Os adolescentes e o Enem


Difícil estudar para conseguir uma vaga em um futuro que ninguém sabe qual vai ser

Por Renata Cafardo

Eu fico imaginando como é ser um adolescente de 17, 18 anos em 2020 no Brasil. Quer dizer, um dos que estejam estudando e pensando em fazer faculdade, já que 41% dos jovens brasileiros mal terminam o ensino médio. Praticamente o País inteiro pedia que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) fosse adiado para não prejudicar quem não está conseguindo se preparar durante a pandemia. Estudantes criaram hashtags, de #adiaenem a #enemdamorte. Mas o Ministério da Educação via a prova que vai definir o futuro desse adolescente como parte de um jogo ideológico sem sentido.

De todas as inteligências que lhe faltam, Abraham Weintraub mostrou no episódio do Enem que não tem também a habilidade política. Seria uma chance de tomar uma atitude – talvez a primeira – que não teria ninguém contra. Universidades, secretários de Educação de governos de todos os partidos, estudantes, deputados, todos esperavam essa decisão há semanas.

Mas ela veio no meio da quarta-feira depois de Jair Bolsonaro ser pressionado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Ele ameaçou decidir o assunto no Congresso naquele dia, caso o governo não o fizesse. Weintraub ganhou mais um contra ele, o próprio chefe. E a ordem foi dada. Para quem está distante da Educação e não entende bem por que os estudantes respiraram aliviados, voltamos a nos imaginar na pele deles. Começando pelos mais pobres. Não é que a maioria não tenha internet ou celular. Eles têm ou dão um jeito, fazem gato, compartilham com o vizinho, usam plano de dados. Mas ela não tem qualidade para boas aulas ou atividades online.

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O jovem até consegue assistir um vídeo de um professor youtuber, mas tem de ser muito organizado e ter autonomia para estudar sozinho. Algo não tão fácil aos 17 anos. Aulas oferecidas por meio das ferramentas de conferências online, tão usadas atualmente por empresas, precisam de velocidade na internet. Baixar arquivos pesados de atividades ou mesmo imprimi-las são dificuldades adicionais.

O aluno pobre ainda lida com outros problemas além da tecnologia. Já cursava um ensino médio desinteressante, distante da vida que ele vê lá fora, com decoreba de fórmulas que ele não entende para que servem. Sua conexão com a educação, obviamente, não é das melhores para fazê-lo ter ânimo para estudar agora que não precisa mais ir à escola.

Em consequência, sua aprendizagem é falha. Em cada grupo de 100 alunos do ensino médio, apenas 9 aprenderam o que deveriam em Matemática. Em Português é um pouco melhor, mas nada satisfatório, 45 em 100 têm a aprendizagem adequada. Sem o básico, é difícil seguir estudando em casa, sozinho.

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E tem ainda a crise econômica que o País vive por causa da pandemia. Esse jovem vê seus pais perderem o emprego ou terem salários reduzidos. Pior, vê a comida faltar, a violência doméstica se instalar. Esse menino ou menina, que heroicamente ainda estava matriculado na escola, vai querer continuar? Ou estudar para o Enem?

Agora, vamos ao outro extremo. Aquele estudante de classe alta, que tem tudo em casa, computador próprio, internet fibra ótica com 300 giga, impressora, pais em situação financeira confortável, comida farta na mesa. Ainda tem a pandemia.

Adolescentes não são crianças que podem passar por isso tudo achando que estão em férias. Eles vivem o medo de ver quem gostam contaminado, morto. Eles compreendem as notícias, buscam informações. Eles sabem o quanto a vida está incerta. E, nessa hora, precisam focar e estudar para conseguir uma vaga em um futuro que ninguém sabe qual vai ser. Por isso, nada mais acertado que empurrar para mais longe a data do Enem e dar tempo para vermos que País teremos no segundo semestre.

Eu fico imaginando como é ser um adolescente de 17, 18 anos em 2020 no Brasil. Quer dizer, um dos que estejam estudando e pensando em fazer faculdade, já que 41% dos jovens brasileiros mal terminam o ensino médio. Praticamente o País inteiro pedia que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) fosse adiado para não prejudicar quem não está conseguindo se preparar durante a pandemia. Estudantes criaram hashtags, de #adiaenem a #enemdamorte. Mas o Ministério da Educação via a prova que vai definir o futuro desse adolescente como parte de um jogo ideológico sem sentido.

De todas as inteligências que lhe faltam, Abraham Weintraub mostrou no episódio do Enem que não tem também a habilidade política. Seria uma chance de tomar uma atitude – talvez a primeira – que não teria ninguém contra. Universidades, secretários de Educação de governos de todos os partidos, estudantes, deputados, todos esperavam essa decisão há semanas.

Mas ela veio no meio da quarta-feira depois de Jair Bolsonaro ser pressionado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Ele ameaçou decidir o assunto no Congresso naquele dia, caso o governo não o fizesse. Weintraub ganhou mais um contra ele, o próprio chefe. E a ordem foi dada. Para quem está distante da Educação e não entende bem por que os estudantes respiraram aliviados, voltamos a nos imaginar na pele deles. Começando pelos mais pobres. Não é que a maioria não tenha internet ou celular. Eles têm ou dão um jeito, fazem gato, compartilham com o vizinho, usam plano de dados. Mas ela não tem qualidade para boas aulas ou atividades online.

O jovem até consegue assistir um vídeo de um professor youtuber, mas tem de ser muito organizado e ter autonomia para estudar sozinho. Algo não tão fácil aos 17 anos. Aulas oferecidas por meio das ferramentas de conferências online, tão usadas atualmente por empresas, precisam de velocidade na internet. Baixar arquivos pesados de atividades ou mesmo imprimi-las são dificuldades adicionais.

O aluno pobre ainda lida com outros problemas além da tecnologia. Já cursava um ensino médio desinteressante, distante da vida que ele vê lá fora, com decoreba de fórmulas que ele não entende para que servem. Sua conexão com a educação, obviamente, não é das melhores para fazê-lo ter ânimo para estudar agora que não precisa mais ir à escola.

Em consequência, sua aprendizagem é falha. Em cada grupo de 100 alunos do ensino médio, apenas 9 aprenderam o que deveriam em Matemática. Em Português é um pouco melhor, mas nada satisfatório, 45 em 100 têm a aprendizagem adequada. Sem o básico, é difícil seguir estudando em casa, sozinho.

E tem ainda a crise econômica que o País vive por causa da pandemia. Esse jovem vê seus pais perderem o emprego ou terem salários reduzidos. Pior, vê a comida faltar, a violência doméstica se instalar. Esse menino ou menina, que heroicamente ainda estava matriculado na escola, vai querer continuar? Ou estudar para o Enem?

Agora, vamos ao outro extremo. Aquele estudante de classe alta, que tem tudo em casa, computador próprio, internet fibra ótica com 300 giga, impressora, pais em situação financeira confortável, comida farta na mesa. Ainda tem a pandemia.

Adolescentes não são crianças que podem passar por isso tudo achando que estão em férias. Eles vivem o medo de ver quem gostam contaminado, morto. Eles compreendem as notícias, buscam informações. Eles sabem o quanto a vida está incerta. E, nessa hora, precisam focar e estudar para conseguir uma vaga em um futuro que ninguém sabe qual vai ser. Por isso, nada mais acertado que empurrar para mais longe a data do Enem e dar tempo para vermos que País teremos no segundo semestre.

Eu fico imaginando como é ser um adolescente de 17, 18 anos em 2020 no Brasil. Quer dizer, um dos que estejam estudando e pensando em fazer faculdade, já que 41% dos jovens brasileiros mal terminam o ensino médio. Praticamente o País inteiro pedia que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) fosse adiado para não prejudicar quem não está conseguindo se preparar durante a pandemia. Estudantes criaram hashtags, de #adiaenem a #enemdamorte. Mas o Ministério da Educação via a prova que vai definir o futuro desse adolescente como parte de um jogo ideológico sem sentido.

De todas as inteligências que lhe faltam, Abraham Weintraub mostrou no episódio do Enem que não tem também a habilidade política. Seria uma chance de tomar uma atitude – talvez a primeira – que não teria ninguém contra. Universidades, secretários de Educação de governos de todos os partidos, estudantes, deputados, todos esperavam essa decisão há semanas.

Mas ela veio no meio da quarta-feira depois de Jair Bolsonaro ser pressionado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Ele ameaçou decidir o assunto no Congresso naquele dia, caso o governo não o fizesse. Weintraub ganhou mais um contra ele, o próprio chefe. E a ordem foi dada. Para quem está distante da Educação e não entende bem por que os estudantes respiraram aliviados, voltamos a nos imaginar na pele deles. Começando pelos mais pobres. Não é que a maioria não tenha internet ou celular. Eles têm ou dão um jeito, fazem gato, compartilham com o vizinho, usam plano de dados. Mas ela não tem qualidade para boas aulas ou atividades online.

O jovem até consegue assistir um vídeo de um professor youtuber, mas tem de ser muito organizado e ter autonomia para estudar sozinho. Algo não tão fácil aos 17 anos. Aulas oferecidas por meio das ferramentas de conferências online, tão usadas atualmente por empresas, precisam de velocidade na internet. Baixar arquivos pesados de atividades ou mesmo imprimi-las são dificuldades adicionais.

O aluno pobre ainda lida com outros problemas além da tecnologia. Já cursava um ensino médio desinteressante, distante da vida que ele vê lá fora, com decoreba de fórmulas que ele não entende para que servem. Sua conexão com a educação, obviamente, não é das melhores para fazê-lo ter ânimo para estudar agora que não precisa mais ir à escola.

Em consequência, sua aprendizagem é falha. Em cada grupo de 100 alunos do ensino médio, apenas 9 aprenderam o que deveriam em Matemática. Em Português é um pouco melhor, mas nada satisfatório, 45 em 100 têm a aprendizagem adequada. Sem o básico, é difícil seguir estudando em casa, sozinho.

E tem ainda a crise econômica que o País vive por causa da pandemia. Esse jovem vê seus pais perderem o emprego ou terem salários reduzidos. Pior, vê a comida faltar, a violência doméstica se instalar. Esse menino ou menina, que heroicamente ainda estava matriculado na escola, vai querer continuar? Ou estudar para o Enem?

Agora, vamos ao outro extremo. Aquele estudante de classe alta, que tem tudo em casa, computador próprio, internet fibra ótica com 300 giga, impressora, pais em situação financeira confortável, comida farta na mesa. Ainda tem a pandemia.

Adolescentes não são crianças que podem passar por isso tudo achando que estão em férias. Eles vivem o medo de ver quem gostam contaminado, morto. Eles compreendem as notícias, buscam informações. Eles sabem o quanto a vida está incerta. E, nessa hora, precisam focar e estudar para conseguir uma vaga em um futuro que ninguém sabe qual vai ser. Por isso, nada mais acertado que empurrar para mais longe a data do Enem e dar tempo para vermos que País teremos no segundo semestre.

Eu fico imaginando como é ser um adolescente de 17, 18 anos em 2020 no Brasil. Quer dizer, um dos que estejam estudando e pensando em fazer faculdade, já que 41% dos jovens brasileiros mal terminam o ensino médio. Praticamente o País inteiro pedia que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) fosse adiado para não prejudicar quem não está conseguindo se preparar durante a pandemia. Estudantes criaram hashtags, de #adiaenem a #enemdamorte. Mas o Ministério da Educação via a prova que vai definir o futuro desse adolescente como parte de um jogo ideológico sem sentido.

De todas as inteligências que lhe faltam, Abraham Weintraub mostrou no episódio do Enem que não tem também a habilidade política. Seria uma chance de tomar uma atitude – talvez a primeira – que não teria ninguém contra. Universidades, secretários de Educação de governos de todos os partidos, estudantes, deputados, todos esperavam essa decisão há semanas.

Mas ela veio no meio da quarta-feira depois de Jair Bolsonaro ser pressionado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Ele ameaçou decidir o assunto no Congresso naquele dia, caso o governo não o fizesse. Weintraub ganhou mais um contra ele, o próprio chefe. E a ordem foi dada. Para quem está distante da Educação e não entende bem por que os estudantes respiraram aliviados, voltamos a nos imaginar na pele deles. Começando pelos mais pobres. Não é que a maioria não tenha internet ou celular. Eles têm ou dão um jeito, fazem gato, compartilham com o vizinho, usam plano de dados. Mas ela não tem qualidade para boas aulas ou atividades online.

O jovem até consegue assistir um vídeo de um professor youtuber, mas tem de ser muito organizado e ter autonomia para estudar sozinho. Algo não tão fácil aos 17 anos. Aulas oferecidas por meio das ferramentas de conferências online, tão usadas atualmente por empresas, precisam de velocidade na internet. Baixar arquivos pesados de atividades ou mesmo imprimi-las são dificuldades adicionais.

O aluno pobre ainda lida com outros problemas além da tecnologia. Já cursava um ensino médio desinteressante, distante da vida que ele vê lá fora, com decoreba de fórmulas que ele não entende para que servem. Sua conexão com a educação, obviamente, não é das melhores para fazê-lo ter ânimo para estudar agora que não precisa mais ir à escola.

Em consequência, sua aprendizagem é falha. Em cada grupo de 100 alunos do ensino médio, apenas 9 aprenderam o que deveriam em Matemática. Em Português é um pouco melhor, mas nada satisfatório, 45 em 100 têm a aprendizagem adequada. Sem o básico, é difícil seguir estudando em casa, sozinho.

E tem ainda a crise econômica que o País vive por causa da pandemia. Esse jovem vê seus pais perderem o emprego ou terem salários reduzidos. Pior, vê a comida faltar, a violência doméstica se instalar. Esse menino ou menina, que heroicamente ainda estava matriculado na escola, vai querer continuar? Ou estudar para o Enem?

Agora, vamos ao outro extremo. Aquele estudante de classe alta, que tem tudo em casa, computador próprio, internet fibra ótica com 300 giga, impressora, pais em situação financeira confortável, comida farta na mesa. Ainda tem a pandemia.

Adolescentes não são crianças que podem passar por isso tudo achando que estão em férias. Eles vivem o medo de ver quem gostam contaminado, morto. Eles compreendem as notícias, buscam informações. Eles sabem o quanto a vida está incerta. E, nessa hora, precisam focar e estudar para conseguir uma vaga em um futuro que ninguém sabe qual vai ser. Por isso, nada mais acertado que empurrar para mais longe a data do Enem e dar tempo para vermos que País teremos no segundo semestre.

Eu fico imaginando como é ser um adolescente de 17, 18 anos em 2020 no Brasil. Quer dizer, um dos que estejam estudando e pensando em fazer faculdade, já que 41% dos jovens brasileiros mal terminam o ensino médio. Praticamente o País inteiro pedia que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) fosse adiado para não prejudicar quem não está conseguindo se preparar durante a pandemia. Estudantes criaram hashtags, de #adiaenem a #enemdamorte. Mas o Ministério da Educação via a prova que vai definir o futuro desse adolescente como parte de um jogo ideológico sem sentido.

De todas as inteligências que lhe faltam, Abraham Weintraub mostrou no episódio do Enem que não tem também a habilidade política. Seria uma chance de tomar uma atitude – talvez a primeira – que não teria ninguém contra. Universidades, secretários de Educação de governos de todos os partidos, estudantes, deputados, todos esperavam essa decisão há semanas.

Mas ela veio no meio da quarta-feira depois de Jair Bolsonaro ser pressionado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Ele ameaçou decidir o assunto no Congresso naquele dia, caso o governo não o fizesse. Weintraub ganhou mais um contra ele, o próprio chefe. E a ordem foi dada. Para quem está distante da Educação e não entende bem por que os estudantes respiraram aliviados, voltamos a nos imaginar na pele deles. Começando pelos mais pobres. Não é que a maioria não tenha internet ou celular. Eles têm ou dão um jeito, fazem gato, compartilham com o vizinho, usam plano de dados. Mas ela não tem qualidade para boas aulas ou atividades online.

O jovem até consegue assistir um vídeo de um professor youtuber, mas tem de ser muito organizado e ter autonomia para estudar sozinho. Algo não tão fácil aos 17 anos. Aulas oferecidas por meio das ferramentas de conferências online, tão usadas atualmente por empresas, precisam de velocidade na internet. Baixar arquivos pesados de atividades ou mesmo imprimi-las são dificuldades adicionais.

O aluno pobre ainda lida com outros problemas além da tecnologia. Já cursava um ensino médio desinteressante, distante da vida que ele vê lá fora, com decoreba de fórmulas que ele não entende para que servem. Sua conexão com a educação, obviamente, não é das melhores para fazê-lo ter ânimo para estudar agora que não precisa mais ir à escola.

Em consequência, sua aprendizagem é falha. Em cada grupo de 100 alunos do ensino médio, apenas 9 aprenderam o que deveriam em Matemática. Em Português é um pouco melhor, mas nada satisfatório, 45 em 100 têm a aprendizagem adequada. Sem o básico, é difícil seguir estudando em casa, sozinho.

E tem ainda a crise econômica que o País vive por causa da pandemia. Esse jovem vê seus pais perderem o emprego ou terem salários reduzidos. Pior, vê a comida faltar, a violência doméstica se instalar. Esse menino ou menina, que heroicamente ainda estava matriculado na escola, vai querer continuar? Ou estudar para o Enem?

Agora, vamos ao outro extremo. Aquele estudante de classe alta, que tem tudo em casa, computador próprio, internet fibra ótica com 300 giga, impressora, pais em situação financeira confortável, comida farta na mesa. Ainda tem a pandemia.

Adolescentes não são crianças que podem passar por isso tudo achando que estão em férias. Eles vivem o medo de ver quem gostam contaminado, morto. Eles compreendem as notícias, buscam informações. Eles sabem o quanto a vida está incerta. E, nessa hora, precisam focar e estudar para conseguir uma vaga em um futuro que ninguém sabe qual vai ser. Por isso, nada mais acertado que empurrar para mais longe a data do Enem e dar tempo para vermos que País teremos no segundo semestre.

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