Saiba como a ansiedade pode influenciar na flora intestinal


O transtorno pode afetar o intestino, considerado por especialistas como ‘o segundo cérebro do corpo’

Por Jéssica Lopez

A ansiedade, transtorno caracterizado pelo sentimento de medo e angústia excessivos, pode não afetar somente o comportamento e a saúde mental do portador, mas também funções na fisiologia do corpo, dentre elas, uma das mais importantes, a microbiota, conhecida popularmente como flora intestinal.

É no intestino que habitam vários micro-organismos, que são responsáveis por manter o funcionamento vital do corpo, as bactérias, que podem ser boas ou ruins. As benéficas são responsáveis por receber tudo o que chega ao intestino, reter o que nos mantém saudáveis e distribuir pelo organismo. Formado em Medicina pela Universidade de Vila Velha, no Espírito Santo, Juliano Pimentel, autor do livro Ansiedade - O Fim da Escravidão, explica como funciona o trabalho da microbiota para uma boa saúde da mente.

“Basicamente a microbiota é a comunidade de bactérias que a gente tem dentro do intestino. Grande parte da serotonina é produzida lá. Então, quando ela está alterada, com predomínio de bactérias nocivas, por conta do uso de antibióticos recorrentes, essa cepa de medicamentos mata as bactérias boas e as pessoas têm a predisposição a ter uma microbiota doente, além do estilo alimentar que elas possuem contar bastante pra isso”.

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Juliano continua pontuando que hábitos alimentares não influenciam somente na saúde do corpo, mas também da mente. “Uma alimentação cheia de industrializados, rica em gordura, vai alterar a microbiota e a gente precisa da produção de substâncias como os ácidos graxos de cadeia curta para ter uma boa flora intestinal, uma boa preparação do intestino. Se ele inflama, gera também uma desordem neurológica. Essa neuroinflamação também aumenta a predisposição para ansiedade pelo que você come”, ensina Juliano.

A técnica em Secretaria Escolar, Idalene Travassos, relata que a ansiedade sempre fez parte da sua vida, por conta disso, sua imunidade era sempre baixa, o que a levava a consumir muitos doces e consequentemente, ter uma flora intestinal desregulada. “A falta de rotina da família, alimentação incorreta e desregrada, refletiram desde cedo na minha saúde. Com a imunidade baixa, devido a um intestino inflamado, eu apresentava constantemente problemas respiratórios, gripes, bronquite, alergias. Os antibióticos e antialérgicos faziam parte da minha caixinha de medicações constantemente. O processo de ansiedade, juntamente com a compulsão alimentar, me fez atingir mais de 120 quilos na vida adulta. Com todas essas agressões meu intestino sofreu um desequilíbrio na flora intestinal por estar muito inflamado e eu tinha sempre uma sensação de estufamento”, relembra ela.

Juliano Pimentel observa a relação entre a microbiota intestinal e o transtorno psicológico não apenas como causa, mas como manifestação do efeito entre os dois. “A ansiedade não é unicamente causada por isso - o desequilíbrio da microbiota intestinal - mas pode estar intimamente ligado com a manutenção e potencialização dela”, alerta ele.

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O psicólogo Ricardo Milito explica que as ligações entre mente e intestino podem ser notadas facilmente em atividades comuns no dia a dia e que ser considerado o “segundo cérebro do corpo” explica as manifestações que o organismo pode dar como resposta a fatores externos e alterações no intestino.

“Pessoas com estresse, ansiedade, e outros transtornos mentais apresentam uma menor diversidade microbiota intestinal. A ligação do cérebro e intestino pode ser notada facilmente quando temos mudanças no humor. Por exemplo, quando nos apaixonamos ou ficamos preocupados e irritados, sentimos alterações no intestino. Ele possui aproximadamente 500 milhões de neurônios, por isso é considerado o segundo cérebro. A destruição de parte da flora intestinal afeta a permeabilidade do intestino, o que o torna um ambiente mais pró-inflamatório, porque bactérias estranhas conseguem ter acesso a essa região. A liberação de citocinas e mediadores químicos também vai refletir na comunicação do intestino para o cérebro. A alteração na microbiota intestinal pode influenciar na absorção de triptofano, um aminoácido necessário para produzir serotonina, conhecida como hormônio da felicidade. Além disso, o neurotransmissor tem um papel importante na regulação da movimentação do intestino”, ensina Ricardo.

A ansiedade pode colocar em desequilíbrio a microbiota intestinal.  Foto: Michael Clesle / Creative Commons
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Medicamentos como antidepressivos, no entanto, não são suficientes para afastar a ansiedade e consequentemente equilibrar a microbiota intestinal. Idalene relata que observar cada ponto da rotina, desde acordar, passando por se alimentar até dormir, são pontos fundamentais para retomar o equilíbrio do corpo e se sentir bem.

“Uma rotina organizada previamente desde o ato de abrir os olhos e ser grata por mais um dia ajuda muito a não começar minha rotina ansiosa. A alimentação passou a ser uma aliada para mim em relação ao estado emocional também. Pratico exercícios de respiração. Com isso já tenho domínio sobre meu estado de presença. Jejum e meditação foram incorporados à minha rotina. Depois que comecei a implementar o que aprendi, nunca mais tive crise de pânico, meu sono se regularizou, a compulsão alimentar cessou e até meu intestino voltou a funcionar regularmente. O inchaço das minhas pernas diminuiu e minha respiração se normalizou. Hoje me sinto segura sabendo o que fazer diante das situações de estresse do cotidiano”, aponta Idalene.

Ingerir alimentos in natura, carboidratos complexos como batata doce, abóbora, entre outros e proteínas, também ajudam a regularizar o intestino e consequentemente aliviar sintomas de ansiedade e estresse. Estudos recentes sugerem que algumas doenças psiquiátricas podem ser tratadas com a regulação da microbiota intestinal. Alimentos adequados e prebióticos como iogurte natural e kombucha são alguns dos caminhos aliados a outros tratamentos para curar sintomas de ansiedade e depressão.

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Além do tratamento com bom profissional, Ricardo Milito também ensina quais outros métodos podem ser usados para ter uma mente sadia e consequentemente, uma microbiota funcionando perfeitamente. “A psicoterapia combinada com mudanças de hábitos e comportamentos como atividade física, exercícios de respiração, meditação, alimentação adequada, boa qualidade de sono e uma rotina menos estressante podem reduzir os níveis de ansiedade”.

A ansiedade, transtorno caracterizado pelo sentimento de medo e angústia excessivos, pode não afetar somente o comportamento e a saúde mental do portador, mas também funções na fisiologia do corpo, dentre elas, uma das mais importantes, a microbiota, conhecida popularmente como flora intestinal.

É no intestino que habitam vários micro-organismos, que são responsáveis por manter o funcionamento vital do corpo, as bactérias, que podem ser boas ou ruins. As benéficas são responsáveis por receber tudo o que chega ao intestino, reter o que nos mantém saudáveis e distribuir pelo organismo. Formado em Medicina pela Universidade de Vila Velha, no Espírito Santo, Juliano Pimentel, autor do livro Ansiedade - O Fim da Escravidão, explica como funciona o trabalho da microbiota para uma boa saúde da mente.

“Basicamente a microbiota é a comunidade de bactérias que a gente tem dentro do intestino. Grande parte da serotonina é produzida lá. Então, quando ela está alterada, com predomínio de bactérias nocivas, por conta do uso de antibióticos recorrentes, essa cepa de medicamentos mata as bactérias boas e as pessoas têm a predisposição a ter uma microbiota doente, além do estilo alimentar que elas possuem contar bastante pra isso”.

Juliano continua pontuando que hábitos alimentares não influenciam somente na saúde do corpo, mas também da mente. “Uma alimentação cheia de industrializados, rica em gordura, vai alterar a microbiota e a gente precisa da produção de substâncias como os ácidos graxos de cadeia curta para ter uma boa flora intestinal, uma boa preparação do intestino. Se ele inflama, gera também uma desordem neurológica. Essa neuroinflamação também aumenta a predisposição para ansiedade pelo que você come”, ensina Juliano.

A técnica em Secretaria Escolar, Idalene Travassos, relata que a ansiedade sempre fez parte da sua vida, por conta disso, sua imunidade era sempre baixa, o que a levava a consumir muitos doces e consequentemente, ter uma flora intestinal desregulada. “A falta de rotina da família, alimentação incorreta e desregrada, refletiram desde cedo na minha saúde. Com a imunidade baixa, devido a um intestino inflamado, eu apresentava constantemente problemas respiratórios, gripes, bronquite, alergias. Os antibióticos e antialérgicos faziam parte da minha caixinha de medicações constantemente. O processo de ansiedade, juntamente com a compulsão alimentar, me fez atingir mais de 120 quilos na vida adulta. Com todas essas agressões meu intestino sofreu um desequilíbrio na flora intestinal por estar muito inflamado e eu tinha sempre uma sensação de estufamento”, relembra ela.

Juliano Pimentel observa a relação entre a microbiota intestinal e o transtorno psicológico não apenas como causa, mas como manifestação do efeito entre os dois. “A ansiedade não é unicamente causada por isso - o desequilíbrio da microbiota intestinal - mas pode estar intimamente ligado com a manutenção e potencialização dela”, alerta ele.

O psicólogo Ricardo Milito explica que as ligações entre mente e intestino podem ser notadas facilmente em atividades comuns no dia a dia e que ser considerado o “segundo cérebro do corpo” explica as manifestações que o organismo pode dar como resposta a fatores externos e alterações no intestino.

“Pessoas com estresse, ansiedade, e outros transtornos mentais apresentam uma menor diversidade microbiota intestinal. A ligação do cérebro e intestino pode ser notada facilmente quando temos mudanças no humor. Por exemplo, quando nos apaixonamos ou ficamos preocupados e irritados, sentimos alterações no intestino. Ele possui aproximadamente 500 milhões de neurônios, por isso é considerado o segundo cérebro. A destruição de parte da flora intestinal afeta a permeabilidade do intestino, o que o torna um ambiente mais pró-inflamatório, porque bactérias estranhas conseguem ter acesso a essa região. A liberação de citocinas e mediadores químicos também vai refletir na comunicação do intestino para o cérebro. A alteração na microbiota intestinal pode influenciar na absorção de triptofano, um aminoácido necessário para produzir serotonina, conhecida como hormônio da felicidade. Além disso, o neurotransmissor tem um papel importante na regulação da movimentação do intestino”, ensina Ricardo.

A ansiedade pode colocar em desequilíbrio a microbiota intestinal.  Foto: Michael Clesle / Creative Commons

Medicamentos como antidepressivos, no entanto, não são suficientes para afastar a ansiedade e consequentemente equilibrar a microbiota intestinal. Idalene relata que observar cada ponto da rotina, desde acordar, passando por se alimentar até dormir, são pontos fundamentais para retomar o equilíbrio do corpo e se sentir bem.

“Uma rotina organizada previamente desde o ato de abrir os olhos e ser grata por mais um dia ajuda muito a não começar minha rotina ansiosa. A alimentação passou a ser uma aliada para mim em relação ao estado emocional também. Pratico exercícios de respiração. Com isso já tenho domínio sobre meu estado de presença. Jejum e meditação foram incorporados à minha rotina. Depois que comecei a implementar o que aprendi, nunca mais tive crise de pânico, meu sono se regularizou, a compulsão alimentar cessou e até meu intestino voltou a funcionar regularmente. O inchaço das minhas pernas diminuiu e minha respiração se normalizou. Hoje me sinto segura sabendo o que fazer diante das situações de estresse do cotidiano”, aponta Idalene.

Ingerir alimentos in natura, carboidratos complexos como batata doce, abóbora, entre outros e proteínas, também ajudam a regularizar o intestino e consequentemente aliviar sintomas de ansiedade e estresse. Estudos recentes sugerem que algumas doenças psiquiátricas podem ser tratadas com a regulação da microbiota intestinal. Alimentos adequados e prebióticos como iogurte natural e kombucha são alguns dos caminhos aliados a outros tratamentos para curar sintomas de ansiedade e depressão.

Além do tratamento com bom profissional, Ricardo Milito também ensina quais outros métodos podem ser usados para ter uma mente sadia e consequentemente, uma microbiota funcionando perfeitamente. “A psicoterapia combinada com mudanças de hábitos e comportamentos como atividade física, exercícios de respiração, meditação, alimentação adequada, boa qualidade de sono e uma rotina menos estressante podem reduzir os níveis de ansiedade”.

A ansiedade, transtorno caracterizado pelo sentimento de medo e angústia excessivos, pode não afetar somente o comportamento e a saúde mental do portador, mas também funções na fisiologia do corpo, dentre elas, uma das mais importantes, a microbiota, conhecida popularmente como flora intestinal.

É no intestino que habitam vários micro-organismos, que são responsáveis por manter o funcionamento vital do corpo, as bactérias, que podem ser boas ou ruins. As benéficas são responsáveis por receber tudo o que chega ao intestino, reter o que nos mantém saudáveis e distribuir pelo organismo. Formado em Medicina pela Universidade de Vila Velha, no Espírito Santo, Juliano Pimentel, autor do livro Ansiedade - O Fim da Escravidão, explica como funciona o trabalho da microbiota para uma boa saúde da mente.

“Basicamente a microbiota é a comunidade de bactérias que a gente tem dentro do intestino. Grande parte da serotonina é produzida lá. Então, quando ela está alterada, com predomínio de bactérias nocivas, por conta do uso de antibióticos recorrentes, essa cepa de medicamentos mata as bactérias boas e as pessoas têm a predisposição a ter uma microbiota doente, além do estilo alimentar que elas possuem contar bastante pra isso”.

Juliano continua pontuando que hábitos alimentares não influenciam somente na saúde do corpo, mas também da mente. “Uma alimentação cheia de industrializados, rica em gordura, vai alterar a microbiota e a gente precisa da produção de substâncias como os ácidos graxos de cadeia curta para ter uma boa flora intestinal, uma boa preparação do intestino. Se ele inflama, gera também uma desordem neurológica. Essa neuroinflamação também aumenta a predisposição para ansiedade pelo que você come”, ensina Juliano.

A técnica em Secretaria Escolar, Idalene Travassos, relata que a ansiedade sempre fez parte da sua vida, por conta disso, sua imunidade era sempre baixa, o que a levava a consumir muitos doces e consequentemente, ter uma flora intestinal desregulada. “A falta de rotina da família, alimentação incorreta e desregrada, refletiram desde cedo na minha saúde. Com a imunidade baixa, devido a um intestino inflamado, eu apresentava constantemente problemas respiratórios, gripes, bronquite, alergias. Os antibióticos e antialérgicos faziam parte da minha caixinha de medicações constantemente. O processo de ansiedade, juntamente com a compulsão alimentar, me fez atingir mais de 120 quilos na vida adulta. Com todas essas agressões meu intestino sofreu um desequilíbrio na flora intestinal por estar muito inflamado e eu tinha sempre uma sensação de estufamento”, relembra ela.

Juliano Pimentel observa a relação entre a microbiota intestinal e o transtorno psicológico não apenas como causa, mas como manifestação do efeito entre os dois. “A ansiedade não é unicamente causada por isso - o desequilíbrio da microbiota intestinal - mas pode estar intimamente ligado com a manutenção e potencialização dela”, alerta ele.

O psicólogo Ricardo Milito explica que as ligações entre mente e intestino podem ser notadas facilmente em atividades comuns no dia a dia e que ser considerado o “segundo cérebro do corpo” explica as manifestações que o organismo pode dar como resposta a fatores externos e alterações no intestino.

“Pessoas com estresse, ansiedade, e outros transtornos mentais apresentam uma menor diversidade microbiota intestinal. A ligação do cérebro e intestino pode ser notada facilmente quando temos mudanças no humor. Por exemplo, quando nos apaixonamos ou ficamos preocupados e irritados, sentimos alterações no intestino. Ele possui aproximadamente 500 milhões de neurônios, por isso é considerado o segundo cérebro. A destruição de parte da flora intestinal afeta a permeabilidade do intestino, o que o torna um ambiente mais pró-inflamatório, porque bactérias estranhas conseguem ter acesso a essa região. A liberação de citocinas e mediadores químicos também vai refletir na comunicação do intestino para o cérebro. A alteração na microbiota intestinal pode influenciar na absorção de triptofano, um aminoácido necessário para produzir serotonina, conhecida como hormônio da felicidade. Além disso, o neurotransmissor tem um papel importante na regulação da movimentação do intestino”, ensina Ricardo.

A ansiedade pode colocar em desequilíbrio a microbiota intestinal.  Foto: Michael Clesle / Creative Commons

Medicamentos como antidepressivos, no entanto, não são suficientes para afastar a ansiedade e consequentemente equilibrar a microbiota intestinal. Idalene relata que observar cada ponto da rotina, desde acordar, passando por se alimentar até dormir, são pontos fundamentais para retomar o equilíbrio do corpo e se sentir bem.

“Uma rotina organizada previamente desde o ato de abrir os olhos e ser grata por mais um dia ajuda muito a não começar minha rotina ansiosa. A alimentação passou a ser uma aliada para mim em relação ao estado emocional também. Pratico exercícios de respiração. Com isso já tenho domínio sobre meu estado de presença. Jejum e meditação foram incorporados à minha rotina. Depois que comecei a implementar o que aprendi, nunca mais tive crise de pânico, meu sono se regularizou, a compulsão alimentar cessou e até meu intestino voltou a funcionar regularmente. O inchaço das minhas pernas diminuiu e minha respiração se normalizou. Hoje me sinto segura sabendo o que fazer diante das situações de estresse do cotidiano”, aponta Idalene.

Ingerir alimentos in natura, carboidratos complexos como batata doce, abóbora, entre outros e proteínas, também ajudam a regularizar o intestino e consequentemente aliviar sintomas de ansiedade e estresse. Estudos recentes sugerem que algumas doenças psiquiátricas podem ser tratadas com a regulação da microbiota intestinal. Alimentos adequados e prebióticos como iogurte natural e kombucha são alguns dos caminhos aliados a outros tratamentos para curar sintomas de ansiedade e depressão.

Além do tratamento com bom profissional, Ricardo Milito também ensina quais outros métodos podem ser usados para ter uma mente sadia e consequentemente, uma microbiota funcionando perfeitamente. “A psicoterapia combinada com mudanças de hábitos e comportamentos como atividade física, exercícios de respiração, meditação, alimentação adequada, boa qualidade de sono e uma rotina menos estressante podem reduzir os níveis de ansiedade”.

A ansiedade, transtorno caracterizado pelo sentimento de medo e angústia excessivos, pode não afetar somente o comportamento e a saúde mental do portador, mas também funções na fisiologia do corpo, dentre elas, uma das mais importantes, a microbiota, conhecida popularmente como flora intestinal.

É no intestino que habitam vários micro-organismos, que são responsáveis por manter o funcionamento vital do corpo, as bactérias, que podem ser boas ou ruins. As benéficas são responsáveis por receber tudo o que chega ao intestino, reter o que nos mantém saudáveis e distribuir pelo organismo. Formado em Medicina pela Universidade de Vila Velha, no Espírito Santo, Juliano Pimentel, autor do livro Ansiedade - O Fim da Escravidão, explica como funciona o trabalho da microbiota para uma boa saúde da mente.

“Basicamente a microbiota é a comunidade de bactérias que a gente tem dentro do intestino. Grande parte da serotonina é produzida lá. Então, quando ela está alterada, com predomínio de bactérias nocivas, por conta do uso de antibióticos recorrentes, essa cepa de medicamentos mata as bactérias boas e as pessoas têm a predisposição a ter uma microbiota doente, além do estilo alimentar que elas possuem contar bastante pra isso”.

Juliano continua pontuando que hábitos alimentares não influenciam somente na saúde do corpo, mas também da mente. “Uma alimentação cheia de industrializados, rica em gordura, vai alterar a microbiota e a gente precisa da produção de substâncias como os ácidos graxos de cadeia curta para ter uma boa flora intestinal, uma boa preparação do intestino. Se ele inflama, gera também uma desordem neurológica. Essa neuroinflamação também aumenta a predisposição para ansiedade pelo que você come”, ensina Juliano.

A técnica em Secretaria Escolar, Idalene Travassos, relata que a ansiedade sempre fez parte da sua vida, por conta disso, sua imunidade era sempre baixa, o que a levava a consumir muitos doces e consequentemente, ter uma flora intestinal desregulada. “A falta de rotina da família, alimentação incorreta e desregrada, refletiram desde cedo na minha saúde. Com a imunidade baixa, devido a um intestino inflamado, eu apresentava constantemente problemas respiratórios, gripes, bronquite, alergias. Os antibióticos e antialérgicos faziam parte da minha caixinha de medicações constantemente. O processo de ansiedade, juntamente com a compulsão alimentar, me fez atingir mais de 120 quilos na vida adulta. Com todas essas agressões meu intestino sofreu um desequilíbrio na flora intestinal por estar muito inflamado e eu tinha sempre uma sensação de estufamento”, relembra ela.

Juliano Pimentel observa a relação entre a microbiota intestinal e o transtorno psicológico não apenas como causa, mas como manifestação do efeito entre os dois. “A ansiedade não é unicamente causada por isso - o desequilíbrio da microbiota intestinal - mas pode estar intimamente ligado com a manutenção e potencialização dela”, alerta ele.

O psicólogo Ricardo Milito explica que as ligações entre mente e intestino podem ser notadas facilmente em atividades comuns no dia a dia e que ser considerado o “segundo cérebro do corpo” explica as manifestações que o organismo pode dar como resposta a fatores externos e alterações no intestino.

“Pessoas com estresse, ansiedade, e outros transtornos mentais apresentam uma menor diversidade microbiota intestinal. A ligação do cérebro e intestino pode ser notada facilmente quando temos mudanças no humor. Por exemplo, quando nos apaixonamos ou ficamos preocupados e irritados, sentimos alterações no intestino. Ele possui aproximadamente 500 milhões de neurônios, por isso é considerado o segundo cérebro. A destruição de parte da flora intestinal afeta a permeabilidade do intestino, o que o torna um ambiente mais pró-inflamatório, porque bactérias estranhas conseguem ter acesso a essa região. A liberação de citocinas e mediadores químicos também vai refletir na comunicação do intestino para o cérebro. A alteração na microbiota intestinal pode influenciar na absorção de triptofano, um aminoácido necessário para produzir serotonina, conhecida como hormônio da felicidade. Além disso, o neurotransmissor tem um papel importante na regulação da movimentação do intestino”, ensina Ricardo.

A ansiedade pode colocar em desequilíbrio a microbiota intestinal.  Foto: Michael Clesle / Creative Commons

Medicamentos como antidepressivos, no entanto, não são suficientes para afastar a ansiedade e consequentemente equilibrar a microbiota intestinal. Idalene relata que observar cada ponto da rotina, desde acordar, passando por se alimentar até dormir, são pontos fundamentais para retomar o equilíbrio do corpo e se sentir bem.

“Uma rotina organizada previamente desde o ato de abrir os olhos e ser grata por mais um dia ajuda muito a não começar minha rotina ansiosa. A alimentação passou a ser uma aliada para mim em relação ao estado emocional também. Pratico exercícios de respiração. Com isso já tenho domínio sobre meu estado de presença. Jejum e meditação foram incorporados à minha rotina. Depois que comecei a implementar o que aprendi, nunca mais tive crise de pânico, meu sono se regularizou, a compulsão alimentar cessou e até meu intestino voltou a funcionar regularmente. O inchaço das minhas pernas diminuiu e minha respiração se normalizou. Hoje me sinto segura sabendo o que fazer diante das situações de estresse do cotidiano”, aponta Idalene.

Ingerir alimentos in natura, carboidratos complexos como batata doce, abóbora, entre outros e proteínas, também ajudam a regularizar o intestino e consequentemente aliviar sintomas de ansiedade e estresse. Estudos recentes sugerem que algumas doenças psiquiátricas podem ser tratadas com a regulação da microbiota intestinal. Alimentos adequados e prebióticos como iogurte natural e kombucha são alguns dos caminhos aliados a outros tratamentos para curar sintomas de ansiedade e depressão.

Além do tratamento com bom profissional, Ricardo Milito também ensina quais outros métodos podem ser usados para ter uma mente sadia e consequentemente, uma microbiota funcionando perfeitamente. “A psicoterapia combinada com mudanças de hábitos e comportamentos como atividade física, exercícios de respiração, meditação, alimentação adequada, boa qualidade de sono e uma rotina menos estressante podem reduzir os níveis de ansiedade”.

A ansiedade, transtorno caracterizado pelo sentimento de medo e angústia excessivos, pode não afetar somente o comportamento e a saúde mental do portador, mas também funções na fisiologia do corpo, dentre elas, uma das mais importantes, a microbiota, conhecida popularmente como flora intestinal.

É no intestino que habitam vários micro-organismos, que são responsáveis por manter o funcionamento vital do corpo, as bactérias, que podem ser boas ou ruins. As benéficas são responsáveis por receber tudo o que chega ao intestino, reter o que nos mantém saudáveis e distribuir pelo organismo. Formado em Medicina pela Universidade de Vila Velha, no Espírito Santo, Juliano Pimentel, autor do livro Ansiedade - O Fim da Escravidão, explica como funciona o trabalho da microbiota para uma boa saúde da mente.

“Basicamente a microbiota é a comunidade de bactérias que a gente tem dentro do intestino. Grande parte da serotonina é produzida lá. Então, quando ela está alterada, com predomínio de bactérias nocivas, por conta do uso de antibióticos recorrentes, essa cepa de medicamentos mata as bactérias boas e as pessoas têm a predisposição a ter uma microbiota doente, além do estilo alimentar que elas possuem contar bastante pra isso”.

Juliano continua pontuando que hábitos alimentares não influenciam somente na saúde do corpo, mas também da mente. “Uma alimentação cheia de industrializados, rica em gordura, vai alterar a microbiota e a gente precisa da produção de substâncias como os ácidos graxos de cadeia curta para ter uma boa flora intestinal, uma boa preparação do intestino. Se ele inflama, gera também uma desordem neurológica. Essa neuroinflamação também aumenta a predisposição para ansiedade pelo que você come”, ensina Juliano.

A técnica em Secretaria Escolar, Idalene Travassos, relata que a ansiedade sempre fez parte da sua vida, por conta disso, sua imunidade era sempre baixa, o que a levava a consumir muitos doces e consequentemente, ter uma flora intestinal desregulada. “A falta de rotina da família, alimentação incorreta e desregrada, refletiram desde cedo na minha saúde. Com a imunidade baixa, devido a um intestino inflamado, eu apresentava constantemente problemas respiratórios, gripes, bronquite, alergias. Os antibióticos e antialérgicos faziam parte da minha caixinha de medicações constantemente. O processo de ansiedade, juntamente com a compulsão alimentar, me fez atingir mais de 120 quilos na vida adulta. Com todas essas agressões meu intestino sofreu um desequilíbrio na flora intestinal por estar muito inflamado e eu tinha sempre uma sensação de estufamento”, relembra ela.

Juliano Pimentel observa a relação entre a microbiota intestinal e o transtorno psicológico não apenas como causa, mas como manifestação do efeito entre os dois. “A ansiedade não é unicamente causada por isso - o desequilíbrio da microbiota intestinal - mas pode estar intimamente ligado com a manutenção e potencialização dela”, alerta ele.

O psicólogo Ricardo Milito explica que as ligações entre mente e intestino podem ser notadas facilmente em atividades comuns no dia a dia e que ser considerado o “segundo cérebro do corpo” explica as manifestações que o organismo pode dar como resposta a fatores externos e alterações no intestino.

“Pessoas com estresse, ansiedade, e outros transtornos mentais apresentam uma menor diversidade microbiota intestinal. A ligação do cérebro e intestino pode ser notada facilmente quando temos mudanças no humor. Por exemplo, quando nos apaixonamos ou ficamos preocupados e irritados, sentimos alterações no intestino. Ele possui aproximadamente 500 milhões de neurônios, por isso é considerado o segundo cérebro. A destruição de parte da flora intestinal afeta a permeabilidade do intestino, o que o torna um ambiente mais pró-inflamatório, porque bactérias estranhas conseguem ter acesso a essa região. A liberação de citocinas e mediadores químicos também vai refletir na comunicação do intestino para o cérebro. A alteração na microbiota intestinal pode influenciar na absorção de triptofano, um aminoácido necessário para produzir serotonina, conhecida como hormônio da felicidade. Além disso, o neurotransmissor tem um papel importante na regulação da movimentação do intestino”, ensina Ricardo.

A ansiedade pode colocar em desequilíbrio a microbiota intestinal.  Foto: Michael Clesle / Creative Commons

Medicamentos como antidepressivos, no entanto, não são suficientes para afastar a ansiedade e consequentemente equilibrar a microbiota intestinal. Idalene relata que observar cada ponto da rotina, desde acordar, passando por se alimentar até dormir, são pontos fundamentais para retomar o equilíbrio do corpo e se sentir bem.

“Uma rotina organizada previamente desde o ato de abrir os olhos e ser grata por mais um dia ajuda muito a não começar minha rotina ansiosa. A alimentação passou a ser uma aliada para mim em relação ao estado emocional também. Pratico exercícios de respiração. Com isso já tenho domínio sobre meu estado de presença. Jejum e meditação foram incorporados à minha rotina. Depois que comecei a implementar o que aprendi, nunca mais tive crise de pânico, meu sono se regularizou, a compulsão alimentar cessou e até meu intestino voltou a funcionar regularmente. O inchaço das minhas pernas diminuiu e minha respiração se normalizou. Hoje me sinto segura sabendo o que fazer diante das situações de estresse do cotidiano”, aponta Idalene.

Ingerir alimentos in natura, carboidratos complexos como batata doce, abóbora, entre outros e proteínas, também ajudam a regularizar o intestino e consequentemente aliviar sintomas de ansiedade e estresse. Estudos recentes sugerem que algumas doenças psiquiátricas podem ser tratadas com a regulação da microbiota intestinal. Alimentos adequados e prebióticos como iogurte natural e kombucha são alguns dos caminhos aliados a outros tratamentos para curar sintomas de ansiedade e depressão.

Além do tratamento com bom profissional, Ricardo Milito também ensina quais outros métodos podem ser usados para ter uma mente sadia e consequentemente, uma microbiota funcionando perfeitamente. “A psicoterapia combinada com mudanças de hábitos e comportamentos como atividade física, exercícios de respiração, meditação, alimentação adequada, boa qualidade de sono e uma rotina menos estressante podem reduzir os níveis de ansiedade”.

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