Aumento do consumo de água mineral pode afetar a saúde do consumidor


Quantidade de sódio pede atenção na hora de escolher o produto, especialmente a hipertensos

Por Marcela Puccia Braz

Atualizada em 16/03

O consumo de água mineral no Brasil cresce progressivamente desde 2008. Dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) mostram aumento de 20% de 2013 para 2014. E em tempos de crise hídrica, a procura cresce no Estado de São Paulo, maior produtor e dono de 24,4% do mercado brasileiro -- de acordo com a Associação Brasileira de Indústria de Água Mineral (Abinam). Na saúde, o impacto dessa mudança se dá na quantidade de sódio presente nas diferentes marcas comercializadas, que varia de 3,08 mg a 103,6 mg do mineral por litro de água.

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Os valores não ultrapassam o limite estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de 600 mg por litro. Mesmo considerando ingestão de dois litros de água por dia da marca com maior teor de sódio, os 207,2 mg consumidos representam pouco mais de 10% da recomendação diária da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2.000 mg.

O problema é que a água é apenas um dos fatores de consumo de sódio. “As pessoas não computam todo o sal que entra no corpo. Não adianta se preocupar com a água e não com a comida, o refrigerante; ele tá embutido em todos os alimentos”, alerta Mohamad Barakat, nutrólogo, endocrinologista e especialista em fisiologia do exercício.

Barakat salienta que os males causados pelo excesso de sódio no organismo, como aumento da pressão arterial e retenção de líquidos, ocorrem quando a quantia da substância não está equilibrada entre a dos demais minerais, como magnésio, potássio e manganês. “O sal bruto, puro, tem mais de 80 minerais, é riquíssimo em milhares de nutrientes. O problema é o refinado, que exclui isso e adiciona produtos químicos e aquecimento para ser refinado”, explica.

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A proporção entre os elementos na água depende da fonte, explica o presidente da Abinam, Carlos Alberto Lancia. A chuva infiltra no solo, passa pelas rochas e carrega sais minerais presentes na natureza. Dependendo do ambiente, a água terá maior quantidade de uma outra substância.

E essa proporção pode ser usada para beneficiar a saúde. “Se estou com necessidade de repor cálcio, procuro água com esse teor mais elevado. Se é problema de intestino preso, bebo aquela com maior quantidade de magnésio”, explica Lancia. Às pessoas com hipertensão, problemas cardiovasculares e renais, Paulo Saldiva, chefe da Patologia da FMUSP, recomenda se atentar aos valores de sódio presentes nos rótulos e escolher a marca com menor índice.

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Algumas marcas internacionais chamam atenção no rótulo para a falta de sódio no produto, mas isso significa que a água foi modificada, garante Alex Fuganholi, diretor da Unidade de Qualidade e Segurança Alimentar do Grupo Merieux NutriSciences. "Tem como tirar o sódio da água, você pode desmineralizar e adicionar o que quiser. Mas não tem sentido, água natural sem sódio não existe", diz.

Tipos de água e seus benefícios para a saúde

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Água

Foto: Ricardo Bernardo
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Água

Foto: ume y/Creative Commons
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Água

Foto: joaopms/Creative Commons
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Água

Foto: roman boed/Creative Commons
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Atualizada em 16/03

O consumo de água mineral no Brasil cresce progressivamente desde 2008. Dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) mostram aumento de 20% de 2013 para 2014. E em tempos de crise hídrica, a procura cresce no Estado de São Paulo, maior produtor e dono de 24,4% do mercado brasileiro -- de acordo com a Associação Brasileira de Indústria de Água Mineral (Abinam). Na saúde, o impacto dessa mudança se dá na quantidade de sódio presente nas diferentes marcas comercializadas, que varia de 3,08 mg a 103,6 mg do mineral por litro de água.

Os valores não ultrapassam o limite estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de 600 mg por litro. Mesmo considerando ingestão de dois litros de água por dia da marca com maior teor de sódio, os 207,2 mg consumidos representam pouco mais de 10% da recomendação diária da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2.000 mg.

O problema é que a água é apenas um dos fatores de consumo de sódio. “As pessoas não computam todo o sal que entra no corpo. Não adianta se preocupar com a água e não com a comida, o refrigerante; ele tá embutido em todos os alimentos”, alerta Mohamad Barakat, nutrólogo, endocrinologista e especialista em fisiologia do exercício.

Barakat salienta que os males causados pelo excesso de sódio no organismo, como aumento da pressão arterial e retenção de líquidos, ocorrem quando a quantia da substância não está equilibrada entre a dos demais minerais, como magnésio, potássio e manganês. “O sal bruto, puro, tem mais de 80 minerais, é riquíssimo em milhares de nutrientes. O problema é o refinado, que exclui isso e adiciona produtos químicos e aquecimento para ser refinado”, explica.

A proporção entre os elementos na água depende da fonte, explica o presidente da Abinam, Carlos Alberto Lancia. A chuva infiltra no solo, passa pelas rochas e carrega sais minerais presentes na natureza. Dependendo do ambiente, a água terá maior quantidade de uma outra substância.

E essa proporção pode ser usada para beneficiar a saúde. “Se estou com necessidade de repor cálcio, procuro água com esse teor mais elevado. Se é problema de intestino preso, bebo aquela com maior quantidade de magnésio”, explica Lancia. Às pessoas com hipertensão, problemas cardiovasculares e renais, Paulo Saldiva, chefe da Patologia da FMUSP, recomenda se atentar aos valores de sódio presentes nos rótulos e escolher a marca com menor índice.

Algumas marcas internacionais chamam atenção no rótulo para a falta de sódio no produto, mas isso significa que a água foi modificada, garante Alex Fuganholi, diretor da Unidade de Qualidade e Segurança Alimentar do Grupo Merieux NutriSciences. "Tem como tirar o sódio da água, você pode desmineralizar e adicionar o que quiser. Mas não tem sentido, água natural sem sódio não existe", diz.

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O consumo de água mineral no Brasil cresce progressivamente desde 2008. Dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) mostram aumento de 20% de 2013 para 2014. E em tempos de crise hídrica, a procura cresce no Estado de São Paulo, maior produtor e dono de 24,4% do mercado brasileiro -- de acordo com a Associação Brasileira de Indústria de Água Mineral (Abinam). Na saúde, o impacto dessa mudança se dá na quantidade de sódio presente nas diferentes marcas comercializadas, que varia de 3,08 mg a 103,6 mg do mineral por litro de água.

Os valores não ultrapassam o limite estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de 600 mg por litro. Mesmo considerando ingestão de dois litros de água por dia da marca com maior teor de sódio, os 207,2 mg consumidos representam pouco mais de 10% da recomendação diária da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2.000 mg.

O problema é que a água é apenas um dos fatores de consumo de sódio. “As pessoas não computam todo o sal que entra no corpo. Não adianta se preocupar com a água e não com a comida, o refrigerante; ele tá embutido em todos os alimentos”, alerta Mohamad Barakat, nutrólogo, endocrinologista e especialista em fisiologia do exercício.

Barakat salienta que os males causados pelo excesso de sódio no organismo, como aumento da pressão arterial e retenção de líquidos, ocorrem quando a quantia da substância não está equilibrada entre a dos demais minerais, como magnésio, potássio e manganês. “O sal bruto, puro, tem mais de 80 minerais, é riquíssimo em milhares de nutrientes. O problema é o refinado, que exclui isso e adiciona produtos químicos e aquecimento para ser refinado”, explica.

A proporção entre os elementos na água depende da fonte, explica o presidente da Abinam, Carlos Alberto Lancia. A chuva infiltra no solo, passa pelas rochas e carrega sais minerais presentes na natureza. Dependendo do ambiente, a água terá maior quantidade de uma outra substância.

E essa proporção pode ser usada para beneficiar a saúde. “Se estou com necessidade de repor cálcio, procuro água com esse teor mais elevado. Se é problema de intestino preso, bebo aquela com maior quantidade de magnésio”, explica Lancia. Às pessoas com hipertensão, problemas cardiovasculares e renais, Paulo Saldiva, chefe da Patologia da FMUSP, recomenda se atentar aos valores de sódio presentes nos rótulos e escolher a marca com menor índice.

Algumas marcas internacionais chamam atenção no rótulo para a falta de sódio no produto, mas isso significa que a água foi modificada, garante Alex Fuganholi, diretor da Unidade de Qualidade e Segurança Alimentar do Grupo Merieux NutriSciences. "Tem como tirar o sódio da água, você pode desmineralizar e adicionar o que quiser. Mas não tem sentido, água natural sem sódio não existe", diz.

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