Em meio a uma greve de alunos, que reivindicam a contratação de professores e um novo projeto de permanência estudantil, a Universidade de São Paulo (USP) recebeu na quarta-feira, 27, a notícia de que continua sendo considerada a melhor universidade da América Latina, segundo o THE World University Rankings. Esse é um dos principais rankings universitários internacionais, elaborado pela consultoria britânica Times Higher Education (THE).
Na lista das 200 melhores universidades do mundo, a líder do ranking é a Universidade de Oxford, na Inglaterra, seguida pela Universidade de Stanford e pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), ambos nos Estados Unidos. Das dez primeiras posições, sete são de instituições situadas nos EUA.
Depois das 200 primeiras, o ranking agrupa as universidades em conjuntos, inicialmente de 50. Pelo quarto ano consecutivo, a USP está entre a 201.ª e a 250.ª posições. Nesse mesmo conjunto estão universidades como Illinois, em Chicago (Estados Unidos), Wollongong (Austrália) e Universidade de Tel Aviv (Israel).
Em sua 20.ª edição, o ranking avaliou cerca de 1.900 instituições de ensino superior de 108 países segundo 18 indicadores, agrupados em cinco categorias: ensino, ambiente de pesquisa, qualidade da pesquisa, indústria e internacionalização. Das cinco categorias de indicadores, a USP ficou entre as 100 melhores instituições do mundo em duas: ambiente de pesquisa e ensino.
Ao todo, o Brasil teve 67 instituições avaliadas. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foi a segunda brasileira mais bem posicionada, no grupo entre 351 e 400.
Em terceiro ficaram a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), incluídas no mesmo grupo, entre 601 e 800.
Quatro instituições dividem a posição seguinte, no grupo entre 801-1000: a Universidade Federal de Minas Gerais, a Universidade Federal de Santa Catarina, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio).
Greve
A paralisação na USP começou na semana passada, 21, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), e já se estendeu a pelo menos 12 cursos, incluindo a Escola Politécnica e a Faculdade de Direito. Nos últimos dias, os alunos receberam apoio da associação de professores.
Em entrevista ao Estadão, o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior diz não compreender o real motivo da greve. “Não tem sentido uma greve prolongada quando as coisas já estão se resolvendo. Ficamos muito tempo sem contratar, diminuiu o número de docentes, é verdade. Mas desde o primeiro dia da gestão tentamos resolver o problema”, afirma ele, que está na Alemanha, para fechar parcerias internacionais - a negociação direta com os grevistas ficou a cargo da vice-reitora nesta quinta-feira, 28.