Venda de escolas de SP a chilenos tem pais revoltados e briga judicial: ‘Minha filha virou número’


Grupo Vitamina, que comprou 37 instituições de educação infantil, deixou de pagar salários, aluguéis e sofre críticas dos pais. Empresa diz que foi afetada pela pandemia e que não está à venda

Por Renata Cafardo
Atualização:

Depois de comprar 37 escolas particulares de educação infantil em São Paulo em negociações milionárias, o grupo chileno Vitamina agora enfrenta ações na Justiça por problemas de pagamento de professores, de aluguéis e ainda queixas de precarização no atendimento das crianças de zero a 5 anos. Nesta terça-feira, 9, algumas escolas não abriram ou registraram faltas de funcionários porque a empresa ainda não pagou os salários deste mês.

“Cada hora era uma professora, era desesperador. Não tinha auxiliar, as crianças sem referência alguma de um adulto na sala de aula e não nos deixavam nem entrar na escola”, conta a psicóloga Cecília Dias, mãe de João, de 3 anos, aluno da Escola Jacarandá até o fim de 2022. A instituição, antes de ser comprada pela Vitamina em 2021, era referência em educação infantil na cidade, com mais de 25 anos de atuação em Higienópolis, região central.

“É muito triste ver o que aconteceu com a escola, as donas eram profissionais maravilhosas, mas toda a proposta pedagógica foi mudada. Agora virou um espaço apenas para as crianças estarem, sem educação alguma”, completa. Ela tirou João da escola e compara a situação atual com o atendimento que teve para seu filho mais velho, hoje com quase 7 anos, que cursou toda a educação infantil na Jacarandá. Segundo ela, a escola passou a juntar turmas de várias idades, deixou de oferecer aulas de música e retirou brinquedos do pátio. “Tudo era feito sem transparência alguma, ninguém explicava, a diretora não tinha autonomia e não conseguíamos falar com a Vitamina.”

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Segundo mensagens aos quais o Estadão teve acesso, para tentar suprir a falta de professores que eram demitidos ou faltavam por não receberem salário ou vale-alimentação, a Vitamina montou um grupo no WhatsApp de “apoio” aos funcionários no começo do ano. O nome do grupo era SOS Escolas e pedia a profissionais do setor administrativo da empresa que fossem às escolas para ficar com as crianças, o que não é permitido por lei.

Apenas professores com formação superior podem ser responsáveis pelas salas no ensino infantil. A cada dia, eram informadas as escolas no grupo que precisavam de “apoio” pelas faltas de funcionários.

Procurada para comentar a situação da empresa e as denúncias de pais, professores, funcionários e ex-proprietários de escolas, a Vitamina respondeu, em nota, que a empresa foi afetada pela pandemia, “assim como outras empresas do setor”, mas que não está à venda e pretende “construir um projeto de longo prazo no País”. “Faremos tudo que estiver ao nosso alcance para honrar o compromisso de entregar uma educação infantil de qualidade a todas as nossas crianças e famílias”, afirma o texto. A empresa não respondeu pontualmente nenhuma das denúncias apuradas pela reportagem.

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Cecília Dias, que tirou o filho menor de uma das escolas compradas pela Vitamina: 'desespero'  Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

As escolas de educação infantil foram as mais prejudicadas na pandemia, em 2020 e 2021, já que a obrigatoriedade de matrícula se dá a partir dos 4 anos de idade e o ensino online não era recomendado para crianças pequenas. As instituições compradas pela Vitamina - que viu uma oportunidade de negócio com a perda de receita e de alunos - eram em sua maioria pequenas e com atendimento individualizado. Além disso, na educação infantil, as famílias costumam ter relação afetiva com as escolas, já que muitos matriculam seus filhos ainda bebês.

“Minha filha deixou de ser a Duda e virou um número”, conta a administradora Debora Moraes, cuja filha de 4 anos estava desde os 5 meses na Escola Blue Sky, no Morumbi, vendida em 2021. “A comida piorou de qualidade, crianças começaram a chegar com fome em casa, não existia comunicação com a direção, as professoras só reclamavam e estavam com medo de ser demitidas”, diz. Sua filha, assim como toda a turma, saiu da escola mesmo antes do término do ano letivo de 2022. Antes disso, conta, a escola chegou a oferecer 60% de desconto nas mensalidades para que o grupo ficasse. “Acabou todo o aconchego que a criança pequena precisa ter numa escola.”

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A Blue Sky mandou nesta segunda-feira, 8, comunicado aos pais avisando que não funcionaria nesta terça por uma “limitação administrativa”. O Espaço Singular, no Brooklin, avisou que fará o mesmo nesta quarta, 10. Outras escolas abriram, mas com número reduzido de profissionais.

O Estadão conversou com professores e funcionários de várias escolas que afirmaram que a razão foi o não pagamento este mês, somada à insatisfação com outras dívidas trabalhistas. A Blue Sky tem 32 alunos; eram 95 quando foi vendida.

Escola Blue Sky, comprada pela Vitamina, que mandou comunicado aos pais dizendo que não funcionaria nesta terça-feira. Professores e funcionários disseram que não receberam salários deste mês Foto: FELIPE RAU /ESTADÃO
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A queda no número de alunos ocorreu também nas outras instituições adquiridas pela Vitamina, que tem cerca de 1,7 mil estudantes nas mais de 30 escolas no País, segundo documentos aos quais a reportagem teve acesso. Há unidades, como o Espaço Singular, que registra 12 alunos. A maior quantidade está Colégio Estímulo, com 128 alunos.

Para a advogada Amanda de Queiroz, que também tirou o filho de uma escola comprada pela Vitamina, a segurança na instituição ruiu depois do negócio. “A Raio de Luz era uma extensão da minha vida, quando mudou a gestão, tudo isso morreu”, diz. Ela conta que a escola, no Ipiranga, zona sul, deixou de fazer manutenção de pintura, de brinquedos, além de começar a ter paredes rachadas e banheiros mal cuidados, reclamações recorrentes de mães e funcionários ouvidos pelo Estadão de outras escolas.

A reportagem teve acesso a um vídeo em que baratas apareciam nas dependências de uma das escolas compradas pelo Vitamina. Funcionários e professores relataram ainda vazamentos de água, infiltrações e falta de manutenção de equipamentos de ar-condicionado nas instituições. Algumas delas têm mensalidades de cerca de R$ 3 mil.

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“Como meu filho tinha perdido muito com a pandemia, acabei deixando mais um ano na mesma escola, mas me arrependo”, conta Amanda. Uma mãe da escola Lumens, em São José dos Campos, comprada pela Vitamina, publicou este ano um vídeo nas redes sociais denunciando a falta de alimentos. A instituição acabou fechada porque perdeu todos os alunos.

Em nota, a Vitamina disse ainda que está implementando “política mais criteriosa de gastos, alinhada à realidade e ao contexto atual do nosso setor”, mas que “jamais” tomou decisão “que possa colocar em risco a integridade de nossas crianças”. Também afirmou que “desde que as escolas foram adquiridas, investimos uma soma significativa de recursos para modernizar instalações, melhorar segurança, ampliar cozinhas e salas, entre outras ações realizadas”.

Segundo um advogado que representa dezenas de credores da empresa chilena, o FGTS dos funcionários e professores não é pago desde setembro. As verbas rescisórias de quem é demitido estão sendo parceladas em 11 meses.

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Os aluguéis dos prédios onde funcionam as escolas também não são pagos desde o fim de 2022. Segundo Joel Batista, que representa escolas e funcionários contra a Vitamina, a Justiça deve pedir despejo dos imóveis se a situação não for regularizada. “Isso deve se arrastar até o fim do ano apenas em respeito às crianças que estão no local”, diz. Ele pretende criar um comitê de credores da empresa chilena, que terá uma primeira reunião na semana que vem, com a intenção de criar “subsídios para eventual chamamento do Ministério Público”, diz.

Os pagamentos, que segundo o Estadão apurou, variavam de R$ 200 mil até R$ 8 milhões por escola, seriam feitos em cinco anos, de acordo com os contratos. Entre os clientes de Batista, no entanto, há alguns que já deixaram de receber as parcelas. Uma escola de Santos, a Luxor, foi devolvida ao seu antigo dono por falta de pagamento da Vitamina.

“Vendi minha escola com dor no coração e agora me arrependi”, diz um ex-dono de escola, que negociou a instituição em 2021 com a Vitamina e pediu para não ser identificado. Uma cláusula no contrato com as escolas impede que eles façam comentários sobre o negócio ou que possam afetar a imagem da Vitamina. Segundo ele, o momento era difícil, pela perda de alunos na pandemia. “A história que contaram era maravilhosa, que seria algo para o bem da educação infantil, que não iam mudar o DNA de cada escola. Mas fui tudo um golpe”, acredita.

Segundo ele e outros ex-mantenedores, uma das fortes razões para que acreditassem no negócio foi o investimento da Península, da família de Abílio Diniz, em 2019. A empresa desistiu do negócio com a Vitamina em 2022. Procurada, sua assessoria de imprensa informou apenas que foi uma “decisão estratégica”.

No mercado, há informações de que a Vitamina estaria disposta a vender suas escolas no País, mas não apareceram compradores. Segundo o Estadão apurou, os diretores da Vitamina no Brasil passaram a se desligar da empresa por discordância e interferências da matriz chilena.

Ao Estadão em 2021, o fundador e CEO do Grupo Vitamina, Alejandro Bascuñán, disse que a meta era tornar a empresa “maior no Brasil do que no Chile”. Bascuñán também pretendia expandir para outros Estados e mais países latinos, o que não ocorreu. No Chile, a Vitamina tem dezenas de centros de educação infantil, com estrutura e projeto padronizados e atende principalmente empresas, que pagam para que os filhos dos funcionários estudem nas escolas.

Depois de comprar 37 escolas particulares de educação infantil em São Paulo em negociações milionárias, o grupo chileno Vitamina agora enfrenta ações na Justiça por problemas de pagamento de professores, de aluguéis e ainda queixas de precarização no atendimento das crianças de zero a 5 anos. Nesta terça-feira, 9, algumas escolas não abriram ou registraram faltas de funcionários porque a empresa ainda não pagou os salários deste mês.

“Cada hora era uma professora, era desesperador. Não tinha auxiliar, as crianças sem referência alguma de um adulto na sala de aula e não nos deixavam nem entrar na escola”, conta a psicóloga Cecília Dias, mãe de João, de 3 anos, aluno da Escola Jacarandá até o fim de 2022. A instituição, antes de ser comprada pela Vitamina em 2021, era referência em educação infantil na cidade, com mais de 25 anos de atuação em Higienópolis, região central.

“É muito triste ver o que aconteceu com a escola, as donas eram profissionais maravilhosas, mas toda a proposta pedagógica foi mudada. Agora virou um espaço apenas para as crianças estarem, sem educação alguma”, completa. Ela tirou João da escola e compara a situação atual com o atendimento que teve para seu filho mais velho, hoje com quase 7 anos, que cursou toda a educação infantil na Jacarandá. Segundo ela, a escola passou a juntar turmas de várias idades, deixou de oferecer aulas de música e retirou brinquedos do pátio. “Tudo era feito sem transparência alguma, ninguém explicava, a diretora não tinha autonomia e não conseguíamos falar com a Vitamina.”

Segundo mensagens aos quais o Estadão teve acesso, para tentar suprir a falta de professores que eram demitidos ou faltavam por não receberem salário ou vale-alimentação, a Vitamina montou um grupo no WhatsApp de “apoio” aos funcionários no começo do ano. O nome do grupo era SOS Escolas e pedia a profissionais do setor administrativo da empresa que fossem às escolas para ficar com as crianças, o que não é permitido por lei.

Apenas professores com formação superior podem ser responsáveis pelas salas no ensino infantil. A cada dia, eram informadas as escolas no grupo que precisavam de “apoio” pelas faltas de funcionários.

Procurada para comentar a situação da empresa e as denúncias de pais, professores, funcionários e ex-proprietários de escolas, a Vitamina respondeu, em nota, que a empresa foi afetada pela pandemia, “assim como outras empresas do setor”, mas que não está à venda e pretende “construir um projeto de longo prazo no País”. “Faremos tudo que estiver ao nosso alcance para honrar o compromisso de entregar uma educação infantil de qualidade a todas as nossas crianças e famílias”, afirma o texto. A empresa não respondeu pontualmente nenhuma das denúncias apuradas pela reportagem.

Cecília Dias, que tirou o filho menor de uma das escolas compradas pela Vitamina: 'desespero'  Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

As escolas de educação infantil foram as mais prejudicadas na pandemia, em 2020 e 2021, já que a obrigatoriedade de matrícula se dá a partir dos 4 anos de idade e o ensino online não era recomendado para crianças pequenas. As instituições compradas pela Vitamina - que viu uma oportunidade de negócio com a perda de receita e de alunos - eram em sua maioria pequenas e com atendimento individualizado. Além disso, na educação infantil, as famílias costumam ter relação afetiva com as escolas, já que muitos matriculam seus filhos ainda bebês.

“Minha filha deixou de ser a Duda e virou um número”, conta a administradora Debora Moraes, cuja filha de 4 anos estava desde os 5 meses na Escola Blue Sky, no Morumbi, vendida em 2021. “A comida piorou de qualidade, crianças começaram a chegar com fome em casa, não existia comunicação com a direção, as professoras só reclamavam e estavam com medo de ser demitidas”, diz. Sua filha, assim como toda a turma, saiu da escola mesmo antes do término do ano letivo de 2022. Antes disso, conta, a escola chegou a oferecer 60% de desconto nas mensalidades para que o grupo ficasse. “Acabou todo o aconchego que a criança pequena precisa ter numa escola.”

A Blue Sky mandou nesta segunda-feira, 8, comunicado aos pais avisando que não funcionaria nesta terça por uma “limitação administrativa”. O Espaço Singular, no Brooklin, avisou que fará o mesmo nesta quarta, 10. Outras escolas abriram, mas com número reduzido de profissionais.

O Estadão conversou com professores e funcionários de várias escolas que afirmaram que a razão foi o não pagamento este mês, somada à insatisfação com outras dívidas trabalhistas. A Blue Sky tem 32 alunos; eram 95 quando foi vendida.

Escola Blue Sky, comprada pela Vitamina, que mandou comunicado aos pais dizendo que não funcionaria nesta terça-feira. Professores e funcionários disseram que não receberam salários deste mês Foto: FELIPE RAU /ESTADÃO

A queda no número de alunos ocorreu também nas outras instituições adquiridas pela Vitamina, que tem cerca de 1,7 mil estudantes nas mais de 30 escolas no País, segundo documentos aos quais a reportagem teve acesso. Há unidades, como o Espaço Singular, que registra 12 alunos. A maior quantidade está Colégio Estímulo, com 128 alunos.

Para a advogada Amanda de Queiroz, que também tirou o filho de uma escola comprada pela Vitamina, a segurança na instituição ruiu depois do negócio. “A Raio de Luz era uma extensão da minha vida, quando mudou a gestão, tudo isso morreu”, diz. Ela conta que a escola, no Ipiranga, zona sul, deixou de fazer manutenção de pintura, de brinquedos, além de começar a ter paredes rachadas e banheiros mal cuidados, reclamações recorrentes de mães e funcionários ouvidos pelo Estadão de outras escolas.

A reportagem teve acesso a um vídeo em que baratas apareciam nas dependências de uma das escolas compradas pelo Vitamina. Funcionários e professores relataram ainda vazamentos de água, infiltrações e falta de manutenção de equipamentos de ar-condicionado nas instituições. Algumas delas têm mensalidades de cerca de R$ 3 mil.

“Como meu filho tinha perdido muito com a pandemia, acabei deixando mais um ano na mesma escola, mas me arrependo”, conta Amanda. Uma mãe da escola Lumens, em São José dos Campos, comprada pela Vitamina, publicou este ano um vídeo nas redes sociais denunciando a falta de alimentos. A instituição acabou fechada porque perdeu todos os alunos.

Em nota, a Vitamina disse ainda que está implementando “política mais criteriosa de gastos, alinhada à realidade e ao contexto atual do nosso setor”, mas que “jamais” tomou decisão “que possa colocar em risco a integridade de nossas crianças”. Também afirmou que “desde que as escolas foram adquiridas, investimos uma soma significativa de recursos para modernizar instalações, melhorar segurança, ampliar cozinhas e salas, entre outras ações realizadas”.

Segundo um advogado que representa dezenas de credores da empresa chilena, o FGTS dos funcionários e professores não é pago desde setembro. As verbas rescisórias de quem é demitido estão sendo parceladas em 11 meses.

Os aluguéis dos prédios onde funcionam as escolas também não são pagos desde o fim de 2022. Segundo Joel Batista, que representa escolas e funcionários contra a Vitamina, a Justiça deve pedir despejo dos imóveis se a situação não for regularizada. “Isso deve se arrastar até o fim do ano apenas em respeito às crianças que estão no local”, diz. Ele pretende criar um comitê de credores da empresa chilena, que terá uma primeira reunião na semana que vem, com a intenção de criar “subsídios para eventual chamamento do Ministério Público”, diz.

Os pagamentos, que segundo o Estadão apurou, variavam de R$ 200 mil até R$ 8 milhões por escola, seriam feitos em cinco anos, de acordo com os contratos. Entre os clientes de Batista, no entanto, há alguns que já deixaram de receber as parcelas. Uma escola de Santos, a Luxor, foi devolvida ao seu antigo dono por falta de pagamento da Vitamina.

“Vendi minha escola com dor no coração e agora me arrependi”, diz um ex-dono de escola, que negociou a instituição em 2021 com a Vitamina e pediu para não ser identificado. Uma cláusula no contrato com as escolas impede que eles façam comentários sobre o negócio ou que possam afetar a imagem da Vitamina. Segundo ele, o momento era difícil, pela perda de alunos na pandemia. “A história que contaram era maravilhosa, que seria algo para o bem da educação infantil, que não iam mudar o DNA de cada escola. Mas fui tudo um golpe”, acredita.

Segundo ele e outros ex-mantenedores, uma das fortes razões para que acreditassem no negócio foi o investimento da Península, da família de Abílio Diniz, em 2019. A empresa desistiu do negócio com a Vitamina em 2022. Procurada, sua assessoria de imprensa informou apenas que foi uma “decisão estratégica”.

No mercado, há informações de que a Vitamina estaria disposta a vender suas escolas no País, mas não apareceram compradores. Segundo o Estadão apurou, os diretores da Vitamina no Brasil passaram a se desligar da empresa por discordância e interferências da matriz chilena.

Ao Estadão em 2021, o fundador e CEO do Grupo Vitamina, Alejandro Bascuñán, disse que a meta era tornar a empresa “maior no Brasil do que no Chile”. Bascuñán também pretendia expandir para outros Estados e mais países latinos, o que não ocorreu. No Chile, a Vitamina tem dezenas de centros de educação infantil, com estrutura e projeto padronizados e atende principalmente empresas, que pagam para que os filhos dos funcionários estudem nas escolas.

Depois de comprar 37 escolas particulares de educação infantil em São Paulo em negociações milionárias, o grupo chileno Vitamina agora enfrenta ações na Justiça por problemas de pagamento de professores, de aluguéis e ainda queixas de precarização no atendimento das crianças de zero a 5 anos. Nesta terça-feira, 9, algumas escolas não abriram ou registraram faltas de funcionários porque a empresa ainda não pagou os salários deste mês.

“Cada hora era uma professora, era desesperador. Não tinha auxiliar, as crianças sem referência alguma de um adulto na sala de aula e não nos deixavam nem entrar na escola”, conta a psicóloga Cecília Dias, mãe de João, de 3 anos, aluno da Escola Jacarandá até o fim de 2022. A instituição, antes de ser comprada pela Vitamina em 2021, era referência em educação infantil na cidade, com mais de 25 anos de atuação em Higienópolis, região central.

“É muito triste ver o que aconteceu com a escola, as donas eram profissionais maravilhosas, mas toda a proposta pedagógica foi mudada. Agora virou um espaço apenas para as crianças estarem, sem educação alguma”, completa. Ela tirou João da escola e compara a situação atual com o atendimento que teve para seu filho mais velho, hoje com quase 7 anos, que cursou toda a educação infantil na Jacarandá. Segundo ela, a escola passou a juntar turmas de várias idades, deixou de oferecer aulas de música e retirou brinquedos do pátio. “Tudo era feito sem transparência alguma, ninguém explicava, a diretora não tinha autonomia e não conseguíamos falar com a Vitamina.”

Segundo mensagens aos quais o Estadão teve acesso, para tentar suprir a falta de professores que eram demitidos ou faltavam por não receberem salário ou vale-alimentação, a Vitamina montou um grupo no WhatsApp de “apoio” aos funcionários no começo do ano. O nome do grupo era SOS Escolas e pedia a profissionais do setor administrativo da empresa que fossem às escolas para ficar com as crianças, o que não é permitido por lei.

Apenas professores com formação superior podem ser responsáveis pelas salas no ensino infantil. A cada dia, eram informadas as escolas no grupo que precisavam de “apoio” pelas faltas de funcionários.

Procurada para comentar a situação da empresa e as denúncias de pais, professores, funcionários e ex-proprietários de escolas, a Vitamina respondeu, em nota, que a empresa foi afetada pela pandemia, “assim como outras empresas do setor”, mas que não está à venda e pretende “construir um projeto de longo prazo no País”. “Faremos tudo que estiver ao nosso alcance para honrar o compromisso de entregar uma educação infantil de qualidade a todas as nossas crianças e famílias”, afirma o texto. A empresa não respondeu pontualmente nenhuma das denúncias apuradas pela reportagem.

Cecília Dias, que tirou o filho menor de uma das escolas compradas pela Vitamina: 'desespero'  Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

As escolas de educação infantil foram as mais prejudicadas na pandemia, em 2020 e 2021, já que a obrigatoriedade de matrícula se dá a partir dos 4 anos de idade e o ensino online não era recomendado para crianças pequenas. As instituições compradas pela Vitamina - que viu uma oportunidade de negócio com a perda de receita e de alunos - eram em sua maioria pequenas e com atendimento individualizado. Além disso, na educação infantil, as famílias costumam ter relação afetiva com as escolas, já que muitos matriculam seus filhos ainda bebês.

“Minha filha deixou de ser a Duda e virou um número”, conta a administradora Debora Moraes, cuja filha de 4 anos estava desde os 5 meses na Escola Blue Sky, no Morumbi, vendida em 2021. “A comida piorou de qualidade, crianças começaram a chegar com fome em casa, não existia comunicação com a direção, as professoras só reclamavam e estavam com medo de ser demitidas”, diz. Sua filha, assim como toda a turma, saiu da escola mesmo antes do término do ano letivo de 2022. Antes disso, conta, a escola chegou a oferecer 60% de desconto nas mensalidades para que o grupo ficasse. “Acabou todo o aconchego que a criança pequena precisa ter numa escola.”

A Blue Sky mandou nesta segunda-feira, 8, comunicado aos pais avisando que não funcionaria nesta terça por uma “limitação administrativa”. O Espaço Singular, no Brooklin, avisou que fará o mesmo nesta quarta, 10. Outras escolas abriram, mas com número reduzido de profissionais.

O Estadão conversou com professores e funcionários de várias escolas que afirmaram que a razão foi o não pagamento este mês, somada à insatisfação com outras dívidas trabalhistas. A Blue Sky tem 32 alunos; eram 95 quando foi vendida.

Escola Blue Sky, comprada pela Vitamina, que mandou comunicado aos pais dizendo que não funcionaria nesta terça-feira. Professores e funcionários disseram que não receberam salários deste mês Foto: FELIPE RAU /ESTADÃO

A queda no número de alunos ocorreu também nas outras instituições adquiridas pela Vitamina, que tem cerca de 1,7 mil estudantes nas mais de 30 escolas no País, segundo documentos aos quais a reportagem teve acesso. Há unidades, como o Espaço Singular, que registra 12 alunos. A maior quantidade está Colégio Estímulo, com 128 alunos.

Para a advogada Amanda de Queiroz, que também tirou o filho de uma escola comprada pela Vitamina, a segurança na instituição ruiu depois do negócio. “A Raio de Luz era uma extensão da minha vida, quando mudou a gestão, tudo isso morreu”, diz. Ela conta que a escola, no Ipiranga, zona sul, deixou de fazer manutenção de pintura, de brinquedos, além de começar a ter paredes rachadas e banheiros mal cuidados, reclamações recorrentes de mães e funcionários ouvidos pelo Estadão de outras escolas.

A reportagem teve acesso a um vídeo em que baratas apareciam nas dependências de uma das escolas compradas pelo Vitamina. Funcionários e professores relataram ainda vazamentos de água, infiltrações e falta de manutenção de equipamentos de ar-condicionado nas instituições. Algumas delas têm mensalidades de cerca de R$ 3 mil.

“Como meu filho tinha perdido muito com a pandemia, acabei deixando mais um ano na mesma escola, mas me arrependo”, conta Amanda. Uma mãe da escola Lumens, em São José dos Campos, comprada pela Vitamina, publicou este ano um vídeo nas redes sociais denunciando a falta de alimentos. A instituição acabou fechada porque perdeu todos os alunos.

Em nota, a Vitamina disse ainda que está implementando “política mais criteriosa de gastos, alinhada à realidade e ao contexto atual do nosso setor”, mas que “jamais” tomou decisão “que possa colocar em risco a integridade de nossas crianças”. Também afirmou que “desde que as escolas foram adquiridas, investimos uma soma significativa de recursos para modernizar instalações, melhorar segurança, ampliar cozinhas e salas, entre outras ações realizadas”.

Segundo um advogado que representa dezenas de credores da empresa chilena, o FGTS dos funcionários e professores não é pago desde setembro. As verbas rescisórias de quem é demitido estão sendo parceladas em 11 meses.

Os aluguéis dos prédios onde funcionam as escolas também não são pagos desde o fim de 2022. Segundo Joel Batista, que representa escolas e funcionários contra a Vitamina, a Justiça deve pedir despejo dos imóveis se a situação não for regularizada. “Isso deve se arrastar até o fim do ano apenas em respeito às crianças que estão no local”, diz. Ele pretende criar um comitê de credores da empresa chilena, que terá uma primeira reunião na semana que vem, com a intenção de criar “subsídios para eventual chamamento do Ministério Público”, diz.

Os pagamentos, que segundo o Estadão apurou, variavam de R$ 200 mil até R$ 8 milhões por escola, seriam feitos em cinco anos, de acordo com os contratos. Entre os clientes de Batista, no entanto, há alguns que já deixaram de receber as parcelas. Uma escola de Santos, a Luxor, foi devolvida ao seu antigo dono por falta de pagamento da Vitamina.

“Vendi minha escola com dor no coração e agora me arrependi”, diz um ex-dono de escola, que negociou a instituição em 2021 com a Vitamina e pediu para não ser identificado. Uma cláusula no contrato com as escolas impede que eles façam comentários sobre o negócio ou que possam afetar a imagem da Vitamina. Segundo ele, o momento era difícil, pela perda de alunos na pandemia. “A história que contaram era maravilhosa, que seria algo para o bem da educação infantil, que não iam mudar o DNA de cada escola. Mas fui tudo um golpe”, acredita.

Segundo ele e outros ex-mantenedores, uma das fortes razões para que acreditassem no negócio foi o investimento da Península, da família de Abílio Diniz, em 2019. A empresa desistiu do negócio com a Vitamina em 2022. Procurada, sua assessoria de imprensa informou apenas que foi uma “decisão estratégica”.

No mercado, há informações de que a Vitamina estaria disposta a vender suas escolas no País, mas não apareceram compradores. Segundo o Estadão apurou, os diretores da Vitamina no Brasil passaram a se desligar da empresa por discordância e interferências da matriz chilena.

Ao Estadão em 2021, o fundador e CEO do Grupo Vitamina, Alejandro Bascuñán, disse que a meta era tornar a empresa “maior no Brasil do que no Chile”. Bascuñán também pretendia expandir para outros Estados e mais países latinos, o que não ocorreu. No Chile, a Vitamina tem dezenas de centros de educação infantil, com estrutura e projeto padronizados e atende principalmente empresas, que pagam para que os filhos dos funcionários estudem nas escolas.

Depois de comprar 37 escolas particulares de educação infantil em São Paulo em negociações milionárias, o grupo chileno Vitamina agora enfrenta ações na Justiça por problemas de pagamento de professores, de aluguéis e ainda queixas de precarização no atendimento das crianças de zero a 5 anos. Nesta terça-feira, 9, algumas escolas não abriram ou registraram faltas de funcionários porque a empresa ainda não pagou os salários deste mês.

“Cada hora era uma professora, era desesperador. Não tinha auxiliar, as crianças sem referência alguma de um adulto na sala de aula e não nos deixavam nem entrar na escola”, conta a psicóloga Cecília Dias, mãe de João, de 3 anos, aluno da Escola Jacarandá até o fim de 2022. A instituição, antes de ser comprada pela Vitamina em 2021, era referência em educação infantil na cidade, com mais de 25 anos de atuação em Higienópolis, região central.

“É muito triste ver o que aconteceu com a escola, as donas eram profissionais maravilhosas, mas toda a proposta pedagógica foi mudada. Agora virou um espaço apenas para as crianças estarem, sem educação alguma”, completa. Ela tirou João da escola e compara a situação atual com o atendimento que teve para seu filho mais velho, hoje com quase 7 anos, que cursou toda a educação infantil na Jacarandá. Segundo ela, a escola passou a juntar turmas de várias idades, deixou de oferecer aulas de música e retirou brinquedos do pátio. “Tudo era feito sem transparência alguma, ninguém explicava, a diretora não tinha autonomia e não conseguíamos falar com a Vitamina.”

Segundo mensagens aos quais o Estadão teve acesso, para tentar suprir a falta de professores que eram demitidos ou faltavam por não receberem salário ou vale-alimentação, a Vitamina montou um grupo no WhatsApp de “apoio” aos funcionários no começo do ano. O nome do grupo era SOS Escolas e pedia a profissionais do setor administrativo da empresa que fossem às escolas para ficar com as crianças, o que não é permitido por lei.

Apenas professores com formação superior podem ser responsáveis pelas salas no ensino infantil. A cada dia, eram informadas as escolas no grupo que precisavam de “apoio” pelas faltas de funcionários.

Procurada para comentar a situação da empresa e as denúncias de pais, professores, funcionários e ex-proprietários de escolas, a Vitamina respondeu, em nota, que a empresa foi afetada pela pandemia, “assim como outras empresas do setor”, mas que não está à venda e pretende “construir um projeto de longo prazo no País”. “Faremos tudo que estiver ao nosso alcance para honrar o compromisso de entregar uma educação infantil de qualidade a todas as nossas crianças e famílias”, afirma o texto. A empresa não respondeu pontualmente nenhuma das denúncias apuradas pela reportagem.

Cecília Dias, que tirou o filho menor de uma das escolas compradas pela Vitamina: 'desespero'  Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

As escolas de educação infantil foram as mais prejudicadas na pandemia, em 2020 e 2021, já que a obrigatoriedade de matrícula se dá a partir dos 4 anos de idade e o ensino online não era recomendado para crianças pequenas. As instituições compradas pela Vitamina - que viu uma oportunidade de negócio com a perda de receita e de alunos - eram em sua maioria pequenas e com atendimento individualizado. Além disso, na educação infantil, as famílias costumam ter relação afetiva com as escolas, já que muitos matriculam seus filhos ainda bebês.

“Minha filha deixou de ser a Duda e virou um número”, conta a administradora Debora Moraes, cuja filha de 4 anos estava desde os 5 meses na Escola Blue Sky, no Morumbi, vendida em 2021. “A comida piorou de qualidade, crianças começaram a chegar com fome em casa, não existia comunicação com a direção, as professoras só reclamavam e estavam com medo de ser demitidas”, diz. Sua filha, assim como toda a turma, saiu da escola mesmo antes do término do ano letivo de 2022. Antes disso, conta, a escola chegou a oferecer 60% de desconto nas mensalidades para que o grupo ficasse. “Acabou todo o aconchego que a criança pequena precisa ter numa escola.”

A Blue Sky mandou nesta segunda-feira, 8, comunicado aos pais avisando que não funcionaria nesta terça por uma “limitação administrativa”. O Espaço Singular, no Brooklin, avisou que fará o mesmo nesta quarta, 10. Outras escolas abriram, mas com número reduzido de profissionais.

O Estadão conversou com professores e funcionários de várias escolas que afirmaram que a razão foi o não pagamento este mês, somada à insatisfação com outras dívidas trabalhistas. A Blue Sky tem 32 alunos; eram 95 quando foi vendida.

Escola Blue Sky, comprada pela Vitamina, que mandou comunicado aos pais dizendo que não funcionaria nesta terça-feira. Professores e funcionários disseram que não receberam salários deste mês Foto: FELIPE RAU /ESTADÃO

A queda no número de alunos ocorreu também nas outras instituições adquiridas pela Vitamina, que tem cerca de 1,7 mil estudantes nas mais de 30 escolas no País, segundo documentos aos quais a reportagem teve acesso. Há unidades, como o Espaço Singular, que registra 12 alunos. A maior quantidade está Colégio Estímulo, com 128 alunos.

Para a advogada Amanda de Queiroz, que também tirou o filho de uma escola comprada pela Vitamina, a segurança na instituição ruiu depois do negócio. “A Raio de Luz era uma extensão da minha vida, quando mudou a gestão, tudo isso morreu”, diz. Ela conta que a escola, no Ipiranga, zona sul, deixou de fazer manutenção de pintura, de brinquedos, além de começar a ter paredes rachadas e banheiros mal cuidados, reclamações recorrentes de mães e funcionários ouvidos pelo Estadão de outras escolas.

A reportagem teve acesso a um vídeo em que baratas apareciam nas dependências de uma das escolas compradas pelo Vitamina. Funcionários e professores relataram ainda vazamentos de água, infiltrações e falta de manutenção de equipamentos de ar-condicionado nas instituições. Algumas delas têm mensalidades de cerca de R$ 3 mil.

“Como meu filho tinha perdido muito com a pandemia, acabei deixando mais um ano na mesma escola, mas me arrependo”, conta Amanda. Uma mãe da escola Lumens, em São José dos Campos, comprada pela Vitamina, publicou este ano um vídeo nas redes sociais denunciando a falta de alimentos. A instituição acabou fechada porque perdeu todos os alunos.

Em nota, a Vitamina disse ainda que está implementando “política mais criteriosa de gastos, alinhada à realidade e ao contexto atual do nosso setor”, mas que “jamais” tomou decisão “que possa colocar em risco a integridade de nossas crianças”. Também afirmou que “desde que as escolas foram adquiridas, investimos uma soma significativa de recursos para modernizar instalações, melhorar segurança, ampliar cozinhas e salas, entre outras ações realizadas”.

Segundo um advogado que representa dezenas de credores da empresa chilena, o FGTS dos funcionários e professores não é pago desde setembro. As verbas rescisórias de quem é demitido estão sendo parceladas em 11 meses.

Os aluguéis dos prédios onde funcionam as escolas também não são pagos desde o fim de 2022. Segundo Joel Batista, que representa escolas e funcionários contra a Vitamina, a Justiça deve pedir despejo dos imóveis se a situação não for regularizada. “Isso deve se arrastar até o fim do ano apenas em respeito às crianças que estão no local”, diz. Ele pretende criar um comitê de credores da empresa chilena, que terá uma primeira reunião na semana que vem, com a intenção de criar “subsídios para eventual chamamento do Ministério Público”, diz.

Os pagamentos, que segundo o Estadão apurou, variavam de R$ 200 mil até R$ 8 milhões por escola, seriam feitos em cinco anos, de acordo com os contratos. Entre os clientes de Batista, no entanto, há alguns que já deixaram de receber as parcelas. Uma escola de Santos, a Luxor, foi devolvida ao seu antigo dono por falta de pagamento da Vitamina.

“Vendi minha escola com dor no coração e agora me arrependi”, diz um ex-dono de escola, que negociou a instituição em 2021 com a Vitamina e pediu para não ser identificado. Uma cláusula no contrato com as escolas impede que eles façam comentários sobre o negócio ou que possam afetar a imagem da Vitamina. Segundo ele, o momento era difícil, pela perda de alunos na pandemia. “A história que contaram era maravilhosa, que seria algo para o bem da educação infantil, que não iam mudar o DNA de cada escola. Mas fui tudo um golpe”, acredita.

Segundo ele e outros ex-mantenedores, uma das fortes razões para que acreditassem no negócio foi o investimento da Península, da família de Abílio Diniz, em 2019. A empresa desistiu do negócio com a Vitamina em 2022. Procurada, sua assessoria de imprensa informou apenas que foi uma “decisão estratégica”.

No mercado, há informações de que a Vitamina estaria disposta a vender suas escolas no País, mas não apareceram compradores. Segundo o Estadão apurou, os diretores da Vitamina no Brasil passaram a se desligar da empresa por discordância e interferências da matriz chilena.

Ao Estadão em 2021, o fundador e CEO do Grupo Vitamina, Alejandro Bascuñán, disse que a meta era tornar a empresa “maior no Brasil do que no Chile”. Bascuñán também pretendia expandir para outros Estados e mais países latinos, o que não ocorreu. No Chile, a Vitamina tem dezenas de centros de educação infantil, com estrutura e projeto padronizados e atende principalmente empresas, que pagam para que os filhos dos funcionários estudem nas escolas.

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