Roberta Martinelli traz literatura para o rádio na estreia do ‘Clube do Livro Eldorado’


Primeira edição do programa vai ao ar no dia 3 de agosto, às 21h, e aborda ‘O pior dia de todos’

Por Catarina Carvalho
Atualização:

A música divide a paixão de Roberta Martinelli com outro tema: a literatura. Foi pensando em compartilhar o amor à prática da leitura que a jornalista idealizou o programa ‘Clube do Livro Eldorado’, que estreia no dia 3 de agosto, às 21h. A cada episódio, a apresentadora comanda uma discussão sobre uma obra literária e conta com a participação de leitores e dos próprios escritores ou especialistas nos livros comentados.

Assim, ao longo dos episódios, o ouvinte não só vai saber um pouco mais sobre a obra escolhida, como também participará das discussões. “Na primeira parte do programa, traremos quem lê. E na segunda parte quem escreve ou quem pesquisa, caso o pesquisador não esteja vivo ou não fale português”, explica Roberta.

A apresentadora conta que sempre teve o hábito da leitura e escutava dos amigos: “você tem que fazer um programa de literatura”. E assim ela fez. Procurou o diretor artístico da Eldorado, Emanuel Bomfim, e desenhou o ‘Clube do Livro Eldorado’. Ela, que já comanda o programa musical ‘Som a Pino’, escolheu se aventurar para além do mundo da música.

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No entanto, seu desejo de trabalhar com literatura sempre existiu. “Eu sempre fui a maníaca de literatura, sempre brinquei que trabalhava com música, mas que eu queria trabalhar com literatura que eu queria ganhar livros… Não que eu não quisesse ganhar discos também! Enfim, difícil páreo”, brinca.

Para Emanuel Bomfim, o ‘Clube do Livro Eldorado’ é o projeto mais “Roberta” da programação. “Ela é uma máquina infinita de ideias. Além do ‘Som a Pino’, fez uma série lindíssima sobre a música italiana contemporânea na rádio. Agora, a literatura. Posso estar errado, mas vejo que esse é o projeto mais pessoal que ela já fez, apesar de toda identificação que ela tem com a música brasileira. Roberta é uma leitora voraz. E trazer esse universo para o rádio, com o desafio de ser algo popular, não é simples. Só podia ser com ela”, diz.

O programa de estreia discutirá o livro “O pior dia de todos”, de Daniela Kopsch, com a participação de Miá Mello. Também já estão confirmados episódios sobre os livros “Baixo Esplendor”, de Marçal Aquino, “Os anos” e “O jovem”, de Annie Ernaux, e “Salvar o fogo”, de Itamar Vieira Júnior. Entre os convidados, ainda estão Vera Egito, Tati Bernardi e Cris Guterres.

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 Foto: Nadja Kouchi

Ler em grupo virou trend

Agora na rádio, a prática literária já é tendência nas redes sociais e tem, inclusive, um segmento próprio para quem curte dicas e leituras em grupo. Os ‘booktubers’, ‘bookstagram’ e ‘booktoks’ criam conteúdos de incentivo ao hábito e até fazem companhia a outros usuários em um momento tão individual quanto o da leitura de uma obra. Tem gente que assiste até influenciadores lendo seus livros por horas em transmissões ao vivo, o chamado “sprint de leitura”.

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Ativa nas redes sociais, Roberta sempre indicou e atualizou suas leituras através do Instagram em uma equação simples: “Tudo que eu leio e gosto, eu posto”. A lógica é parecida com a da pesquisadora em literatura contemporânea Samara Lima, de 24 anos. Estudante de Letras, ela viu no Instagram uma forma de incentivar a discussão literária e compartilhar suas opiniões sobre o que lê.

Foi em 2020, no início da pandemia, que ela resolveu criar um perfil na rede social como um diário de leituras e promover conversas sobre literatura para além do ambiente acadêmico. A ideia deu certo, o perfil cresceu e possibilitou a pesquisadora a fazer até uma parceria com uma grande editora nacional.

No entanto, com o tempo, publicar resenhas sobre livros se tornou solitário. Foi aí que Samara passou a fazer parte dos clubes de leitura virtuais. Ela acredita que a atividade em grupo tem um papel fundamental no incentivo à prática. “Os clubes me motivam a buscar o que está sendo lançado e discutido atualmente no campo literário e é através deles que também percebo como determinada obra está sendo acolhida pelos leitores”, conta.

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É justamente por entender a importância de transformar a experiência da leitura em um fórum de discussão que Roberta acredita no formato dos clubes de leitura, inclusive pela internet. “É essencial que a literatura seja uma possibilidade para todo mundo. Eu amo a ideia de ler um livro em conjunto, de que esse livro seja debatido e que eu escute outras pessoas que leram e chegaram a lugares que eu não cheguei”, explica.

Quem compartilha dessa opinião é o jornalista e editor da revista literária Quatro Cinco Um, Paulo Werneck. Ele encara de forma positiva a ‘trendficação’ da literatura e dos clubes de leitura. “Esses influenciadores estão entrando em um espaço que, se eles não existissem, estaria sendo ocupado por outro assunto. Talvez hambúrguer, talvez consumismo. O que a gente precisa é mostrar que o livro está presente nas nossas rotinas, não só na esfera intelectual”, diz.

Werneck também é idealizador da Feira do Livro, festival literário que ocorreu pela segunda vez em junho deste ano no Pacaembu, em São Paulo. No evento, Roberta Martinelli esteve presente divulgando o ‘Clube do Livro Eldorado’. A apresentadora também mediou uma mesa com o escritor ficcionista Milton Hatoum e participou de uma homenagem para a cantora Rita Lee.

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Leitura sintonizada

Embora o formato seja novo, não é a primeira vez que a literatura e o rádio se conectam. A leitura de livros, peças teatrais e obras dramatúrgicas, como as novelas, já fizeram parte da programação das rádios brasileiras. Tanto um quanto o outro, aliás, ansiam por comunicar, com paixão, aos seus leitores e ouvintes.

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Para Werneck, o mundo literário e o rádio têm mais em comum do que parece à primeira vista. Exatamente por isso ele sempre se questionou sobre o pouco espaço para a discussão literária. “Eu não me lembro da existência de um programa nesse perfil, pelo menos não como a Roberta vai fazer. Trazer o astral dela para o mundo dos livros vai ser muito bacana”, acredita.

Além das afinidades, o alcance do rádio também pode ser positivo para o meio literário ao inserir os livros no dia a dia das pessoas. Esse foi um dos fatores que motivou a jornalista a idealizar o novo programa. “Você liga o rádio e escuta uma pessoa conversando e indicando um livro. Com certeza vai atingir alguém que nem pensava em começar essa leitura”, defende.

Até mesmo Samara, que produz conteúdo para seu perfil literário nas redes sociais, acredita que o rádio é uma forma interessante de estimular a leitura para quem não arranja aquele tempinho para ler. “Eu costumo ouvir podcasts quando estou com uma ressaca literária. Então, um clube de leitura em um programa de rádio é excelente para quem quer fugir um pouco do texto ou está preso em um trânsito caótico da cidade”, opina.

Para quem não conseguir escutar ao vivo ou quiser ouvir mais uma vez a discussão, o ‘Clube do Livro Eldorado’ também entrará nas plataformas digitais em podcast. No mesmo formato, Roberta Martinelli ainda tem o programa de música brasileira ‘Som a Pino Entrevista’, disponível nos aplicativos de música.

O ‘Clube do Livro Eldorado’ estreia no dia 3 de agosto e vai ao ar todas as quintas-feiras, às 21h. Você ouve em FM 107,3 e no site radioeldorado.com.br, aplicativo para iOS e Android e skill na Alexa. Também é possível ouvir em formato podcast, nas principais plataformas de streaming (Spotify, Deezer, Amazon, Apple, etc).

*Catarina Carvalho, especial para a Rádio Eldorado

A música divide a paixão de Roberta Martinelli com outro tema: a literatura. Foi pensando em compartilhar o amor à prática da leitura que a jornalista idealizou o programa ‘Clube do Livro Eldorado’, que estreia no dia 3 de agosto, às 21h. A cada episódio, a apresentadora comanda uma discussão sobre uma obra literária e conta com a participação de leitores e dos próprios escritores ou especialistas nos livros comentados.

Assim, ao longo dos episódios, o ouvinte não só vai saber um pouco mais sobre a obra escolhida, como também participará das discussões. “Na primeira parte do programa, traremos quem lê. E na segunda parte quem escreve ou quem pesquisa, caso o pesquisador não esteja vivo ou não fale português”, explica Roberta.

A apresentadora conta que sempre teve o hábito da leitura e escutava dos amigos: “você tem que fazer um programa de literatura”. E assim ela fez. Procurou o diretor artístico da Eldorado, Emanuel Bomfim, e desenhou o ‘Clube do Livro Eldorado’. Ela, que já comanda o programa musical ‘Som a Pino’, escolheu se aventurar para além do mundo da música.

No entanto, seu desejo de trabalhar com literatura sempre existiu. “Eu sempre fui a maníaca de literatura, sempre brinquei que trabalhava com música, mas que eu queria trabalhar com literatura que eu queria ganhar livros… Não que eu não quisesse ganhar discos também! Enfim, difícil páreo”, brinca.

Para Emanuel Bomfim, o ‘Clube do Livro Eldorado’ é o projeto mais “Roberta” da programação. “Ela é uma máquina infinita de ideias. Além do ‘Som a Pino’, fez uma série lindíssima sobre a música italiana contemporânea na rádio. Agora, a literatura. Posso estar errado, mas vejo que esse é o projeto mais pessoal que ela já fez, apesar de toda identificação que ela tem com a música brasileira. Roberta é uma leitora voraz. E trazer esse universo para o rádio, com o desafio de ser algo popular, não é simples. Só podia ser com ela”, diz.

O programa de estreia discutirá o livro “O pior dia de todos”, de Daniela Kopsch, com a participação de Miá Mello. Também já estão confirmados episódios sobre os livros “Baixo Esplendor”, de Marçal Aquino, “Os anos” e “O jovem”, de Annie Ernaux, e “Salvar o fogo”, de Itamar Vieira Júnior. Entre os convidados, ainda estão Vera Egito, Tati Bernardi e Cris Guterres.

 Foto: Nadja Kouchi

Ler em grupo virou trend

Agora na rádio, a prática literária já é tendência nas redes sociais e tem, inclusive, um segmento próprio para quem curte dicas e leituras em grupo. Os ‘booktubers’, ‘bookstagram’ e ‘booktoks’ criam conteúdos de incentivo ao hábito e até fazem companhia a outros usuários em um momento tão individual quanto o da leitura de uma obra. Tem gente que assiste até influenciadores lendo seus livros por horas em transmissões ao vivo, o chamado “sprint de leitura”.

Ativa nas redes sociais, Roberta sempre indicou e atualizou suas leituras através do Instagram em uma equação simples: “Tudo que eu leio e gosto, eu posto”. A lógica é parecida com a da pesquisadora em literatura contemporânea Samara Lima, de 24 anos. Estudante de Letras, ela viu no Instagram uma forma de incentivar a discussão literária e compartilhar suas opiniões sobre o que lê.

Foi em 2020, no início da pandemia, que ela resolveu criar um perfil na rede social como um diário de leituras e promover conversas sobre literatura para além do ambiente acadêmico. A ideia deu certo, o perfil cresceu e possibilitou a pesquisadora a fazer até uma parceria com uma grande editora nacional.

No entanto, com o tempo, publicar resenhas sobre livros se tornou solitário. Foi aí que Samara passou a fazer parte dos clubes de leitura virtuais. Ela acredita que a atividade em grupo tem um papel fundamental no incentivo à prática. “Os clubes me motivam a buscar o que está sendo lançado e discutido atualmente no campo literário e é através deles que também percebo como determinada obra está sendo acolhida pelos leitores”, conta.

É justamente por entender a importância de transformar a experiência da leitura em um fórum de discussão que Roberta acredita no formato dos clubes de leitura, inclusive pela internet. “É essencial que a literatura seja uma possibilidade para todo mundo. Eu amo a ideia de ler um livro em conjunto, de que esse livro seja debatido e que eu escute outras pessoas que leram e chegaram a lugares que eu não cheguei”, explica.

Quem compartilha dessa opinião é o jornalista e editor da revista literária Quatro Cinco Um, Paulo Werneck. Ele encara de forma positiva a ‘trendficação’ da literatura e dos clubes de leitura. “Esses influenciadores estão entrando em um espaço que, se eles não existissem, estaria sendo ocupado por outro assunto. Talvez hambúrguer, talvez consumismo. O que a gente precisa é mostrar que o livro está presente nas nossas rotinas, não só na esfera intelectual”, diz.

Werneck também é idealizador da Feira do Livro, festival literário que ocorreu pela segunda vez em junho deste ano no Pacaembu, em São Paulo. No evento, Roberta Martinelli esteve presente divulgando o ‘Clube do Livro Eldorado’. A apresentadora também mediou uma mesa com o escritor ficcionista Milton Hatoum e participou de uma homenagem para a cantora Rita Lee.

 

Leitura sintonizada

Embora o formato seja novo, não é a primeira vez que a literatura e o rádio se conectam. A leitura de livros, peças teatrais e obras dramatúrgicas, como as novelas, já fizeram parte da programação das rádios brasileiras. Tanto um quanto o outro, aliás, ansiam por comunicar, com paixão, aos seus leitores e ouvintes.

Para Werneck, o mundo literário e o rádio têm mais em comum do que parece à primeira vista. Exatamente por isso ele sempre se questionou sobre o pouco espaço para a discussão literária. “Eu não me lembro da existência de um programa nesse perfil, pelo menos não como a Roberta vai fazer. Trazer o astral dela para o mundo dos livros vai ser muito bacana”, acredita.

Além das afinidades, o alcance do rádio também pode ser positivo para o meio literário ao inserir os livros no dia a dia das pessoas. Esse foi um dos fatores que motivou a jornalista a idealizar o novo programa. “Você liga o rádio e escuta uma pessoa conversando e indicando um livro. Com certeza vai atingir alguém que nem pensava em começar essa leitura”, defende.

Até mesmo Samara, que produz conteúdo para seu perfil literário nas redes sociais, acredita que o rádio é uma forma interessante de estimular a leitura para quem não arranja aquele tempinho para ler. “Eu costumo ouvir podcasts quando estou com uma ressaca literária. Então, um clube de leitura em um programa de rádio é excelente para quem quer fugir um pouco do texto ou está preso em um trânsito caótico da cidade”, opina.

Para quem não conseguir escutar ao vivo ou quiser ouvir mais uma vez a discussão, o ‘Clube do Livro Eldorado’ também entrará nas plataformas digitais em podcast. No mesmo formato, Roberta Martinelli ainda tem o programa de música brasileira ‘Som a Pino Entrevista’, disponível nos aplicativos de música.

O ‘Clube do Livro Eldorado’ estreia no dia 3 de agosto e vai ao ar todas as quintas-feiras, às 21h. Você ouve em FM 107,3 e no site radioeldorado.com.br, aplicativo para iOS e Android e skill na Alexa. Também é possível ouvir em formato podcast, nas principais plataformas de streaming (Spotify, Deezer, Amazon, Apple, etc).

*Catarina Carvalho, especial para a Rádio Eldorado

A música divide a paixão de Roberta Martinelli com outro tema: a literatura. Foi pensando em compartilhar o amor à prática da leitura que a jornalista idealizou o programa ‘Clube do Livro Eldorado’, que estreia no dia 3 de agosto, às 21h. A cada episódio, a apresentadora comanda uma discussão sobre uma obra literária e conta com a participação de leitores e dos próprios escritores ou especialistas nos livros comentados.

Assim, ao longo dos episódios, o ouvinte não só vai saber um pouco mais sobre a obra escolhida, como também participará das discussões. “Na primeira parte do programa, traremos quem lê. E na segunda parte quem escreve ou quem pesquisa, caso o pesquisador não esteja vivo ou não fale português”, explica Roberta.

A apresentadora conta que sempre teve o hábito da leitura e escutava dos amigos: “você tem que fazer um programa de literatura”. E assim ela fez. Procurou o diretor artístico da Eldorado, Emanuel Bomfim, e desenhou o ‘Clube do Livro Eldorado’. Ela, que já comanda o programa musical ‘Som a Pino’, escolheu se aventurar para além do mundo da música.

No entanto, seu desejo de trabalhar com literatura sempre existiu. “Eu sempre fui a maníaca de literatura, sempre brinquei que trabalhava com música, mas que eu queria trabalhar com literatura que eu queria ganhar livros… Não que eu não quisesse ganhar discos também! Enfim, difícil páreo”, brinca.

Para Emanuel Bomfim, o ‘Clube do Livro Eldorado’ é o projeto mais “Roberta” da programação. “Ela é uma máquina infinita de ideias. Além do ‘Som a Pino’, fez uma série lindíssima sobre a música italiana contemporânea na rádio. Agora, a literatura. Posso estar errado, mas vejo que esse é o projeto mais pessoal que ela já fez, apesar de toda identificação que ela tem com a música brasileira. Roberta é uma leitora voraz. E trazer esse universo para o rádio, com o desafio de ser algo popular, não é simples. Só podia ser com ela”, diz.

O programa de estreia discutirá o livro “O pior dia de todos”, de Daniela Kopsch, com a participação de Miá Mello. Também já estão confirmados episódios sobre os livros “Baixo Esplendor”, de Marçal Aquino, “Os anos” e “O jovem”, de Annie Ernaux, e “Salvar o fogo”, de Itamar Vieira Júnior. Entre os convidados, ainda estão Vera Egito, Tati Bernardi e Cris Guterres.

 Foto: Nadja Kouchi

Ler em grupo virou trend

Agora na rádio, a prática literária já é tendência nas redes sociais e tem, inclusive, um segmento próprio para quem curte dicas e leituras em grupo. Os ‘booktubers’, ‘bookstagram’ e ‘booktoks’ criam conteúdos de incentivo ao hábito e até fazem companhia a outros usuários em um momento tão individual quanto o da leitura de uma obra. Tem gente que assiste até influenciadores lendo seus livros por horas em transmissões ao vivo, o chamado “sprint de leitura”.

Ativa nas redes sociais, Roberta sempre indicou e atualizou suas leituras através do Instagram em uma equação simples: “Tudo que eu leio e gosto, eu posto”. A lógica é parecida com a da pesquisadora em literatura contemporânea Samara Lima, de 24 anos. Estudante de Letras, ela viu no Instagram uma forma de incentivar a discussão literária e compartilhar suas opiniões sobre o que lê.

Foi em 2020, no início da pandemia, que ela resolveu criar um perfil na rede social como um diário de leituras e promover conversas sobre literatura para além do ambiente acadêmico. A ideia deu certo, o perfil cresceu e possibilitou a pesquisadora a fazer até uma parceria com uma grande editora nacional.

No entanto, com o tempo, publicar resenhas sobre livros se tornou solitário. Foi aí que Samara passou a fazer parte dos clubes de leitura virtuais. Ela acredita que a atividade em grupo tem um papel fundamental no incentivo à prática. “Os clubes me motivam a buscar o que está sendo lançado e discutido atualmente no campo literário e é através deles que também percebo como determinada obra está sendo acolhida pelos leitores”, conta.

É justamente por entender a importância de transformar a experiência da leitura em um fórum de discussão que Roberta acredita no formato dos clubes de leitura, inclusive pela internet. “É essencial que a literatura seja uma possibilidade para todo mundo. Eu amo a ideia de ler um livro em conjunto, de que esse livro seja debatido e que eu escute outras pessoas que leram e chegaram a lugares que eu não cheguei”, explica.

Quem compartilha dessa opinião é o jornalista e editor da revista literária Quatro Cinco Um, Paulo Werneck. Ele encara de forma positiva a ‘trendficação’ da literatura e dos clubes de leitura. “Esses influenciadores estão entrando em um espaço que, se eles não existissem, estaria sendo ocupado por outro assunto. Talvez hambúrguer, talvez consumismo. O que a gente precisa é mostrar que o livro está presente nas nossas rotinas, não só na esfera intelectual”, diz.

Werneck também é idealizador da Feira do Livro, festival literário que ocorreu pela segunda vez em junho deste ano no Pacaembu, em São Paulo. No evento, Roberta Martinelli esteve presente divulgando o ‘Clube do Livro Eldorado’. A apresentadora também mediou uma mesa com o escritor ficcionista Milton Hatoum e participou de uma homenagem para a cantora Rita Lee.

 

Leitura sintonizada

Embora o formato seja novo, não é a primeira vez que a literatura e o rádio se conectam. A leitura de livros, peças teatrais e obras dramatúrgicas, como as novelas, já fizeram parte da programação das rádios brasileiras. Tanto um quanto o outro, aliás, ansiam por comunicar, com paixão, aos seus leitores e ouvintes.

Para Werneck, o mundo literário e o rádio têm mais em comum do que parece à primeira vista. Exatamente por isso ele sempre se questionou sobre o pouco espaço para a discussão literária. “Eu não me lembro da existência de um programa nesse perfil, pelo menos não como a Roberta vai fazer. Trazer o astral dela para o mundo dos livros vai ser muito bacana”, acredita.

Além das afinidades, o alcance do rádio também pode ser positivo para o meio literário ao inserir os livros no dia a dia das pessoas. Esse foi um dos fatores que motivou a jornalista a idealizar o novo programa. “Você liga o rádio e escuta uma pessoa conversando e indicando um livro. Com certeza vai atingir alguém que nem pensava em começar essa leitura”, defende.

Até mesmo Samara, que produz conteúdo para seu perfil literário nas redes sociais, acredita que o rádio é uma forma interessante de estimular a leitura para quem não arranja aquele tempinho para ler. “Eu costumo ouvir podcasts quando estou com uma ressaca literária. Então, um clube de leitura em um programa de rádio é excelente para quem quer fugir um pouco do texto ou está preso em um trânsito caótico da cidade”, opina.

Para quem não conseguir escutar ao vivo ou quiser ouvir mais uma vez a discussão, o ‘Clube do Livro Eldorado’ também entrará nas plataformas digitais em podcast. No mesmo formato, Roberta Martinelli ainda tem o programa de música brasileira ‘Som a Pino Entrevista’, disponível nos aplicativos de música.

O ‘Clube do Livro Eldorado’ estreia no dia 3 de agosto e vai ao ar todas as quintas-feiras, às 21h. Você ouve em FM 107,3 e no site radioeldorado.com.br, aplicativo para iOS e Android e skill na Alexa. Também é possível ouvir em formato podcast, nas principais plataformas de streaming (Spotify, Deezer, Amazon, Apple, etc).

*Catarina Carvalho, especial para a Rádio Eldorado

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