Brincar ajuda a criança a desenvolver habilidades sociais; saiba como


Especialistas ensinam que atividades físicas e intelectuais em grupo ajudam os pequenos a construir repertório e exercitar sentimentos como solidariedade e empatia

Por Jéssica Lopez

Todo mundo precisa de gente para poder saber viver bem e exercitar sentimentos. Sejam adultos ou crianças, o desenvolvimento das chamadas “soft skills”, também conhecidas como habilidades subjetivas, relacionadas ao comportamento das pessoas, é muito importante para convivência em ambientes com cada vez mais informações. Cultivar esse crescimento torna-se fundamental na infância, fase que as crianças aprendem a lidar com outros pequenos, a construir repertório e quando são apresentadas a sentimentos como competição, frustração e solidariedade.

Nesse contexto, o brincar, seja ele em atividades físicas coletivas ou em pintura e desenho, é um importante aliado para pais e responsáveis que querem ver seus filhos com habilidades sociais plenamente desenvolvidas. A pedagoga e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, (PUC-SP), Maria Ângela Barbato Carneiro, pontua que a atividade é fruto de um convívio entre diferentes que ensina a exercer sentimentos como empatia, paciência e cooperação. “Brincar é, acima de tudo, uma atividade social, porque sua aprendizagem depende da interação entre crianças e o mundo. Por mais que se diga que ele proporciona o desenvolvimento cognitivo, isto não ocorre isoladamente, só é possível graças à harmonia entre os aspectos físicos, cognitivos, sociais, afetivos, entre outros. Portanto, a brincadeira ajuda a criança a perceber as diferenças, as semelhanças, contribui para desenvolver o espírito de colaboração, auxilia o desenvolvimento de vários tipos de linguagem; a oralidade, a escrita, o desenho, a mímica, a arte, a música e a tecnologia”, ensina Maria Ângela.

Outro importante aliado que tem sido febre entre jovens e adultos e que pode ajudar na detecção de transtornos, entre eles o de habilidades sociais, é a interação com o álbum de figurinhas da Copa do Mundo. Segundo o psicólogo e fundador da Equipe AT, empresa com foco em acompanhamento terapêutico que atua em São Paulo, Filipe Colombini, a troca estimula mais crianças e adolescentes a interagirem socialmente por meio de um assunto em comum, em que podem brincar, competir e estabelecer vínculo prolongado entre eles. “Tem uma série de habilidades importantes nessa oportunidade, que inclusive crianças, pessoas que não tem interesse ou não gostam de futebol, acabam se interessando no álbum por ser um assunto em comum, algo que as pessoas interagem ludicamente. Mas é sempre necessário frisar que também é importante a mediação disso, que o terapeuta, no caso os psicólogos que fazem o trabalho fora do consultório, regulem isso. Não adianta você ter essa oportunidade sem ter essa mediação, sem traçar os objetivos, sem pensar e planejar as técnicas a serem utilizadas”, ensina.

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Na sequência, Filipe pontua que o problema em manter assunto e foco de algumas crianças também pode ser trabalhado com a brincadeira. “Essas crianças que não conseguem permanecer na temática, possuem muitas dificuldades em pegar ganchos da conversa, de saber assuntos em comum, outras possuem muita adversidade na leitura ambiental, do que falar, do que fazer, do que é esperado dela em determinados grupos. Tem crianças ainda que não possuem oportunidades de apresentar essas habilidades e quando nós damos estas possibilidades elas conseguem desenvolver”, relata Filipe.

É benéfico para crianças aprender a lidar com emoções como a frustração em perder um jogo Foto: Getty Images/iStockphoto

A matemática, disciplina que foi dificuldade para muitos adultos e também assombra crianças e adolescentes, é outro elemento que pode ajudar no desenvolvimento de habilidades sociais. O professor Gabriel Tolardo Colombo, graduando em Física pela Universidade Estadual de Maringá e tutor na GoStudent, empresa de aulas particulares, declara que o caminho para colher os frutos de um bom ensino é que o docente entenda as necessidades de cada aluno e se coloque como um parceiro da criança. “Eu procuro usar uma metodologia de ensino construtivista, primeiro, porque relacionado a formação social dos alunos o que tem um maior papel é o ambiente escolar, a interação que os alunos tem entre si, isso é o maior desenvolvedor de habilidades sociais. Procuro manter um contato com o aluno, de modo que eu, como professor, deixe de ser visto como um chefe ou algo assim e seja visto como um amigo. Eu procuro atuar como uma ponte entre o aluno e o conhecimento”, declara Gabriel.

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Dessa maneira, o tutor explica que crianças e adolescentes desenvolvem conhecimento de forma mais assertiva e tem confiança em falar em público, perdendo a timidez e ganhando assertividade. “Isso ajuda de maneira social, porque o aluno aprende não porque tem um professor ensinando, jogando conhecimento em cima dele, mas tem alguém que incentiva. Nesse caso é muito mais prazeroso quando a criança aprende algo, porque ela sente que está fazendo sozinha e com isso, ganha uma autonomia muito maior”.

A importância do incentivo de pais e responsáveis

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Todo o esforço para o desenvolvimento de habilidades sociais em crianças e adolescentes, no entanto, é importante com o incentivo e acompanhamento dos pais ou responsáveis, que também precisam ser tratados caso seja necessário. “Os pais se esquivam dos próprios desconfortos e dos que os filhos causam. Até mesmo das dores que eles poderão causar nos filhos. Então de fato é importante ter esse acolhimento e entender esse pai também como filho, como homem, em vários papéis sociais, assim como a mãe. Ter essa disponibilidade de estar presente no aqui e agora para poder desenvolver essas habilidades. Com isso, os pais ganham essa responsabilidade, sensibilidade às necessidades mediadas, não só de saúde física ou básica, mas de saúde mental, que faz parte do corpo como um todo”, ensina Filipe Colombini.

Esses cuidados e acompanhamentos em família permitem que a criança tenha validação dos pais, algo muito importante no desenvolvimento de repertório cognitivo, possibilita que outros transtornos sejam evitados e acontecimentos como perdas e o luto pós pandemia ensinem aos pequenos que frustrações fazem parte da vida. “Nós temos ambientes extremamente superprotetores que são tão ruins quanto ambientes punitivos, aversivos invalidadores, nas quais muitos pais acabam substituindo isso por ganhos materiais. De fato isso não supre, a questão de frequência, presença, atenção, de afeto, de cuidado, então muitos dizem que é importante um tempo de qualidade só com os filhos, mas não, também é necessário ter intensidade e frequência para que você consiga de fato entender como conviver com seu filho. O tempo e a frequência são de extrema importância”, pontua o psicólogo.

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Maria Ângela finaliza mostrando que brincar é importante para fazer a criança entender a realidade em que vive e como lidar com ela. “O ser humano age e reage como um todo, não pode ser tratado em partes. A brincadeira funciona como o pêndulo de um relógio que passa rapidamente do sério, para o não sério, da realidade para fantasia e criatividade. Tais alterações podem ocorrer dentro de uma mesma atividade e a criança, que é muito inteligente, percebe que ao brincar observa, sente, ordena, classifica, analisa, sintetiza e entre outras coisas representa e cria. O mundo adulto não consegue perceber a importância que isso tem para os pequenos e, cada vez mais, diminui o tempo livre que eles têm para o seu brincar”, reflete a professora.

Todo mundo precisa de gente para poder saber viver bem e exercitar sentimentos. Sejam adultos ou crianças, o desenvolvimento das chamadas “soft skills”, também conhecidas como habilidades subjetivas, relacionadas ao comportamento das pessoas, é muito importante para convivência em ambientes com cada vez mais informações. Cultivar esse crescimento torna-se fundamental na infância, fase que as crianças aprendem a lidar com outros pequenos, a construir repertório e quando são apresentadas a sentimentos como competição, frustração e solidariedade.

Nesse contexto, o brincar, seja ele em atividades físicas coletivas ou em pintura e desenho, é um importante aliado para pais e responsáveis que querem ver seus filhos com habilidades sociais plenamente desenvolvidas. A pedagoga e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, (PUC-SP), Maria Ângela Barbato Carneiro, pontua que a atividade é fruto de um convívio entre diferentes que ensina a exercer sentimentos como empatia, paciência e cooperação. “Brincar é, acima de tudo, uma atividade social, porque sua aprendizagem depende da interação entre crianças e o mundo. Por mais que se diga que ele proporciona o desenvolvimento cognitivo, isto não ocorre isoladamente, só é possível graças à harmonia entre os aspectos físicos, cognitivos, sociais, afetivos, entre outros. Portanto, a brincadeira ajuda a criança a perceber as diferenças, as semelhanças, contribui para desenvolver o espírito de colaboração, auxilia o desenvolvimento de vários tipos de linguagem; a oralidade, a escrita, o desenho, a mímica, a arte, a música e a tecnologia”, ensina Maria Ângela.

Outro importante aliado que tem sido febre entre jovens e adultos e que pode ajudar na detecção de transtornos, entre eles o de habilidades sociais, é a interação com o álbum de figurinhas da Copa do Mundo. Segundo o psicólogo e fundador da Equipe AT, empresa com foco em acompanhamento terapêutico que atua em São Paulo, Filipe Colombini, a troca estimula mais crianças e adolescentes a interagirem socialmente por meio de um assunto em comum, em que podem brincar, competir e estabelecer vínculo prolongado entre eles. “Tem uma série de habilidades importantes nessa oportunidade, que inclusive crianças, pessoas que não tem interesse ou não gostam de futebol, acabam se interessando no álbum por ser um assunto em comum, algo que as pessoas interagem ludicamente. Mas é sempre necessário frisar que também é importante a mediação disso, que o terapeuta, no caso os psicólogos que fazem o trabalho fora do consultório, regulem isso. Não adianta você ter essa oportunidade sem ter essa mediação, sem traçar os objetivos, sem pensar e planejar as técnicas a serem utilizadas”, ensina.

Na sequência, Filipe pontua que o problema em manter assunto e foco de algumas crianças também pode ser trabalhado com a brincadeira. “Essas crianças que não conseguem permanecer na temática, possuem muitas dificuldades em pegar ganchos da conversa, de saber assuntos em comum, outras possuem muita adversidade na leitura ambiental, do que falar, do que fazer, do que é esperado dela em determinados grupos. Tem crianças ainda que não possuem oportunidades de apresentar essas habilidades e quando nós damos estas possibilidades elas conseguem desenvolver”, relata Filipe.

É benéfico para crianças aprender a lidar com emoções como a frustração em perder um jogo Foto: Getty Images/iStockphoto

A matemática, disciplina que foi dificuldade para muitos adultos e também assombra crianças e adolescentes, é outro elemento que pode ajudar no desenvolvimento de habilidades sociais. O professor Gabriel Tolardo Colombo, graduando em Física pela Universidade Estadual de Maringá e tutor na GoStudent, empresa de aulas particulares, declara que o caminho para colher os frutos de um bom ensino é que o docente entenda as necessidades de cada aluno e se coloque como um parceiro da criança. “Eu procuro usar uma metodologia de ensino construtivista, primeiro, porque relacionado a formação social dos alunos o que tem um maior papel é o ambiente escolar, a interação que os alunos tem entre si, isso é o maior desenvolvedor de habilidades sociais. Procuro manter um contato com o aluno, de modo que eu, como professor, deixe de ser visto como um chefe ou algo assim e seja visto como um amigo. Eu procuro atuar como uma ponte entre o aluno e o conhecimento”, declara Gabriel.

Dessa maneira, o tutor explica que crianças e adolescentes desenvolvem conhecimento de forma mais assertiva e tem confiança em falar em público, perdendo a timidez e ganhando assertividade. “Isso ajuda de maneira social, porque o aluno aprende não porque tem um professor ensinando, jogando conhecimento em cima dele, mas tem alguém que incentiva. Nesse caso é muito mais prazeroso quando a criança aprende algo, porque ela sente que está fazendo sozinha e com isso, ganha uma autonomia muito maior”.

A importância do incentivo de pais e responsáveis


Todo o esforço para o desenvolvimento de habilidades sociais em crianças e adolescentes, no entanto, é importante com o incentivo e acompanhamento dos pais ou responsáveis, que também precisam ser tratados caso seja necessário. “Os pais se esquivam dos próprios desconfortos e dos que os filhos causam. Até mesmo das dores que eles poderão causar nos filhos. Então de fato é importante ter esse acolhimento e entender esse pai também como filho, como homem, em vários papéis sociais, assim como a mãe. Ter essa disponibilidade de estar presente no aqui e agora para poder desenvolver essas habilidades. Com isso, os pais ganham essa responsabilidade, sensibilidade às necessidades mediadas, não só de saúde física ou básica, mas de saúde mental, que faz parte do corpo como um todo”, ensina Filipe Colombini.

Esses cuidados e acompanhamentos em família permitem que a criança tenha validação dos pais, algo muito importante no desenvolvimento de repertório cognitivo, possibilita que outros transtornos sejam evitados e acontecimentos como perdas e o luto pós pandemia ensinem aos pequenos que frustrações fazem parte da vida. “Nós temos ambientes extremamente superprotetores que são tão ruins quanto ambientes punitivos, aversivos invalidadores, nas quais muitos pais acabam substituindo isso por ganhos materiais. De fato isso não supre, a questão de frequência, presença, atenção, de afeto, de cuidado, então muitos dizem que é importante um tempo de qualidade só com os filhos, mas não, também é necessário ter intensidade e frequência para que você consiga de fato entender como conviver com seu filho. O tempo e a frequência são de extrema importância”, pontua o psicólogo.

Maria Ângela finaliza mostrando que brincar é importante para fazer a criança entender a realidade em que vive e como lidar com ela. “O ser humano age e reage como um todo, não pode ser tratado em partes. A brincadeira funciona como o pêndulo de um relógio que passa rapidamente do sério, para o não sério, da realidade para fantasia e criatividade. Tais alterações podem ocorrer dentro de uma mesma atividade e a criança, que é muito inteligente, percebe que ao brincar observa, sente, ordena, classifica, analisa, sintetiza e entre outras coisas representa e cria. O mundo adulto não consegue perceber a importância que isso tem para os pequenos e, cada vez mais, diminui o tempo livre que eles têm para o seu brincar”, reflete a professora.

Todo mundo precisa de gente para poder saber viver bem e exercitar sentimentos. Sejam adultos ou crianças, o desenvolvimento das chamadas “soft skills”, também conhecidas como habilidades subjetivas, relacionadas ao comportamento das pessoas, é muito importante para convivência em ambientes com cada vez mais informações. Cultivar esse crescimento torna-se fundamental na infância, fase que as crianças aprendem a lidar com outros pequenos, a construir repertório e quando são apresentadas a sentimentos como competição, frustração e solidariedade.

Nesse contexto, o brincar, seja ele em atividades físicas coletivas ou em pintura e desenho, é um importante aliado para pais e responsáveis que querem ver seus filhos com habilidades sociais plenamente desenvolvidas. A pedagoga e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, (PUC-SP), Maria Ângela Barbato Carneiro, pontua que a atividade é fruto de um convívio entre diferentes que ensina a exercer sentimentos como empatia, paciência e cooperação. “Brincar é, acima de tudo, uma atividade social, porque sua aprendizagem depende da interação entre crianças e o mundo. Por mais que se diga que ele proporciona o desenvolvimento cognitivo, isto não ocorre isoladamente, só é possível graças à harmonia entre os aspectos físicos, cognitivos, sociais, afetivos, entre outros. Portanto, a brincadeira ajuda a criança a perceber as diferenças, as semelhanças, contribui para desenvolver o espírito de colaboração, auxilia o desenvolvimento de vários tipos de linguagem; a oralidade, a escrita, o desenho, a mímica, a arte, a música e a tecnologia”, ensina Maria Ângela.

Outro importante aliado que tem sido febre entre jovens e adultos e que pode ajudar na detecção de transtornos, entre eles o de habilidades sociais, é a interação com o álbum de figurinhas da Copa do Mundo. Segundo o psicólogo e fundador da Equipe AT, empresa com foco em acompanhamento terapêutico que atua em São Paulo, Filipe Colombini, a troca estimula mais crianças e adolescentes a interagirem socialmente por meio de um assunto em comum, em que podem brincar, competir e estabelecer vínculo prolongado entre eles. “Tem uma série de habilidades importantes nessa oportunidade, que inclusive crianças, pessoas que não tem interesse ou não gostam de futebol, acabam se interessando no álbum por ser um assunto em comum, algo que as pessoas interagem ludicamente. Mas é sempre necessário frisar que também é importante a mediação disso, que o terapeuta, no caso os psicólogos que fazem o trabalho fora do consultório, regulem isso. Não adianta você ter essa oportunidade sem ter essa mediação, sem traçar os objetivos, sem pensar e planejar as técnicas a serem utilizadas”, ensina.

Na sequência, Filipe pontua que o problema em manter assunto e foco de algumas crianças também pode ser trabalhado com a brincadeira. “Essas crianças que não conseguem permanecer na temática, possuem muitas dificuldades em pegar ganchos da conversa, de saber assuntos em comum, outras possuem muita adversidade na leitura ambiental, do que falar, do que fazer, do que é esperado dela em determinados grupos. Tem crianças ainda que não possuem oportunidades de apresentar essas habilidades e quando nós damos estas possibilidades elas conseguem desenvolver”, relata Filipe.

É benéfico para crianças aprender a lidar com emoções como a frustração em perder um jogo Foto: Getty Images/iStockphoto

A matemática, disciplina que foi dificuldade para muitos adultos e também assombra crianças e adolescentes, é outro elemento que pode ajudar no desenvolvimento de habilidades sociais. O professor Gabriel Tolardo Colombo, graduando em Física pela Universidade Estadual de Maringá e tutor na GoStudent, empresa de aulas particulares, declara que o caminho para colher os frutos de um bom ensino é que o docente entenda as necessidades de cada aluno e se coloque como um parceiro da criança. “Eu procuro usar uma metodologia de ensino construtivista, primeiro, porque relacionado a formação social dos alunos o que tem um maior papel é o ambiente escolar, a interação que os alunos tem entre si, isso é o maior desenvolvedor de habilidades sociais. Procuro manter um contato com o aluno, de modo que eu, como professor, deixe de ser visto como um chefe ou algo assim e seja visto como um amigo. Eu procuro atuar como uma ponte entre o aluno e o conhecimento”, declara Gabriel.

Dessa maneira, o tutor explica que crianças e adolescentes desenvolvem conhecimento de forma mais assertiva e tem confiança em falar em público, perdendo a timidez e ganhando assertividade. “Isso ajuda de maneira social, porque o aluno aprende não porque tem um professor ensinando, jogando conhecimento em cima dele, mas tem alguém que incentiva. Nesse caso é muito mais prazeroso quando a criança aprende algo, porque ela sente que está fazendo sozinha e com isso, ganha uma autonomia muito maior”.

A importância do incentivo de pais e responsáveis


Todo o esforço para o desenvolvimento de habilidades sociais em crianças e adolescentes, no entanto, é importante com o incentivo e acompanhamento dos pais ou responsáveis, que também precisam ser tratados caso seja necessário. “Os pais se esquivam dos próprios desconfortos e dos que os filhos causam. Até mesmo das dores que eles poderão causar nos filhos. Então de fato é importante ter esse acolhimento e entender esse pai também como filho, como homem, em vários papéis sociais, assim como a mãe. Ter essa disponibilidade de estar presente no aqui e agora para poder desenvolver essas habilidades. Com isso, os pais ganham essa responsabilidade, sensibilidade às necessidades mediadas, não só de saúde física ou básica, mas de saúde mental, que faz parte do corpo como um todo”, ensina Filipe Colombini.

Esses cuidados e acompanhamentos em família permitem que a criança tenha validação dos pais, algo muito importante no desenvolvimento de repertório cognitivo, possibilita que outros transtornos sejam evitados e acontecimentos como perdas e o luto pós pandemia ensinem aos pequenos que frustrações fazem parte da vida. “Nós temos ambientes extremamente superprotetores que são tão ruins quanto ambientes punitivos, aversivos invalidadores, nas quais muitos pais acabam substituindo isso por ganhos materiais. De fato isso não supre, a questão de frequência, presença, atenção, de afeto, de cuidado, então muitos dizem que é importante um tempo de qualidade só com os filhos, mas não, também é necessário ter intensidade e frequência para que você consiga de fato entender como conviver com seu filho. O tempo e a frequência são de extrema importância”, pontua o psicólogo.

Maria Ângela finaliza mostrando que brincar é importante para fazer a criança entender a realidade em que vive e como lidar com ela. “O ser humano age e reage como um todo, não pode ser tratado em partes. A brincadeira funciona como o pêndulo de um relógio que passa rapidamente do sério, para o não sério, da realidade para fantasia e criatividade. Tais alterações podem ocorrer dentro de uma mesma atividade e a criança, que é muito inteligente, percebe que ao brincar observa, sente, ordena, classifica, analisa, sintetiza e entre outras coisas representa e cria. O mundo adulto não consegue perceber a importância que isso tem para os pequenos e, cada vez mais, diminui o tempo livre que eles têm para o seu brincar”, reflete a professora.

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