Pagar bolsa para alunos do ensino médio ajuda a melhorar a educação?


Ministro Camilo Santana quer projeto de lei para dar dinheiro a estudante; estudos mostram que auxílio diminui evasão, mas a escola também precisa ser mais atraente para o adolescente

Por Renata Cafardo
Atualização:

Depois de finalizar o projeto de lei sobre a mudança do novo ensino médio nesta sexta-feira, 22, como revelou o Estadão, o ministro da Educação, Camilo Santana, agora pretende mandar para o Congresso uma proposta de bolsa para estudantes.

“Sai mais barato pagar para todo aluno ficar na escola do que depois corrigir distorções econômicas e sociais do País”, disse ele no Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, nesta semana, em São Paulo. Ele se referia justamente aos estudantes do ensino médio.

Apesar do imenso benefício para o Brasil e para os alunos com a redução do abandono escolar, a conta não é simples.

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Dois estudos de economistas do Insper ajudam a entender. Um deles diz que o Brasil ganharia R$ 135 bilhões por ano se aumentasse a taxa de conclusão do ensino médio. Isso porque a evasão diminui a empregabilidade, a produtividade, tem impactos na saúde e na segurança pública. Hoje só 7 em 10 alunos se formam na educação básica.

O restante deixa a escola para trás, durante o caminho duro de uma adolescência que exige trabalho. Na pandemia, o abandono dos jovens cresceu mais ainda e nove Estados criaram bolsas, que vão de R$ 30 a R$ 500 por mês, para mantê-los na escola. Outro estudo analisou os programas de auxílio e mostrou que, em geral, eles podem reduzir a evasão em 7 pontos porcentuais.

Ministro da Educação, Camilo Santana, em congresso de jornalismo de educação Foto: Alice Vergueiro
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Mas há também bolsas que tiveram pouquíssimo impacto, no Brasil e no exterior. O dinheiro, mostra o estudo, não convence o jovem que se envolveu com tráfico de drogas a permanecer na escola. Nem é suficiente para as meninas que precisam parar de estudar porque engravidam durante a adolescência.

E mais ainda: a bolsa não funciona numa escola onde o aluno não aprende, onde sofre violência, onde não vê sentido para seus sonhos e expectativas. O dinheiro da bolsa precisa vir junto de investimentos em tudo aquilo que já se sabe que impulsiona uma educação de qualidade, professores, currículo, estrutura, didática, materiais, tecnologia, acolhimento.

O ensino médio, que está sendo mais uma vez reestruturado agora, não é tarefa fácil. As juventudes do País são diversas, com interesses múltiplos e moldados pela gigantesca transformação da sociedade, da tecnologia e do mundo do trabalho em que vivemos.

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A escola tem o desafio - que apesar de ajudar, não vai ser cumprido só com bolsas em dinheiro - de dialogar com essas necessidades, de ser atraente. Ainda precisa conseguir fazer com que o jovem aprenda e que ele se sinta verdadeiramente parte disso tudo.

Depois de finalizar o projeto de lei sobre a mudança do novo ensino médio nesta sexta-feira, 22, como revelou o Estadão, o ministro da Educação, Camilo Santana, agora pretende mandar para o Congresso uma proposta de bolsa para estudantes.

“Sai mais barato pagar para todo aluno ficar na escola do que depois corrigir distorções econômicas e sociais do País”, disse ele no Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, nesta semana, em São Paulo. Ele se referia justamente aos estudantes do ensino médio.

Apesar do imenso benefício para o Brasil e para os alunos com a redução do abandono escolar, a conta não é simples.

Dois estudos de economistas do Insper ajudam a entender. Um deles diz que o Brasil ganharia R$ 135 bilhões por ano se aumentasse a taxa de conclusão do ensino médio. Isso porque a evasão diminui a empregabilidade, a produtividade, tem impactos na saúde e na segurança pública. Hoje só 7 em 10 alunos se formam na educação básica.

O restante deixa a escola para trás, durante o caminho duro de uma adolescência que exige trabalho. Na pandemia, o abandono dos jovens cresceu mais ainda e nove Estados criaram bolsas, que vão de R$ 30 a R$ 500 por mês, para mantê-los na escola. Outro estudo analisou os programas de auxílio e mostrou que, em geral, eles podem reduzir a evasão em 7 pontos porcentuais.

Ministro da Educação, Camilo Santana, em congresso de jornalismo de educação Foto: Alice Vergueiro

Mas há também bolsas que tiveram pouquíssimo impacto, no Brasil e no exterior. O dinheiro, mostra o estudo, não convence o jovem que se envolveu com tráfico de drogas a permanecer na escola. Nem é suficiente para as meninas que precisam parar de estudar porque engravidam durante a adolescência.

E mais ainda: a bolsa não funciona numa escola onde o aluno não aprende, onde sofre violência, onde não vê sentido para seus sonhos e expectativas. O dinheiro da bolsa precisa vir junto de investimentos em tudo aquilo que já se sabe que impulsiona uma educação de qualidade, professores, currículo, estrutura, didática, materiais, tecnologia, acolhimento.

O ensino médio, que está sendo mais uma vez reestruturado agora, não é tarefa fácil. As juventudes do País são diversas, com interesses múltiplos e moldados pela gigantesca transformação da sociedade, da tecnologia e do mundo do trabalho em que vivemos.

A escola tem o desafio - que apesar de ajudar, não vai ser cumprido só com bolsas em dinheiro - de dialogar com essas necessidades, de ser atraente. Ainda precisa conseguir fazer com que o jovem aprenda e que ele se sinta verdadeiramente parte disso tudo.

Depois de finalizar o projeto de lei sobre a mudança do novo ensino médio nesta sexta-feira, 22, como revelou o Estadão, o ministro da Educação, Camilo Santana, agora pretende mandar para o Congresso uma proposta de bolsa para estudantes.

“Sai mais barato pagar para todo aluno ficar na escola do que depois corrigir distorções econômicas e sociais do País”, disse ele no Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, nesta semana, em São Paulo. Ele se referia justamente aos estudantes do ensino médio.

Apesar do imenso benefício para o Brasil e para os alunos com a redução do abandono escolar, a conta não é simples.

Dois estudos de economistas do Insper ajudam a entender. Um deles diz que o Brasil ganharia R$ 135 bilhões por ano se aumentasse a taxa de conclusão do ensino médio. Isso porque a evasão diminui a empregabilidade, a produtividade, tem impactos na saúde e na segurança pública. Hoje só 7 em 10 alunos se formam na educação básica.

O restante deixa a escola para trás, durante o caminho duro de uma adolescência que exige trabalho. Na pandemia, o abandono dos jovens cresceu mais ainda e nove Estados criaram bolsas, que vão de R$ 30 a R$ 500 por mês, para mantê-los na escola. Outro estudo analisou os programas de auxílio e mostrou que, em geral, eles podem reduzir a evasão em 7 pontos porcentuais.

Ministro da Educação, Camilo Santana, em congresso de jornalismo de educação Foto: Alice Vergueiro

Mas há também bolsas que tiveram pouquíssimo impacto, no Brasil e no exterior. O dinheiro, mostra o estudo, não convence o jovem que se envolveu com tráfico de drogas a permanecer na escola. Nem é suficiente para as meninas que precisam parar de estudar porque engravidam durante a adolescência.

E mais ainda: a bolsa não funciona numa escola onde o aluno não aprende, onde sofre violência, onde não vê sentido para seus sonhos e expectativas. O dinheiro da bolsa precisa vir junto de investimentos em tudo aquilo que já se sabe que impulsiona uma educação de qualidade, professores, currículo, estrutura, didática, materiais, tecnologia, acolhimento.

O ensino médio, que está sendo mais uma vez reestruturado agora, não é tarefa fácil. As juventudes do País são diversas, com interesses múltiplos e moldados pela gigantesca transformação da sociedade, da tecnologia e do mundo do trabalho em que vivemos.

A escola tem o desafio - que apesar de ajudar, não vai ser cumprido só com bolsas em dinheiro - de dialogar com essas necessidades, de ser atraente. Ainda precisa conseguir fazer com que o jovem aprenda e que ele se sinta verdadeiramente parte disso tudo.

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