Você certamente já deve ter ouvido falar sobre colágeno. Porém, sabe para o que serve e como utilizá-lo? Antes de mais nada, é preciso explicar que trata-se de uma proteína abundante no nosso corpo, que tem uma função estrutural, e representa mais de 30% do total de proteínas no organismo. “Existem cerca de 30 tipos diferentes de colágeno, sendo o tipo 1 o mais comum e presente em vários órgãos como pele, ossos, tendões e cartilagens. As fibras de colágeno constituem o principal componente mecânico dos tecidos do nosso corpo, onde fornecem uma estrutura estável para os mesmos”, explica o médico Marcelo Buscariolli Domingues Borges, integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. A questão é que, quanto mais o tempo passa, menos colágeno nosso corpo produz. A queda da produção começa com 25 anos, então, a partir dessa idade, perdemos 1% ao ano. “A função do colágeno é manter a estrutura dos tecidos. Com isso mantém, por exemplo, a nossa pele sem linhas de expressão ou até rugas. Com relação às cartilagens, as mantêm hidratadas, Com relação ao tecido ósseo, mantém o cálcio e outros minerais no interior do osso. Para os cabelos, mantém a espessura, o brilho e a resistência”, acrescenta a endocrinologista Lívia Marcela. Para responder às principais dúvidas sobre colágeno, a reportagem do Estadão conversou com a mestre em Endocrinologia pela Unesp e o cirurgião plástico Marcelo Buscariolli Domingues Borges. Confira.
Qual é a principal função do colágeno?
O colágeno, formado por uma cadeia de aminoácidos, é uma das principais proteínas animais, representando cerca de 30% das proteínas que temos em nosso corpo. “O colágeno apresenta a função de contribuir com a resistência, coesão e elasticidade dos tecidos em que está presente. Além disso, ele representa um papel importante na cicatrização e regeneração dos tecidos”, esclarece o cirurgião plástico Marcelo Buscariolli Domingues Borges.
Quais são os benefícios de tomar colágeno?
Existem alguns benefícios no consumo de colágeno, como esclarece a endocrinologista Lívia Marcela. “O colágeno hidrolisado desempenha um papel importante na prevenção e no tratamento de dores articulares, artrose e osteoporose, e tem sido utilizado para minimizar a ocorrência de lesões na terceira idade, pois mantém o tecido articular mais hidratado e elástico”, afirma.
Qual é o melhor colágeno para tomar?
O mais estudado é o colágeno hidrolisado, que é composto por 90% de proteína, 2% de sais minerais e 8% de água. “Além disso, seus principais aminoácidos são prolina e lisina, que ajudam na síntese do colágeno endógeno. Mais uma dica na hora de escolher o seu colágeno é: escolha um sem corantes, isento de gordura, colesterol e carboidratos. Essa proteína é de fácil digestão e assimilação devido ao processo de hidrólise”, aconselha Lívia Marcela.
Existe algum tipo de colágeno específico para flacidez?
O médico Marcelo Buscariolli Domingues Borges ressalta que há muitas controvérsias em relação à suplementação oral do produto. “O colágeno, assim como qualquer proteína que ingerimos, é degradado no trato gastrointestinal em aminoácidos. Sendo assim, não absorvemos o colágeno ingerido na sua integridade”, ressalta. Entretanto, o cirurgião plástico enfatiza que há várias evidências que os peptídeos de colágeno, após serem absorvidos, são distribuídos e acumulados em diferentes tecidos como pele e cartilagens. “Portanto, embora ainda nos falte mais trabalhos e níveis maiores de evidências, em alguns trabalhos científicos o colágeno hidrolisado mostrou-se como suplemento alimentar seguro, fornecendo elementos como aminoácidos e peptídeos capazes de atravessar a mucosa intestinal e, com isso, podem ser biodisponibilizados para a pele, e cartilagens, contribuindo para o enriquecimento da matriz de colágeno local”, esclarece. Para Marcelo Buscariolli Domingues Borges, existem maneiras mais assertivas de retomar a elasticidade da pele com o colágeno. “Existem também, por meio de procedimentos injetáveis minimamente invasivos, substâncias como o ácido poli-L-láctico e a hidroxiapatita de cálcio que, quando injetadas próximas as camadas da pele, são capazes de induzir um estímulo importante na produção de colágeno, contribuindo no controle da flacidez. Esses procedimentos têm sido demonstrados com bom nível de evidência científica, revelando sua segurança e sendo um dos pilares no rejuvenescimento facial e no combate a flacidez facial e corporal nos consultórios de dermatologia e cirurgia plástica”, conclui.