Parceria com indústria faz Unicamp liderar ranking na América Latina


Instituição aparece em 1º na América Latina pelo segundo ano, na frente da USP; mesmo com dificuldades financeiras, há 6 brasileiras no top 10

Por Isabela Palhares
Atualização:
Pesquisas incluem ligação entre casca de jabuticaba e prevenção da obesidade Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

SÃO PAULO - Considerada pelo segundo ano consecutivo como a mais prestigiada instituição de ensino superior da América Latina, a Universidade Estadual de Campinas  se destaca pela pesquisa e pela proximidade da produção científica com a indústria. O ranking de reputação acadêmica da revista britânica Times Higher Education (THE) foi publicado nesta quarta-feira, 18, reforça as universidades brasileiras como as melhores avaliadas da região – ocupando seis lugares do top 10. 

Pelo segundo ano consecutivo, Unicamp lidera o ranking da América Latina Foto: Antonio Scarpinetti|Divulgação
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Mais nova e com metade do orçamento anual, a Unicamp fica à frente da Universidade de São Paulo  (USP) especialmente pelas parcerias com a indústria para a produção de conhecimento. A avaliação da revista usa 13 métricas de performance, divididas em quatro áreas: ensino, pesquisa, transferência de conhecimento e perspectiva internacional. 

A USP ainda tem desempenho melhor, mas bastante próximo ao da Unicamp, em ensino e internacionalização. “A Unicamp sempre teve essa vocação e proximidade com a indústria. Precisamos buscar mais essa alternativa de recurso, especialmente em um momento de crise financeira”, diz o reitor da instituição, Marcelo Knobel. 

O professor Mário Maróstica, coordenador do Laboratório de Nutrição e Metabolismo da Unicamp, por exemplo, desenvolve uma série de pesquisas sobre as propriedades de determinados alimentos para que possam ser melhor utilizados pela indústria. 

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Uma das patentes desenvolvidas foi a do extrato da casca de jabuticaba, após a descoberta de propriedades que previnem a obesidade e o câncer de próstata. “Deveria estar no DNA de toda universidade essa proximidade com a indústria. A Unicamp privilegia e incentiva essa parceria com o setor privado”, diz.

Crise

Apesar de o Brasil ter classificado 43 universidades dentre as 129 selecionadas, a THE alerta que, “apesar do domínio regional contínuo”,  a situação econômica brasileira coloca o sistema de ensino superior em “posição precária”

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“A profunda pressão financeira sobre suas universidades está prejudicando desempenho e atratividade no cenário global e colocando em risco seu imenso potencial. No entanto, face a esses desafios, a resiliência e a ambição das universidades são claras, assim como a contínua busca de aumentar a qualidade e atender às necessidades da nação”, diz Phil Baty, diretor editorial de Global Rankings da THE.

Dentre as instituições que perderam posição neste ano estão as universidades federais do Rio (UFRJ), do ABC (UFABC), de Pernambuco (UFPE), do Ceará (UFC), de Goiás (UFG) e do Rio Grande do Norte (UFRN). “Estamos há quatro anos acumulando redução no recurso para investimento e congelamento na verba para manutenção. Com o tempo, essa restrição compromete o desempenho das instituições de ensino. O impacto não é imediato, mas já começa a ser sentido”, diz Emmanuel Tourinho, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). 

Em nota, o Ministério da Educação (MEC) diz que não comenta estudos que não são oficiais do governo por desconhecer a metodologia aplicada. No entanto, destaca que não houve “cortes” neste ano e, mesmo com as limitações orçamentárias enfrentadas pelo País, não faltam recursos para as universidades federais. 

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Em nota, a reitoria da USP disse considerar "auspicioso" que duas universidades públicas estaduais liderem o ranking. Informou também que a colocação de uma universidade em rankings varia segundo os quesitos analisados e as ponderações atribuídas a cada um deles. "Um exemplo: no ranking THE Global, de 2018, a USP ficou no estrato 251-300 e a Unicamp no 401-500. Embora os quesitos analisados sejam os mesmos nos dois rankings, as ponderações atribuídas aos diferentes quesitos varia", diz a nota. 

Confira a lista das 50 universidades mais prestigiadas da América Latina:

Pesquisas incluem ligação entre casca de jabuticaba e prevenção da obesidade Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

SÃO PAULO - Considerada pelo segundo ano consecutivo como a mais prestigiada instituição de ensino superior da América Latina, a Universidade Estadual de Campinas  se destaca pela pesquisa e pela proximidade da produção científica com a indústria. O ranking de reputação acadêmica da revista britânica Times Higher Education (THE) foi publicado nesta quarta-feira, 18, reforça as universidades brasileiras como as melhores avaliadas da região – ocupando seis lugares do top 10. 

Pelo segundo ano consecutivo, Unicamp lidera o ranking da América Latina Foto: Antonio Scarpinetti|Divulgação

Mais nova e com metade do orçamento anual, a Unicamp fica à frente da Universidade de São Paulo  (USP) especialmente pelas parcerias com a indústria para a produção de conhecimento. A avaliação da revista usa 13 métricas de performance, divididas em quatro áreas: ensino, pesquisa, transferência de conhecimento e perspectiva internacional. 

A USP ainda tem desempenho melhor, mas bastante próximo ao da Unicamp, em ensino e internacionalização. “A Unicamp sempre teve essa vocação e proximidade com a indústria. Precisamos buscar mais essa alternativa de recurso, especialmente em um momento de crise financeira”, diz o reitor da instituição, Marcelo Knobel. 

O professor Mário Maróstica, coordenador do Laboratório de Nutrição e Metabolismo da Unicamp, por exemplo, desenvolve uma série de pesquisas sobre as propriedades de determinados alimentos para que possam ser melhor utilizados pela indústria. 

Uma das patentes desenvolvidas foi a do extrato da casca de jabuticaba, após a descoberta de propriedades que previnem a obesidade e o câncer de próstata. “Deveria estar no DNA de toda universidade essa proximidade com a indústria. A Unicamp privilegia e incentiva essa parceria com o setor privado”, diz.

Crise

Apesar de o Brasil ter classificado 43 universidades dentre as 129 selecionadas, a THE alerta que, “apesar do domínio regional contínuo”,  a situação econômica brasileira coloca o sistema de ensino superior em “posição precária”

“A profunda pressão financeira sobre suas universidades está prejudicando desempenho e atratividade no cenário global e colocando em risco seu imenso potencial. No entanto, face a esses desafios, a resiliência e a ambição das universidades são claras, assim como a contínua busca de aumentar a qualidade e atender às necessidades da nação”, diz Phil Baty, diretor editorial de Global Rankings da THE.

Dentre as instituições que perderam posição neste ano estão as universidades federais do Rio (UFRJ), do ABC (UFABC), de Pernambuco (UFPE), do Ceará (UFC), de Goiás (UFG) e do Rio Grande do Norte (UFRN). “Estamos há quatro anos acumulando redução no recurso para investimento e congelamento na verba para manutenção. Com o tempo, essa restrição compromete o desempenho das instituições de ensino. O impacto não é imediato, mas já começa a ser sentido”, diz Emmanuel Tourinho, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). 

Em nota, o Ministério da Educação (MEC) diz que não comenta estudos que não são oficiais do governo por desconhecer a metodologia aplicada. No entanto, destaca que não houve “cortes” neste ano e, mesmo com as limitações orçamentárias enfrentadas pelo País, não faltam recursos para as universidades federais. 

Em nota, a reitoria da USP disse considerar "auspicioso" que duas universidades públicas estaduais liderem o ranking. Informou também que a colocação de uma universidade em rankings varia segundo os quesitos analisados e as ponderações atribuídas a cada um deles. "Um exemplo: no ranking THE Global, de 2018, a USP ficou no estrato 251-300 e a Unicamp no 401-500. Embora os quesitos analisados sejam os mesmos nos dois rankings, as ponderações atribuídas aos diferentes quesitos varia", diz a nota. 

Confira a lista das 50 universidades mais prestigiadas da América Latina:

Pesquisas incluem ligação entre casca de jabuticaba e prevenção da obesidade Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

SÃO PAULO - Considerada pelo segundo ano consecutivo como a mais prestigiada instituição de ensino superior da América Latina, a Universidade Estadual de Campinas  se destaca pela pesquisa e pela proximidade da produção científica com a indústria. O ranking de reputação acadêmica da revista britânica Times Higher Education (THE) foi publicado nesta quarta-feira, 18, reforça as universidades brasileiras como as melhores avaliadas da região – ocupando seis lugares do top 10. 

Pelo segundo ano consecutivo, Unicamp lidera o ranking da América Latina Foto: Antonio Scarpinetti|Divulgação

Mais nova e com metade do orçamento anual, a Unicamp fica à frente da Universidade de São Paulo  (USP) especialmente pelas parcerias com a indústria para a produção de conhecimento. A avaliação da revista usa 13 métricas de performance, divididas em quatro áreas: ensino, pesquisa, transferência de conhecimento e perspectiva internacional. 

A USP ainda tem desempenho melhor, mas bastante próximo ao da Unicamp, em ensino e internacionalização. “A Unicamp sempre teve essa vocação e proximidade com a indústria. Precisamos buscar mais essa alternativa de recurso, especialmente em um momento de crise financeira”, diz o reitor da instituição, Marcelo Knobel. 

O professor Mário Maróstica, coordenador do Laboratório de Nutrição e Metabolismo da Unicamp, por exemplo, desenvolve uma série de pesquisas sobre as propriedades de determinados alimentos para que possam ser melhor utilizados pela indústria. 

Uma das patentes desenvolvidas foi a do extrato da casca de jabuticaba, após a descoberta de propriedades que previnem a obesidade e o câncer de próstata. “Deveria estar no DNA de toda universidade essa proximidade com a indústria. A Unicamp privilegia e incentiva essa parceria com o setor privado”, diz.

Crise

Apesar de o Brasil ter classificado 43 universidades dentre as 129 selecionadas, a THE alerta que, “apesar do domínio regional contínuo”,  a situação econômica brasileira coloca o sistema de ensino superior em “posição precária”

“A profunda pressão financeira sobre suas universidades está prejudicando desempenho e atratividade no cenário global e colocando em risco seu imenso potencial. No entanto, face a esses desafios, a resiliência e a ambição das universidades são claras, assim como a contínua busca de aumentar a qualidade e atender às necessidades da nação”, diz Phil Baty, diretor editorial de Global Rankings da THE.

Dentre as instituições que perderam posição neste ano estão as universidades federais do Rio (UFRJ), do ABC (UFABC), de Pernambuco (UFPE), do Ceará (UFC), de Goiás (UFG) e do Rio Grande do Norte (UFRN). “Estamos há quatro anos acumulando redução no recurso para investimento e congelamento na verba para manutenção. Com o tempo, essa restrição compromete o desempenho das instituições de ensino. O impacto não é imediato, mas já começa a ser sentido”, diz Emmanuel Tourinho, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). 

Em nota, o Ministério da Educação (MEC) diz que não comenta estudos que não são oficiais do governo por desconhecer a metodologia aplicada. No entanto, destaca que não houve “cortes” neste ano e, mesmo com as limitações orçamentárias enfrentadas pelo País, não faltam recursos para as universidades federais. 

Em nota, a reitoria da USP disse considerar "auspicioso" que duas universidades públicas estaduais liderem o ranking. Informou também que a colocação de uma universidade em rankings varia segundo os quesitos analisados e as ponderações atribuídas a cada um deles. "Um exemplo: no ranking THE Global, de 2018, a USP ficou no estrato 251-300 e a Unicamp no 401-500. Embora os quesitos analisados sejam os mesmos nos dois rankings, as ponderações atribuídas aos diferentes quesitos varia", diz a nota. 

Confira a lista das 50 universidades mais prestigiadas da América Latina:

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