Professores ligados ao Sinpeem, um dos cinco sindicatos que representam os professores da rede municipal de São Paulo, decidiram iniciar uma greve e mantê-la pelo menos até segunda-feira, dia 28. Cerca de dois mil docentes fizeram manifestação nesta quarta-feira, dia 23, em fente à Prefeitura, no centro. Os dados são dos organizadores, a Polícia Militar informou que até as 15 horas havia 400 manifestantes.
A categoria está em campanha por melhorias no salário e na carreira. A principal reivindicação é a incorporação de um bônus complementar prometido pela gestão Fernando Haddad (PT) para profissionais da educação que recebem os menores salários - elevando, assim, o piso dos profissionais.
O município prometeu bônus de 13,43%, mas não garante a incorporação desse aumento ao salário. Nas negociações, a gestão Haddad se comprometeu a negociar a incorporação no ano que vem - o que a categoria não aceita.
De acordo com o presidente do Sinpeem, Claudio Fonseca, é importante resolver essa questão agora. "A categoria quer sair do movimento com garantia da incorporação", diz.
Integrantes da administração municipal criticam o Sinpeem por fazer greve durante as negociações - há uma nova reunião marcada para sexta e até os outros sindicatos têm preferido esperar a definição. Fonseca defende que a greve e os atos são legítimos. "Qual probelma de fazer greve? Serve de pressão e se não fizéssemos isso, ficaríamos até sem a publicação do reajuste já garantido em lei."
A Prefeitura de São Paulo anunciou no dia 4 de abril que vai pagar reajuste salarial de 13,43% aos servidores da educação. Esse aumento estava previsto em lei de 2011, no governo Gilberto Kassab (PSD). A gestão atual, entretanto, defende que o aumento foi garantido e será pago por essa administração.
Além da questão do bônus, outros pontos fazem parte da pauta conjunta da categoria: mudanças nos critérios do pagamento do Prêmio de Desempenho Educacional (PDE) e prorrogação de data relativa ao Sistema de Gestão Pedagógica.
Por causa de nova regra de cálculo do PDE implementada por Haddad, que deu mais peso ao número de ausências para chegar ao prêmio, cerca de 45% dos servidores da educação teriam que devolver dinheiro que fora adiantado. Após pressão dos sindicatos, o secretário de Educação Cesar Callegari já sinalizou revisão das regras.