Comportamento Adolescente e Educação

Brincar pra quê?


Por Carolina Delboni

E por quê? Porque brincar é uma poderosa investigação e construção de mundo. Mas muitos pais indagam as escolas do porquê de tanta brincadeira. "Meu filho só brinca e não aprende nada". A frase é muito comum e custa as escolas explicar que brincar é mais que pedagógico. Custa mesmo, não é no sentido figurado não. Algumas escolas, com medo da afronta das famílias, trocam o tempo da brincadeira por conteúdo didático. Aprender a criança aprende, óbvio. Mas ela deixa de aprender tantas outras coisas que são mais relevantes a sua idade que não vale a pena. Tirar tempo de brincar para poder dizer que sabe escrever seu nome com 4 anos de idade não é mérito algum. Pelo contrário.

Brincar é um direito da criança. Está no ECA, Estatuto da Criança, escrito em 1990. Isso porque ele é entendido como algo primordial e necessário para o desenvolvimento da criança. "É uma questão de dar à criança a possibilidade de ser", escreveu Maria Amélia Pereira, educadora da Casa do Brincar, em 2013. E "ser" é algo muito maior do que fingir ser outra pessoa na brincadeira, como brincar de mamãe e filhinha. Não é só vestir o papel de outra pessoa e brincar. A brincadeira é a maneira da criança ser e estar no mundo. É por aí que, pela primeira vez na vida, ela tem a oportunidade de se reconhecer e pertencer.

Em 2010, o direito ao brincar aparece de novo nas Diretrizes Nacionais Curriculares da Educação Infantil. Ano passado, em 2017, mais uma vez o verbo é reforçado na Base Nacional Comum Curricular. Ainda que sendo um direito reconhecido e reafirmado em tantos documentos, ainda é preciso se falar sobre o brincar. Principalmente quando acontece na escola, onde é visto como um momento de recreação e não como parte do aprendizado.

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Brincar pra quê? Pra aprender. Pra se desenvolver. Para ser e estar. E para poder pertencer. Brincar pressupõe liberdade e autonomia. Fazer parte ou não de uma brincadeira, aceitar ou não entrar num jogo e lidar com as regras são algumas das decisões envolvidas. No Colégio Santa Maria, as turmas do 3º ano estão participando de uma brincadeira divertida e que conta com o envolvimento das famílias. Percebendo que alguns alunos estavam com uma certa dificuldade de coordenação motora fina, o professor de Educação Física da série criou a chamada "sacola de desafios motores", onde são colocados brinquedos que estimulam o desenvolvimento necessário a essa coordenação. São brincadeiras conhecidas, "de antigamente: pula corda, cinco marias, pega-vareta, bolinha de gude etc.

O professor Claudio Natacci entrega três sacolas para cada classe levar para casa durante uma semana. É feito um rodízio para que todos possam ter a oportunidade de brincar com esses objetos. A criança deve registrar como foi a brincadeira e, junto com a família, propor novas regras para cada jogo/brincadeira. "A experiência tem sido importante para resgatar brincadeiras que antes ficavam restritas ao pátio da escola", diz o professor, que vai criar um caderno com registro de todas as variações que serão criadas.

Nessa escola, em especial, o professor está usando a brincadeira para formação pedagógica. Mas há outras em que é o inverso. O pedagógico se empresta ao brincar. É o que acontece na escola Vera Cruz. "As crianças compartilham experiências novas, em contato com crianças de várias faixas etárias. Ensinam e aprendem através do brincar. Essas sucessivas interações criam uma trama, a história do grupo, e a compreensão das regras sociais", está no site oficial da escola.

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A criança, naturalmente brinca e ao brincar, culturalmente se expressa. Internaliza aspectos do mundo que a cerca e põe para fora seu olhar, sua percepção. Seus pensamentos e sentimentos sobre o mundo. Este mesmo mundo que parece ter ânsia pelo futuro e tira das crianças a oportunidade preciosa de viver o presente. É o desafio de ser crianças nos nossos tempos.

Brincar extrapola o humano. E brincadeira e pensamento são uma coisa só para elas. Talvez por ser assim, algo tão natural. E justamente por ser assim, algo tão natural, é que menosprezamos a potência do brincar na vida. E a compreensão do brincar, levando em conta o desenvolvimento infantil, exige que a gente acredite na competência da criança e na capacidade dela de enfrentamento e superação de desafios. Só assim serão capazes de se constituir como sujeitos e agentes de sua experiência social. É o brincar como investigação e construção de mundo.

E por quê? Porque brincar é uma poderosa investigação e construção de mundo. Mas muitos pais indagam as escolas do porquê de tanta brincadeira. "Meu filho só brinca e não aprende nada". A frase é muito comum e custa as escolas explicar que brincar é mais que pedagógico. Custa mesmo, não é no sentido figurado não. Algumas escolas, com medo da afronta das famílias, trocam o tempo da brincadeira por conteúdo didático. Aprender a criança aprende, óbvio. Mas ela deixa de aprender tantas outras coisas que são mais relevantes a sua idade que não vale a pena. Tirar tempo de brincar para poder dizer que sabe escrever seu nome com 4 anos de idade não é mérito algum. Pelo contrário.

Brincar é um direito da criança. Está no ECA, Estatuto da Criança, escrito em 1990. Isso porque ele é entendido como algo primordial e necessário para o desenvolvimento da criança. "É uma questão de dar à criança a possibilidade de ser", escreveu Maria Amélia Pereira, educadora da Casa do Brincar, em 2013. E "ser" é algo muito maior do que fingir ser outra pessoa na brincadeira, como brincar de mamãe e filhinha. Não é só vestir o papel de outra pessoa e brincar. A brincadeira é a maneira da criança ser e estar no mundo. É por aí que, pela primeira vez na vida, ela tem a oportunidade de se reconhecer e pertencer.

Em 2010, o direito ao brincar aparece de novo nas Diretrizes Nacionais Curriculares da Educação Infantil. Ano passado, em 2017, mais uma vez o verbo é reforçado na Base Nacional Comum Curricular. Ainda que sendo um direito reconhecido e reafirmado em tantos documentos, ainda é preciso se falar sobre o brincar. Principalmente quando acontece na escola, onde é visto como um momento de recreação e não como parte do aprendizado.

Brincar pra quê? Pra aprender. Pra se desenvolver. Para ser e estar. E para poder pertencer. Brincar pressupõe liberdade e autonomia. Fazer parte ou não de uma brincadeira, aceitar ou não entrar num jogo e lidar com as regras são algumas das decisões envolvidas. No Colégio Santa Maria, as turmas do 3º ano estão participando de uma brincadeira divertida e que conta com o envolvimento das famílias. Percebendo que alguns alunos estavam com uma certa dificuldade de coordenação motora fina, o professor de Educação Física da série criou a chamada "sacola de desafios motores", onde são colocados brinquedos que estimulam o desenvolvimento necessário a essa coordenação. São brincadeiras conhecidas, "de antigamente: pula corda, cinco marias, pega-vareta, bolinha de gude etc.

O professor Claudio Natacci entrega três sacolas para cada classe levar para casa durante uma semana. É feito um rodízio para que todos possam ter a oportunidade de brincar com esses objetos. A criança deve registrar como foi a brincadeira e, junto com a família, propor novas regras para cada jogo/brincadeira. "A experiência tem sido importante para resgatar brincadeiras que antes ficavam restritas ao pátio da escola", diz o professor, que vai criar um caderno com registro de todas as variações que serão criadas.

Nessa escola, em especial, o professor está usando a brincadeira para formação pedagógica. Mas há outras em que é o inverso. O pedagógico se empresta ao brincar. É o que acontece na escola Vera Cruz. "As crianças compartilham experiências novas, em contato com crianças de várias faixas etárias. Ensinam e aprendem através do brincar. Essas sucessivas interações criam uma trama, a história do grupo, e a compreensão das regras sociais", está no site oficial da escola.

A criança, naturalmente brinca e ao brincar, culturalmente se expressa. Internaliza aspectos do mundo que a cerca e põe para fora seu olhar, sua percepção. Seus pensamentos e sentimentos sobre o mundo. Este mesmo mundo que parece ter ânsia pelo futuro e tira das crianças a oportunidade preciosa de viver o presente. É o desafio de ser crianças nos nossos tempos.

Brincar extrapola o humano. E brincadeira e pensamento são uma coisa só para elas. Talvez por ser assim, algo tão natural. E justamente por ser assim, algo tão natural, é que menosprezamos a potência do brincar na vida. E a compreensão do brincar, levando em conta o desenvolvimento infantil, exige que a gente acredite na competência da criança e na capacidade dela de enfrentamento e superação de desafios. Só assim serão capazes de se constituir como sujeitos e agentes de sua experiência social. É o brincar como investigação e construção de mundo.

E por quê? Porque brincar é uma poderosa investigação e construção de mundo. Mas muitos pais indagam as escolas do porquê de tanta brincadeira. "Meu filho só brinca e não aprende nada". A frase é muito comum e custa as escolas explicar que brincar é mais que pedagógico. Custa mesmo, não é no sentido figurado não. Algumas escolas, com medo da afronta das famílias, trocam o tempo da brincadeira por conteúdo didático. Aprender a criança aprende, óbvio. Mas ela deixa de aprender tantas outras coisas que são mais relevantes a sua idade que não vale a pena. Tirar tempo de brincar para poder dizer que sabe escrever seu nome com 4 anos de idade não é mérito algum. Pelo contrário.

Brincar é um direito da criança. Está no ECA, Estatuto da Criança, escrito em 1990. Isso porque ele é entendido como algo primordial e necessário para o desenvolvimento da criança. "É uma questão de dar à criança a possibilidade de ser", escreveu Maria Amélia Pereira, educadora da Casa do Brincar, em 2013. E "ser" é algo muito maior do que fingir ser outra pessoa na brincadeira, como brincar de mamãe e filhinha. Não é só vestir o papel de outra pessoa e brincar. A brincadeira é a maneira da criança ser e estar no mundo. É por aí que, pela primeira vez na vida, ela tem a oportunidade de se reconhecer e pertencer.

Em 2010, o direito ao brincar aparece de novo nas Diretrizes Nacionais Curriculares da Educação Infantil. Ano passado, em 2017, mais uma vez o verbo é reforçado na Base Nacional Comum Curricular. Ainda que sendo um direito reconhecido e reafirmado em tantos documentos, ainda é preciso se falar sobre o brincar. Principalmente quando acontece na escola, onde é visto como um momento de recreação e não como parte do aprendizado.

Brincar pra quê? Pra aprender. Pra se desenvolver. Para ser e estar. E para poder pertencer. Brincar pressupõe liberdade e autonomia. Fazer parte ou não de uma brincadeira, aceitar ou não entrar num jogo e lidar com as regras são algumas das decisões envolvidas. No Colégio Santa Maria, as turmas do 3º ano estão participando de uma brincadeira divertida e que conta com o envolvimento das famílias. Percebendo que alguns alunos estavam com uma certa dificuldade de coordenação motora fina, o professor de Educação Física da série criou a chamada "sacola de desafios motores", onde são colocados brinquedos que estimulam o desenvolvimento necessário a essa coordenação. São brincadeiras conhecidas, "de antigamente: pula corda, cinco marias, pega-vareta, bolinha de gude etc.

O professor Claudio Natacci entrega três sacolas para cada classe levar para casa durante uma semana. É feito um rodízio para que todos possam ter a oportunidade de brincar com esses objetos. A criança deve registrar como foi a brincadeira e, junto com a família, propor novas regras para cada jogo/brincadeira. "A experiência tem sido importante para resgatar brincadeiras que antes ficavam restritas ao pátio da escola", diz o professor, que vai criar um caderno com registro de todas as variações que serão criadas.

Nessa escola, em especial, o professor está usando a brincadeira para formação pedagógica. Mas há outras em que é o inverso. O pedagógico se empresta ao brincar. É o que acontece na escola Vera Cruz. "As crianças compartilham experiências novas, em contato com crianças de várias faixas etárias. Ensinam e aprendem através do brincar. Essas sucessivas interações criam uma trama, a história do grupo, e a compreensão das regras sociais", está no site oficial da escola.

A criança, naturalmente brinca e ao brincar, culturalmente se expressa. Internaliza aspectos do mundo que a cerca e põe para fora seu olhar, sua percepção. Seus pensamentos e sentimentos sobre o mundo. Este mesmo mundo que parece ter ânsia pelo futuro e tira das crianças a oportunidade preciosa de viver o presente. É o desafio de ser crianças nos nossos tempos.

Brincar extrapola o humano. E brincadeira e pensamento são uma coisa só para elas. Talvez por ser assim, algo tão natural. E justamente por ser assim, algo tão natural, é que menosprezamos a potência do brincar na vida. E a compreensão do brincar, levando em conta o desenvolvimento infantil, exige que a gente acredite na competência da criança e na capacidade dela de enfrentamento e superação de desafios. Só assim serão capazes de se constituir como sujeitos e agentes de sua experiência social. É o brincar como investigação e construção de mundo.

E por quê? Porque brincar é uma poderosa investigação e construção de mundo. Mas muitos pais indagam as escolas do porquê de tanta brincadeira. "Meu filho só brinca e não aprende nada". A frase é muito comum e custa as escolas explicar que brincar é mais que pedagógico. Custa mesmo, não é no sentido figurado não. Algumas escolas, com medo da afronta das famílias, trocam o tempo da brincadeira por conteúdo didático. Aprender a criança aprende, óbvio. Mas ela deixa de aprender tantas outras coisas que são mais relevantes a sua idade que não vale a pena. Tirar tempo de brincar para poder dizer que sabe escrever seu nome com 4 anos de idade não é mérito algum. Pelo contrário.

Brincar é um direito da criança. Está no ECA, Estatuto da Criança, escrito em 1990. Isso porque ele é entendido como algo primordial e necessário para o desenvolvimento da criança. "É uma questão de dar à criança a possibilidade de ser", escreveu Maria Amélia Pereira, educadora da Casa do Brincar, em 2013. E "ser" é algo muito maior do que fingir ser outra pessoa na brincadeira, como brincar de mamãe e filhinha. Não é só vestir o papel de outra pessoa e brincar. A brincadeira é a maneira da criança ser e estar no mundo. É por aí que, pela primeira vez na vida, ela tem a oportunidade de se reconhecer e pertencer.

Em 2010, o direito ao brincar aparece de novo nas Diretrizes Nacionais Curriculares da Educação Infantil. Ano passado, em 2017, mais uma vez o verbo é reforçado na Base Nacional Comum Curricular. Ainda que sendo um direito reconhecido e reafirmado em tantos documentos, ainda é preciso se falar sobre o brincar. Principalmente quando acontece na escola, onde é visto como um momento de recreação e não como parte do aprendizado.

Brincar pra quê? Pra aprender. Pra se desenvolver. Para ser e estar. E para poder pertencer. Brincar pressupõe liberdade e autonomia. Fazer parte ou não de uma brincadeira, aceitar ou não entrar num jogo e lidar com as regras são algumas das decisões envolvidas. No Colégio Santa Maria, as turmas do 3º ano estão participando de uma brincadeira divertida e que conta com o envolvimento das famílias. Percebendo que alguns alunos estavam com uma certa dificuldade de coordenação motora fina, o professor de Educação Física da série criou a chamada "sacola de desafios motores", onde são colocados brinquedos que estimulam o desenvolvimento necessário a essa coordenação. São brincadeiras conhecidas, "de antigamente: pula corda, cinco marias, pega-vareta, bolinha de gude etc.

O professor Claudio Natacci entrega três sacolas para cada classe levar para casa durante uma semana. É feito um rodízio para que todos possam ter a oportunidade de brincar com esses objetos. A criança deve registrar como foi a brincadeira e, junto com a família, propor novas regras para cada jogo/brincadeira. "A experiência tem sido importante para resgatar brincadeiras que antes ficavam restritas ao pátio da escola", diz o professor, que vai criar um caderno com registro de todas as variações que serão criadas.

Nessa escola, em especial, o professor está usando a brincadeira para formação pedagógica. Mas há outras em que é o inverso. O pedagógico se empresta ao brincar. É o que acontece na escola Vera Cruz. "As crianças compartilham experiências novas, em contato com crianças de várias faixas etárias. Ensinam e aprendem através do brincar. Essas sucessivas interações criam uma trama, a história do grupo, e a compreensão das regras sociais", está no site oficial da escola.

A criança, naturalmente brinca e ao brincar, culturalmente se expressa. Internaliza aspectos do mundo que a cerca e põe para fora seu olhar, sua percepção. Seus pensamentos e sentimentos sobre o mundo. Este mesmo mundo que parece ter ânsia pelo futuro e tira das crianças a oportunidade preciosa de viver o presente. É o desafio de ser crianças nos nossos tempos.

Brincar extrapola o humano. E brincadeira e pensamento são uma coisa só para elas. Talvez por ser assim, algo tão natural. E justamente por ser assim, algo tão natural, é que menosprezamos a potência do brincar na vida. E a compreensão do brincar, levando em conta o desenvolvimento infantil, exige que a gente acredite na competência da criança e na capacidade dela de enfrentamento e superação de desafios. Só assim serão capazes de se constituir como sujeitos e agentes de sua experiência social. É o brincar como investigação e construção de mundo.

E por quê? Porque brincar é uma poderosa investigação e construção de mundo. Mas muitos pais indagam as escolas do porquê de tanta brincadeira. "Meu filho só brinca e não aprende nada". A frase é muito comum e custa as escolas explicar que brincar é mais que pedagógico. Custa mesmo, não é no sentido figurado não. Algumas escolas, com medo da afronta das famílias, trocam o tempo da brincadeira por conteúdo didático. Aprender a criança aprende, óbvio. Mas ela deixa de aprender tantas outras coisas que são mais relevantes a sua idade que não vale a pena. Tirar tempo de brincar para poder dizer que sabe escrever seu nome com 4 anos de idade não é mérito algum. Pelo contrário.

Brincar é um direito da criança. Está no ECA, Estatuto da Criança, escrito em 1990. Isso porque ele é entendido como algo primordial e necessário para o desenvolvimento da criança. "É uma questão de dar à criança a possibilidade de ser", escreveu Maria Amélia Pereira, educadora da Casa do Brincar, em 2013. E "ser" é algo muito maior do que fingir ser outra pessoa na brincadeira, como brincar de mamãe e filhinha. Não é só vestir o papel de outra pessoa e brincar. A brincadeira é a maneira da criança ser e estar no mundo. É por aí que, pela primeira vez na vida, ela tem a oportunidade de se reconhecer e pertencer.

Em 2010, o direito ao brincar aparece de novo nas Diretrizes Nacionais Curriculares da Educação Infantil. Ano passado, em 2017, mais uma vez o verbo é reforçado na Base Nacional Comum Curricular. Ainda que sendo um direito reconhecido e reafirmado em tantos documentos, ainda é preciso se falar sobre o brincar. Principalmente quando acontece na escola, onde é visto como um momento de recreação e não como parte do aprendizado.

Brincar pra quê? Pra aprender. Pra se desenvolver. Para ser e estar. E para poder pertencer. Brincar pressupõe liberdade e autonomia. Fazer parte ou não de uma brincadeira, aceitar ou não entrar num jogo e lidar com as regras são algumas das decisões envolvidas. No Colégio Santa Maria, as turmas do 3º ano estão participando de uma brincadeira divertida e que conta com o envolvimento das famílias. Percebendo que alguns alunos estavam com uma certa dificuldade de coordenação motora fina, o professor de Educação Física da série criou a chamada "sacola de desafios motores", onde são colocados brinquedos que estimulam o desenvolvimento necessário a essa coordenação. São brincadeiras conhecidas, "de antigamente: pula corda, cinco marias, pega-vareta, bolinha de gude etc.

O professor Claudio Natacci entrega três sacolas para cada classe levar para casa durante uma semana. É feito um rodízio para que todos possam ter a oportunidade de brincar com esses objetos. A criança deve registrar como foi a brincadeira e, junto com a família, propor novas regras para cada jogo/brincadeira. "A experiência tem sido importante para resgatar brincadeiras que antes ficavam restritas ao pátio da escola", diz o professor, que vai criar um caderno com registro de todas as variações que serão criadas.

Nessa escola, em especial, o professor está usando a brincadeira para formação pedagógica. Mas há outras em que é o inverso. O pedagógico se empresta ao brincar. É o que acontece na escola Vera Cruz. "As crianças compartilham experiências novas, em contato com crianças de várias faixas etárias. Ensinam e aprendem através do brincar. Essas sucessivas interações criam uma trama, a história do grupo, e a compreensão das regras sociais", está no site oficial da escola.

A criança, naturalmente brinca e ao brincar, culturalmente se expressa. Internaliza aspectos do mundo que a cerca e põe para fora seu olhar, sua percepção. Seus pensamentos e sentimentos sobre o mundo. Este mesmo mundo que parece ter ânsia pelo futuro e tira das crianças a oportunidade preciosa de viver o presente. É o desafio de ser crianças nos nossos tempos.

Brincar extrapola o humano. E brincadeira e pensamento são uma coisa só para elas. Talvez por ser assim, algo tão natural. E justamente por ser assim, algo tão natural, é que menosprezamos a potência do brincar na vida. E a compreensão do brincar, levando em conta o desenvolvimento infantil, exige que a gente acredite na competência da criança e na capacidade dela de enfrentamento e superação de desafios. Só assim serão capazes de se constituir como sujeitos e agentes de sua experiência social. É o brincar como investigação e construção de mundo.

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