Secretaria de Educação vai fiscalizar escolas de SP vendidas a grupo do Chile


Visitas serão feitas até segunda e, em caso de irregularidade, unidades podem ser fechadas; empresa Vitamina diz que foi afetada pela pandemia, mas afirma que medidas não trazem risco às crianças

Por Renata Cafardo
Atualização:

A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo iniciou fiscalização extraordinária para visitar todas as escolas de educação infantil compradas pelo grupo chileno Vitamina, acusado por pais e professores de falta de manutenção, alimentação de má qualidade e precarização dos projetos pedagógicos. Das 37 escolas adquiridas pelo grupo, 26 estão na cidade, em bairros como Perdizes, Alto de Pinheiros, Morumbi, Sumaré, Pompeia, Itaim e Vila Olímpia.

As escolas de educação infantil, mesmo sendo particulares, são supervisionadas pela secretaria municipal, que faz visitas semestrais para checar estrutura, projeto pedagógico, formação dos professores. Segundo a Prefeitura, até segunda-feira, 16, um relatório consolidado sobre a situação das escolas deve ser divulgado. Se forem constatadas irregulares, a supervisão orienta os responsáveis pela instituição para que a situação seja regularizada e, em caso negativo, a escola pode ser fechada.

Pais se queixam de precarização do ensino nos colégios comprados pelo grupo Vitamina Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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Entre as denúncias feitas por pais ao Estadão há falta de manutenção de pintura, de brinquedos, problemas de higiene e alimentação de má qualidade. Um vídeo enviado à reportagem mostrava uma escola com baratas.

Além disso, segundo mensagens aos quais o Estadão teve acesso, para tentar suprir a falta de professores que eram demitidos ou faltavam por não receberem salário ou vale-alimentação, a Vitamina montou um grupo no WhatsApp de “apoio” aos funcionários no começo do ano. O nome do grupo era SOS Escolas e pedia a profissionais do setor administrativo da empresa que fossem às escolas para ficar com as crianças, o que não é permitido por lei. Só professores com formação superior podem ser responsáveis pelas salas no ensino infantil.

Além das escolas da capital, foram compradas pela Vitamina duas em São José dos Campos (uma fechada por falta de alunos depois de denúncia dos pais), três em Santos (uma delas devolvida ao antigo dono por falta de pagamento da Vitamina), duas em Santo André, duas em Campinas, uma em Osasco e uma em São Bernardo do Campo.

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“Eu me sinto muito culpada por ter acreditado nessa escola e não ter tirado meu filho antes de lá”, diz a psicóloga Cindy Valle, cujo filho de 1 ano ingressou em outubro na Escola Materna, em Santo André, na Grande São Paulo, comprada pela Vitamina em 2021. Ela conta que nunca foi informada que a instituição fazia parte do grupo chileno.

No começo desde ano, Cindy diz que a coordenadora foi mudada e ela e outras mães começaram a perceber que as crianças voltavam com fome para casa, apesar de terem jantado na escola. Para ela, havia negligência dos profissionais também na higiene das crianças, além de falta de material pedagógico. Ela tirou o filho da Materna no fim de abril.

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Empresa diz que não está à venda

Em nota, a Vitamina disse que está implementando “política mais criteriosa de gastos, alinhada à realidade e ao contexto atual do nosso setor”, mas que “jamais” tomou decisão “que possa colocar em risco a integridade de nossas crianças”. Também afirmou que “desde que as escolas foram adquiridas, investimos uma soma significativa de recursos para modernizar instalações, melhorar segurança, ampliar cozinhas e salas, entre outras ações realizadas”.

Informou ainda a empresa foi afetada pela pandemia, “assim como outras empresas do setor”, mas que não está à venda e pretende “construir um projeto de longo prazo no País”. “Faremos tudo que estiver ao nosso alcance para honrar o compromisso de entregar uma educação infantil de qualidade a todas as nossas crianças e famílias”, afirma o texto. A Vitamina não respondeu pontualmente as denúncias apuradas pelo Estadão.

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Professores podem entrar em greve

Nesta semana, algumas escolas paralisaram suas atividades porque o salário dos professores e funcionários não havia sido pago. No dia 9, porém, os profissionais passaram a receber. O Sindicato dos Professores de São Paulo (SinproSP) anunciou greve a partir desta sexta-feira, 12, nas escolas em que o salário ainda não tiver sido depositado.

Segundo o advogado Joel Batista, que representa dezenas de credores da empresa chilena, o FGTS dos funcionários e professores não é pago desde setembro. As verbas rescisórias de quem é demitido estão sendo parceladas em 11 meses. Além disso, os aluguéis dos prédios onde funcionam as escolas também não são pagos desde o fim de 2022.

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Uma das escolas compradas pelo grupo, em Santos, já foi devolvida ao antigo dono também por falta de pagamento das parcelas acordadas em contrato. Os pagamentos, que segundo o Estadão apurou, variavam de R$ 200 mil até R$ 8 milhões por escola, seriam feitos em cinco anos pela Vitamina.

“Vendi minha escola com dor no coração e agora me arrependi”, diz um ex-dono de escola, que negociou a instituição em 2021 com a Vitamina e pediu para não ser identificado. Uma cláusula no contrato com as escolas impede que eles façam comentários sobre o negócio ou que possam afetar a imagem da Vitamina.

Segundo ele, o momento era difícil, pela perda de alunos na pandemia. “A história que contaram era maravilhosa, que seria algo para o bem da educação infantil, que não iam mudar o DNA de cada escola. Mas fui tudo um golpe”, acredita.

A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo iniciou fiscalização extraordinária para visitar todas as escolas de educação infantil compradas pelo grupo chileno Vitamina, acusado por pais e professores de falta de manutenção, alimentação de má qualidade e precarização dos projetos pedagógicos. Das 37 escolas adquiridas pelo grupo, 26 estão na cidade, em bairros como Perdizes, Alto de Pinheiros, Morumbi, Sumaré, Pompeia, Itaim e Vila Olímpia.

As escolas de educação infantil, mesmo sendo particulares, são supervisionadas pela secretaria municipal, que faz visitas semestrais para checar estrutura, projeto pedagógico, formação dos professores. Segundo a Prefeitura, até segunda-feira, 16, um relatório consolidado sobre a situação das escolas deve ser divulgado. Se forem constatadas irregulares, a supervisão orienta os responsáveis pela instituição para que a situação seja regularizada e, em caso negativo, a escola pode ser fechada.

Pais se queixam de precarização do ensino nos colégios comprados pelo grupo Vitamina Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Entre as denúncias feitas por pais ao Estadão há falta de manutenção de pintura, de brinquedos, problemas de higiene e alimentação de má qualidade. Um vídeo enviado à reportagem mostrava uma escola com baratas.

Além disso, segundo mensagens aos quais o Estadão teve acesso, para tentar suprir a falta de professores que eram demitidos ou faltavam por não receberem salário ou vale-alimentação, a Vitamina montou um grupo no WhatsApp de “apoio” aos funcionários no começo do ano. O nome do grupo era SOS Escolas e pedia a profissionais do setor administrativo da empresa que fossem às escolas para ficar com as crianças, o que não é permitido por lei. Só professores com formação superior podem ser responsáveis pelas salas no ensino infantil.

Além das escolas da capital, foram compradas pela Vitamina duas em São José dos Campos (uma fechada por falta de alunos depois de denúncia dos pais), três em Santos (uma delas devolvida ao antigo dono por falta de pagamento da Vitamina), duas em Santo André, duas em Campinas, uma em Osasco e uma em São Bernardo do Campo.

“Eu me sinto muito culpada por ter acreditado nessa escola e não ter tirado meu filho antes de lá”, diz a psicóloga Cindy Valle, cujo filho de 1 ano ingressou em outubro na Escola Materna, em Santo André, na Grande São Paulo, comprada pela Vitamina em 2021. Ela conta que nunca foi informada que a instituição fazia parte do grupo chileno.

No começo desde ano, Cindy diz que a coordenadora foi mudada e ela e outras mães começaram a perceber que as crianças voltavam com fome para casa, apesar de terem jantado na escola. Para ela, havia negligência dos profissionais também na higiene das crianças, além de falta de material pedagógico. Ela tirou o filho da Materna no fim de abril.

Empresa diz que não está à venda

Em nota, a Vitamina disse que está implementando “política mais criteriosa de gastos, alinhada à realidade e ao contexto atual do nosso setor”, mas que “jamais” tomou decisão “que possa colocar em risco a integridade de nossas crianças”. Também afirmou que “desde que as escolas foram adquiridas, investimos uma soma significativa de recursos para modernizar instalações, melhorar segurança, ampliar cozinhas e salas, entre outras ações realizadas”.

Informou ainda a empresa foi afetada pela pandemia, “assim como outras empresas do setor”, mas que não está à venda e pretende “construir um projeto de longo prazo no País”. “Faremos tudo que estiver ao nosso alcance para honrar o compromisso de entregar uma educação infantil de qualidade a todas as nossas crianças e famílias”, afirma o texto. A Vitamina não respondeu pontualmente as denúncias apuradas pelo Estadão.

Professores podem entrar em greve

Nesta semana, algumas escolas paralisaram suas atividades porque o salário dos professores e funcionários não havia sido pago. No dia 9, porém, os profissionais passaram a receber. O Sindicato dos Professores de São Paulo (SinproSP) anunciou greve a partir desta sexta-feira, 12, nas escolas em que o salário ainda não tiver sido depositado.

Segundo o advogado Joel Batista, que representa dezenas de credores da empresa chilena, o FGTS dos funcionários e professores não é pago desde setembro. As verbas rescisórias de quem é demitido estão sendo parceladas em 11 meses. Além disso, os aluguéis dos prédios onde funcionam as escolas também não são pagos desde o fim de 2022.

Uma das escolas compradas pelo grupo, em Santos, já foi devolvida ao antigo dono também por falta de pagamento das parcelas acordadas em contrato. Os pagamentos, que segundo o Estadão apurou, variavam de R$ 200 mil até R$ 8 milhões por escola, seriam feitos em cinco anos pela Vitamina.

“Vendi minha escola com dor no coração e agora me arrependi”, diz um ex-dono de escola, que negociou a instituição em 2021 com a Vitamina e pediu para não ser identificado. Uma cláusula no contrato com as escolas impede que eles façam comentários sobre o negócio ou que possam afetar a imagem da Vitamina.

Segundo ele, o momento era difícil, pela perda de alunos na pandemia. “A história que contaram era maravilhosa, que seria algo para o bem da educação infantil, que não iam mudar o DNA de cada escola. Mas fui tudo um golpe”, acredita.

A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo iniciou fiscalização extraordinária para visitar todas as escolas de educação infantil compradas pelo grupo chileno Vitamina, acusado por pais e professores de falta de manutenção, alimentação de má qualidade e precarização dos projetos pedagógicos. Das 37 escolas adquiridas pelo grupo, 26 estão na cidade, em bairros como Perdizes, Alto de Pinheiros, Morumbi, Sumaré, Pompeia, Itaim e Vila Olímpia.

As escolas de educação infantil, mesmo sendo particulares, são supervisionadas pela secretaria municipal, que faz visitas semestrais para checar estrutura, projeto pedagógico, formação dos professores. Segundo a Prefeitura, até segunda-feira, 16, um relatório consolidado sobre a situação das escolas deve ser divulgado. Se forem constatadas irregulares, a supervisão orienta os responsáveis pela instituição para que a situação seja regularizada e, em caso negativo, a escola pode ser fechada.

Pais se queixam de precarização do ensino nos colégios comprados pelo grupo Vitamina Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Entre as denúncias feitas por pais ao Estadão há falta de manutenção de pintura, de brinquedos, problemas de higiene e alimentação de má qualidade. Um vídeo enviado à reportagem mostrava uma escola com baratas.

Além disso, segundo mensagens aos quais o Estadão teve acesso, para tentar suprir a falta de professores que eram demitidos ou faltavam por não receberem salário ou vale-alimentação, a Vitamina montou um grupo no WhatsApp de “apoio” aos funcionários no começo do ano. O nome do grupo era SOS Escolas e pedia a profissionais do setor administrativo da empresa que fossem às escolas para ficar com as crianças, o que não é permitido por lei. Só professores com formação superior podem ser responsáveis pelas salas no ensino infantil.

Além das escolas da capital, foram compradas pela Vitamina duas em São José dos Campos (uma fechada por falta de alunos depois de denúncia dos pais), três em Santos (uma delas devolvida ao antigo dono por falta de pagamento da Vitamina), duas em Santo André, duas em Campinas, uma em Osasco e uma em São Bernardo do Campo.

“Eu me sinto muito culpada por ter acreditado nessa escola e não ter tirado meu filho antes de lá”, diz a psicóloga Cindy Valle, cujo filho de 1 ano ingressou em outubro na Escola Materna, em Santo André, na Grande São Paulo, comprada pela Vitamina em 2021. Ela conta que nunca foi informada que a instituição fazia parte do grupo chileno.

No começo desde ano, Cindy diz que a coordenadora foi mudada e ela e outras mães começaram a perceber que as crianças voltavam com fome para casa, apesar de terem jantado na escola. Para ela, havia negligência dos profissionais também na higiene das crianças, além de falta de material pedagógico. Ela tirou o filho da Materna no fim de abril.

Empresa diz que não está à venda

Em nota, a Vitamina disse que está implementando “política mais criteriosa de gastos, alinhada à realidade e ao contexto atual do nosso setor”, mas que “jamais” tomou decisão “que possa colocar em risco a integridade de nossas crianças”. Também afirmou que “desde que as escolas foram adquiridas, investimos uma soma significativa de recursos para modernizar instalações, melhorar segurança, ampliar cozinhas e salas, entre outras ações realizadas”.

Informou ainda a empresa foi afetada pela pandemia, “assim como outras empresas do setor”, mas que não está à venda e pretende “construir um projeto de longo prazo no País”. “Faremos tudo que estiver ao nosso alcance para honrar o compromisso de entregar uma educação infantil de qualidade a todas as nossas crianças e famílias”, afirma o texto. A Vitamina não respondeu pontualmente as denúncias apuradas pelo Estadão.

Professores podem entrar em greve

Nesta semana, algumas escolas paralisaram suas atividades porque o salário dos professores e funcionários não havia sido pago. No dia 9, porém, os profissionais passaram a receber. O Sindicato dos Professores de São Paulo (SinproSP) anunciou greve a partir desta sexta-feira, 12, nas escolas em que o salário ainda não tiver sido depositado.

Segundo o advogado Joel Batista, que representa dezenas de credores da empresa chilena, o FGTS dos funcionários e professores não é pago desde setembro. As verbas rescisórias de quem é demitido estão sendo parceladas em 11 meses. Além disso, os aluguéis dos prédios onde funcionam as escolas também não são pagos desde o fim de 2022.

Uma das escolas compradas pelo grupo, em Santos, já foi devolvida ao antigo dono também por falta de pagamento das parcelas acordadas em contrato. Os pagamentos, que segundo o Estadão apurou, variavam de R$ 200 mil até R$ 8 milhões por escola, seriam feitos em cinco anos pela Vitamina.

“Vendi minha escola com dor no coração e agora me arrependi”, diz um ex-dono de escola, que negociou a instituição em 2021 com a Vitamina e pediu para não ser identificado. Uma cláusula no contrato com as escolas impede que eles façam comentários sobre o negócio ou que possam afetar a imagem da Vitamina.

Segundo ele, o momento era difícil, pela perda de alunos na pandemia. “A história que contaram era maravilhosa, que seria algo para o bem da educação infantil, que não iam mudar o DNA de cada escola. Mas fui tudo um golpe”, acredita.

A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo iniciou fiscalização extraordinária para visitar todas as escolas de educação infantil compradas pelo grupo chileno Vitamina, acusado por pais e professores de falta de manutenção, alimentação de má qualidade e precarização dos projetos pedagógicos. Das 37 escolas adquiridas pelo grupo, 26 estão na cidade, em bairros como Perdizes, Alto de Pinheiros, Morumbi, Sumaré, Pompeia, Itaim e Vila Olímpia.

As escolas de educação infantil, mesmo sendo particulares, são supervisionadas pela secretaria municipal, que faz visitas semestrais para checar estrutura, projeto pedagógico, formação dos professores. Segundo a Prefeitura, até segunda-feira, 16, um relatório consolidado sobre a situação das escolas deve ser divulgado. Se forem constatadas irregulares, a supervisão orienta os responsáveis pela instituição para que a situação seja regularizada e, em caso negativo, a escola pode ser fechada.

Pais se queixam de precarização do ensino nos colégios comprados pelo grupo Vitamina Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Entre as denúncias feitas por pais ao Estadão há falta de manutenção de pintura, de brinquedos, problemas de higiene e alimentação de má qualidade. Um vídeo enviado à reportagem mostrava uma escola com baratas.

Além disso, segundo mensagens aos quais o Estadão teve acesso, para tentar suprir a falta de professores que eram demitidos ou faltavam por não receberem salário ou vale-alimentação, a Vitamina montou um grupo no WhatsApp de “apoio” aos funcionários no começo do ano. O nome do grupo era SOS Escolas e pedia a profissionais do setor administrativo da empresa que fossem às escolas para ficar com as crianças, o que não é permitido por lei. Só professores com formação superior podem ser responsáveis pelas salas no ensino infantil.

Além das escolas da capital, foram compradas pela Vitamina duas em São José dos Campos (uma fechada por falta de alunos depois de denúncia dos pais), três em Santos (uma delas devolvida ao antigo dono por falta de pagamento da Vitamina), duas em Santo André, duas em Campinas, uma em Osasco e uma em São Bernardo do Campo.

“Eu me sinto muito culpada por ter acreditado nessa escola e não ter tirado meu filho antes de lá”, diz a psicóloga Cindy Valle, cujo filho de 1 ano ingressou em outubro na Escola Materna, em Santo André, na Grande São Paulo, comprada pela Vitamina em 2021. Ela conta que nunca foi informada que a instituição fazia parte do grupo chileno.

No começo desde ano, Cindy diz que a coordenadora foi mudada e ela e outras mães começaram a perceber que as crianças voltavam com fome para casa, apesar de terem jantado na escola. Para ela, havia negligência dos profissionais também na higiene das crianças, além de falta de material pedagógico. Ela tirou o filho da Materna no fim de abril.

Empresa diz que não está à venda

Em nota, a Vitamina disse que está implementando “política mais criteriosa de gastos, alinhada à realidade e ao contexto atual do nosso setor”, mas que “jamais” tomou decisão “que possa colocar em risco a integridade de nossas crianças”. Também afirmou que “desde que as escolas foram adquiridas, investimos uma soma significativa de recursos para modernizar instalações, melhorar segurança, ampliar cozinhas e salas, entre outras ações realizadas”.

Informou ainda a empresa foi afetada pela pandemia, “assim como outras empresas do setor”, mas que não está à venda e pretende “construir um projeto de longo prazo no País”. “Faremos tudo que estiver ao nosso alcance para honrar o compromisso de entregar uma educação infantil de qualidade a todas as nossas crianças e famílias”, afirma o texto. A Vitamina não respondeu pontualmente as denúncias apuradas pelo Estadão.

Professores podem entrar em greve

Nesta semana, algumas escolas paralisaram suas atividades porque o salário dos professores e funcionários não havia sido pago. No dia 9, porém, os profissionais passaram a receber. O Sindicato dos Professores de São Paulo (SinproSP) anunciou greve a partir desta sexta-feira, 12, nas escolas em que o salário ainda não tiver sido depositado.

Segundo o advogado Joel Batista, que representa dezenas de credores da empresa chilena, o FGTS dos funcionários e professores não é pago desde setembro. As verbas rescisórias de quem é demitido estão sendo parceladas em 11 meses. Além disso, os aluguéis dos prédios onde funcionam as escolas também não são pagos desde o fim de 2022.

Uma das escolas compradas pelo grupo, em Santos, já foi devolvida ao antigo dono também por falta de pagamento das parcelas acordadas em contrato. Os pagamentos, que segundo o Estadão apurou, variavam de R$ 200 mil até R$ 8 milhões por escola, seriam feitos em cinco anos pela Vitamina.

“Vendi minha escola com dor no coração e agora me arrependi”, diz um ex-dono de escola, que negociou a instituição em 2021 com a Vitamina e pediu para não ser identificado. Uma cláusula no contrato com as escolas impede que eles façam comentários sobre o negócio ou que possam afetar a imagem da Vitamina.

Segundo ele, o momento era difícil, pela perda de alunos na pandemia. “A história que contaram era maravilhosa, que seria algo para o bem da educação infantil, que não iam mudar o DNA de cada escola. Mas fui tudo um golpe”, acredita.

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