Um garoto, que deve ter entre 9 e 11 anos, mais ou menos, organizou sobre a cama, por categorias, todo o seu novo material escolar para a volta às aulas para fazer um vídeo e postar na internet. É muito material! Cadernos, mochilas, lápis pretos e coloridos, canetas de diversos tipos etc e etc, e tudo no plural. E ele estava muito orgulhoso e entusiasmado com suas novas aquisições.
Algo me chamou a atenção: mochilas, capas de cadernos, estojos e outros objetos tinham estampas de marcas famosas dirigidas ao público infantil. O que, vamos lembrar, encarece bastante o custo do material. Sim, as férias escolares terminaram. E uma coisa é certa: gostando ou não, querendo ou não, todas as crianças terão muitos benefícios nesse retorno.
Os pais têm papel importante na volta às aulas dos filhos. Mas, atenção: não é satisfazendo caprichos consumistas dos filhos a respeito do material escolar. Aliás, os pais que cedem aos pedidos das crianças não estão ensinando a elas nada além do que o valor do consumo. A escola tem vários papéis importantes. Um deles é o de ser organizador da vida das crianças: há horários a serem respeitados e cumpridos, vestimentas adequadas, há relacionamentos interpessoais regulados por princípios e normas, há objetivos a serem buscados.
O papel dos pais é o de reorganizar a vida cotidiana em casa para que os filhos consigam atender às demandas escolares. Dessa maneira, horários para acordar, se recolher e para as refeições, a organização das roupas a serem lavadas e de um espaço com baixo nível de estímulos para a realização das tarefas escolares em casa são atitudes que transmitem aos filhos a importância que os pais dão à educação deles.
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Já para as crianças que se encontram ansiosas com esse retorno – ou temerosas –, o acolhimento e o encorajamento dos pais colaboram muito para que o filho reconheça que ele tem potencial para superar as dificuldades que enfrenta. Isso é lição de vida! Quem não se vê diante de situações difíceis na vida com regularidade? Aliás, é na infância que temos grandes oportunidades de construir mecanismos pessoais que podem fazer frente às dificuldades vivenciadas.
Por fim, é papel dos pais confiar na escola – não cegamente – que recebe os filhos. E sempre que surgir dúvida ou discordância com atitudes que ela toma, o lugar de resolver é na escola, em diálogo pacífico com os responsáveis. Não criticar a instituição na frente dos filhos ajuda a criança a respeitar a autoridade escolar. Que seja um ano de bons aprendizados a cada um de nós!