Saiba como os cursos de lifelong learning ajudam sua carreira: ‘Questão de sobrevivência’


Conceito de aprendizagem contínua mostra necessidade de apostar além de graduações e pós regulares; formações curtas e o desenvolvimento de soft skills viram demandas de mercado

Por Paulo Reda
Atualização:

O conceito de lifelong learning (aprendizado ao longo da vida, em tradução livre) ainda não é tão bem conhecido para parte da população, mas a ideia de educação continuada se consolida cada vez mais.

Conceito de aprendizagem contínua tem ganhado força no Brasil Foto: vectorfusionart - stock.adobe.com

O Semesp, que congrega as mantenedoras das instituições de ensino superior do País, divulgou no fim de 2023 uma pesquisa sobre a pós-graduação. Entre as conclusões do estudo está, por exemplo, a de que 95,6% dos entrevistados fariam outro curso de especialização.

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A essa busca de aperfeiçoamento pessoal juntam-se as exigências de um mercado de trabalho fr competitividade crescente, que busca profissionais que dominem técnicas em várias áreas e se mantenham permanentemente atualizados.

Estudo da consultoria em Recursos Humanos CareerBuilders, por exemplo, aponta que 77% dos empregadores ouvidos consideram que as soft skills - habilidades que envolvem não apenas a formação técnica do profissional - são tão importantes quanto o conhecimento específico da área.

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Entre as principais características desenvolvidas pelos profissionais a partir do conceito de educação continuada, listadas por empresas de Recursos Humanos, estão o desenvolvimento de novas habilidades, o estímulo da criatividade, o domínio de tecnologias e a sede por conhecimento contínuo.

Marcio Sanches, coordenador da Universidade Corporativa do Semesp, afirma que a primeira vez que ouviu falar do conceito de lifelong learning foi em Cingapura. “Estávamos em uma universidade qualificada entre as 12 melhores do ranking mundial e eles colocavam que a missão mais importante dela era preparar mão de obra para a educação continuada.”

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Para ele, é importante que não só as pessoas, mas também as faculdades, ainda muito voltadas para cursos convencionais de graduação e pós, comecem a oferecer programas de requalificação permanente, que estimulem a aprendizagem contínua. “Mudar a cabeça dos alunos é mais fácil do que a das instituições.”

Sanches explica que ainda se trabalha muito com foco na especialização, em cursos com um ou dois anos de duração. “Educação continuada é mais que isso. Engloba uma série de programas de curta duração”. Como exemplo, ele cita a possibilidade de um gerente de vendas fazer uma especialização em inteligência artificial.

“Precisa ser um curso curto, com microcertificação. Qualquer profissional precisa dessa formação. São competências que às vezes a gente nem sabe que necessita, mas o mercado cobra”, destaca.

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Universidades corporativas ganham força

E nesse contexto de educação continuada, os provedores de conhecimento não são apenas instituições de ensino. “Temos iniciativas que surgem do próprio mundo do trabalho, como as universidades corporativas. É um cenário bem mais fragmentado”, afirma.

Vale dizer ainda que esse cenário chega no Brasil após longo percurso pelo mundo. Nos Estados Unidos, a prática de universidade e cursos in company começa nos anos 1920 e vai avançar a partir dos anos 1950, com Disney e General Eletric, entre outros grandes conglomerados.

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Para João Luis Barroso, diretor de Educação Executiva dos Núcleos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o conceito de educação continuada não é realmente novo, mas pela realidade atual deixou de ser opção a passou a ser exigência do mercado.

João Luís Barroso, da FGV, diz que aprendizagem contínua é uma das demandas para os profissionais hoje Foto: Divulgação/FGV

Ele explica que os próprios alunos cobram mudança de postura das instituições de ensino. “Em paralelo a programas robustos, de mais longa duração, é preciso apostar em programas mais curtos, de imersão, em áreas como marketing digital, business analytics, empreendedorismo. Os profissionais precisam se atualizar rápido, uma tendência”.

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Segundo ele, a FGV mantém cursos curtos e específicos, como o de formação para conselheiros de empresas. “Um executivo que não quer delegar em determinadas áreas pode fazer cursos pontuais, de curta duração”, afirma.

“Cada vez mais as tomadas de decisão das empresas são baseadas em dados, estatísticas, evidências numéricas. Com isso, os gestores precisam ter conhecimento mínimo de todas as áreas que estão sob sua atribuição”, acrescenta Sanches.

Mudança de mentalidade

De acordo com Caroline Petian, gerente acadêmica da Harven Agribusiness School, apesar de ainda não estar totalmente perceptível, esse modelo de educação continuada já está instalado no País. “Na época dos nossos pais, havia o conceito de concluir os estudos”, diz. “Seja um curso curto ou uma nova graduação, o estudante que entra na faculdade sabe que vai ter de continuar. Nunca vai dizer: eu acabei os meus estudos.”

Pesquisa realizada pela Pew Research Center mostra que 73% dos americanos se consideram lifelong learning. O levantamento revela ainda que 87% afirmam ter aderido a essa mentalidade como forma de manter ou melhorar habilidades no trabalho. E estudos apontam que a educação continuada digital crescerá a uma taxa anual de 16% até 2030.

Segundo a organização Lifelong Learning Council Queensland, o conceito se apoia em quatro pilares: Aprender a Conhecer, Aprender a Fazer, Aprender a Conviver e Aprender a Ser. Um exemplo do interesse crescente pelo lifelong learning é a alta de 26% no número de instituições de ensino afiliadas à Rede de Educação Continuada para a América Latina e Europa (RECLA) em 2023. Hoje, são 149.

Para Marina Pontes, gerente de Educação Continuada da PUC-Campinas, essa aprendizagem contínua reflete um mundo que muda rápido. “Anos atrás, o que se aprendia na graduação atendia às necessidades profissionais por 20, 30 anos.”

Segundo ela, no Brasil o conceito de aprendizagem contínua é mais recente, pois muitas profissões estão se tornando obsoletas. “Isso é fundamental, tanto para quem está iniciando na vida profissional como para quem já está no mercado. Tanto para aprimorar o que já se sabe, quanto para adquirir conhecimentos em área nova. É uma questão de sobrevivência.”

Marina afirma que as áreas que mais demandam formação contínua são as ligadas à tecnologia, gestão de pessoas e de projetos, pois as empresas buscam cada vez mais resultados com menos recursos. E enfatiza os soft skills. “O que ouvimos muito de empresas é que contratam pelo currículo, mas demitem pelo comportamental”, diz.

“Temos registrado, por exemplo, muito procura de aprendizado para a terceira idade, o que até algum tempo atrás não acontecia. A partir disso, tivemos de desenvolver um curso específico e exclusivo”, afirma Renato Garcia, diretor publicitário da Minds Idiomas. “Recentemente perdemos um exemplo de lifelong learning, que foi o Abílio Diniz (uma das principais lideranças empresariais do País, que morreu aos 86 anos nesse domingo). Se vale para um empresário desse porte, vale para qualquer profissional.”

O conceito de lifelong learning (aprendizado ao longo da vida, em tradução livre) ainda não é tão bem conhecido para parte da população, mas a ideia de educação continuada se consolida cada vez mais.

Conceito de aprendizagem contínua tem ganhado força no Brasil Foto: vectorfusionart - stock.adobe.com

O Semesp, que congrega as mantenedoras das instituições de ensino superior do País, divulgou no fim de 2023 uma pesquisa sobre a pós-graduação. Entre as conclusões do estudo está, por exemplo, a de que 95,6% dos entrevistados fariam outro curso de especialização.

A essa busca de aperfeiçoamento pessoal juntam-se as exigências de um mercado de trabalho fr competitividade crescente, que busca profissionais que dominem técnicas em várias áreas e se mantenham permanentemente atualizados.

Estudo da consultoria em Recursos Humanos CareerBuilders, por exemplo, aponta que 77% dos empregadores ouvidos consideram que as soft skills - habilidades que envolvem não apenas a formação técnica do profissional - são tão importantes quanto o conhecimento específico da área.

Entre as principais características desenvolvidas pelos profissionais a partir do conceito de educação continuada, listadas por empresas de Recursos Humanos, estão o desenvolvimento de novas habilidades, o estímulo da criatividade, o domínio de tecnologias e a sede por conhecimento contínuo.

Marcio Sanches, coordenador da Universidade Corporativa do Semesp, afirma que a primeira vez que ouviu falar do conceito de lifelong learning foi em Cingapura. “Estávamos em uma universidade qualificada entre as 12 melhores do ranking mundial e eles colocavam que a missão mais importante dela era preparar mão de obra para a educação continuada.”

Para ele, é importante que não só as pessoas, mas também as faculdades, ainda muito voltadas para cursos convencionais de graduação e pós, comecem a oferecer programas de requalificação permanente, que estimulem a aprendizagem contínua. “Mudar a cabeça dos alunos é mais fácil do que a das instituições.”

Sanches explica que ainda se trabalha muito com foco na especialização, em cursos com um ou dois anos de duração. “Educação continuada é mais que isso. Engloba uma série de programas de curta duração”. Como exemplo, ele cita a possibilidade de um gerente de vendas fazer uma especialização em inteligência artificial.

“Precisa ser um curso curto, com microcertificação. Qualquer profissional precisa dessa formação. São competências que às vezes a gente nem sabe que necessita, mas o mercado cobra”, destaca.

Universidades corporativas ganham força

E nesse contexto de educação continuada, os provedores de conhecimento não são apenas instituições de ensino. “Temos iniciativas que surgem do próprio mundo do trabalho, como as universidades corporativas. É um cenário bem mais fragmentado”, afirma.

Vale dizer ainda que esse cenário chega no Brasil após longo percurso pelo mundo. Nos Estados Unidos, a prática de universidade e cursos in company começa nos anos 1920 e vai avançar a partir dos anos 1950, com Disney e General Eletric, entre outros grandes conglomerados.

Para João Luis Barroso, diretor de Educação Executiva dos Núcleos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o conceito de educação continuada não é realmente novo, mas pela realidade atual deixou de ser opção a passou a ser exigência do mercado.

João Luís Barroso, da FGV, diz que aprendizagem contínua é uma das demandas para os profissionais hoje Foto: Divulgação/FGV

Ele explica que os próprios alunos cobram mudança de postura das instituições de ensino. “Em paralelo a programas robustos, de mais longa duração, é preciso apostar em programas mais curtos, de imersão, em áreas como marketing digital, business analytics, empreendedorismo. Os profissionais precisam se atualizar rápido, uma tendência”.

Segundo ele, a FGV mantém cursos curtos e específicos, como o de formação para conselheiros de empresas. “Um executivo que não quer delegar em determinadas áreas pode fazer cursos pontuais, de curta duração”, afirma.

“Cada vez mais as tomadas de decisão das empresas são baseadas em dados, estatísticas, evidências numéricas. Com isso, os gestores precisam ter conhecimento mínimo de todas as áreas que estão sob sua atribuição”, acrescenta Sanches.

Mudança de mentalidade

De acordo com Caroline Petian, gerente acadêmica da Harven Agribusiness School, apesar de ainda não estar totalmente perceptível, esse modelo de educação continuada já está instalado no País. “Na época dos nossos pais, havia o conceito de concluir os estudos”, diz. “Seja um curso curto ou uma nova graduação, o estudante que entra na faculdade sabe que vai ter de continuar. Nunca vai dizer: eu acabei os meus estudos.”

Pesquisa realizada pela Pew Research Center mostra que 73% dos americanos se consideram lifelong learning. O levantamento revela ainda que 87% afirmam ter aderido a essa mentalidade como forma de manter ou melhorar habilidades no trabalho. E estudos apontam que a educação continuada digital crescerá a uma taxa anual de 16% até 2030.

Segundo a organização Lifelong Learning Council Queensland, o conceito se apoia em quatro pilares: Aprender a Conhecer, Aprender a Fazer, Aprender a Conviver e Aprender a Ser. Um exemplo do interesse crescente pelo lifelong learning é a alta de 26% no número de instituições de ensino afiliadas à Rede de Educação Continuada para a América Latina e Europa (RECLA) em 2023. Hoje, são 149.

Para Marina Pontes, gerente de Educação Continuada da PUC-Campinas, essa aprendizagem contínua reflete um mundo que muda rápido. “Anos atrás, o que se aprendia na graduação atendia às necessidades profissionais por 20, 30 anos.”

Segundo ela, no Brasil o conceito de aprendizagem contínua é mais recente, pois muitas profissões estão se tornando obsoletas. “Isso é fundamental, tanto para quem está iniciando na vida profissional como para quem já está no mercado. Tanto para aprimorar o que já se sabe, quanto para adquirir conhecimentos em área nova. É uma questão de sobrevivência.”

Marina afirma que as áreas que mais demandam formação contínua são as ligadas à tecnologia, gestão de pessoas e de projetos, pois as empresas buscam cada vez mais resultados com menos recursos. E enfatiza os soft skills. “O que ouvimos muito de empresas é que contratam pelo currículo, mas demitem pelo comportamental”, diz.

“Temos registrado, por exemplo, muito procura de aprendizado para a terceira idade, o que até algum tempo atrás não acontecia. A partir disso, tivemos de desenvolver um curso específico e exclusivo”, afirma Renato Garcia, diretor publicitário da Minds Idiomas. “Recentemente perdemos um exemplo de lifelong learning, que foi o Abílio Diniz (uma das principais lideranças empresariais do País, que morreu aos 86 anos nesse domingo). Se vale para um empresário desse porte, vale para qualquer profissional.”

O conceito de lifelong learning (aprendizado ao longo da vida, em tradução livre) ainda não é tão bem conhecido para parte da população, mas a ideia de educação continuada se consolida cada vez mais.

Conceito de aprendizagem contínua tem ganhado força no Brasil Foto: vectorfusionart - stock.adobe.com

O Semesp, que congrega as mantenedoras das instituições de ensino superior do País, divulgou no fim de 2023 uma pesquisa sobre a pós-graduação. Entre as conclusões do estudo está, por exemplo, a de que 95,6% dos entrevistados fariam outro curso de especialização.

A essa busca de aperfeiçoamento pessoal juntam-se as exigências de um mercado de trabalho fr competitividade crescente, que busca profissionais que dominem técnicas em várias áreas e se mantenham permanentemente atualizados.

Estudo da consultoria em Recursos Humanos CareerBuilders, por exemplo, aponta que 77% dos empregadores ouvidos consideram que as soft skills - habilidades que envolvem não apenas a formação técnica do profissional - são tão importantes quanto o conhecimento específico da área.

Entre as principais características desenvolvidas pelos profissionais a partir do conceito de educação continuada, listadas por empresas de Recursos Humanos, estão o desenvolvimento de novas habilidades, o estímulo da criatividade, o domínio de tecnologias e a sede por conhecimento contínuo.

Marcio Sanches, coordenador da Universidade Corporativa do Semesp, afirma que a primeira vez que ouviu falar do conceito de lifelong learning foi em Cingapura. “Estávamos em uma universidade qualificada entre as 12 melhores do ranking mundial e eles colocavam que a missão mais importante dela era preparar mão de obra para a educação continuada.”

Para ele, é importante que não só as pessoas, mas também as faculdades, ainda muito voltadas para cursos convencionais de graduação e pós, comecem a oferecer programas de requalificação permanente, que estimulem a aprendizagem contínua. “Mudar a cabeça dos alunos é mais fácil do que a das instituições.”

Sanches explica que ainda se trabalha muito com foco na especialização, em cursos com um ou dois anos de duração. “Educação continuada é mais que isso. Engloba uma série de programas de curta duração”. Como exemplo, ele cita a possibilidade de um gerente de vendas fazer uma especialização em inteligência artificial.

“Precisa ser um curso curto, com microcertificação. Qualquer profissional precisa dessa formação. São competências que às vezes a gente nem sabe que necessita, mas o mercado cobra”, destaca.

Universidades corporativas ganham força

E nesse contexto de educação continuada, os provedores de conhecimento não são apenas instituições de ensino. “Temos iniciativas que surgem do próprio mundo do trabalho, como as universidades corporativas. É um cenário bem mais fragmentado”, afirma.

Vale dizer ainda que esse cenário chega no Brasil após longo percurso pelo mundo. Nos Estados Unidos, a prática de universidade e cursos in company começa nos anos 1920 e vai avançar a partir dos anos 1950, com Disney e General Eletric, entre outros grandes conglomerados.

Para João Luis Barroso, diretor de Educação Executiva dos Núcleos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o conceito de educação continuada não é realmente novo, mas pela realidade atual deixou de ser opção a passou a ser exigência do mercado.

João Luís Barroso, da FGV, diz que aprendizagem contínua é uma das demandas para os profissionais hoje Foto: Divulgação/FGV

Ele explica que os próprios alunos cobram mudança de postura das instituições de ensino. “Em paralelo a programas robustos, de mais longa duração, é preciso apostar em programas mais curtos, de imersão, em áreas como marketing digital, business analytics, empreendedorismo. Os profissionais precisam se atualizar rápido, uma tendência”.

Segundo ele, a FGV mantém cursos curtos e específicos, como o de formação para conselheiros de empresas. “Um executivo que não quer delegar em determinadas áreas pode fazer cursos pontuais, de curta duração”, afirma.

“Cada vez mais as tomadas de decisão das empresas são baseadas em dados, estatísticas, evidências numéricas. Com isso, os gestores precisam ter conhecimento mínimo de todas as áreas que estão sob sua atribuição”, acrescenta Sanches.

Mudança de mentalidade

De acordo com Caroline Petian, gerente acadêmica da Harven Agribusiness School, apesar de ainda não estar totalmente perceptível, esse modelo de educação continuada já está instalado no País. “Na época dos nossos pais, havia o conceito de concluir os estudos”, diz. “Seja um curso curto ou uma nova graduação, o estudante que entra na faculdade sabe que vai ter de continuar. Nunca vai dizer: eu acabei os meus estudos.”

Pesquisa realizada pela Pew Research Center mostra que 73% dos americanos se consideram lifelong learning. O levantamento revela ainda que 87% afirmam ter aderido a essa mentalidade como forma de manter ou melhorar habilidades no trabalho. E estudos apontam que a educação continuada digital crescerá a uma taxa anual de 16% até 2030.

Segundo a organização Lifelong Learning Council Queensland, o conceito se apoia em quatro pilares: Aprender a Conhecer, Aprender a Fazer, Aprender a Conviver e Aprender a Ser. Um exemplo do interesse crescente pelo lifelong learning é a alta de 26% no número de instituições de ensino afiliadas à Rede de Educação Continuada para a América Latina e Europa (RECLA) em 2023. Hoje, são 149.

Para Marina Pontes, gerente de Educação Continuada da PUC-Campinas, essa aprendizagem contínua reflete um mundo que muda rápido. “Anos atrás, o que se aprendia na graduação atendia às necessidades profissionais por 20, 30 anos.”

Segundo ela, no Brasil o conceito de aprendizagem contínua é mais recente, pois muitas profissões estão se tornando obsoletas. “Isso é fundamental, tanto para quem está iniciando na vida profissional como para quem já está no mercado. Tanto para aprimorar o que já se sabe, quanto para adquirir conhecimentos em área nova. É uma questão de sobrevivência.”

Marina afirma que as áreas que mais demandam formação contínua são as ligadas à tecnologia, gestão de pessoas e de projetos, pois as empresas buscam cada vez mais resultados com menos recursos. E enfatiza os soft skills. “O que ouvimos muito de empresas é que contratam pelo currículo, mas demitem pelo comportamental”, diz.

“Temos registrado, por exemplo, muito procura de aprendizado para a terceira idade, o que até algum tempo atrás não acontecia. A partir disso, tivemos de desenvolver um curso específico e exclusivo”, afirma Renato Garcia, diretor publicitário da Minds Idiomas. “Recentemente perdemos um exemplo de lifelong learning, que foi o Abílio Diniz (uma das principais lideranças empresariais do País, que morreu aos 86 anos nesse domingo). Se vale para um empresário desse porte, vale para qualquer profissional.”

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