo esporte, que querem mais espaços para que a escola não se resuma à sala de aula.

A educação para os adolescentes precisa de atividades práticas, com estímulo à criatividade, ao pensamento científico, crítico, ao diálogo constante. E ainda projetos antirracistas e contra violência de gênero e educação sexual. Um ensino que respeita o ritmo de cada um, mas que tem altas expectativas para todos.

Só olhando mais para eles poderemos formar adolescentes hoje, e no futuro, que lutem por uma sociedade mais justa e pacífica.

O aluno que matou a professora a facadas numa escola de São Paulo em fim de março tem 13 anos. Outro, da mesma idade, feriu duas colegas e a professora em Manaus este mês. Os relatos de violência envolvendo adolescentes do chamado ensino fundamental 2 são um grito de atenção para uma etapa da escola esquecida no País. Espremida entre a valorização da infância e as polêmicas do ensino médio, pouco se investe na educação de meninos e meninas de 11 a 14 anos.

As mesmas crianças que pareciam gostar de aprender, quando entram nos anos finais do fundamental perdem esse entusiasmo, diz o pesquisador Ricardo Picoli, no documentário Esquecidos, do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Economia Social (Lepes-USP). O filme fala de como a potência da adolescência é desperdiçada em uma escola que parou no tempo. Expõe a falta da formação de professores e de projetos pedagógicos que garantam a aprendizagem e o interesse do aluno dessa idade.

As transformações físicas, neuropsíquicas, emocionais e sociais do adolescente muitas vezes são ignoradas pela escola. É nessa etapa que se começa uma árdua construção de identidade e o cérebro se torna mais capaz de desenvolver o raciocínio abstrato, a empatia e funções executivas, como estabelecer metas para si mesmo.

Ensino fundamental 2 precisa de olhar mais atento para projetos pedagógicos que garantam a aprendizagem e o interesse do aluno  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Mas também há a busca por prazer, a propensão a se arriscar, a oscilação de humor, o distanciamento dos adultos – e daí vem o rótulo de “aborrecentes”, que só os afasta ainda mais. E segue o jogo na escola, com o professor falando sem parar numa sala cheia de alunos que não entendem sequer por que estão ali.

Nos números da educação, os resultados são que só 66% dos estudantes que entram no 6.º ano chegam ao ensino médio no tempo correto. E só 24% dos que estão no 9.º ano aprendem o considerado adequado em Matemática; 41%, em Português.

O adolescente que é capaz de criar um mundo inteiro nos games precisa de uma educação com significado e participação. Pesquisas mostram que eles se desenvolvem pela cultura e pelo esporte, que querem mais espaços para que a escola não se resuma à sala de aula.

A educação para os adolescentes precisa de atividades práticas, com estímulo à criatividade, ao pensamento científico, crítico, ao diálogo constante. E ainda projetos antirracistas e contra violência de gênero e educação sexual. Um ensino que respeita o ritmo de cada um, mas que tem altas expectativas para todos.

Só olhando mais para eles poderemos formar adolescentes hoje, e no futuro, que lutem por uma sociedade mais justa e pacífica.

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