Hoje é Páscoa! Muitos celebram a data no sentido religioso, outros no sentido social e familiar e há os que apenas sucumbem ao sabor do chocolate, ofertado à exaustão pelo comércio nesta época. Antes de tudo, desejo um ótimo dia de Páscoa a todos!
Dias antes, eu me deparei com algumas questões relacionadas à data que mães colocaram em suas páginas em redes sociais, e selecionei as que considerei interessantes para uma reflexão.
A primeira delas foi justamente a respeito de religião. “Será que posso ensinar aos meus filhos as razões de comemorarmos a Páscoa no catolicismo? Eles irão entender?”
A adesão de pais a alguma religião - sejam eles praticantes ou não – ou a nenhuma, costuma gerar dúvidas em muitos deles sobre como tratar a questão com os filhos. Devem ou não devem introduzir as crianças nessa religião? A partir de que idade? Podem obrigar os filhos a seguirem o que eles seguem, a acreditarem no que acreditam?
Eu gosto muito de comparar os pais, no relacionamento com os filhos, a uma bússola. Esse instrumento, por sinal bem antigo, aponta sempre uma única direção: o Norte.
Não é assim que ocorre a educação familiar? Os pais têm seus valores, suas tradições, suas crenças, sua história etc. e os transmitem aos filhos que, com base nisso e nas próprias experiências - inclusive fora de casa -, vão construindo sua identidade, seus pensamentos, seus caminhos na vida. Esse é o norte da família: para onde os pais conduzem os seus filhos.
Chegada a adolescência, pode ser que os filhos escolham não mais caminhar totalmente rumo ao Norte, ou seja, não continuar no trajeto apontado pelos pais até então. É a partir dessa fase que eles começam a assumir a própria vida, não é? E aí? Ficarão perdidos?
Se os pais tivessem se comportado até então como se fossem um GPS, apenas direcionando os filhos para onde quisessem que eles fossem, estes poderiam ficar perdidos, sim. Já os que caminharam sempre para o norte apontado pela família, podem mudar para qualquer direção já que o Norte possibilita saber todas as outras posições geográficas, não é assim que funciona a bússola?
Introduzir os filhos – ou não – em uma crença e/ou na religião que os pais aderiram é uma decisão estritamente familiar. As explicações devem respeitar a etapa de vida dos filhos. Desse modo, de que serviria falar em ressurreição se nem mesmo a ideia de morte é entendida pelas crianças na primeira fase da infância? Só é preciso bom senso ao tratar do assunto. Receio de estar dirigindo a vida dos filhos para um determinado caminho? Ora, não fazemos isso em todos os aspectos da vida deles enquanto são crianças? Eles chegarão à adolescência, e aí a história muda!
A segunda questão que as mães trouxeram foi a do “Coelho da Páscoa”. Estimular a crianças a acreditar nessa história? Falar a verdade? E como resolver o impasse criado pelo fato de a família assumir uma posição e a escola outra, diferente? Claro que elas tratavam principalmente de crianças na primeira fase da infância, ou seja, até os seis anos, mais ou menos.
Vamos lembrar: o coelho da páscoa é uma figura folclórica e nessa fase os habitantes do mundo infantil são, preferencialmente, essas figuras: princesas, ogros, bruxas, monstros, super-heróis etc., justamente por serem encantadores aos olhos das crianças.
Não se trata, portanto, de revelar uma verdade: “O coelho da páscoa não existe.”. É importante reconhecer o imaginário da criança. Na idade certa, elas deixarão de acreditar, os pais podem ficar tranquilos. Vale estimular a fantasia com a brincadeira de as crianças procurarem os ovos escondidos pelo coelho? Elas costumam se divertir muito!
Para terminar, uma dica a quem tem crianças em casa: médicos e nutricionistas orientam a quantidade de chocolate que crianças podem comer sem riscos à saúde de acordo com a idade; basta procurar nos buscadores na internet.