Trabalho voluntário amplia visão de mundo


Escolas organizam ações para estudantes atuarem em realidades diferentes das suas

Por Luciana Alvarez

SÃO PAULO - Fora da grade curricular, mas dentro da proposta pedagógica de uma formação integral e humanística, escolas paulistanas vêm promovendo ações sociais voluntárias entre seus alunos. Incentivados por professores e colegas, adolescentes conhecem realidades muito diferentes das que vivem e ainda participam ativamente de movimentos para transformar a sociedade

Laura Reinach, estudante do Colégio Santa Cruz Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Laura Reinach tinha apenas 11 anos quando participou pela primeira vez de um projeto de voluntariado em uma creche promovido por sua escola. Agora, todos os anos tem atuado em alguma das propostas sociais do Colégio Santa Cruz - e já fez trabalhos voluntários até independentes da instituição de ensino.

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“Por mais que eu tivesse interesse, não teria levado para frente se não fosse a proposta da escola”, diz Laura, hoje com 16 anos, sobre sua atividades voluntárias.

O engajamento da estudante foi tanto que ela incentivou os pais a começarem no voluntariado. 

“Em casa eu estava sempre contando minhas ideias, pedindo sugestões, e acabei contagiando a família”, conta. 

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Em casa, eu contava sempre minhas ideias, pedia sugestões. Contagiei a família

Laura Reinach, aluna do Santa Cruz, que incentivou os pais a também serem voluntários

Para a diretora do ensino médio do Santa Cruz, Marina Nunes, os adolescentes que participam não estão apenas “doando” algo, eles também aprendem muito.

“O trabalho voluntário tem um aspecto formativo, porque eles são colocados em situações em que há uma troca de aprendizagens. Eles tomam consciência sobre o país em que vivem e podem promover alguma mudança”, afirma a diretora. 

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Entre as possibilidades para os estudantes do Santa Cruz há trabalho em um restaurante popular no Glicério, em aldeias indígenas, em um quilombo e em creches e hospitais públicos, além de ajuda na construção de moradias populares. Antes de qualquer “ação”, no entanto, os estudantes se preparam: reúnem-se no contraturno para estudar, visitam instituições que fazem ações semelhantes, planejam as atividades.

“Depois, eles têm um momento para a reflexão, fazem análises e sínteses da experiência. Nunca é simplesmente visitar um local”, explica Marina.

Experiência

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No Colégio Equipe, além das ações sociais já promovidas anteriormente, há sempre propostas surgindo.

“Tentamos um trabalho com imigrantes e refugiados, para ter um intercâmbio entre eles e nós, mas tivemos um problema prático: o horário. No momento que os estudantes estão disponíveis, eles estão na rua, dispersos, trabalhando e procurando emprego”, relata Luciana Fevorini, diretora do colégio. “Agora estamos construindo uma relação com uma escola onde 60% dos alunos são imigrantes ou filhos de imigrantes. Vamos desenhar uma proposta junto com essa escola.”

Para Luciana, a ideia de os alunos participarem de ações sociais faz sentido para o projeto pedagógico do Equipe.

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“Nosso currículo favorece uma leitura crítica da realidade, mas, sem as ações, o trabalho fica apenas no âmbito intelectual. A gente entende as causas de certas desigualdades, mas não faz nenhuma intervenção?”

A ideia é que os estudantes aprendam também com a prática.

“O estudante não está ali para oferecer algo, mas para trocar com uma pessoa de um contexto social e cultural diferente”, explica a diretora. 

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Alguns jovens se comprometem tão profundamente que botam a possibilidade do voluntariado na balança na hora de escolher a faculdade.

“Ter participado do grupo (de voluntários) foi muito especial, me fez sair da minha bolha sociocultural, abriu meu olhar para outras realidades. E sei que vou continuar. Quero fazer Direito e já sei, por exemplo, que o Mackenzie é uma instituição que tem um olhar para o próximo”, diz Giovanna Borsetti, de 17 anos, que há três anos faz trabalhos voluntários com a pastoral do Colégio Mary Ward.

Prioridade.Voluntariado influencia o futuro de alunos no Mary Ward Foto: Lurdes Paier

União

Algumas instituições envolvem toda a família nos trabalhos voluntários. É o que ocorre no Colégio Franciscano Pio XII, onde uma equipe de mães e pais voluntários organizam bingos, chás e rifas para arrecadar dinheiro para as obras sociais.

“Os pais precisam ser exemplo”, defende Célia Amâncio, que há 15 anos, desde que seu filho mais velho entrou na escola, participa do voluntariado. “Eu quis um colégio católico para meus filhos e sabia que essa ações seriam promovidas.” 

Além de ajudar com a arrecadação de dinheiro, os pais também arregaçam as mangas e trabalham do começo ao fim das ações, de entrega de cestas básicas a construção de casas populares, passando por dar café da manhã a pessoas em situação de rua aos domingos, ajudar refugiados e jovens dependentes químicos. 

Com o exemplo dos pais e incentivo da escola, o voluntariado promove mudanças de comportamento, diz a coordenadora da pastoral, Maria Aparecida Rocha.

“Faz parte da filosofia franciscana a preocupação com o outro, e toda a proposta de educação do colégio é pautada em valores. A gente percebe nos estudantes um crescimento no aspecto social, na valorização da vida.” 

SÃO PAULO - Fora da grade curricular, mas dentro da proposta pedagógica de uma formação integral e humanística, escolas paulistanas vêm promovendo ações sociais voluntárias entre seus alunos. Incentivados por professores e colegas, adolescentes conhecem realidades muito diferentes das que vivem e ainda participam ativamente de movimentos para transformar a sociedade

Laura Reinach, estudante do Colégio Santa Cruz Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Laura Reinach tinha apenas 11 anos quando participou pela primeira vez de um projeto de voluntariado em uma creche promovido por sua escola. Agora, todos os anos tem atuado em alguma das propostas sociais do Colégio Santa Cruz - e já fez trabalhos voluntários até independentes da instituição de ensino.

“Por mais que eu tivesse interesse, não teria levado para frente se não fosse a proposta da escola”, diz Laura, hoje com 16 anos, sobre sua atividades voluntárias.

O engajamento da estudante foi tanto que ela incentivou os pais a começarem no voluntariado. 

“Em casa eu estava sempre contando minhas ideias, pedindo sugestões, e acabei contagiando a família”, conta. 

Em casa, eu contava sempre minhas ideias, pedia sugestões. Contagiei a família

Laura Reinach, aluna do Santa Cruz, que incentivou os pais a também serem voluntários

Para a diretora do ensino médio do Santa Cruz, Marina Nunes, os adolescentes que participam não estão apenas “doando” algo, eles também aprendem muito.

“O trabalho voluntário tem um aspecto formativo, porque eles são colocados em situações em que há uma troca de aprendizagens. Eles tomam consciência sobre o país em que vivem e podem promover alguma mudança”, afirma a diretora. 

Entre as possibilidades para os estudantes do Santa Cruz há trabalho em um restaurante popular no Glicério, em aldeias indígenas, em um quilombo e em creches e hospitais públicos, além de ajuda na construção de moradias populares. Antes de qualquer “ação”, no entanto, os estudantes se preparam: reúnem-se no contraturno para estudar, visitam instituições que fazem ações semelhantes, planejam as atividades.

“Depois, eles têm um momento para a reflexão, fazem análises e sínteses da experiência. Nunca é simplesmente visitar um local”, explica Marina.

Experiência

No Colégio Equipe, além das ações sociais já promovidas anteriormente, há sempre propostas surgindo.

“Tentamos um trabalho com imigrantes e refugiados, para ter um intercâmbio entre eles e nós, mas tivemos um problema prático: o horário. No momento que os estudantes estão disponíveis, eles estão na rua, dispersos, trabalhando e procurando emprego”, relata Luciana Fevorini, diretora do colégio. “Agora estamos construindo uma relação com uma escola onde 60% dos alunos são imigrantes ou filhos de imigrantes. Vamos desenhar uma proposta junto com essa escola.”

Para Luciana, a ideia de os alunos participarem de ações sociais faz sentido para o projeto pedagógico do Equipe.

“Nosso currículo favorece uma leitura crítica da realidade, mas, sem as ações, o trabalho fica apenas no âmbito intelectual. A gente entende as causas de certas desigualdades, mas não faz nenhuma intervenção?”

A ideia é que os estudantes aprendam também com a prática.

“O estudante não está ali para oferecer algo, mas para trocar com uma pessoa de um contexto social e cultural diferente”, explica a diretora. 

Alguns jovens se comprometem tão profundamente que botam a possibilidade do voluntariado na balança na hora de escolher a faculdade.

“Ter participado do grupo (de voluntários) foi muito especial, me fez sair da minha bolha sociocultural, abriu meu olhar para outras realidades. E sei que vou continuar. Quero fazer Direito e já sei, por exemplo, que o Mackenzie é uma instituição que tem um olhar para o próximo”, diz Giovanna Borsetti, de 17 anos, que há três anos faz trabalhos voluntários com a pastoral do Colégio Mary Ward.

Prioridade.Voluntariado influencia o futuro de alunos no Mary Ward Foto: Lurdes Paier

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Algumas instituições envolvem toda a família nos trabalhos voluntários. É o que ocorre no Colégio Franciscano Pio XII, onde uma equipe de mães e pais voluntários organizam bingos, chás e rifas para arrecadar dinheiro para as obras sociais.

“Os pais precisam ser exemplo”, defende Célia Amâncio, que há 15 anos, desde que seu filho mais velho entrou na escola, participa do voluntariado. “Eu quis um colégio católico para meus filhos e sabia que essa ações seriam promovidas.” 

Além de ajudar com a arrecadação de dinheiro, os pais também arregaçam as mangas e trabalham do começo ao fim das ações, de entrega de cestas básicas a construção de casas populares, passando por dar café da manhã a pessoas em situação de rua aos domingos, ajudar refugiados e jovens dependentes químicos. 

Com o exemplo dos pais e incentivo da escola, o voluntariado promove mudanças de comportamento, diz a coordenadora da pastoral, Maria Aparecida Rocha.

“Faz parte da filosofia franciscana a preocupação com o outro, e toda a proposta de educação do colégio é pautada em valores. A gente percebe nos estudantes um crescimento no aspecto social, na valorização da vida.” 

SÃO PAULO - Fora da grade curricular, mas dentro da proposta pedagógica de uma formação integral e humanística, escolas paulistanas vêm promovendo ações sociais voluntárias entre seus alunos. Incentivados por professores e colegas, adolescentes conhecem realidades muito diferentes das que vivem e ainda participam ativamente de movimentos para transformar a sociedade

Laura Reinach, estudante do Colégio Santa Cruz Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Laura Reinach tinha apenas 11 anos quando participou pela primeira vez de um projeto de voluntariado em uma creche promovido por sua escola. Agora, todos os anos tem atuado em alguma das propostas sociais do Colégio Santa Cruz - e já fez trabalhos voluntários até independentes da instituição de ensino.

“Por mais que eu tivesse interesse, não teria levado para frente se não fosse a proposta da escola”, diz Laura, hoje com 16 anos, sobre sua atividades voluntárias.

O engajamento da estudante foi tanto que ela incentivou os pais a começarem no voluntariado. 

“Em casa eu estava sempre contando minhas ideias, pedindo sugestões, e acabei contagiando a família”, conta. 

Em casa, eu contava sempre minhas ideias, pedia sugestões. Contagiei a família

Laura Reinach, aluna do Santa Cruz, que incentivou os pais a também serem voluntários

Para a diretora do ensino médio do Santa Cruz, Marina Nunes, os adolescentes que participam não estão apenas “doando” algo, eles também aprendem muito.

“O trabalho voluntário tem um aspecto formativo, porque eles são colocados em situações em que há uma troca de aprendizagens. Eles tomam consciência sobre o país em que vivem e podem promover alguma mudança”, afirma a diretora. 

Entre as possibilidades para os estudantes do Santa Cruz há trabalho em um restaurante popular no Glicério, em aldeias indígenas, em um quilombo e em creches e hospitais públicos, além de ajuda na construção de moradias populares. Antes de qualquer “ação”, no entanto, os estudantes se preparam: reúnem-se no contraturno para estudar, visitam instituições que fazem ações semelhantes, planejam as atividades.

“Depois, eles têm um momento para a reflexão, fazem análises e sínteses da experiência. Nunca é simplesmente visitar um local”, explica Marina.

Experiência

No Colégio Equipe, além das ações sociais já promovidas anteriormente, há sempre propostas surgindo.

“Tentamos um trabalho com imigrantes e refugiados, para ter um intercâmbio entre eles e nós, mas tivemos um problema prático: o horário. No momento que os estudantes estão disponíveis, eles estão na rua, dispersos, trabalhando e procurando emprego”, relata Luciana Fevorini, diretora do colégio. “Agora estamos construindo uma relação com uma escola onde 60% dos alunos são imigrantes ou filhos de imigrantes. Vamos desenhar uma proposta junto com essa escola.”

Para Luciana, a ideia de os alunos participarem de ações sociais faz sentido para o projeto pedagógico do Equipe.

“Nosso currículo favorece uma leitura crítica da realidade, mas, sem as ações, o trabalho fica apenas no âmbito intelectual. A gente entende as causas de certas desigualdades, mas não faz nenhuma intervenção?”

A ideia é que os estudantes aprendam também com a prática.

“O estudante não está ali para oferecer algo, mas para trocar com uma pessoa de um contexto social e cultural diferente”, explica a diretora. 

Alguns jovens se comprometem tão profundamente que botam a possibilidade do voluntariado na balança na hora de escolher a faculdade.

“Ter participado do grupo (de voluntários) foi muito especial, me fez sair da minha bolha sociocultural, abriu meu olhar para outras realidades. E sei que vou continuar. Quero fazer Direito e já sei, por exemplo, que o Mackenzie é uma instituição que tem um olhar para o próximo”, diz Giovanna Borsetti, de 17 anos, que há três anos faz trabalhos voluntários com a pastoral do Colégio Mary Ward.

Prioridade.Voluntariado influencia o futuro de alunos no Mary Ward Foto: Lurdes Paier

União

Algumas instituições envolvem toda a família nos trabalhos voluntários. É o que ocorre no Colégio Franciscano Pio XII, onde uma equipe de mães e pais voluntários organizam bingos, chás e rifas para arrecadar dinheiro para as obras sociais.

“Os pais precisam ser exemplo”, defende Célia Amâncio, que há 15 anos, desde que seu filho mais velho entrou na escola, participa do voluntariado. “Eu quis um colégio católico para meus filhos e sabia que essa ações seriam promovidas.” 

Além de ajudar com a arrecadação de dinheiro, os pais também arregaçam as mangas e trabalham do começo ao fim das ações, de entrega de cestas básicas a construção de casas populares, passando por dar café da manhã a pessoas em situação de rua aos domingos, ajudar refugiados e jovens dependentes químicos. 

Com o exemplo dos pais e incentivo da escola, o voluntariado promove mudanças de comportamento, diz a coordenadora da pastoral, Maria Aparecida Rocha.

“Faz parte da filosofia franciscana a preocupação com o outro, e toda a proposta de educação do colégio é pautada em valores. A gente percebe nos estudantes um crescimento no aspecto social, na valorização da vida.” 

SÃO PAULO - Fora da grade curricular, mas dentro da proposta pedagógica de uma formação integral e humanística, escolas paulistanas vêm promovendo ações sociais voluntárias entre seus alunos. Incentivados por professores e colegas, adolescentes conhecem realidades muito diferentes das que vivem e ainda participam ativamente de movimentos para transformar a sociedade

Laura Reinach, estudante do Colégio Santa Cruz Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Laura Reinach tinha apenas 11 anos quando participou pela primeira vez de um projeto de voluntariado em uma creche promovido por sua escola. Agora, todos os anos tem atuado em alguma das propostas sociais do Colégio Santa Cruz - e já fez trabalhos voluntários até independentes da instituição de ensino.

“Por mais que eu tivesse interesse, não teria levado para frente se não fosse a proposta da escola”, diz Laura, hoje com 16 anos, sobre sua atividades voluntárias.

O engajamento da estudante foi tanto que ela incentivou os pais a começarem no voluntariado. 

“Em casa eu estava sempre contando minhas ideias, pedindo sugestões, e acabei contagiando a família”, conta. 

Em casa, eu contava sempre minhas ideias, pedia sugestões. Contagiei a família

Laura Reinach, aluna do Santa Cruz, que incentivou os pais a também serem voluntários

Para a diretora do ensino médio do Santa Cruz, Marina Nunes, os adolescentes que participam não estão apenas “doando” algo, eles também aprendem muito.

“O trabalho voluntário tem um aspecto formativo, porque eles são colocados em situações em que há uma troca de aprendizagens. Eles tomam consciência sobre o país em que vivem e podem promover alguma mudança”, afirma a diretora. 

Entre as possibilidades para os estudantes do Santa Cruz há trabalho em um restaurante popular no Glicério, em aldeias indígenas, em um quilombo e em creches e hospitais públicos, além de ajuda na construção de moradias populares. Antes de qualquer “ação”, no entanto, os estudantes se preparam: reúnem-se no contraturno para estudar, visitam instituições que fazem ações semelhantes, planejam as atividades.

“Depois, eles têm um momento para a reflexão, fazem análises e sínteses da experiência. Nunca é simplesmente visitar um local”, explica Marina.

Experiência

No Colégio Equipe, além das ações sociais já promovidas anteriormente, há sempre propostas surgindo.

“Tentamos um trabalho com imigrantes e refugiados, para ter um intercâmbio entre eles e nós, mas tivemos um problema prático: o horário. No momento que os estudantes estão disponíveis, eles estão na rua, dispersos, trabalhando e procurando emprego”, relata Luciana Fevorini, diretora do colégio. “Agora estamos construindo uma relação com uma escola onde 60% dos alunos são imigrantes ou filhos de imigrantes. Vamos desenhar uma proposta junto com essa escola.”

Para Luciana, a ideia de os alunos participarem de ações sociais faz sentido para o projeto pedagógico do Equipe.

“Nosso currículo favorece uma leitura crítica da realidade, mas, sem as ações, o trabalho fica apenas no âmbito intelectual. A gente entende as causas de certas desigualdades, mas não faz nenhuma intervenção?”

A ideia é que os estudantes aprendam também com a prática.

“O estudante não está ali para oferecer algo, mas para trocar com uma pessoa de um contexto social e cultural diferente”, explica a diretora. 

Alguns jovens se comprometem tão profundamente que botam a possibilidade do voluntariado na balança na hora de escolher a faculdade.

“Ter participado do grupo (de voluntários) foi muito especial, me fez sair da minha bolha sociocultural, abriu meu olhar para outras realidades. E sei que vou continuar. Quero fazer Direito e já sei, por exemplo, que o Mackenzie é uma instituição que tem um olhar para o próximo”, diz Giovanna Borsetti, de 17 anos, que há três anos faz trabalhos voluntários com a pastoral do Colégio Mary Ward.

Prioridade.Voluntariado influencia o futuro de alunos no Mary Ward Foto: Lurdes Paier

União

Algumas instituições envolvem toda a família nos trabalhos voluntários. É o que ocorre no Colégio Franciscano Pio XII, onde uma equipe de mães e pais voluntários organizam bingos, chás e rifas para arrecadar dinheiro para as obras sociais.

“Os pais precisam ser exemplo”, defende Célia Amâncio, que há 15 anos, desde que seu filho mais velho entrou na escola, participa do voluntariado. “Eu quis um colégio católico para meus filhos e sabia que essa ações seriam promovidas.” 

Além de ajudar com a arrecadação de dinheiro, os pais também arregaçam as mangas e trabalham do começo ao fim das ações, de entrega de cestas básicas a construção de casas populares, passando por dar café da manhã a pessoas em situação de rua aos domingos, ajudar refugiados e jovens dependentes químicos. 

Com o exemplo dos pais e incentivo da escola, o voluntariado promove mudanças de comportamento, diz a coordenadora da pastoral, Maria Aparecida Rocha.

“Faz parte da filosofia franciscana a preocupação com o outro, e toda a proposta de educação do colégio é pautada em valores. A gente percebe nos estudantes um crescimento no aspecto social, na valorização da vida.” 

SÃO PAULO - Fora da grade curricular, mas dentro da proposta pedagógica de uma formação integral e humanística, escolas paulistanas vêm promovendo ações sociais voluntárias entre seus alunos. Incentivados por professores e colegas, adolescentes conhecem realidades muito diferentes das que vivem e ainda participam ativamente de movimentos para transformar a sociedade

Laura Reinach, estudante do Colégio Santa Cruz Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Laura Reinach tinha apenas 11 anos quando participou pela primeira vez de um projeto de voluntariado em uma creche promovido por sua escola. Agora, todos os anos tem atuado em alguma das propostas sociais do Colégio Santa Cruz - e já fez trabalhos voluntários até independentes da instituição de ensino.

“Por mais que eu tivesse interesse, não teria levado para frente se não fosse a proposta da escola”, diz Laura, hoje com 16 anos, sobre sua atividades voluntárias.

O engajamento da estudante foi tanto que ela incentivou os pais a começarem no voluntariado. 

“Em casa eu estava sempre contando minhas ideias, pedindo sugestões, e acabei contagiando a família”, conta. 

Em casa, eu contava sempre minhas ideias, pedia sugestões. Contagiei a família

Laura Reinach, aluna do Santa Cruz, que incentivou os pais a também serem voluntários

Para a diretora do ensino médio do Santa Cruz, Marina Nunes, os adolescentes que participam não estão apenas “doando” algo, eles também aprendem muito.

“O trabalho voluntário tem um aspecto formativo, porque eles são colocados em situações em que há uma troca de aprendizagens. Eles tomam consciência sobre o país em que vivem e podem promover alguma mudança”, afirma a diretora. 

Entre as possibilidades para os estudantes do Santa Cruz há trabalho em um restaurante popular no Glicério, em aldeias indígenas, em um quilombo e em creches e hospitais públicos, além de ajuda na construção de moradias populares. Antes de qualquer “ação”, no entanto, os estudantes se preparam: reúnem-se no contraturno para estudar, visitam instituições que fazem ações semelhantes, planejam as atividades.

“Depois, eles têm um momento para a reflexão, fazem análises e sínteses da experiência. Nunca é simplesmente visitar um local”, explica Marina.

Experiência

No Colégio Equipe, além das ações sociais já promovidas anteriormente, há sempre propostas surgindo.

“Tentamos um trabalho com imigrantes e refugiados, para ter um intercâmbio entre eles e nós, mas tivemos um problema prático: o horário. No momento que os estudantes estão disponíveis, eles estão na rua, dispersos, trabalhando e procurando emprego”, relata Luciana Fevorini, diretora do colégio. “Agora estamos construindo uma relação com uma escola onde 60% dos alunos são imigrantes ou filhos de imigrantes. Vamos desenhar uma proposta junto com essa escola.”

Para Luciana, a ideia de os alunos participarem de ações sociais faz sentido para o projeto pedagógico do Equipe.

“Nosso currículo favorece uma leitura crítica da realidade, mas, sem as ações, o trabalho fica apenas no âmbito intelectual. A gente entende as causas de certas desigualdades, mas não faz nenhuma intervenção?”

A ideia é que os estudantes aprendam também com a prática.

“O estudante não está ali para oferecer algo, mas para trocar com uma pessoa de um contexto social e cultural diferente”, explica a diretora. 

Alguns jovens se comprometem tão profundamente que botam a possibilidade do voluntariado na balança na hora de escolher a faculdade.

“Ter participado do grupo (de voluntários) foi muito especial, me fez sair da minha bolha sociocultural, abriu meu olhar para outras realidades. E sei que vou continuar. Quero fazer Direito e já sei, por exemplo, que o Mackenzie é uma instituição que tem um olhar para o próximo”, diz Giovanna Borsetti, de 17 anos, que há três anos faz trabalhos voluntários com a pastoral do Colégio Mary Ward.

Prioridade.Voluntariado influencia o futuro de alunos no Mary Ward Foto: Lurdes Paier

União

Algumas instituições envolvem toda a família nos trabalhos voluntários. É o que ocorre no Colégio Franciscano Pio XII, onde uma equipe de mães e pais voluntários organizam bingos, chás e rifas para arrecadar dinheiro para as obras sociais.

“Os pais precisam ser exemplo”, defende Célia Amâncio, que há 15 anos, desde que seu filho mais velho entrou na escola, participa do voluntariado. “Eu quis um colégio católico para meus filhos e sabia que essa ações seriam promovidas.” 

Além de ajudar com a arrecadação de dinheiro, os pais também arregaçam as mangas e trabalham do começo ao fim das ações, de entrega de cestas básicas a construção de casas populares, passando por dar café da manhã a pessoas em situação de rua aos domingos, ajudar refugiados e jovens dependentes químicos. 

Com o exemplo dos pais e incentivo da escola, o voluntariado promove mudanças de comportamento, diz a coordenadora da pastoral, Maria Aparecida Rocha.

“Faz parte da filosofia franciscana a preocupação com o outro, e toda a proposta de educação do colégio é pautada em valores. A gente percebe nos estudantes um crescimento no aspecto social, na valorização da vida.” 

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