‘Sem olhar para primeira infância e formação do professor, não estamos no que pode de fato resolver’


Priscila Cruz, do Todos pela Educação, defende estabelecer prioridades para reduzir desigualdades; Fórum Reconstrução da Educação reuniu especialistas

Por Guilherme Santiago
Atualização:

O que deve ser prioridade para reconstruir a educação após a crise dos últimos anos? Melhorar a formação dos professores, dar mais atenção à educação na primeira infância, aumentar o número de alunos no ensino integral e planejar políticas para a juventude estão entre as prioridades listadas por especialistas que participaram do Fórum Reconstrução da Educação, realizado pelo Estadão, nesta segunda-feira, 29.

“Sem olhar para educação da primeira infância e formação de professores, não estamos naquilo que pode de fato resolver”, defende Priscila Cruz, presidente executiva do Todos pela Educação. A primeira infância engloba a fase entre zero e seis anos (creche e pré-escola). Segundo os especialistas, é um período crucial para o desenvolvimento de estruturas e circuitos cerebrais, além da aquisição de habilidades fundamentais para toda a vida.

“A primeira infância é a base de tudo”, afirma. “E falta uma liderança forte no País para puxar essa pauta de uma vez por todas”, continua ela.

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Para Priscila, outro gargalo é a formação docente. “No Brasil, 62% das matrículas de professores nas faculdades privadas são 100% a distância, com aulas assíncronas (vídeos gravados, sem transmissão simultânea). É o retrato do verdadeiro descaso com o professor. Afinal, tudo começa com a formação que a gente dá para esse professor.”

Claudia Costin, presidente do Instituto Singularidades, compara a formação dos professores com a da Medicina. “Não se discute formar médicos a distância”, afirma ela, que foi diretora de Educação do Banco Mundial e chefiou a Secretaria Municipal de Educação do Rio.

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Ainda de acordo com ela, a educação infantil é justamente “a etapa para nivelar as diferenças socioeconômicas”, afirma.

Claudia Costin destaca o impacto socioeconômico da educação infantil  Foto: MARCELO CHELLO/ESTADÃO

De acordo com Rebeca Otero, coordenadora de educação da Unesco no Brasil, a redução das desigualdades é crucial para melhorar a qualidade da educação. “Já sabemos que nível socioeconômico, raça e gênero influenciam na exclusão da educação. Quantos alunos LGBT não abandonam a escola por violência?”, questiona.

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“Precisamos entender essas questões e depois promover políticas duradouras, que vão transformar a sociedade. Essas desigualdades têm de ser sanadas. Se não elas geram outras coisas, como mais violência”, afirma.

Na visão de Claudia Costin, presidente do Instituto Singularidades, além de melhorar a capacitação de professores, é preciso aumentar a atratividade. “Precisamos melhorar a atratividade da profissão do professor e isso passa por melhores salários. Eu não posso continuar achando que formar professores a distância é uma possibilidade, assim como não é na formação de médicos. Temos que olhar para a maneira como formamos professores.”

Educação infantil

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Ela também avalia que a educação infantil deve ser prioridade. Isso porque ela acredita que nesta fase é possível nivelar diferenças socioeconômicas. De acordo com Rebeca Otero, coordenadora de educação da Unesco no Brasil, a redução das desigualdades é crucial para melhorar a qualidade da educação. “Já sabemos que nível socioeconômico, raça e gênero influenciam na exclusão da educação. Quantos alunos LGBT não abandonam a escola por violência?”, questiona.

“Precisamos entender essas questões e depois promover políticas duradouras, que vão transformar a sociedade. Essas desigualdades têm que ser sanadas se não elas geram outras coisas, como mais violência”, afirma.

Parte importante do processo de investimento na educação infantil está a garantia da leitura, conforme avalia José Francisco Soares, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Temos que resolver as dificuldades de inserção da criança no espaço do aprendizado através da leitura. Tudo depende da leitura, tudo é texto. A gente precisa garantir que a criança esteja ao fim desses anos com capacidade de ler”, afirma. “Então, como reconstruir? No fundo vai ser fazendo o básico, mas todo dia.”

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Política para juventude

Além da priorização da educação na primeira infância e de investimentos na capacitação de professores, políticas para juventude também devem ser adotadas, afirmam os especialistas. Rebeca relata uma pesquisa realizada pela Unesco que mostrou que a educação técnico-profissional é um desejo para 44% dos jovens brasileiros.

No entanto, Rebeca explica que ainda há pouco investimento. “Existem tabus e preconceitos com relação ao ensino técnico”, afirma. Os institutos federais devem ser fortalecidos. A maior parte da educação técnico são em cursos administrativos que não conversam com a realidade dos jovens.”cação da primeira infância e formação de professores, estamos

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Parte importante do processo de investimento na educação infantil está a garantia da leitura, conforme avalia José Francisco Soares, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Temos que resolver as dificuldades de inserção da criança no espaço do aprendizado através da leitura. Tudo depende da leitura, tudo é texto. A gente precisa garantir que a criança esteja ao fim desses anos com capacidade de ler”, afirma. “Então, como reconstruir? No fundo vai ser fazendo o básico, mas todo dia.”

Política para juventude

Além da priorização da educação na primeira infância e de investimentos na capacitação de professores, políticas para juventude também devem ser adotadas, afirmam os especialistas. Rebeca relata uma pesquisa realizada pela Unesco que mostrou que a educação técnico-profissional é um desejo para 44% dos jovens brasileiros.

No entanto, Rebeca explica que ainda há pouco investimento. “Existem tabus e preconceitos com relação ao ensino técnico”, afirma. Os institutos federais devem ser fortalecidos. A maior parte da educação técnico são em cursos administrativos que não conversam com a realidade dos jovens.”

Programação

Reconstrução da Educação é uma realização do Estadão, em parceria com a Fundação Itaú, Fundação Lemann, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Fundação Vivo Telefônica, Instituto Natura e Instituto Península. E tem o apoio do Consed, da Undime e do Todos Pela Educação.

O que deve ser prioridade para reconstruir a educação após a crise dos últimos anos? Melhorar a formação dos professores, dar mais atenção à educação na primeira infância, aumentar o número de alunos no ensino integral e planejar políticas para a juventude estão entre as prioridades listadas por especialistas que participaram do Fórum Reconstrução da Educação, realizado pelo Estadão, nesta segunda-feira, 29.

“Sem olhar para educação da primeira infância e formação de professores, não estamos naquilo que pode de fato resolver”, defende Priscila Cruz, presidente executiva do Todos pela Educação. A primeira infância engloba a fase entre zero e seis anos (creche e pré-escola). Segundo os especialistas, é um período crucial para o desenvolvimento de estruturas e circuitos cerebrais, além da aquisição de habilidades fundamentais para toda a vida.

“A primeira infância é a base de tudo”, afirma. “E falta uma liderança forte no País para puxar essa pauta de uma vez por todas”, continua ela.

Para Priscila, outro gargalo é a formação docente. “No Brasil, 62% das matrículas de professores nas faculdades privadas são 100% a distância, com aulas assíncronas (vídeos gravados, sem transmissão simultânea). É o retrato do verdadeiro descaso com o professor. Afinal, tudo começa com a formação que a gente dá para esse professor.”

Claudia Costin, presidente do Instituto Singularidades, compara a formação dos professores com a da Medicina. “Não se discute formar médicos a distância”, afirma ela, que foi diretora de Educação do Banco Mundial e chefiou a Secretaria Municipal de Educação do Rio.

Ainda de acordo com ela, a educação infantil é justamente “a etapa para nivelar as diferenças socioeconômicas”, afirma.

Claudia Costin destaca o impacto socioeconômico da educação infantil  Foto: MARCELO CHELLO/ESTADÃO

De acordo com Rebeca Otero, coordenadora de educação da Unesco no Brasil, a redução das desigualdades é crucial para melhorar a qualidade da educação. “Já sabemos que nível socioeconômico, raça e gênero influenciam na exclusão da educação. Quantos alunos LGBT não abandonam a escola por violência?”, questiona.

“Precisamos entender essas questões e depois promover políticas duradouras, que vão transformar a sociedade. Essas desigualdades têm de ser sanadas. Se não elas geram outras coisas, como mais violência”, afirma.

Na visão de Claudia Costin, presidente do Instituto Singularidades, além de melhorar a capacitação de professores, é preciso aumentar a atratividade. “Precisamos melhorar a atratividade da profissão do professor e isso passa por melhores salários. Eu não posso continuar achando que formar professores a distância é uma possibilidade, assim como não é na formação de médicos. Temos que olhar para a maneira como formamos professores.”

Educação infantil

Ela também avalia que a educação infantil deve ser prioridade. Isso porque ela acredita que nesta fase é possível nivelar diferenças socioeconômicas. De acordo com Rebeca Otero, coordenadora de educação da Unesco no Brasil, a redução das desigualdades é crucial para melhorar a qualidade da educação. “Já sabemos que nível socioeconômico, raça e gênero influenciam na exclusão da educação. Quantos alunos LGBT não abandonam a escola por violência?”, questiona.

“Precisamos entender essas questões e depois promover políticas duradouras, que vão transformar a sociedade. Essas desigualdades têm que ser sanadas se não elas geram outras coisas, como mais violência”, afirma.

Parte importante do processo de investimento na educação infantil está a garantia da leitura, conforme avalia José Francisco Soares, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Temos que resolver as dificuldades de inserção da criança no espaço do aprendizado através da leitura. Tudo depende da leitura, tudo é texto. A gente precisa garantir que a criança esteja ao fim desses anos com capacidade de ler”, afirma. “Então, como reconstruir? No fundo vai ser fazendo o básico, mas todo dia.”

Política para juventude

Além da priorização da educação na primeira infância e de investimentos na capacitação de professores, políticas para juventude também devem ser adotadas, afirmam os especialistas. Rebeca relata uma pesquisa realizada pela Unesco que mostrou que a educação técnico-profissional é um desejo para 44% dos jovens brasileiros.

No entanto, Rebeca explica que ainda há pouco investimento. “Existem tabus e preconceitos com relação ao ensino técnico”, afirma. Os institutos federais devem ser fortalecidos. A maior parte da educação técnico são em cursos administrativos que não conversam com a realidade dos jovens.”cação da primeira infância e formação de professores, estamos

Parte importante do processo de investimento na educação infantil está a garantia da leitura, conforme avalia José Francisco Soares, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Temos que resolver as dificuldades de inserção da criança no espaço do aprendizado através da leitura. Tudo depende da leitura, tudo é texto. A gente precisa garantir que a criança esteja ao fim desses anos com capacidade de ler”, afirma. “Então, como reconstruir? No fundo vai ser fazendo o básico, mas todo dia.”

Política para juventude

Além da priorização da educação na primeira infância e de investimentos na capacitação de professores, políticas para juventude também devem ser adotadas, afirmam os especialistas. Rebeca relata uma pesquisa realizada pela Unesco que mostrou que a educação técnico-profissional é um desejo para 44% dos jovens brasileiros.

No entanto, Rebeca explica que ainda há pouco investimento. “Existem tabus e preconceitos com relação ao ensino técnico”, afirma. Os institutos federais devem ser fortalecidos. A maior parte da educação técnico são em cursos administrativos que não conversam com a realidade dos jovens.”

Programação

Reconstrução da Educação é uma realização do Estadão, em parceria com a Fundação Itaú, Fundação Lemann, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Fundação Vivo Telefônica, Instituto Natura e Instituto Península. E tem o apoio do Consed, da Undime e do Todos Pela Educação.

O que deve ser prioridade para reconstruir a educação após a crise dos últimos anos? Melhorar a formação dos professores, dar mais atenção à educação na primeira infância, aumentar o número de alunos no ensino integral e planejar políticas para a juventude estão entre as prioridades listadas por especialistas que participaram do Fórum Reconstrução da Educação, realizado pelo Estadão, nesta segunda-feira, 29.

“Sem olhar para educação da primeira infância e formação de professores, não estamos naquilo que pode de fato resolver”, defende Priscila Cruz, presidente executiva do Todos pela Educação. A primeira infância engloba a fase entre zero e seis anos (creche e pré-escola). Segundo os especialistas, é um período crucial para o desenvolvimento de estruturas e circuitos cerebrais, além da aquisição de habilidades fundamentais para toda a vida.

“A primeira infância é a base de tudo”, afirma. “E falta uma liderança forte no País para puxar essa pauta de uma vez por todas”, continua ela.

Para Priscila, outro gargalo é a formação docente. “No Brasil, 62% das matrículas de professores nas faculdades privadas são 100% a distância, com aulas assíncronas (vídeos gravados, sem transmissão simultânea). É o retrato do verdadeiro descaso com o professor. Afinal, tudo começa com a formação que a gente dá para esse professor.”

Claudia Costin, presidente do Instituto Singularidades, compara a formação dos professores com a da Medicina. “Não se discute formar médicos a distância”, afirma ela, que foi diretora de Educação do Banco Mundial e chefiou a Secretaria Municipal de Educação do Rio.

Ainda de acordo com ela, a educação infantil é justamente “a etapa para nivelar as diferenças socioeconômicas”, afirma.

Claudia Costin destaca o impacto socioeconômico da educação infantil  Foto: MARCELO CHELLO/ESTADÃO

De acordo com Rebeca Otero, coordenadora de educação da Unesco no Brasil, a redução das desigualdades é crucial para melhorar a qualidade da educação. “Já sabemos que nível socioeconômico, raça e gênero influenciam na exclusão da educação. Quantos alunos LGBT não abandonam a escola por violência?”, questiona.

“Precisamos entender essas questões e depois promover políticas duradouras, que vão transformar a sociedade. Essas desigualdades têm de ser sanadas. Se não elas geram outras coisas, como mais violência”, afirma.

Na visão de Claudia Costin, presidente do Instituto Singularidades, além de melhorar a capacitação de professores, é preciso aumentar a atratividade. “Precisamos melhorar a atratividade da profissão do professor e isso passa por melhores salários. Eu não posso continuar achando que formar professores a distância é uma possibilidade, assim como não é na formação de médicos. Temos que olhar para a maneira como formamos professores.”

Educação infantil

Ela também avalia que a educação infantil deve ser prioridade. Isso porque ela acredita que nesta fase é possível nivelar diferenças socioeconômicas. De acordo com Rebeca Otero, coordenadora de educação da Unesco no Brasil, a redução das desigualdades é crucial para melhorar a qualidade da educação. “Já sabemos que nível socioeconômico, raça e gênero influenciam na exclusão da educação. Quantos alunos LGBT não abandonam a escola por violência?”, questiona.

“Precisamos entender essas questões e depois promover políticas duradouras, que vão transformar a sociedade. Essas desigualdades têm que ser sanadas se não elas geram outras coisas, como mais violência”, afirma.

Parte importante do processo de investimento na educação infantil está a garantia da leitura, conforme avalia José Francisco Soares, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Temos que resolver as dificuldades de inserção da criança no espaço do aprendizado através da leitura. Tudo depende da leitura, tudo é texto. A gente precisa garantir que a criança esteja ao fim desses anos com capacidade de ler”, afirma. “Então, como reconstruir? No fundo vai ser fazendo o básico, mas todo dia.”

Política para juventude

Além da priorização da educação na primeira infância e de investimentos na capacitação de professores, políticas para juventude também devem ser adotadas, afirmam os especialistas. Rebeca relata uma pesquisa realizada pela Unesco que mostrou que a educação técnico-profissional é um desejo para 44% dos jovens brasileiros.

No entanto, Rebeca explica que ainda há pouco investimento. “Existem tabus e preconceitos com relação ao ensino técnico”, afirma. Os institutos federais devem ser fortalecidos. A maior parte da educação técnico são em cursos administrativos que não conversam com a realidade dos jovens.”cação da primeira infância e formação de professores, estamos

Parte importante do processo de investimento na educação infantil está a garantia da leitura, conforme avalia José Francisco Soares, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Temos que resolver as dificuldades de inserção da criança no espaço do aprendizado através da leitura. Tudo depende da leitura, tudo é texto. A gente precisa garantir que a criança esteja ao fim desses anos com capacidade de ler”, afirma. “Então, como reconstruir? No fundo vai ser fazendo o básico, mas todo dia.”

Política para juventude

Além da priorização da educação na primeira infância e de investimentos na capacitação de professores, políticas para juventude também devem ser adotadas, afirmam os especialistas. Rebeca relata uma pesquisa realizada pela Unesco que mostrou que a educação técnico-profissional é um desejo para 44% dos jovens brasileiros.

No entanto, Rebeca explica que ainda há pouco investimento. “Existem tabus e preconceitos com relação ao ensino técnico”, afirma. Os institutos federais devem ser fortalecidos. A maior parte da educação técnico são em cursos administrativos que não conversam com a realidade dos jovens.”

Programação

Reconstrução da Educação é uma realização do Estadão, em parceria com a Fundação Itaú, Fundação Lemann, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Fundação Vivo Telefônica, Instituto Natura e Instituto Península. E tem o apoio do Consed, da Undime e do Todos Pela Educação.

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