Resultados não trazem o diagnóstico definitivo do pós-pandemia na educação; leia análise


Mas os dados têm sua utilidade: garantir a cada rede de ensino mais informações para nortear suas ações de recomposição de aprendizagem

Por Priscila Cruz

O Brasil tem um sistema de avaliação educacional e monitoramento dos mais robustos, algo fundamental para radiografar a aprendizagem dos estudantes, avaliar resultados dentro de cada rede de ensino e balizar nossas escolhas diante dos desafios da Educação Básica. Medições históricas também são especialmente relevantes na análise das curvas de evolução e retrocesso das políticas públicas educacionais e de seus resultados.

Os números apresentados nesta sexta-feira pelo Inep, no entanto, devem ser vistos como um capítulo fora da curva nesse histórico. São dados relevantes e necessários, porém singulares, com possíveis distorções decorrentes do contexto atípico da coleta das informações e aplicações das provas, ocasionado pela pandemia da covid-19. E, portanto, precisam ser analisados com cautela, como alertou a nota técnica do Todos Pela Educação divulgada na quinta-feira, 15.

Os números apresentados nesta sexta-feira pelo Inep, no entanto, devem ser vistos como um capítulo fora da curva nesse histórico. Foto: Werther Santana/Estadão
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Foi a primeira medição do Saeb pós-pandemia. E isso explica a cautela. As avaliações do Saeb de 2021 foram aplicadas entre novembro e dezembro, período em que muitas escolas públicas do País ainda não estavam realizando atividades 100% presenciais, ou mesmo haviam acabado de promover seu retorno.

Apesar do esforço logístico e operacional do Inep, a taxa de participação dos estudantes na avaliação caiu, em média, 10 pontos porcentuais em relação à última edição. O Ensino Médio é a etapa com as menores taxas: despencou de 75,6% em 2019 para 61,4% em 2021. Isso pode gerar distorções como, por exemplo, a maior participação dos estudantes mais engajados, e com os melhores desempenhos, nas amostras estaduais.

O Ideb exige alerta ainda maior. Se a participação no Saeb compromete a análise, o mesmo ocorre com as taxas de aprovação, uma vez que as redes de ensino lidaram de forma distinta com a aprovação dos alunos durante a pandemia. Isso praticamente invalida comparações sobre a evolução do Ideb, tanto entre um ano e outro quanto entre redes.

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Uma situação excepcional exige um olhar excepcional. São questionáveis quaisquer tentativas de extrair conclusões históricas, uma vez que tecnicamente os números deste ano não são comparáveis. Do mesmo modo devemos evitar a todo custo as comparações entre os Estados.

Mas os dados têm sua utilidade. Destaco uma central: garantir a cada rede de ensino e a cada escola mais informações para nortear suas ações de recomposição de aprendizagem. Esse é um esforço que deve nos tomar anos. Devemos isso às nossas crianças e jovens.

Priscila Cruz, presidente-executiva e cofundadora do Todos Pela Educação

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O Brasil tem um sistema de avaliação educacional e monitoramento dos mais robustos, algo fundamental para radiografar a aprendizagem dos estudantes, avaliar resultados dentro de cada rede de ensino e balizar nossas escolhas diante dos desafios da Educação Básica. Medições históricas também são especialmente relevantes na análise das curvas de evolução e retrocesso das políticas públicas educacionais e de seus resultados.

Os números apresentados nesta sexta-feira pelo Inep, no entanto, devem ser vistos como um capítulo fora da curva nesse histórico. São dados relevantes e necessários, porém singulares, com possíveis distorções decorrentes do contexto atípico da coleta das informações e aplicações das provas, ocasionado pela pandemia da covid-19. E, portanto, precisam ser analisados com cautela, como alertou a nota técnica do Todos Pela Educação divulgada na quinta-feira, 15.

Os números apresentados nesta sexta-feira pelo Inep, no entanto, devem ser vistos como um capítulo fora da curva nesse histórico. Foto: Werther Santana/Estadão

Foi a primeira medição do Saeb pós-pandemia. E isso explica a cautela. As avaliações do Saeb de 2021 foram aplicadas entre novembro e dezembro, período em que muitas escolas públicas do País ainda não estavam realizando atividades 100% presenciais, ou mesmo haviam acabado de promover seu retorno.

Apesar do esforço logístico e operacional do Inep, a taxa de participação dos estudantes na avaliação caiu, em média, 10 pontos porcentuais em relação à última edição. O Ensino Médio é a etapa com as menores taxas: despencou de 75,6% em 2019 para 61,4% em 2021. Isso pode gerar distorções como, por exemplo, a maior participação dos estudantes mais engajados, e com os melhores desempenhos, nas amostras estaduais.

O Ideb exige alerta ainda maior. Se a participação no Saeb compromete a análise, o mesmo ocorre com as taxas de aprovação, uma vez que as redes de ensino lidaram de forma distinta com a aprovação dos alunos durante a pandemia. Isso praticamente invalida comparações sobre a evolução do Ideb, tanto entre um ano e outro quanto entre redes.

Uma situação excepcional exige um olhar excepcional. São questionáveis quaisquer tentativas de extrair conclusões históricas, uma vez que tecnicamente os números deste ano não são comparáveis. Do mesmo modo devemos evitar a todo custo as comparações entre os Estados.

Mas os dados têm sua utilidade. Destaco uma central: garantir a cada rede de ensino e a cada escola mais informações para nortear suas ações de recomposição de aprendizagem. Esse é um esforço que deve nos tomar anos. Devemos isso às nossas crianças e jovens.

Priscila Cruz, presidente-executiva e cofundadora do Todos Pela Educação

O Brasil tem um sistema de avaliação educacional e monitoramento dos mais robustos, algo fundamental para radiografar a aprendizagem dos estudantes, avaliar resultados dentro de cada rede de ensino e balizar nossas escolhas diante dos desafios da Educação Básica. Medições históricas também são especialmente relevantes na análise das curvas de evolução e retrocesso das políticas públicas educacionais e de seus resultados.

Os números apresentados nesta sexta-feira pelo Inep, no entanto, devem ser vistos como um capítulo fora da curva nesse histórico. São dados relevantes e necessários, porém singulares, com possíveis distorções decorrentes do contexto atípico da coleta das informações e aplicações das provas, ocasionado pela pandemia da covid-19. E, portanto, precisam ser analisados com cautela, como alertou a nota técnica do Todos Pela Educação divulgada na quinta-feira, 15.

Os números apresentados nesta sexta-feira pelo Inep, no entanto, devem ser vistos como um capítulo fora da curva nesse histórico. Foto: Werther Santana/Estadão

Foi a primeira medição do Saeb pós-pandemia. E isso explica a cautela. As avaliações do Saeb de 2021 foram aplicadas entre novembro e dezembro, período em que muitas escolas públicas do País ainda não estavam realizando atividades 100% presenciais, ou mesmo haviam acabado de promover seu retorno.

Apesar do esforço logístico e operacional do Inep, a taxa de participação dos estudantes na avaliação caiu, em média, 10 pontos porcentuais em relação à última edição. O Ensino Médio é a etapa com as menores taxas: despencou de 75,6% em 2019 para 61,4% em 2021. Isso pode gerar distorções como, por exemplo, a maior participação dos estudantes mais engajados, e com os melhores desempenhos, nas amostras estaduais.

O Ideb exige alerta ainda maior. Se a participação no Saeb compromete a análise, o mesmo ocorre com as taxas de aprovação, uma vez que as redes de ensino lidaram de forma distinta com a aprovação dos alunos durante a pandemia. Isso praticamente invalida comparações sobre a evolução do Ideb, tanto entre um ano e outro quanto entre redes.

Uma situação excepcional exige um olhar excepcional. São questionáveis quaisquer tentativas de extrair conclusões históricas, uma vez que tecnicamente os números deste ano não são comparáveis. Do mesmo modo devemos evitar a todo custo as comparações entre os Estados.

Mas os dados têm sua utilidade. Destaco uma central: garantir a cada rede de ensino e a cada escola mais informações para nortear suas ações de recomposição de aprendizagem. Esse é um esforço que deve nos tomar anos. Devemos isso às nossas crianças e jovens.

Priscila Cruz, presidente-executiva e cofundadora do Todos Pela Educação

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