Silicone: Implante ainda é tendência entre jovens e explante vira opção para mulheres maduras


Especialistas respondem principais dúvidas sobre a cirurgia plástica que ainda continua crescendo no Brasil e orientam sobre a retirada da prótese

Por Thaíse Ramos

A procura por cirurgias plásticas não para de crescer no País. De acordo com pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), dentre os adeptos estão os jovens, que realizaram quase 1,5 milhão de procedimentos estéticos em 2016. Não é à toa que o Brasil está no top 3 da lista dos países com o maior número de cirurgias plásticas, junto dos Estados Unidos e México.

Muitas jovens têm apostado na tão sonhada prótese de silicone antes mesmo de completarem os 18 anos. A atriz e apresentadora Monique Bertolini realizou a cirurgia de silicone com 21 anos e afirma que, na época, não pensou muito antes de decidir fazer o procedimento.

“Uma pessoa com 21 anos não pensa muito nas coisas, mas já era algo que eu queria. Comecei a ter vontade de ter silicone por volta dos meus 17, 18 anos. Com a idade que tenho hoje, a gente acaba pensando mais nos prós e nos contras, mas não me arrependo”, declara.

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Atualmente, com o fácil acesso às pesquisas na internet, os jovens podem se informar melhor antes de decidir fazer uma cirurgia plástica. “Não tinha muita informação. As pessoas estão buscando mais referências na hora de colocar uma prótese de silicone do que era antigamente”, afirma Bertolini.

Segundo Arnaldo Korn, diretor do Centro Nacional — Cirurgia Plástica, muitos jovens se baseiam nos preços no momento de escolher o lugar da cirurgia e acabam se arrependendo no futuro.

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“Optar por uma opção apenas por ser mais barata sem a certeza de estar em um local e com médico adequado, pode fazer com que se pague caro pelo resultado”, afirma. “Atualmente, é possível pagar um valor justo por um trabalho bem-feito, de qualidade e com segurança. Empresas que fazem assessoria administrativa nas áreas de procedimentos cirúrgicos, como é o caso do Centro Nacional - Cirurgia Plástica, torna o processo eficiente e possível a realização do sonho da cirurgia plástica”, pontua.

Explante de silicone

Na contramão dessas jovens que sonham em se sentir mais bonitas com a ajuda da cirurgia para colocação de próteses de silicone, tem as mulheres que procuram o explante. Entre elas, famosas como Carolina Dieckmann, Fiorella Mattheis, Victoria Beckham e Monica Benini. A tendência para a retirada, seja por empoderamento ou por motivos de saúde, fez com que elas retornassem à mesa cirúrgica para terem de volta os seios naturais.

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Recentemente, a atriz Ludmila Dayer, 37, revelou que foi diagnosticada com esclerose múltipla e que pensa em remover a prótese de silicone dos seios porque pode ser uma das causas da inflamação no seu organismo. Ela, inclusive, foi perguntada por uma fã sobre o assunto durante uma live no Instagram e disse: “Quero muito tirar, mas ainda estou com muito medo da cirurgia”.

Para Leonardo Rodrigues, cirurgião plástico e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a cirurgia de explante é um procedimento simples, assim como sua recuperação. “Hoje, as próteses estão muito mais resistentes e geram menos contratura capsular, com menos chances de vazamento. Com esse cenário, o procedimento se torna bem simples. Basta fazer a retirada e, caso a paciente fique com alguma flacidez indesejada, fazer um enxerto com gordura de outra parte do corpo ou uma cicatriz em T ou L invertidos”, explica o médico.

Em 2018, 14,6 mil mulheres fizeram a retirada de implante. Número que subiu para 19,4 mil, em 2019, e para 25 mil, em 2020. Foto: Broto Comunicação
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A hashtag explante de silicone chegou a bater, recentemente, 88 milhões de visualizações na rede social TikTok. Apesar da ausência de dados recentes sobre a cirurgia, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, os números do procedimento seguem em crescimento nos últimos anos. Em 2018, 14,6 mil mulheres fizeram a retirada de implante. Número que subiu para 19,4 mil, em 2019, e para 25 mil, em 2020.

Os motivos e as queixas para o explante, contudo, são diversos. Desde a falta de adaptação por parte da paciente, a aceitação do próprio corpo até problemas de saúde causados por rejeição. A busca por uma forma diferente de olhar para si mesma e relacionar-se com o próprio corpo está entre as mais citadas no consultório de Rodrigues, assim como as queixas por dores de rejeição.

“Algumas mulheres, após os implantes, podem sentir dores musculares e articulares, alergias, fadiga e depressão, que são alguns dos sintomas que geralmente relacionamos à doença do silicone. Contudo, como não existe um exame que bata o martelo sobre o diagnóstico, a alternativa é fazer a retirada dos implantes, mas não necessariamente essa é uma garantia de que os sintomas irão desaparecer”, revela.

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Mulheres têm se mobilizado nas redes sociais para relatar associação entre as próteses e sintomas como fadiga e dores.  Foto: Wilton Junior / ESTADÃO

Como saber se há necessidade da retirada?

De fato, o explante de silicone virou tendência, principalmente após diagnósticos de doenças causadas pela prótese. Mas, como saber se há necessidade da retirada? Quem tira as dúvidas é Luís Felipe Maatz, cirurgião plástico especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e especialista em Reconstrução Mamária pelo Hospital Sírio-Libanês.

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Alguns sintomas podem indicar essa possível necessidade, de acordo com o médico. Entre os critérios maiores estão a exposição a um estímulo externo, como infecções, antes das manifestações clínicas a seguir; mialgia, miosite ou fraqueza muscular; artralgia e/ou artrite; fadiga crônica, sono não repousante ou distúrbios do sono; manifestações neurológicas, especialmente associadas com desmielinização (Muitos nervos são revestidos de mielina. Quando está desgastada ou danificada, os nervos podem se deteriorar, causando problemas no cérebro. Danos à mielina ao redor dos nervos são chamados de desmielinização); alteração cognitiva, perda de memória; e febre e boca seca.

Ainda segundo Maatz, entre os critérios menores estão o aparecimento de autoanticorpos; síndrome do cólon irritável; surgimento de uma doença autoimune, como esclerose múltipla ou esclerose sistêmica.

“Por isso, a avaliação é fundamental para exclusão de outras doenças que podem causar os mesmos sintomas. A cirurgia de retirada das próteses pode ser considerada como opção, em conformidade com o desejo da paciente e seu entendimento de que os sintomas poderão, eventualmente, continuar. Mas há muitos relatos de pacientes que foram submetidas ao explante e tiveram melhora ou resolução de sintomas”, diz o cirurgião.

A procura por cirurgias plásticas não para de crescer no País. De acordo com pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), dentre os adeptos estão os jovens, que realizaram quase 1,5 milhão de procedimentos estéticos em 2016. Não é à toa que o Brasil está no top 3 da lista dos países com o maior número de cirurgias plásticas, junto dos Estados Unidos e México.

Muitas jovens têm apostado na tão sonhada prótese de silicone antes mesmo de completarem os 18 anos. A atriz e apresentadora Monique Bertolini realizou a cirurgia de silicone com 21 anos e afirma que, na época, não pensou muito antes de decidir fazer o procedimento.

“Uma pessoa com 21 anos não pensa muito nas coisas, mas já era algo que eu queria. Comecei a ter vontade de ter silicone por volta dos meus 17, 18 anos. Com a idade que tenho hoje, a gente acaba pensando mais nos prós e nos contras, mas não me arrependo”, declara.

Atualmente, com o fácil acesso às pesquisas na internet, os jovens podem se informar melhor antes de decidir fazer uma cirurgia plástica. “Não tinha muita informação. As pessoas estão buscando mais referências na hora de colocar uma prótese de silicone do que era antigamente”, afirma Bertolini.

Segundo Arnaldo Korn, diretor do Centro Nacional — Cirurgia Plástica, muitos jovens se baseiam nos preços no momento de escolher o lugar da cirurgia e acabam se arrependendo no futuro.

“Optar por uma opção apenas por ser mais barata sem a certeza de estar em um local e com médico adequado, pode fazer com que se pague caro pelo resultado”, afirma. “Atualmente, é possível pagar um valor justo por um trabalho bem-feito, de qualidade e com segurança. Empresas que fazem assessoria administrativa nas áreas de procedimentos cirúrgicos, como é o caso do Centro Nacional - Cirurgia Plástica, torna o processo eficiente e possível a realização do sonho da cirurgia plástica”, pontua.

Explante de silicone

Na contramão dessas jovens que sonham em se sentir mais bonitas com a ajuda da cirurgia para colocação de próteses de silicone, tem as mulheres que procuram o explante. Entre elas, famosas como Carolina Dieckmann, Fiorella Mattheis, Victoria Beckham e Monica Benini. A tendência para a retirada, seja por empoderamento ou por motivos de saúde, fez com que elas retornassem à mesa cirúrgica para terem de volta os seios naturais.

Recentemente, a atriz Ludmila Dayer, 37, revelou que foi diagnosticada com esclerose múltipla e que pensa em remover a prótese de silicone dos seios porque pode ser uma das causas da inflamação no seu organismo. Ela, inclusive, foi perguntada por uma fã sobre o assunto durante uma live no Instagram e disse: “Quero muito tirar, mas ainda estou com muito medo da cirurgia”.

Para Leonardo Rodrigues, cirurgião plástico e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a cirurgia de explante é um procedimento simples, assim como sua recuperação. “Hoje, as próteses estão muito mais resistentes e geram menos contratura capsular, com menos chances de vazamento. Com esse cenário, o procedimento se torna bem simples. Basta fazer a retirada e, caso a paciente fique com alguma flacidez indesejada, fazer um enxerto com gordura de outra parte do corpo ou uma cicatriz em T ou L invertidos”, explica o médico.

Em 2018, 14,6 mil mulheres fizeram a retirada de implante. Número que subiu para 19,4 mil, em 2019, e para 25 mil, em 2020. Foto: Broto Comunicação

A hashtag explante de silicone chegou a bater, recentemente, 88 milhões de visualizações na rede social TikTok. Apesar da ausência de dados recentes sobre a cirurgia, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, os números do procedimento seguem em crescimento nos últimos anos. Em 2018, 14,6 mil mulheres fizeram a retirada de implante. Número que subiu para 19,4 mil, em 2019, e para 25 mil, em 2020.

Os motivos e as queixas para o explante, contudo, são diversos. Desde a falta de adaptação por parte da paciente, a aceitação do próprio corpo até problemas de saúde causados por rejeição. A busca por uma forma diferente de olhar para si mesma e relacionar-se com o próprio corpo está entre as mais citadas no consultório de Rodrigues, assim como as queixas por dores de rejeição.

“Algumas mulheres, após os implantes, podem sentir dores musculares e articulares, alergias, fadiga e depressão, que são alguns dos sintomas que geralmente relacionamos à doença do silicone. Contudo, como não existe um exame que bata o martelo sobre o diagnóstico, a alternativa é fazer a retirada dos implantes, mas não necessariamente essa é uma garantia de que os sintomas irão desaparecer”, revela.

Mulheres têm se mobilizado nas redes sociais para relatar associação entre as próteses e sintomas como fadiga e dores.  Foto: Wilton Junior / ESTADÃO

Como saber se há necessidade da retirada?

De fato, o explante de silicone virou tendência, principalmente após diagnósticos de doenças causadas pela prótese. Mas, como saber se há necessidade da retirada? Quem tira as dúvidas é Luís Felipe Maatz, cirurgião plástico especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e especialista em Reconstrução Mamária pelo Hospital Sírio-Libanês.

Alguns sintomas podem indicar essa possível necessidade, de acordo com o médico. Entre os critérios maiores estão a exposição a um estímulo externo, como infecções, antes das manifestações clínicas a seguir; mialgia, miosite ou fraqueza muscular; artralgia e/ou artrite; fadiga crônica, sono não repousante ou distúrbios do sono; manifestações neurológicas, especialmente associadas com desmielinização (Muitos nervos são revestidos de mielina. Quando está desgastada ou danificada, os nervos podem se deteriorar, causando problemas no cérebro. Danos à mielina ao redor dos nervos são chamados de desmielinização); alteração cognitiva, perda de memória; e febre e boca seca.

Ainda segundo Maatz, entre os critérios menores estão o aparecimento de autoanticorpos; síndrome do cólon irritável; surgimento de uma doença autoimune, como esclerose múltipla ou esclerose sistêmica.

“Por isso, a avaliação é fundamental para exclusão de outras doenças que podem causar os mesmos sintomas. A cirurgia de retirada das próteses pode ser considerada como opção, em conformidade com o desejo da paciente e seu entendimento de que os sintomas poderão, eventualmente, continuar. Mas há muitos relatos de pacientes que foram submetidas ao explante e tiveram melhora ou resolução de sintomas”, diz o cirurgião.

A procura por cirurgias plásticas não para de crescer no País. De acordo com pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), dentre os adeptos estão os jovens, que realizaram quase 1,5 milhão de procedimentos estéticos em 2016. Não é à toa que o Brasil está no top 3 da lista dos países com o maior número de cirurgias plásticas, junto dos Estados Unidos e México.

Muitas jovens têm apostado na tão sonhada prótese de silicone antes mesmo de completarem os 18 anos. A atriz e apresentadora Monique Bertolini realizou a cirurgia de silicone com 21 anos e afirma que, na época, não pensou muito antes de decidir fazer o procedimento.

“Uma pessoa com 21 anos não pensa muito nas coisas, mas já era algo que eu queria. Comecei a ter vontade de ter silicone por volta dos meus 17, 18 anos. Com a idade que tenho hoje, a gente acaba pensando mais nos prós e nos contras, mas não me arrependo”, declara.

Atualmente, com o fácil acesso às pesquisas na internet, os jovens podem se informar melhor antes de decidir fazer uma cirurgia plástica. “Não tinha muita informação. As pessoas estão buscando mais referências na hora de colocar uma prótese de silicone do que era antigamente”, afirma Bertolini.

Segundo Arnaldo Korn, diretor do Centro Nacional — Cirurgia Plástica, muitos jovens se baseiam nos preços no momento de escolher o lugar da cirurgia e acabam se arrependendo no futuro.

“Optar por uma opção apenas por ser mais barata sem a certeza de estar em um local e com médico adequado, pode fazer com que se pague caro pelo resultado”, afirma. “Atualmente, é possível pagar um valor justo por um trabalho bem-feito, de qualidade e com segurança. Empresas que fazem assessoria administrativa nas áreas de procedimentos cirúrgicos, como é o caso do Centro Nacional - Cirurgia Plástica, torna o processo eficiente e possível a realização do sonho da cirurgia plástica”, pontua.

Explante de silicone

Na contramão dessas jovens que sonham em se sentir mais bonitas com a ajuda da cirurgia para colocação de próteses de silicone, tem as mulheres que procuram o explante. Entre elas, famosas como Carolina Dieckmann, Fiorella Mattheis, Victoria Beckham e Monica Benini. A tendência para a retirada, seja por empoderamento ou por motivos de saúde, fez com que elas retornassem à mesa cirúrgica para terem de volta os seios naturais.

Recentemente, a atriz Ludmila Dayer, 37, revelou que foi diagnosticada com esclerose múltipla e que pensa em remover a prótese de silicone dos seios porque pode ser uma das causas da inflamação no seu organismo. Ela, inclusive, foi perguntada por uma fã sobre o assunto durante uma live no Instagram e disse: “Quero muito tirar, mas ainda estou com muito medo da cirurgia”.

Para Leonardo Rodrigues, cirurgião plástico e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a cirurgia de explante é um procedimento simples, assim como sua recuperação. “Hoje, as próteses estão muito mais resistentes e geram menos contratura capsular, com menos chances de vazamento. Com esse cenário, o procedimento se torna bem simples. Basta fazer a retirada e, caso a paciente fique com alguma flacidez indesejada, fazer um enxerto com gordura de outra parte do corpo ou uma cicatriz em T ou L invertidos”, explica o médico.

Em 2018, 14,6 mil mulheres fizeram a retirada de implante. Número que subiu para 19,4 mil, em 2019, e para 25 mil, em 2020. Foto: Broto Comunicação

A hashtag explante de silicone chegou a bater, recentemente, 88 milhões de visualizações na rede social TikTok. Apesar da ausência de dados recentes sobre a cirurgia, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, os números do procedimento seguem em crescimento nos últimos anos. Em 2018, 14,6 mil mulheres fizeram a retirada de implante. Número que subiu para 19,4 mil, em 2019, e para 25 mil, em 2020.

Os motivos e as queixas para o explante, contudo, são diversos. Desde a falta de adaptação por parte da paciente, a aceitação do próprio corpo até problemas de saúde causados por rejeição. A busca por uma forma diferente de olhar para si mesma e relacionar-se com o próprio corpo está entre as mais citadas no consultório de Rodrigues, assim como as queixas por dores de rejeição.

“Algumas mulheres, após os implantes, podem sentir dores musculares e articulares, alergias, fadiga e depressão, que são alguns dos sintomas que geralmente relacionamos à doença do silicone. Contudo, como não existe um exame que bata o martelo sobre o diagnóstico, a alternativa é fazer a retirada dos implantes, mas não necessariamente essa é uma garantia de que os sintomas irão desaparecer”, revela.

Mulheres têm se mobilizado nas redes sociais para relatar associação entre as próteses e sintomas como fadiga e dores.  Foto: Wilton Junior / ESTADÃO

Como saber se há necessidade da retirada?

De fato, o explante de silicone virou tendência, principalmente após diagnósticos de doenças causadas pela prótese. Mas, como saber se há necessidade da retirada? Quem tira as dúvidas é Luís Felipe Maatz, cirurgião plástico especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e especialista em Reconstrução Mamária pelo Hospital Sírio-Libanês.

Alguns sintomas podem indicar essa possível necessidade, de acordo com o médico. Entre os critérios maiores estão a exposição a um estímulo externo, como infecções, antes das manifestações clínicas a seguir; mialgia, miosite ou fraqueza muscular; artralgia e/ou artrite; fadiga crônica, sono não repousante ou distúrbios do sono; manifestações neurológicas, especialmente associadas com desmielinização (Muitos nervos são revestidos de mielina. Quando está desgastada ou danificada, os nervos podem se deteriorar, causando problemas no cérebro. Danos à mielina ao redor dos nervos são chamados de desmielinização); alteração cognitiva, perda de memória; e febre e boca seca.

Ainda segundo Maatz, entre os critérios menores estão o aparecimento de autoanticorpos; síndrome do cólon irritável; surgimento de uma doença autoimune, como esclerose múltipla ou esclerose sistêmica.

“Por isso, a avaliação é fundamental para exclusão de outras doenças que podem causar os mesmos sintomas. A cirurgia de retirada das próteses pode ser considerada como opção, em conformidade com o desejo da paciente e seu entendimento de que os sintomas poderão, eventualmente, continuar. Mas há muitos relatos de pacientes que foram submetidas ao explante e tiveram melhora ou resolução de sintomas”, diz o cirurgião.

A procura por cirurgias plásticas não para de crescer no País. De acordo com pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), dentre os adeptos estão os jovens, que realizaram quase 1,5 milhão de procedimentos estéticos em 2016. Não é à toa que o Brasil está no top 3 da lista dos países com o maior número de cirurgias plásticas, junto dos Estados Unidos e México.

Muitas jovens têm apostado na tão sonhada prótese de silicone antes mesmo de completarem os 18 anos. A atriz e apresentadora Monique Bertolini realizou a cirurgia de silicone com 21 anos e afirma que, na época, não pensou muito antes de decidir fazer o procedimento.

“Uma pessoa com 21 anos não pensa muito nas coisas, mas já era algo que eu queria. Comecei a ter vontade de ter silicone por volta dos meus 17, 18 anos. Com a idade que tenho hoje, a gente acaba pensando mais nos prós e nos contras, mas não me arrependo”, declara.

Atualmente, com o fácil acesso às pesquisas na internet, os jovens podem se informar melhor antes de decidir fazer uma cirurgia plástica. “Não tinha muita informação. As pessoas estão buscando mais referências na hora de colocar uma prótese de silicone do que era antigamente”, afirma Bertolini.

Segundo Arnaldo Korn, diretor do Centro Nacional — Cirurgia Plástica, muitos jovens se baseiam nos preços no momento de escolher o lugar da cirurgia e acabam se arrependendo no futuro.

“Optar por uma opção apenas por ser mais barata sem a certeza de estar em um local e com médico adequado, pode fazer com que se pague caro pelo resultado”, afirma. “Atualmente, é possível pagar um valor justo por um trabalho bem-feito, de qualidade e com segurança. Empresas que fazem assessoria administrativa nas áreas de procedimentos cirúrgicos, como é o caso do Centro Nacional - Cirurgia Plástica, torna o processo eficiente e possível a realização do sonho da cirurgia plástica”, pontua.

Explante de silicone

Na contramão dessas jovens que sonham em se sentir mais bonitas com a ajuda da cirurgia para colocação de próteses de silicone, tem as mulheres que procuram o explante. Entre elas, famosas como Carolina Dieckmann, Fiorella Mattheis, Victoria Beckham e Monica Benini. A tendência para a retirada, seja por empoderamento ou por motivos de saúde, fez com que elas retornassem à mesa cirúrgica para terem de volta os seios naturais.

Recentemente, a atriz Ludmila Dayer, 37, revelou que foi diagnosticada com esclerose múltipla e que pensa em remover a prótese de silicone dos seios porque pode ser uma das causas da inflamação no seu organismo. Ela, inclusive, foi perguntada por uma fã sobre o assunto durante uma live no Instagram e disse: “Quero muito tirar, mas ainda estou com muito medo da cirurgia”.

Para Leonardo Rodrigues, cirurgião plástico e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a cirurgia de explante é um procedimento simples, assim como sua recuperação. “Hoje, as próteses estão muito mais resistentes e geram menos contratura capsular, com menos chances de vazamento. Com esse cenário, o procedimento se torna bem simples. Basta fazer a retirada e, caso a paciente fique com alguma flacidez indesejada, fazer um enxerto com gordura de outra parte do corpo ou uma cicatriz em T ou L invertidos”, explica o médico.

Em 2018, 14,6 mil mulheres fizeram a retirada de implante. Número que subiu para 19,4 mil, em 2019, e para 25 mil, em 2020. Foto: Broto Comunicação

A hashtag explante de silicone chegou a bater, recentemente, 88 milhões de visualizações na rede social TikTok. Apesar da ausência de dados recentes sobre a cirurgia, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, os números do procedimento seguem em crescimento nos últimos anos. Em 2018, 14,6 mil mulheres fizeram a retirada de implante. Número que subiu para 19,4 mil, em 2019, e para 25 mil, em 2020.

Os motivos e as queixas para o explante, contudo, são diversos. Desde a falta de adaptação por parte da paciente, a aceitação do próprio corpo até problemas de saúde causados por rejeição. A busca por uma forma diferente de olhar para si mesma e relacionar-se com o próprio corpo está entre as mais citadas no consultório de Rodrigues, assim como as queixas por dores de rejeição.

“Algumas mulheres, após os implantes, podem sentir dores musculares e articulares, alergias, fadiga e depressão, que são alguns dos sintomas que geralmente relacionamos à doença do silicone. Contudo, como não existe um exame que bata o martelo sobre o diagnóstico, a alternativa é fazer a retirada dos implantes, mas não necessariamente essa é uma garantia de que os sintomas irão desaparecer”, revela.

Mulheres têm se mobilizado nas redes sociais para relatar associação entre as próteses e sintomas como fadiga e dores.  Foto: Wilton Junior / ESTADÃO

Como saber se há necessidade da retirada?

De fato, o explante de silicone virou tendência, principalmente após diagnósticos de doenças causadas pela prótese. Mas, como saber se há necessidade da retirada? Quem tira as dúvidas é Luís Felipe Maatz, cirurgião plástico especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e especialista em Reconstrução Mamária pelo Hospital Sírio-Libanês.

Alguns sintomas podem indicar essa possível necessidade, de acordo com o médico. Entre os critérios maiores estão a exposição a um estímulo externo, como infecções, antes das manifestações clínicas a seguir; mialgia, miosite ou fraqueza muscular; artralgia e/ou artrite; fadiga crônica, sono não repousante ou distúrbios do sono; manifestações neurológicas, especialmente associadas com desmielinização (Muitos nervos são revestidos de mielina. Quando está desgastada ou danificada, os nervos podem se deteriorar, causando problemas no cérebro. Danos à mielina ao redor dos nervos são chamados de desmielinização); alteração cognitiva, perda de memória; e febre e boca seca.

Ainda segundo Maatz, entre os critérios menores estão o aparecimento de autoanticorpos; síndrome do cólon irritável; surgimento de uma doença autoimune, como esclerose múltipla ou esclerose sistêmica.

“Por isso, a avaliação é fundamental para exclusão de outras doenças que podem causar os mesmos sintomas. A cirurgia de retirada das próteses pode ser considerada como opção, em conformidade com o desejo da paciente e seu entendimento de que os sintomas poderão, eventualmente, continuar. Mas há muitos relatos de pacientes que foram submetidas ao explante e tiveram melhora ou resolução de sintomas”, diz o cirurgião.

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