Água mineral: saiba quais cuidados tomar com as embalagens


Armazenamento, prazo de validade e higienização são alguns pontos a que o consumidor deve se atentar

Por Marcela Puccia Braz

O aumento do consumo de água mineral no Brasil, principalmente frente à crise hídrica no Estado de São Paulo, pede consciência dos consumidores quanto ao impacto dessa mudança na saúde. As embalagens descartáveis e retornáveis têm uso, composição e legislação distintas, portanto precisam de cuidados diferentes para evitar contaminações.

Garrafinhas PET devem ser limpas e trocadas regularmente Foto: Ricardo Bernado/Creative Commons

“Surgiu uma lenda urbana de que não pode deixar a garrafinha de água no carro, que ela não pode tomar sol, porque o plástico liberaria toxinas químicas”, conta Alex Fuganholi, diretor da Unidade de Qualidade e Segurança Alimentar do Grupo Merieux NutriSciences. Algumas dessas toxinas, as dioxinas, desmistifica ele, são formadas em altíssimas temperaturas (a 800 ºC) e são subprodutos de queima. Não é o caso do aquecimento no carro, do transporte em caminhão, do armazenamento em galpões e nem da exposição à luz solar.

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Outra preocupação com as embalagens e a temperatura de armazenamento diz respeito à transferência de bisfenol-A (BPA) -- substância que atua no corpo como disruptor endócrino, porque se assemelha a hormônios presentes no organismo. “Não é esperado ter contaminantes tipo bisfenol-A na resina do PET”, explica Magali Monteiro, professor adjunto do departamento de Alimentos e Nutrição da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp. Isso porque o elemento não faz parte da composição química do politereftalato de etileno (PET). Mas o BPA pode estar em qualquer embalagem de policarbonato e no verniz interno de embalagens metálicas, diz Magali.

No tocante à água, o policarbonato é usado para fazer garrafões retornáveis de 20 litros, normalmente encontrados em PET, polipropileno e policloreto de polivinila (PVC). Mas além desse uso ser cada vez mais raro, de acordo com Eloísa Garcia, gerente do Grupo de Embalagens Plásticas do Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA-ITAL), os garrafões de policarbonato no mercado têm de atender à legislação da Anvisa e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Se ele está no limite estabelecido, não vai ter bisfenol na água”, afirma.

“Já saiu matéria sobre isso e interpelamos judicialmente”, diz Carlos Alberto Lancia, presidente da Associação Brasileira de Indústria de Água Mineral (Abinam). “A água mineral brasileira não tem os componentes que podem migrar para o produto e causar danos à saúde. As pessoas que comentam isso não fizeram pesquisa no Brasil. Pegaram dados dos Estados Unidos, pior referência em termos de embalagens”, esclarece. “Da minha posição como laboratório químico, nunca foi encontrado dioxina ou toxina em garrafa PET”, complementa Fuganholi.

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Cuidados. Mais importante do que a preocupação com o material do garrafão é verificar de onde vem a água, pontua Eloísa. A higienização dos garrafões retornados é regulamentada e os distribuidores são aprovados pela Indústria de Água Mineral, por norma da ABNT, mas o consumidor deve se atentar à fonte da água indicada no rótulo. “É importante ver se existe mesmo, se é reconhecida. Existe indústria séria no setor, que faz um trabalho muito legal, mas tem picareta que enche com água de qualquer lugar”, alerta.

Além de verificar distribuidor e fonte no rótulo, o lacre do garrafão não pode estar violado. Aprender como higienizar o bucal, o filtro, a parte externa do bebedouro e identificar quais as melhores condições para estocar a água são algumas práticas indicadas pela gerente aos consumidores.

A atenção com a higiene também serve para as embalagens descartáveis. Embora o PET não ofereça risco de contágio pelo produto em si, o reúso abre espaço para a contaminação microbiológica. Em um primeiro momento, a água é engarrafada em um ambiente sem contaminação. Mas depois de aberta, entra em contato com o ar, com micróbios e a água de outros filtros, observa Eloísa. “Se a água tiver um microrganismo e esquentar no carro, ele pode se desenvolver. Tem que dar uma lavadinha na garrafa, assim como se higieniza as coisas reutilizáveis em casa.”

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Dr. Alvaro Pulchinelli, assessor médico em toxicologia do Fleury Medicina e Saúde, também sinaliza atenção para o lacre e o estado do produto. “As garrafas sofrem impacto, circulam para cima e para baixo, podem ter pequenas fissuras e favorecer a colonização de bactérias. É importante mantê-las limpas e trocá-las periodicamente”, lembra.

Outro ponto é o prazo de validade das embalagens. “Para água na natureza isso não existe. Mas dentro de uma embalagem, ela tem uma barreira ao oxigênio e fica trocando ar com o meio externo, embora você não veja nada vazando. O prazo de validade varia em função disso”, elucida Lancia. Segundo a Abinam, as descartáveis de vidro têm até dois anos de validade, mas quando a água tem gás é de um ano. O PET garante a qualidade da água até um ano ou até seis meses quando gaseificada. Garrafões retornáveis podem ser usados em até três anos, mas a água envasada neles deve ser consumida em até três meses.

O aumento do consumo de água mineral no Brasil, principalmente frente à crise hídrica no Estado de São Paulo, pede consciência dos consumidores quanto ao impacto dessa mudança na saúde. As embalagens descartáveis e retornáveis têm uso, composição e legislação distintas, portanto precisam de cuidados diferentes para evitar contaminações.

Garrafinhas PET devem ser limpas e trocadas regularmente Foto: Ricardo Bernado/Creative Commons

“Surgiu uma lenda urbana de que não pode deixar a garrafinha de água no carro, que ela não pode tomar sol, porque o plástico liberaria toxinas químicas”, conta Alex Fuganholi, diretor da Unidade de Qualidade e Segurança Alimentar do Grupo Merieux NutriSciences. Algumas dessas toxinas, as dioxinas, desmistifica ele, são formadas em altíssimas temperaturas (a 800 ºC) e são subprodutos de queima. Não é o caso do aquecimento no carro, do transporte em caminhão, do armazenamento em galpões e nem da exposição à luz solar.

Outra preocupação com as embalagens e a temperatura de armazenamento diz respeito à transferência de bisfenol-A (BPA) -- substância que atua no corpo como disruptor endócrino, porque se assemelha a hormônios presentes no organismo. “Não é esperado ter contaminantes tipo bisfenol-A na resina do PET”, explica Magali Monteiro, professor adjunto do departamento de Alimentos e Nutrição da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp. Isso porque o elemento não faz parte da composição química do politereftalato de etileno (PET). Mas o BPA pode estar em qualquer embalagem de policarbonato e no verniz interno de embalagens metálicas, diz Magali.

No tocante à água, o policarbonato é usado para fazer garrafões retornáveis de 20 litros, normalmente encontrados em PET, polipropileno e policloreto de polivinila (PVC). Mas além desse uso ser cada vez mais raro, de acordo com Eloísa Garcia, gerente do Grupo de Embalagens Plásticas do Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA-ITAL), os garrafões de policarbonato no mercado têm de atender à legislação da Anvisa e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Se ele está no limite estabelecido, não vai ter bisfenol na água”, afirma.

“Já saiu matéria sobre isso e interpelamos judicialmente”, diz Carlos Alberto Lancia, presidente da Associação Brasileira de Indústria de Água Mineral (Abinam). “A água mineral brasileira não tem os componentes que podem migrar para o produto e causar danos à saúde. As pessoas que comentam isso não fizeram pesquisa no Brasil. Pegaram dados dos Estados Unidos, pior referência em termos de embalagens”, esclarece. “Da minha posição como laboratório químico, nunca foi encontrado dioxina ou toxina em garrafa PET”, complementa Fuganholi.

Cuidados. Mais importante do que a preocupação com o material do garrafão é verificar de onde vem a água, pontua Eloísa. A higienização dos garrafões retornados é regulamentada e os distribuidores são aprovados pela Indústria de Água Mineral, por norma da ABNT, mas o consumidor deve se atentar à fonte da água indicada no rótulo. “É importante ver se existe mesmo, se é reconhecida. Existe indústria séria no setor, que faz um trabalho muito legal, mas tem picareta que enche com água de qualquer lugar”, alerta.

Além de verificar distribuidor e fonte no rótulo, o lacre do garrafão não pode estar violado. Aprender como higienizar o bucal, o filtro, a parte externa do bebedouro e identificar quais as melhores condições para estocar a água são algumas práticas indicadas pela gerente aos consumidores.

A atenção com a higiene também serve para as embalagens descartáveis. Embora o PET não ofereça risco de contágio pelo produto em si, o reúso abre espaço para a contaminação microbiológica. Em um primeiro momento, a água é engarrafada em um ambiente sem contaminação. Mas depois de aberta, entra em contato com o ar, com micróbios e a água de outros filtros, observa Eloísa. “Se a água tiver um microrganismo e esquentar no carro, ele pode se desenvolver. Tem que dar uma lavadinha na garrafa, assim como se higieniza as coisas reutilizáveis em casa.”

Dr. Alvaro Pulchinelli, assessor médico em toxicologia do Fleury Medicina e Saúde, também sinaliza atenção para o lacre e o estado do produto. “As garrafas sofrem impacto, circulam para cima e para baixo, podem ter pequenas fissuras e favorecer a colonização de bactérias. É importante mantê-las limpas e trocá-las periodicamente”, lembra.

Outro ponto é o prazo de validade das embalagens. “Para água na natureza isso não existe. Mas dentro de uma embalagem, ela tem uma barreira ao oxigênio e fica trocando ar com o meio externo, embora você não veja nada vazando. O prazo de validade varia em função disso”, elucida Lancia. Segundo a Abinam, as descartáveis de vidro têm até dois anos de validade, mas quando a água tem gás é de um ano. O PET garante a qualidade da água até um ano ou até seis meses quando gaseificada. Garrafões retornáveis podem ser usados em até três anos, mas a água envasada neles deve ser consumida em até três meses.

O aumento do consumo de água mineral no Brasil, principalmente frente à crise hídrica no Estado de São Paulo, pede consciência dos consumidores quanto ao impacto dessa mudança na saúde. As embalagens descartáveis e retornáveis têm uso, composição e legislação distintas, portanto precisam de cuidados diferentes para evitar contaminações.

Garrafinhas PET devem ser limpas e trocadas regularmente Foto: Ricardo Bernado/Creative Commons

“Surgiu uma lenda urbana de que não pode deixar a garrafinha de água no carro, que ela não pode tomar sol, porque o plástico liberaria toxinas químicas”, conta Alex Fuganholi, diretor da Unidade de Qualidade e Segurança Alimentar do Grupo Merieux NutriSciences. Algumas dessas toxinas, as dioxinas, desmistifica ele, são formadas em altíssimas temperaturas (a 800 ºC) e são subprodutos de queima. Não é o caso do aquecimento no carro, do transporte em caminhão, do armazenamento em galpões e nem da exposição à luz solar.

Outra preocupação com as embalagens e a temperatura de armazenamento diz respeito à transferência de bisfenol-A (BPA) -- substância que atua no corpo como disruptor endócrino, porque se assemelha a hormônios presentes no organismo. “Não é esperado ter contaminantes tipo bisfenol-A na resina do PET”, explica Magali Monteiro, professor adjunto do departamento de Alimentos e Nutrição da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp. Isso porque o elemento não faz parte da composição química do politereftalato de etileno (PET). Mas o BPA pode estar em qualquer embalagem de policarbonato e no verniz interno de embalagens metálicas, diz Magali.

No tocante à água, o policarbonato é usado para fazer garrafões retornáveis de 20 litros, normalmente encontrados em PET, polipropileno e policloreto de polivinila (PVC). Mas além desse uso ser cada vez mais raro, de acordo com Eloísa Garcia, gerente do Grupo de Embalagens Plásticas do Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA-ITAL), os garrafões de policarbonato no mercado têm de atender à legislação da Anvisa e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Se ele está no limite estabelecido, não vai ter bisfenol na água”, afirma.

“Já saiu matéria sobre isso e interpelamos judicialmente”, diz Carlos Alberto Lancia, presidente da Associação Brasileira de Indústria de Água Mineral (Abinam). “A água mineral brasileira não tem os componentes que podem migrar para o produto e causar danos à saúde. As pessoas que comentam isso não fizeram pesquisa no Brasil. Pegaram dados dos Estados Unidos, pior referência em termos de embalagens”, esclarece. “Da minha posição como laboratório químico, nunca foi encontrado dioxina ou toxina em garrafa PET”, complementa Fuganholi.

Cuidados. Mais importante do que a preocupação com o material do garrafão é verificar de onde vem a água, pontua Eloísa. A higienização dos garrafões retornados é regulamentada e os distribuidores são aprovados pela Indústria de Água Mineral, por norma da ABNT, mas o consumidor deve se atentar à fonte da água indicada no rótulo. “É importante ver se existe mesmo, se é reconhecida. Existe indústria séria no setor, que faz um trabalho muito legal, mas tem picareta que enche com água de qualquer lugar”, alerta.

Além de verificar distribuidor e fonte no rótulo, o lacre do garrafão não pode estar violado. Aprender como higienizar o bucal, o filtro, a parte externa do bebedouro e identificar quais as melhores condições para estocar a água são algumas práticas indicadas pela gerente aos consumidores.

A atenção com a higiene também serve para as embalagens descartáveis. Embora o PET não ofereça risco de contágio pelo produto em si, o reúso abre espaço para a contaminação microbiológica. Em um primeiro momento, a água é engarrafada em um ambiente sem contaminação. Mas depois de aberta, entra em contato com o ar, com micróbios e a água de outros filtros, observa Eloísa. “Se a água tiver um microrganismo e esquentar no carro, ele pode se desenvolver. Tem que dar uma lavadinha na garrafa, assim como se higieniza as coisas reutilizáveis em casa.”

Dr. Alvaro Pulchinelli, assessor médico em toxicologia do Fleury Medicina e Saúde, também sinaliza atenção para o lacre e o estado do produto. “As garrafas sofrem impacto, circulam para cima e para baixo, podem ter pequenas fissuras e favorecer a colonização de bactérias. É importante mantê-las limpas e trocá-las periodicamente”, lembra.

Outro ponto é o prazo de validade das embalagens. “Para água na natureza isso não existe. Mas dentro de uma embalagem, ela tem uma barreira ao oxigênio e fica trocando ar com o meio externo, embora você não veja nada vazando. O prazo de validade varia em função disso”, elucida Lancia. Segundo a Abinam, as descartáveis de vidro têm até dois anos de validade, mas quando a água tem gás é de um ano. O PET garante a qualidade da água até um ano ou até seis meses quando gaseificada. Garrafões retornáveis podem ser usados em até três anos, mas a água envasada neles deve ser consumida em até três meses.

O aumento do consumo de água mineral no Brasil, principalmente frente à crise hídrica no Estado de São Paulo, pede consciência dos consumidores quanto ao impacto dessa mudança na saúde. As embalagens descartáveis e retornáveis têm uso, composição e legislação distintas, portanto precisam de cuidados diferentes para evitar contaminações.

Garrafinhas PET devem ser limpas e trocadas regularmente Foto: Ricardo Bernado/Creative Commons

“Surgiu uma lenda urbana de que não pode deixar a garrafinha de água no carro, que ela não pode tomar sol, porque o plástico liberaria toxinas químicas”, conta Alex Fuganholi, diretor da Unidade de Qualidade e Segurança Alimentar do Grupo Merieux NutriSciences. Algumas dessas toxinas, as dioxinas, desmistifica ele, são formadas em altíssimas temperaturas (a 800 ºC) e são subprodutos de queima. Não é o caso do aquecimento no carro, do transporte em caminhão, do armazenamento em galpões e nem da exposição à luz solar.

Outra preocupação com as embalagens e a temperatura de armazenamento diz respeito à transferência de bisfenol-A (BPA) -- substância que atua no corpo como disruptor endócrino, porque se assemelha a hormônios presentes no organismo. “Não é esperado ter contaminantes tipo bisfenol-A na resina do PET”, explica Magali Monteiro, professor adjunto do departamento de Alimentos e Nutrição da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp. Isso porque o elemento não faz parte da composição química do politereftalato de etileno (PET). Mas o BPA pode estar em qualquer embalagem de policarbonato e no verniz interno de embalagens metálicas, diz Magali.

No tocante à água, o policarbonato é usado para fazer garrafões retornáveis de 20 litros, normalmente encontrados em PET, polipropileno e policloreto de polivinila (PVC). Mas além desse uso ser cada vez mais raro, de acordo com Eloísa Garcia, gerente do Grupo de Embalagens Plásticas do Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA-ITAL), os garrafões de policarbonato no mercado têm de atender à legislação da Anvisa e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Se ele está no limite estabelecido, não vai ter bisfenol na água”, afirma.

“Já saiu matéria sobre isso e interpelamos judicialmente”, diz Carlos Alberto Lancia, presidente da Associação Brasileira de Indústria de Água Mineral (Abinam). “A água mineral brasileira não tem os componentes que podem migrar para o produto e causar danos à saúde. As pessoas que comentam isso não fizeram pesquisa no Brasil. Pegaram dados dos Estados Unidos, pior referência em termos de embalagens”, esclarece. “Da minha posição como laboratório químico, nunca foi encontrado dioxina ou toxina em garrafa PET”, complementa Fuganholi.

Cuidados. Mais importante do que a preocupação com o material do garrafão é verificar de onde vem a água, pontua Eloísa. A higienização dos garrafões retornados é regulamentada e os distribuidores são aprovados pela Indústria de Água Mineral, por norma da ABNT, mas o consumidor deve se atentar à fonte da água indicada no rótulo. “É importante ver se existe mesmo, se é reconhecida. Existe indústria séria no setor, que faz um trabalho muito legal, mas tem picareta que enche com água de qualquer lugar”, alerta.

Além de verificar distribuidor e fonte no rótulo, o lacre do garrafão não pode estar violado. Aprender como higienizar o bucal, o filtro, a parte externa do bebedouro e identificar quais as melhores condições para estocar a água são algumas práticas indicadas pela gerente aos consumidores.

A atenção com a higiene também serve para as embalagens descartáveis. Embora o PET não ofereça risco de contágio pelo produto em si, o reúso abre espaço para a contaminação microbiológica. Em um primeiro momento, a água é engarrafada em um ambiente sem contaminação. Mas depois de aberta, entra em contato com o ar, com micróbios e a água de outros filtros, observa Eloísa. “Se a água tiver um microrganismo e esquentar no carro, ele pode se desenvolver. Tem que dar uma lavadinha na garrafa, assim como se higieniza as coisas reutilizáveis em casa.”

Dr. Alvaro Pulchinelli, assessor médico em toxicologia do Fleury Medicina e Saúde, também sinaliza atenção para o lacre e o estado do produto. “As garrafas sofrem impacto, circulam para cima e para baixo, podem ter pequenas fissuras e favorecer a colonização de bactérias. É importante mantê-las limpas e trocá-las periodicamente”, lembra.

Outro ponto é o prazo de validade das embalagens. “Para água na natureza isso não existe. Mas dentro de uma embalagem, ela tem uma barreira ao oxigênio e fica trocando ar com o meio externo, embora você não veja nada vazando. O prazo de validade varia em função disso”, elucida Lancia. Segundo a Abinam, as descartáveis de vidro têm até dois anos de validade, mas quando a água tem gás é de um ano. O PET garante a qualidade da água até um ano ou até seis meses quando gaseificada. Garrafões retornáveis podem ser usados em até três anos, mas a água envasada neles deve ser consumida em até três meses.

O aumento do consumo de água mineral no Brasil, principalmente frente à crise hídrica no Estado de São Paulo, pede consciência dos consumidores quanto ao impacto dessa mudança na saúde. As embalagens descartáveis e retornáveis têm uso, composição e legislação distintas, portanto precisam de cuidados diferentes para evitar contaminações.

Garrafinhas PET devem ser limpas e trocadas regularmente Foto: Ricardo Bernado/Creative Commons

“Surgiu uma lenda urbana de que não pode deixar a garrafinha de água no carro, que ela não pode tomar sol, porque o plástico liberaria toxinas químicas”, conta Alex Fuganholi, diretor da Unidade de Qualidade e Segurança Alimentar do Grupo Merieux NutriSciences. Algumas dessas toxinas, as dioxinas, desmistifica ele, são formadas em altíssimas temperaturas (a 800 ºC) e são subprodutos de queima. Não é o caso do aquecimento no carro, do transporte em caminhão, do armazenamento em galpões e nem da exposição à luz solar.

Outra preocupação com as embalagens e a temperatura de armazenamento diz respeito à transferência de bisfenol-A (BPA) -- substância que atua no corpo como disruptor endócrino, porque se assemelha a hormônios presentes no organismo. “Não é esperado ter contaminantes tipo bisfenol-A na resina do PET”, explica Magali Monteiro, professor adjunto do departamento de Alimentos e Nutrição da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp. Isso porque o elemento não faz parte da composição química do politereftalato de etileno (PET). Mas o BPA pode estar em qualquer embalagem de policarbonato e no verniz interno de embalagens metálicas, diz Magali.

No tocante à água, o policarbonato é usado para fazer garrafões retornáveis de 20 litros, normalmente encontrados em PET, polipropileno e policloreto de polivinila (PVC). Mas além desse uso ser cada vez mais raro, de acordo com Eloísa Garcia, gerente do Grupo de Embalagens Plásticas do Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA-ITAL), os garrafões de policarbonato no mercado têm de atender à legislação da Anvisa e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Se ele está no limite estabelecido, não vai ter bisfenol na água”, afirma.

“Já saiu matéria sobre isso e interpelamos judicialmente”, diz Carlos Alberto Lancia, presidente da Associação Brasileira de Indústria de Água Mineral (Abinam). “A água mineral brasileira não tem os componentes que podem migrar para o produto e causar danos à saúde. As pessoas que comentam isso não fizeram pesquisa no Brasil. Pegaram dados dos Estados Unidos, pior referência em termos de embalagens”, esclarece. “Da minha posição como laboratório químico, nunca foi encontrado dioxina ou toxina em garrafa PET”, complementa Fuganholi.

Cuidados. Mais importante do que a preocupação com o material do garrafão é verificar de onde vem a água, pontua Eloísa. A higienização dos garrafões retornados é regulamentada e os distribuidores são aprovados pela Indústria de Água Mineral, por norma da ABNT, mas o consumidor deve se atentar à fonte da água indicada no rótulo. “É importante ver se existe mesmo, se é reconhecida. Existe indústria séria no setor, que faz um trabalho muito legal, mas tem picareta que enche com água de qualquer lugar”, alerta.

Além de verificar distribuidor e fonte no rótulo, o lacre do garrafão não pode estar violado. Aprender como higienizar o bucal, o filtro, a parte externa do bebedouro e identificar quais as melhores condições para estocar a água são algumas práticas indicadas pela gerente aos consumidores.

A atenção com a higiene também serve para as embalagens descartáveis. Embora o PET não ofereça risco de contágio pelo produto em si, o reúso abre espaço para a contaminação microbiológica. Em um primeiro momento, a água é engarrafada em um ambiente sem contaminação. Mas depois de aberta, entra em contato com o ar, com micróbios e a água de outros filtros, observa Eloísa. “Se a água tiver um microrganismo e esquentar no carro, ele pode se desenvolver. Tem que dar uma lavadinha na garrafa, assim como se higieniza as coisas reutilizáveis em casa.”

Dr. Alvaro Pulchinelli, assessor médico em toxicologia do Fleury Medicina e Saúde, também sinaliza atenção para o lacre e o estado do produto. “As garrafas sofrem impacto, circulam para cima e para baixo, podem ter pequenas fissuras e favorecer a colonização de bactérias. É importante mantê-las limpas e trocá-las periodicamente”, lembra.

Outro ponto é o prazo de validade das embalagens. “Para água na natureza isso não existe. Mas dentro de uma embalagem, ela tem uma barreira ao oxigênio e fica trocando ar com o meio externo, embora você não veja nada vazando. O prazo de validade varia em função disso”, elucida Lancia. Segundo a Abinam, as descartáveis de vidro têm até dois anos de validade, mas quando a água tem gás é de um ano. O PET garante a qualidade da água até um ano ou até seis meses quando gaseificada. Garrafões retornáveis podem ser usados em até três anos, mas a água envasada neles deve ser consumida em até três meses.

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