Opinião|Como diminuir o tempo de uso das tecnologias pelos seus filhos? Reduza junto com eles


Se nós estamos tão intensamente ligados ao uso das tecnologias, deveríamos esperar algo diferente dos mais novos? Nenhuma criança nasce com esse impulso

Por Rosely Sayão
Atualização:

Você já caminhou pelas ruas olhando para seu celular? Por acaso já atravessou uma delas lendo mensagens recebidas? Percebeu que fica distraído para os acontecimentos a sua volta nesses momentos? Pois é: isso tem ocorrido com tanta frequência que a empresa que fornece os semáforos de uma cidade italiana criou uma tecnologia experimental que projeta, no asfalto, uma intensa luz vermelha que sinaliza, aos distraídos, o perigo que correm.

Li essa notícia na internet e fiquei pensando em uma discussão que ocorre há tempos: o uso exagerado – e prejudicial – de tecnologia por crianças e adolescentes. Sabemos que os mais novos aprendem muitas coisas observando os ambientes que frequentam e o estilo de vida que os pais adotam, testemunhando os acontecimentos do mundo adulto. E este está se afogando no uso das tecnologias em geral.

Quantas vezes por dia – em alguns casos, por hora – você consulta seu celular para verificar se há mensagens, se chegou algum e-mail, para saber como está o tempo etc? Se você se der a oportunidade de fazer o levantamento, pode ser que se espante ao perceber que faz isso bem mais do que você mesmo calcula.

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O aparelho celular – mas não só ele – acabou invadindo tanto nossas vidas pessoais, profissionais e até afetivas, que já não sabemos mais viver sem ele ou outra tecnologia. Será que viciamos? Pode ser Foto: REUTERS/Andrew Kelly

O aparelho celular – mas não só ele – acabou invadindo tanto nossas vidas pessoais, profissionais e até afetivas, que já não sabemos mais viver sem ele ou outra tecnologia. Será que viciamos? Pode ser. Em alguns casos é vício mesmo, chamado de vício comportamental e, segundo os pesquisadores e estudiosos desse tema, um vício comportamental é muito mais difícil de ser reconhecido do que o vício em algum tipo de substância. Se nós estamos tão intensamente ligados ao uso das tecnologias, deveríamos esperar algo diferente dos mais novos?

Nenhuma criança nasce com um impulso que a levaria ao uso das tecnologias. Nós criamos esse apelo nelas. E, depois, não sabemos como fazer com que usem redes, programas de mensagens e tudo o mais de maneira equilibrada. “Os pais precisam ter um passo-a-passo para diminuir o tempo de uso das tecnologias pelos filhos”, me disse uma pessoa que estuda prejuízos à saúde de crianças e adolescentes por uso abusivo de telas.

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Não há como elaborar esse roteiro. Mas, se você quer que eles diminuam o tempo de uso das tecnologias, faça isso juntamente com seus filhos.

Que tal tirar da vista os celulares de todos os integrantes da família por um período do dia? Pode ser difícil, mas muito saudável, olhar nos olhos – sem desviar – de quem você conversa em casa. Aceita o desafio?

Você já caminhou pelas ruas olhando para seu celular? Por acaso já atravessou uma delas lendo mensagens recebidas? Percebeu que fica distraído para os acontecimentos a sua volta nesses momentos? Pois é: isso tem ocorrido com tanta frequência que a empresa que fornece os semáforos de uma cidade italiana criou uma tecnologia experimental que projeta, no asfalto, uma intensa luz vermelha que sinaliza, aos distraídos, o perigo que correm.

Li essa notícia na internet e fiquei pensando em uma discussão que ocorre há tempos: o uso exagerado – e prejudicial – de tecnologia por crianças e adolescentes. Sabemos que os mais novos aprendem muitas coisas observando os ambientes que frequentam e o estilo de vida que os pais adotam, testemunhando os acontecimentos do mundo adulto. E este está se afogando no uso das tecnologias em geral.

Quantas vezes por dia – em alguns casos, por hora – você consulta seu celular para verificar se há mensagens, se chegou algum e-mail, para saber como está o tempo etc? Se você se der a oportunidade de fazer o levantamento, pode ser que se espante ao perceber que faz isso bem mais do que você mesmo calcula.

O aparelho celular – mas não só ele – acabou invadindo tanto nossas vidas pessoais, profissionais e até afetivas, que já não sabemos mais viver sem ele ou outra tecnologia. Será que viciamos? Pode ser Foto: REUTERS/Andrew Kelly

O aparelho celular – mas não só ele – acabou invadindo tanto nossas vidas pessoais, profissionais e até afetivas, que já não sabemos mais viver sem ele ou outra tecnologia. Será que viciamos? Pode ser. Em alguns casos é vício mesmo, chamado de vício comportamental e, segundo os pesquisadores e estudiosos desse tema, um vício comportamental é muito mais difícil de ser reconhecido do que o vício em algum tipo de substância. Se nós estamos tão intensamente ligados ao uso das tecnologias, deveríamos esperar algo diferente dos mais novos?

Nenhuma criança nasce com um impulso que a levaria ao uso das tecnologias. Nós criamos esse apelo nelas. E, depois, não sabemos como fazer com que usem redes, programas de mensagens e tudo o mais de maneira equilibrada. “Os pais precisam ter um passo-a-passo para diminuir o tempo de uso das tecnologias pelos filhos”, me disse uma pessoa que estuda prejuízos à saúde de crianças e adolescentes por uso abusivo de telas.

Não há como elaborar esse roteiro. Mas, se você quer que eles diminuam o tempo de uso das tecnologias, faça isso juntamente com seus filhos.

Que tal tirar da vista os celulares de todos os integrantes da família por um período do dia? Pode ser difícil, mas muito saudável, olhar nos olhos – sem desviar – de quem você conversa em casa. Aceita o desafio?

Você já caminhou pelas ruas olhando para seu celular? Por acaso já atravessou uma delas lendo mensagens recebidas? Percebeu que fica distraído para os acontecimentos a sua volta nesses momentos? Pois é: isso tem ocorrido com tanta frequência que a empresa que fornece os semáforos de uma cidade italiana criou uma tecnologia experimental que projeta, no asfalto, uma intensa luz vermelha que sinaliza, aos distraídos, o perigo que correm.

Li essa notícia na internet e fiquei pensando em uma discussão que ocorre há tempos: o uso exagerado – e prejudicial – de tecnologia por crianças e adolescentes. Sabemos que os mais novos aprendem muitas coisas observando os ambientes que frequentam e o estilo de vida que os pais adotam, testemunhando os acontecimentos do mundo adulto. E este está se afogando no uso das tecnologias em geral.

Quantas vezes por dia – em alguns casos, por hora – você consulta seu celular para verificar se há mensagens, se chegou algum e-mail, para saber como está o tempo etc? Se você se der a oportunidade de fazer o levantamento, pode ser que se espante ao perceber que faz isso bem mais do que você mesmo calcula.

O aparelho celular – mas não só ele – acabou invadindo tanto nossas vidas pessoais, profissionais e até afetivas, que já não sabemos mais viver sem ele ou outra tecnologia. Será que viciamos? Pode ser Foto: REUTERS/Andrew Kelly

O aparelho celular – mas não só ele – acabou invadindo tanto nossas vidas pessoais, profissionais e até afetivas, que já não sabemos mais viver sem ele ou outra tecnologia. Será que viciamos? Pode ser. Em alguns casos é vício mesmo, chamado de vício comportamental e, segundo os pesquisadores e estudiosos desse tema, um vício comportamental é muito mais difícil de ser reconhecido do que o vício em algum tipo de substância. Se nós estamos tão intensamente ligados ao uso das tecnologias, deveríamos esperar algo diferente dos mais novos?

Nenhuma criança nasce com um impulso que a levaria ao uso das tecnologias. Nós criamos esse apelo nelas. E, depois, não sabemos como fazer com que usem redes, programas de mensagens e tudo o mais de maneira equilibrada. “Os pais precisam ter um passo-a-passo para diminuir o tempo de uso das tecnologias pelos filhos”, me disse uma pessoa que estuda prejuízos à saúde de crianças e adolescentes por uso abusivo de telas.

Não há como elaborar esse roteiro. Mas, se você quer que eles diminuam o tempo de uso das tecnologias, faça isso juntamente com seus filhos.

Que tal tirar da vista os celulares de todos os integrantes da família por um período do dia? Pode ser difícil, mas muito saudável, olhar nos olhos – sem desviar – de quem você conversa em casa. Aceita o desafio?

Opinião por Rosely Sayão

É psicóloga, consultora educacional e autora do livro "Educação sem Blá-blá-blá"

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