Pelo SUS, centro de reabilitação de São Luís foca tratamento intensivo


Usando preceitos da análise do comportamento aplicada, serviço atende 70 crianças com profissionais de diversas especialidades

Por Hyndara Freitas
Atualização:
Maranhão tem centro de atendimento ao autista que usa preceitos da análise do comportamento aplicada e foca em rotina intensiva. Foto: Imagem cedida pela Secretaria de Saúde do Maranhão

Desde abril do ano passado, São Luís, capital do Maranhão, virou um ponto fora da curva no cenário de atendimento a crianças autistas pelo SUS. Na altura do número 70 na rua Domingos Rodrigues, próximo ao mar, está localizado o Centro Especializado em Reabilitação (CER) Olho D’água, que oferece rotina intensiva de terapias para crianças autistas com foco na análise comportamental aplicada (ABA).

O centro tem capacidade para atender até 70 pacientes com TEA, que são submetidos a sete horas e meia de intervenção por semana, pouco mais de uma hora por dia, com uma equipe de profissionais que inclui psicólogos, psiquiatras, psicopedagogos, educadores físicos e terapeutas ocupacionais.

continua após a publicidade

Ao ingressar no serviço, o paciente é submetido a uma avaliação inicial na qual são propostos objetivos de desenvolvimento de habilidades, que são mensurados regularmente. Na falta de um protocolo nacional para atendimento a pessoas com TEA, o equipamento utiliza um protocolo importado dos Estados Unidos, que é traduzido e disponibilizado pelo Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento da Universidade Federal do Pará (UFPA).

“O foco é uma intervenção intensiva, individualizada e multiprofissional, e nós fazemos registros de análise comportamental, criamos gráficos de desempenho. Assim, conseguimos medir semanalmente como está o desenvolvimento daquele paciente com base no programa que a gente propôs e mensurar se essa intervenção está funcionando ou não. É uma terapia baseada em evidência, e isso não é muito comum na rede pública”, explica Flávia Neves Bacelar, mestre e doutora em teoria do comportamento e coordenadora do centro de reabilitação.

A coordenadora conta que o objetivo, no longo prazo, é realizar e publicar pesquisas científicas para aferir os resultados obtidos pelo centro. Como são realizadas avaliações periódicas, se os objetivos propostos inicialmente para um paciente foram cumpridos, ele pode ter alta e ser transferido para modalidades menos intensivas. “Semestralmente, a gente avalia e vê se há outros pontos a serem trabalhados. Já teve paciente que a gente observou que a partir de certo momento precisava de atendimento menos intensivo e apenas com terapeuta ocupacional, outros precisam focar em fonoaudiologia, então a gente encaminha”, explica Flávia.

continua após a publicidade

“O que já podemos notar a partir dos nossos protocolos é que muitos pacientes que entraram com comportamentos problemáticos e autolesivos, que tinham baixa colaboração, que não conseguiam ouvir instruções ou não atendiam ao próprio nome, alguns deles já permanecem sentados durante toda a uma hora e meia de sessão, por exemplo”, diz.“O grande segredo é o caráter intensivo, essa rotina é melhor para os pacientes”.

O serviço atende crianças de até 12 anos, mas não há um piso – atualmente, o paciente mais novo tem um ano e oito meses – e há planos de criar novos centros para adolescentes adultos, a depender dos resultados. É consenso entre os profissionais que atuam com autistas, porém, que as intervenções comecem o mais cedo possível.

“A gente chama de projeto piloto, estamos iniciando a proposta e aprendendo com nossa própria experiência, ajustando os nossos protocolos para acertar o máximo possível”, comenta a coordenadora, que acredita que a expansão de serviços desse tipo só vai ocorrer com maiores investimentos na especialização de profissionais. Ainda são poucas as instituições públicas e privadas de ensino superior que oferecem cursos de extensão e mestrados e doutoradas na área de análise do comportamento – felizmente, a demanda está cada vez maior e essa realidade está mudando aos poucos. 

continua após a publicidade

Na rede pública de saúde em todo o País, pessoas com autismo são atendidas na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), como mandam as diretrizes do Ministério da Saúde. Essa rede inclui equipamentos diversos, como Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e também os Centros Especializados em Reabilitação (CER). Entretanto, nem todas os municípios contam com serviços desse tipo, então muitos pacientes acabam se submetendo a atendimentos pouco especializados em Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

Veja outros conteúdos do especial:

+ O be-a-bá da terapia ABA: O que é, como é aplicada e para o que é indicada?

continua após a publicidade

+ Só com liminar: mães lutam para que planos de saúde paguem terapia para autismo

Maranhão tem centro de atendimento ao autista que usa preceitos da análise do comportamento aplicada e foca em rotina intensiva. Foto: Imagem cedida pela Secretaria de Saúde do Maranhão

Desde abril do ano passado, São Luís, capital do Maranhão, virou um ponto fora da curva no cenário de atendimento a crianças autistas pelo SUS. Na altura do número 70 na rua Domingos Rodrigues, próximo ao mar, está localizado o Centro Especializado em Reabilitação (CER) Olho D’água, que oferece rotina intensiva de terapias para crianças autistas com foco na análise comportamental aplicada (ABA).

O centro tem capacidade para atender até 70 pacientes com TEA, que são submetidos a sete horas e meia de intervenção por semana, pouco mais de uma hora por dia, com uma equipe de profissionais que inclui psicólogos, psiquiatras, psicopedagogos, educadores físicos e terapeutas ocupacionais.

Ao ingressar no serviço, o paciente é submetido a uma avaliação inicial na qual são propostos objetivos de desenvolvimento de habilidades, que são mensurados regularmente. Na falta de um protocolo nacional para atendimento a pessoas com TEA, o equipamento utiliza um protocolo importado dos Estados Unidos, que é traduzido e disponibilizado pelo Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento da Universidade Federal do Pará (UFPA).

“O foco é uma intervenção intensiva, individualizada e multiprofissional, e nós fazemos registros de análise comportamental, criamos gráficos de desempenho. Assim, conseguimos medir semanalmente como está o desenvolvimento daquele paciente com base no programa que a gente propôs e mensurar se essa intervenção está funcionando ou não. É uma terapia baseada em evidência, e isso não é muito comum na rede pública”, explica Flávia Neves Bacelar, mestre e doutora em teoria do comportamento e coordenadora do centro de reabilitação.

A coordenadora conta que o objetivo, no longo prazo, é realizar e publicar pesquisas científicas para aferir os resultados obtidos pelo centro. Como são realizadas avaliações periódicas, se os objetivos propostos inicialmente para um paciente foram cumpridos, ele pode ter alta e ser transferido para modalidades menos intensivas. “Semestralmente, a gente avalia e vê se há outros pontos a serem trabalhados. Já teve paciente que a gente observou que a partir de certo momento precisava de atendimento menos intensivo e apenas com terapeuta ocupacional, outros precisam focar em fonoaudiologia, então a gente encaminha”, explica Flávia.

“O que já podemos notar a partir dos nossos protocolos é que muitos pacientes que entraram com comportamentos problemáticos e autolesivos, que tinham baixa colaboração, que não conseguiam ouvir instruções ou não atendiam ao próprio nome, alguns deles já permanecem sentados durante toda a uma hora e meia de sessão, por exemplo”, diz.“O grande segredo é o caráter intensivo, essa rotina é melhor para os pacientes”.

O serviço atende crianças de até 12 anos, mas não há um piso – atualmente, o paciente mais novo tem um ano e oito meses – e há planos de criar novos centros para adolescentes adultos, a depender dos resultados. É consenso entre os profissionais que atuam com autistas, porém, que as intervenções comecem o mais cedo possível.

“A gente chama de projeto piloto, estamos iniciando a proposta e aprendendo com nossa própria experiência, ajustando os nossos protocolos para acertar o máximo possível”, comenta a coordenadora, que acredita que a expansão de serviços desse tipo só vai ocorrer com maiores investimentos na especialização de profissionais. Ainda são poucas as instituições públicas e privadas de ensino superior que oferecem cursos de extensão e mestrados e doutoradas na área de análise do comportamento – felizmente, a demanda está cada vez maior e essa realidade está mudando aos poucos. 

Na rede pública de saúde em todo o País, pessoas com autismo são atendidas na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), como mandam as diretrizes do Ministério da Saúde. Essa rede inclui equipamentos diversos, como Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e também os Centros Especializados em Reabilitação (CER). Entretanto, nem todas os municípios contam com serviços desse tipo, então muitos pacientes acabam se submetendo a atendimentos pouco especializados em Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

Veja outros conteúdos do especial:

+ O be-a-bá da terapia ABA: O que é, como é aplicada e para o que é indicada?

+ Só com liminar: mães lutam para que planos de saúde paguem terapia para autismo

Maranhão tem centro de atendimento ao autista que usa preceitos da análise do comportamento aplicada e foca em rotina intensiva. Foto: Imagem cedida pela Secretaria de Saúde do Maranhão

Desde abril do ano passado, São Luís, capital do Maranhão, virou um ponto fora da curva no cenário de atendimento a crianças autistas pelo SUS. Na altura do número 70 na rua Domingos Rodrigues, próximo ao mar, está localizado o Centro Especializado em Reabilitação (CER) Olho D’água, que oferece rotina intensiva de terapias para crianças autistas com foco na análise comportamental aplicada (ABA).

O centro tem capacidade para atender até 70 pacientes com TEA, que são submetidos a sete horas e meia de intervenção por semana, pouco mais de uma hora por dia, com uma equipe de profissionais que inclui psicólogos, psiquiatras, psicopedagogos, educadores físicos e terapeutas ocupacionais.

Ao ingressar no serviço, o paciente é submetido a uma avaliação inicial na qual são propostos objetivos de desenvolvimento de habilidades, que são mensurados regularmente. Na falta de um protocolo nacional para atendimento a pessoas com TEA, o equipamento utiliza um protocolo importado dos Estados Unidos, que é traduzido e disponibilizado pelo Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento da Universidade Federal do Pará (UFPA).

“O foco é uma intervenção intensiva, individualizada e multiprofissional, e nós fazemos registros de análise comportamental, criamos gráficos de desempenho. Assim, conseguimos medir semanalmente como está o desenvolvimento daquele paciente com base no programa que a gente propôs e mensurar se essa intervenção está funcionando ou não. É uma terapia baseada em evidência, e isso não é muito comum na rede pública”, explica Flávia Neves Bacelar, mestre e doutora em teoria do comportamento e coordenadora do centro de reabilitação.

A coordenadora conta que o objetivo, no longo prazo, é realizar e publicar pesquisas científicas para aferir os resultados obtidos pelo centro. Como são realizadas avaliações periódicas, se os objetivos propostos inicialmente para um paciente foram cumpridos, ele pode ter alta e ser transferido para modalidades menos intensivas. “Semestralmente, a gente avalia e vê se há outros pontos a serem trabalhados. Já teve paciente que a gente observou que a partir de certo momento precisava de atendimento menos intensivo e apenas com terapeuta ocupacional, outros precisam focar em fonoaudiologia, então a gente encaminha”, explica Flávia.

“O que já podemos notar a partir dos nossos protocolos é que muitos pacientes que entraram com comportamentos problemáticos e autolesivos, que tinham baixa colaboração, que não conseguiam ouvir instruções ou não atendiam ao próprio nome, alguns deles já permanecem sentados durante toda a uma hora e meia de sessão, por exemplo”, diz.“O grande segredo é o caráter intensivo, essa rotina é melhor para os pacientes”.

O serviço atende crianças de até 12 anos, mas não há um piso – atualmente, o paciente mais novo tem um ano e oito meses – e há planos de criar novos centros para adolescentes adultos, a depender dos resultados. É consenso entre os profissionais que atuam com autistas, porém, que as intervenções comecem o mais cedo possível.

“A gente chama de projeto piloto, estamos iniciando a proposta e aprendendo com nossa própria experiência, ajustando os nossos protocolos para acertar o máximo possível”, comenta a coordenadora, que acredita que a expansão de serviços desse tipo só vai ocorrer com maiores investimentos na especialização de profissionais. Ainda são poucas as instituições públicas e privadas de ensino superior que oferecem cursos de extensão e mestrados e doutoradas na área de análise do comportamento – felizmente, a demanda está cada vez maior e essa realidade está mudando aos poucos. 

Na rede pública de saúde em todo o País, pessoas com autismo são atendidas na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), como mandam as diretrizes do Ministério da Saúde. Essa rede inclui equipamentos diversos, como Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e também os Centros Especializados em Reabilitação (CER). Entretanto, nem todas os municípios contam com serviços desse tipo, então muitos pacientes acabam se submetendo a atendimentos pouco especializados em Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

Veja outros conteúdos do especial:

+ O be-a-bá da terapia ABA: O que é, como é aplicada e para o que é indicada?

+ Só com liminar: mães lutam para que planos de saúde paguem terapia para autismo

Maranhão tem centro de atendimento ao autista que usa preceitos da análise do comportamento aplicada e foca em rotina intensiva. Foto: Imagem cedida pela Secretaria de Saúde do Maranhão

Desde abril do ano passado, São Luís, capital do Maranhão, virou um ponto fora da curva no cenário de atendimento a crianças autistas pelo SUS. Na altura do número 70 na rua Domingos Rodrigues, próximo ao mar, está localizado o Centro Especializado em Reabilitação (CER) Olho D’água, que oferece rotina intensiva de terapias para crianças autistas com foco na análise comportamental aplicada (ABA).

O centro tem capacidade para atender até 70 pacientes com TEA, que são submetidos a sete horas e meia de intervenção por semana, pouco mais de uma hora por dia, com uma equipe de profissionais que inclui psicólogos, psiquiatras, psicopedagogos, educadores físicos e terapeutas ocupacionais.

Ao ingressar no serviço, o paciente é submetido a uma avaliação inicial na qual são propostos objetivos de desenvolvimento de habilidades, que são mensurados regularmente. Na falta de um protocolo nacional para atendimento a pessoas com TEA, o equipamento utiliza um protocolo importado dos Estados Unidos, que é traduzido e disponibilizado pelo Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento da Universidade Federal do Pará (UFPA).

“O foco é uma intervenção intensiva, individualizada e multiprofissional, e nós fazemos registros de análise comportamental, criamos gráficos de desempenho. Assim, conseguimos medir semanalmente como está o desenvolvimento daquele paciente com base no programa que a gente propôs e mensurar se essa intervenção está funcionando ou não. É uma terapia baseada em evidência, e isso não é muito comum na rede pública”, explica Flávia Neves Bacelar, mestre e doutora em teoria do comportamento e coordenadora do centro de reabilitação.

A coordenadora conta que o objetivo, no longo prazo, é realizar e publicar pesquisas científicas para aferir os resultados obtidos pelo centro. Como são realizadas avaliações periódicas, se os objetivos propostos inicialmente para um paciente foram cumpridos, ele pode ter alta e ser transferido para modalidades menos intensivas. “Semestralmente, a gente avalia e vê se há outros pontos a serem trabalhados. Já teve paciente que a gente observou que a partir de certo momento precisava de atendimento menos intensivo e apenas com terapeuta ocupacional, outros precisam focar em fonoaudiologia, então a gente encaminha”, explica Flávia.

“O que já podemos notar a partir dos nossos protocolos é que muitos pacientes que entraram com comportamentos problemáticos e autolesivos, que tinham baixa colaboração, que não conseguiam ouvir instruções ou não atendiam ao próprio nome, alguns deles já permanecem sentados durante toda a uma hora e meia de sessão, por exemplo”, diz.“O grande segredo é o caráter intensivo, essa rotina é melhor para os pacientes”.

O serviço atende crianças de até 12 anos, mas não há um piso – atualmente, o paciente mais novo tem um ano e oito meses – e há planos de criar novos centros para adolescentes adultos, a depender dos resultados. É consenso entre os profissionais que atuam com autistas, porém, que as intervenções comecem o mais cedo possível.

“A gente chama de projeto piloto, estamos iniciando a proposta e aprendendo com nossa própria experiência, ajustando os nossos protocolos para acertar o máximo possível”, comenta a coordenadora, que acredita que a expansão de serviços desse tipo só vai ocorrer com maiores investimentos na especialização de profissionais. Ainda são poucas as instituições públicas e privadas de ensino superior que oferecem cursos de extensão e mestrados e doutoradas na área de análise do comportamento – felizmente, a demanda está cada vez maior e essa realidade está mudando aos poucos. 

Na rede pública de saúde em todo o País, pessoas com autismo são atendidas na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), como mandam as diretrizes do Ministério da Saúde. Essa rede inclui equipamentos diversos, como Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e também os Centros Especializados em Reabilitação (CER). Entretanto, nem todas os municípios contam com serviços desse tipo, então muitos pacientes acabam se submetendo a atendimentos pouco especializados em Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

Veja outros conteúdos do especial:

+ O be-a-bá da terapia ABA: O que é, como é aplicada e para o que é indicada?

+ Só com liminar: mães lutam para que planos de saúde paguem terapia para autismo

Maranhão tem centro de atendimento ao autista que usa preceitos da análise do comportamento aplicada e foca em rotina intensiva. Foto: Imagem cedida pela Secretaria de Saúde do Maranhão

Desde abril do ano passado, São Luís, capital do Maranhão, virou um ponto fora da curva no cenário de atendimento a crianças autistas pelo SUS. Na altura do número 70 na rua Domingos Rodrigues, próximo ao mar, está localizado o Centro Especializado em Reabilitação (CER) Olho D’água, que oferece rotina intensiva de terapias para crianças autistas com foco na análise comportamental aplicada (ABA).

O centro tem capacidade para atender até 70 pacientes com TEA, que são submetidos a sete horas e meia de intervenção por semana, pouco mais de uma hora por dia, com uma equipe de profissionais que inclui psicólogos, psiquiatras, psicopedagogos, educadores físicos e terapeutas ocupacionais.

Ao ingressar no serviço, o paciente é submetido a uma avaliação inicial na qual são propostos objetivos de desenvolvimento de habilidades, que são mensurados regularmente. Na falta de um protocolo nacional para atendimento a pessoas com TEA, o equipamento utiliza um protocolo importado dos Estados Unidos, que é traduzido e disponibilizado pelo Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento da Universidade Federal do Pará (UFPA).

“O foco é uma intervenção intensiva, individualizada e multiprofissional, e nós fazemos registros de análise comportamental, criamos gráficos de desempenho. Assim, conseguimos medir semanalmente como está o desenvolvimento daquele paciente com base no programa que a gente propôs e mensurar se essa intervenção está funcionando ou não. É uma terapia baseada em evidência, e isso não é muito comum na rede pública”, explica Flávia Neves Bacelar, mestre e doutora em teoria do comportamento e coordenadora do centro de reabilitação.

A coordenadora conta que o objetivo, no longo prazo, é realizar e publicar pesquisas científicas para aferir os resultados obtidos pelo centro. Como são realizadas avaliações periódicas, se os objetivos propostos inicialmente para um paciente foram cumpridos, ele pode ter alta e ser transferido para modalidades menos intensivas. “Semestralmente, a gente avalia e vê se há outros pontos a serem trabalhados. Já teve paciente que a gente observou que a partir de certo momento precisava de atendimento menos intensivo e apenas com terapeuta ocupacional, outros precisam focar em fonoaudiologia, então a gente encaminha”, explica Flávia.

“O que já podemos notar a partir dos nossos protocolos é que muitos pacientes que entraram com comportamentos problemáticos e autolesivos, que tinham baixa colaboração, que não conseguiam ouvir instruções ou não atendiam ao próprio nome, alguns deles já permanecem sentados durante toda a uma hora e meia de sessão, por exemplo”, diz.“O grande segredo é o caráter intensivo, essa rotina é melhor para os pacientes”.

O serviço atende crianças de até 12 anos, mas não há um piso – atualmente, o paciente mais novo tem um ano e oito meses – e há planos de criar novos centros para adolescentes adultos, a depender dos resultados. É consenso entre os profissionais que atuam com autistas, porém, que as intervenções comecem o mais cedo possível.

“A gente chama de projeto piloto, estamos iniciando a proposta e aprendendo com nossa própria experiência, ajustando os nossos protocolos para acertar o máximo possível”, comenta a coordenadora, que acredita que a expansão de serviços desse tipo só vai ocorrer com maiores investimentos na especialização de profissionais. Ainda são poucas as instituições públicas e privadas de ensino superior que oferecem cursos de extensão e mestrados e doutoradas na área de análise do comportamento – felizmente, a demanda está cada vez maior e essa realidade está mudando aos poucos. 

Na rede pública de saúde em todo o País, pessoas com autismo são atendidas na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), como mandam as diretrizes do Ministério da Saúde. Essa rede inclui equipamentos diversos, como Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e também os Centros Especializados em Reabilitação (CER). Entretanto, nem todas os municípios contam com serviços desse tipo, então muitos pacientes acabam se submetendo a atendimentos pouco especializados em Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

Veja outros conteúdos do especial:

+ O be-a-bá da terapia ABA: O que é, como é aplicada e para o que é indicada?

+ Só com liminar: mães lutam para que planos de saúde paguem terapia para autismo

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.