Comportamento Adolescente e Educação

Bullying, exclusão social e cancelamento na adolescência: qual a relação entre eles? Entenda


Por Carolina Delboni

Alerta: o texto abaixo trata de temas como suicídios e transtornos mentais. Se você está passando por problemas, veja ao final dele onde buscar ajuda.

Pertencer é uma necessidade vital da adolescência, contudo, na era do bullying e do cancelamento digital parece ter ficado ainda mais dolorido sentir-se excluído. Mas qual a relação entre bullying, exclusão social e cancelamento na adolescência? Entenda

"Mãe, vem me buscar, por favor." Essas foram as últimas palavras de uma adolescente de 15 anos que, após um confronto com um grupo de colegas numa festa, decidiu se jogar pela janela do apartamento do pai. A exclusão social e o isolamento que sofreu após o acontecimento na festa foram o estopim de uma dor e agonia que se tornou insustentável.

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Infelizmente, casos como este não são atípicos. Existe uma consequência que pode ser violentamente dolorida e insustentável quando um adolescente se sente - ou é - excluído pelo grupo de maneira permanente ou sistemática. Pertencer é uma necessidade vital da adolescência. Fazer parte de um grupo, ser aceito, se encontrar nas características semelhantes de outros colegas, se compreender como individuo, tudo isso são como oxigênio para o adolescente. Eu costumo dizer que pertencer a um grupo social está como o brincar para a criança.

Uma criança que não brinca, perde sua vitalidade. Um adolescente que não se relaciona socialmente, perde sua vitalidade. E quando eu perco a minha vitalidade, perco o sentido da vida, ela se esvazia. Mas por que será que este "fenômeno" não acontece com todo adolescente se se sente ou é excluído por um grupo? Qual é a relação entre exclusão social, bullying e suicídio na adolescência?

Levantamento do DataSenado aponta que cerca de 6,7 milhões de estudantes sofreram algum tipo de violência na escola no último ano - o número representa 11% dos quase 60 milhões de estudantes matriculados no país. Foto Mariya Surmacheva/ Adobe Stock  
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Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o suicídio foi a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em 2020. No Brasil, é a terceira causa na mesma faixa etária, conforme o Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM) desenvolvido pelo Ministério da Saúde. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), entre 2012 e 2021, cerca de mil jovens entre 10 e 19 anos tiraram a própria vida.

No total, o país registrou 9.954 casos de suicídio ou mortes por lesões intencionalmente provocadas nesse período. Os números da SBP indicam que a maioria dos suicídios (84,29%) ocorre entre adolescentes de 15 a 19 anos, resultando em mais de 8 mil óbitos. Na faixa etária de 10 a 14 anos, foram registrados 1.563 casos.

Suicídio: uma crise global Para entender o suicídio é importante entender seus fatores. A decisão de tirar a própria vida é entrelaçada por questões biológicas, psicológicas e sociais. Somados a estes fatores, existem ainda questões externas como cultura, religião e condições socioeconômicas.

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Ainda como aponta o Ministério da Saúde, fatores como violência física ou emocional, bullying, cyberbullying e exclusão social são os principais gatilhos para a decisão de tirar a própria vida. Longe de ser algo simples de entender ou que traz respostas concretas e certeiras. Aliás, a incerteza é intrínseca a esse tipo de morte.

Fazendo um recorte nos dados sobre suicídio e na faixa etária, olhando apenas para a adolescência e o que ela representa como desenvolvimento humano, as relações sociais desempenham um papel fundamental na formação da identidade e autoestima. Para a Dra. Karen Scavacini, especialista em saúde mental e fundadora do Instituto Vita Alere, a sensação de pertencimento a um grupo é essencial para o bem-estar emocional dos jovens. "Quando um adolescente se sente rejeitado ou excluído, isso pode levar ao aumento da ansiedade, depressão e pensamentos suicidas, especialmente quando combinado com outros fatores de risco", afirma.

Um estudo conduzido pela Universidade de Oxford entre 2009 e 2017, que acompanhou mais de 12 mil adolescentes em cinco países, revelou que aqueles que vivenciaram exclusão social ou bullying tiveram 3,5 vezes mais chances de desenvolver sintomas depressivos severos em comparação com aqueles que se sentiam incluídos em seus grupos sociais.

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O bullying, violência e perseguição sistemático e sem intervenção, pode desencadear sentimentos de humilhação, desamparo e desesperança. A Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (Eurofound) relatou que adolescentes que sofrem bullying têm 2,4 vezes mais chances de tentar o suicídio em algum momento de suas vidas. Isso se agrava quando ocorre nas redes sociais, onde o isolamento é amplificado pelo cancelamento público.

No caso da jovem mencionada, o cancelamento nas redes sociais foi um dos principais fatores que contribuíram para a crise emocional. Ela foi publicamente exposta e isolada, o que intensificou o sofrimento. De acordo com um relatório do Instituto de Pesquisa Pew, 59% dos adolescentes nos Estados Unidos relataram ter sido vítimas de bullying online e cerca de 37% afirmaram que o impacto dessa exclusão foi emocionalmente devastador.

A American Psychological Association (APA) alerta que os adolescentes são particularmente vulneráveis ao cyberbullying, pois a humilhação pública online costuma ser mais persistente e visível, perpetuando um ciclo de exclusão e vergonha. A Dra. Scavacini comenta que o impacto psicológico da exclusão pode ser profundo e difícil de reverter: "Quando um jovem é 'cancelado' publicamente, isso pode desencadear um sentimento de não pertencimento em larga escala, que acaba se estendendo para todas as áreas de sua vida, aumentando os sentimentos de solidão e desesperança."

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Um dos fatores mais preocupantes associados ao suicídio na adolescência é o isolamento social, muitas vezes intensificado pelo bullying e pela exclusão. A sensação de não pertencimento pode levar ao desenvolvimento de distúrbios mentais, como a depressão, diretamente associada a comportamentos suicidas. Estudos da Society for Adolescent Health and Medicine indicam que adolescentes que se sentem isolados socialmente têm duas vezes mais propensão a considerar o suicídio em comparação àqueles que possuem uma rede de apoio.

A exclusão é vista como uma forma de violência emocional, cujas consequências podem ser tão graves quanto as da violência física. O impacto dessa exclusão no desenvolvimento emocional e social do adolescente pode gerar crises de identidade, uma necessidade constante de validação externa e o enfraquecimento dos mecanismos de enfrentamento. Quando combinada a outros fatores de risco, como falta de apoio familiar ou transtornos psicológicos, a exclusão pode ser o fator que desencadeia uma tentativa de suicídio.

O papel da família e da escola na prevenção Tanto a família quanto a escola têm papéis fundamentais na prevenção do suicídio e no combate ao bullying. Estar atento aos sinais de que o adolescente está enfrentando dificuldades emocionais é essencial. Alterações comportamentais, como isolamento, queda no rendimento escolar, perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas, alterações no sono e apatia, são indícios de que algo não está bem.

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É fundamental que educadores e pais criem espaços seguros para que os jovens possam se expressar livremente. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) recomenda que escolas promovam programas de mediação de conflitos, inclusão social e educação emocional, visando combater o bullying e criar um ambiente onde os adolescentes se sintam aceitos e respeitados.

A Lei nº 13.185, aprovada em 2015, determina que o bullying é crime e as escolas são um agente fundamental na busca pelo cumprimento da legislação. Ao promover rodas de conversa e fazer campanhas dentro do espaço educacional, as instituições têm a oportunidade de identificar situações de risco, oferecer suporte apropriado tanto às vítimas quanto aos agressores, assim como promover relações interpessoais saudáveis.

Implicar os alunos na construção e implementação dessas e outras medidas é fundamental para que eles compreendam a violência do bullying na própria vida e na de colegas, e para que eles se sintam corresponsáveis pela construção deste ambiente saudável e respeitoso.

A perpetuação de uma violência, a exclusão social de um adolescente, pode ter consequências gravíssimas quando combinadas a fatores biológicos, psicológicos e sociais. Ao sabermos disso, ao termos consciência, é preciso agir para que adolescentes e jovens não continuem a ocupar lugares em dados e estatísticas. O bullying hoje faz parte do cotidiano escolar e garantir a criação de campanhas sistemáticas contra o bullying também deveria fazer parte do cotidiano escolar. Isso faz parte da responsabilidade constitucional das escolas brasileiras.

É fundamental capacitar docentes e colaboradores sobre o assunto, pois eles podem identificar os atores do fenômeno: agressores e vítimas. É fundamental capacitar os próprios alunos sobre o que é bullying para que eles possam se fortalecer como coletivo escolar e promover um ambiente acolhedor a todos.

Um estudo inédito avaliou 196 secretarias estaduais e municipais de educação nas cinco regiões do país e concluiu que quase metade delas estão "parcialmente estruturadas" para gerir o clima e a convivência no ambiente escolar, considerando questões de equidade de gênero e raça. Isso significa que 89 pastas (45,7%) possuem algumas iniciativas voltadas para questões como violência, bullying e racismo, mas ainda não estão no nível máximo ("muito estruturado") - patamar atingido por apenas oito redes (4,1%). 17,3% delas, que correspondem a 34 secretarias, estão em um grupo intermediário, classificado como "estruturado".

Os dados são da pesquisa "Gestão das redes de ensino e clima escolar: mapeamento das ações e uma proposta de matriz avaliativa sensível à equidade", desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisa em Desigualdades Escolares da Universidade Federal de Minas Gerais (Nupede/UFMG), que mapeou políticas e intervenções relacionadas à melhoria do clima escolar implementadas por secretarias estaduais e municipais de educação, entre os anos de 2022 e 2023.

Os dados mostram que ainda são pouco desenvolvidas as estratégias de comunicação entre escolas e secretarias para a identificação, intervenção e monitoramento sobre situações que afetam o clima escolar. Apesar da grande frequência de secretarias que afirmam investir na formação continuada de docentes, poucas desenvolveram planos de convivência ou incluíram a questão do clima escolar em documentos como o Plano Político-Pedagógico.

Ainda que o País apresente resultados desafiadores, o estudo mostrou um cenário promissor, em que os órgãos gestores têm discutido cada vez mais o tema do clima escolar e da convivência, sob a perspectiva pedagógica e das relações interpessoais nas escolas. Essa mudança tem grande potencial para impactar positivamente o ambiente escolar.

Talvez esse seja um dos maiores desafios da contemporaneidade educacional, mas envolver toda a escola e seus diversos setores e pares para construir este caminho é a solução mais potente e assertiva. Do contrário, repito: vamos continuar perdendo adolescentes para dados e estatísticas da violência e suicídio no Brasil.

Onde buscar ajuda Se você está passando por sofrimento psíquico ou conhece alguém nessa situação, veja abaixo onde encontrar ajuda:

Centro de Valorização da Vida (CVV)

Se estiver precisando de ajuda imediata, entre em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV), serviço gratuito de apoio emocional que disponibiliza atendimento 24 horas por dia. O contato pode ser feito por e-mail, pelo chat no site ou pelo telefone 188.

Canal Pode Falar Iniciativa criada pelo Unicef para oferecer escuta para adolescentes e jovens de 13 a 24 anos. O contato pode ser feito pelo WhatsApp, de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.

SUS Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) são unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) voltadas para o atendimento de pacientes com transtornos mentais. Há unidades específicas para crianças e adolescentes. Na cidade de São Paulo, são 33 Caps Infantojuventis e é possível buscar os endereços das unidades nesta página.

Mapa da Saúde Mental O site traz mapas com unidades de saúde e iniciativas gratuitas de atendimento psicológico presencial e online. Disponibiliza ainda materiais de orientação sobre transtornos mentais.

NOTA DA REDAÇÃO: Suicídios são um problema de saúde pública. Antes, o Estadão, assim como boa parte da mídia profissional, evitava publicar reportagens sobre o tema pelo receio de que isso servisse de incentivo. Mas, diante da alta de mortes e tentativas de suicídio nos últimos anos, inclusive de crianças e adolescentes, o Estadão passa a discutir mais o assunto. Segundo especialistas, é preciso colocar a pauta em debate, mas de modo cuidadoso, para auxiliar na prevenção. O trabalho jornalístico sobre suicídios pode oferecer esperança a pessoas em risco, assim como para suas famílias, além de reduzir estigmas e inspirar diálogos abertos e positivos. O Estadão segue as recomendações de manuais e especialistas ao relatar os casos e as explicações para o fenômeno.

Alerta: o texto abaixo trata de temas como suicídios e transtornos mentais. Se você está passando por problemas, veja ao final dele onde buscar ajuda.

Pertencer é uma necessidade vital da adolescência, contudo, na era do bullying e do cancelamento digital parece ter ficado ainda mais dolorido sentir-se excluído. Mas qual a relação entre bullying, exclusão social e cancelamento na adolescência? Entenda

"Mãe, vem me buscar, por favor." Essas foram as últimas palavras de uma adolescente de 15 anos que, após um confronto com um grupo de colegas numa festa, decidiu se jogar pela janela do apartamento do pai. A exclusão social e o isolamento que sofreu após o acontecimento na festa foram o estopim de uma dor e agonia que se tornou insustentável.

Infelizmente, casos como este não são atípicos. Existe uma consequência que pode ser violentamente dolorida e insustentável quando um adolescente se sente - ou é - excluído pelo grupo de maneira permanente ou sistemática. Pertencer é uma necessidade vital da adolescência. Fazer parte de um grupo, ser aceito, se encontrar nas características semelhantes de outros colegas, se compreender como individuo, tudo isso são como oxigênio para o adolescente. Eu costumo dizer que pertencer a um grupo social está como o brincar para a criança.

Uma criança que não brinca, perde sua vitalidade. Um adolescente que não se relaciona socialmente, perde sua vitalidade. E quando eu perco a minha vitalidade, perco o sentido da vida, ela se esvazia. Mas por que será que este "fenômeno" não acontece com todo adolescente se se sente ou é excluído por um grupo? Qual é a relação entre exclusão social, bullying e suicídio na adolescência?

Levantamento do DataSenado aponta que cerca de 6,7 milhões de estudantes sofreram algum tipo de violência na escola no último ano - o número representa 11% dos quase 60 milhões de estudantes matriculados no país. Foto Mariya Surmacheva/ Adobe Stock  

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o suicídio foi a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em 2020. No Brasil, é a terceira causa na mesma faixa etária, conforme o Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM) desenvolvido pelo Ministério da Saúde. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), entre 2012 e 2021, cerca de mil jovens entre 10 e 19 anos tiraram a própria vida.

No total, o país registrou 9.954 casos de suicídio ou mortes por lesões intencionalmente provocadas nesse período. Os números da SBP indicam que a maioria dos suicídios (84,29%) ocorre entre adolescentes de 15 a 19 anos, resultando em mais de 8 mil óbitos. Na faixa etária de 10 a 14 anos, foram registrados 1.563 casos.

Suicídio: uma crise global Para entender o suicídio é importante entender seus fatores. A decisão de tirar a própria vida é entrelaçada por questões biológicas, psicológicas e sociais. Somados a estes fatores, existem ainda questões externas como cultura, religião e condições socioeconômicas.

Ainda como aponta o Ministério da Saúde, fatores como violência física ou emocional, bullying, cyberbullying e exclusão social são os principais gatilhos para a decisão de tirar a própria vida. Longe de ser algo simples de entender ou que traz respostas concretas e certeiras. Aliás, a incerteza é intrínseca a esse tipo de morte.

Fazendo um recorte nos dados sobre suicídio e na faixa etária, olhando apenas para a adolescência e o que ela representa como desenvolvimento humano, as relações sociais desempenham um papel fundamental na formação da identidade e autoestima. Para a Dra. Karen Scavacini, especialista em saúde mental e fundadora do Instituto Vita Alere, a sensação de pertencimento a um grupo é essencial para o bem-estar emocional dos jovens. "Quando um adolescente se sente rejeitado ou excluído, isso pode levar ao aumento da ansiedade, depressão e pensamentos suicidas, especialmente quando combinado com outros fatores de risco", afirma.

Um estudo conduzido pela Universidade de Oxford entre 2009 e 2017, que acompanhou mais de 12 mil adolescentes em cinco países, revelou que aqueles que vivenciaram exclusão social ou bullying tiveram 3,5 vezes mais chances de desenvolver sintomas depressivos severos em comparação com aqueles que se sentiam incluídos em seus grupos sociais.

O bullying, violência e perseguição sistemático e sem intervenção, pode desencadear sentimentos de humilhação, desamparo e desesperança. A Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (Eurofound) relatou que adolescentes que sofrem bullying têm 2,4 vezes mais chances de tentar o suicídio em algum momento de suas vidas. Isso se agrava quando ocorre nas redes sociais, onde o isolamento é amplificado pelo cancelamento público.

No caso da jovem mencionada, o cancelamento nas redes sociais foi um dos principais fatores que contribuíram para a crise emocional. Ela foi publicamente exposta e isolada, o que intensificou o sofrimento. De acordo com um relatório do Instituto de Pesquisa Pew, 59% dos adolescentes nos Estados Unidos relataram ter sido vítimas de bullying online e cerca de 37% afirmaram que o impacto dessa exclusão foi emocionalmente devastador.

A American Psychological Association (APA) alerta que os adolescentes são particularmente vulneráveis ao cyberbullying, pois a humilhação pública online costuma ser mais persistente e visível, perpetuando um ciclo de exclusão e vergonha. A Dra. Scavacini comenta que o impacto psicológico da exclusão pode ser profundo e difícil de reverter: "Quando um jovem é 'cancelado' publicamente, isso pode desencadear um sentimento de não pertencimento em larga escala, que acaba se estendendo para todas as áreas de sua vida, aumentando os sentimentos de solidão e desesperança."

Um dos fatores mais preocupantes associados ao suicídio na adolescência é o isolamento social, muitas vezes intensificado pelo bullying e pela exclusão. A sensação de não pertencimento pode levar ao desenvolvimento de distúrbios mentais, como a depressão, diretamente associada a comportamentos suicidas. Estudos da Society for Adolescent Health and Medicine indicam que adolescentes que se sentem isolados socialmente têm duas vezes mais propensão a considerar o suicídio em comparação àqueles que possuem uma rede de apoio.

A exclusão é vista como uma forma de violência emocional, cujas consequências podem ser tão graves quanto as da violência física. O impacto dessa exclusão no desenvolvimento emocional e social do adolescente pode gerar crises de identidade, uma necessidade constante de validação externa e o enfraquecimento dos mecanismos de enfrentamento. Quando combinada a outros fatores de risco, como falta de apoio familiar ou transtornos psicológicos, a exclusão pode ser o fator que desencadeia uma tentativa de suicídio.

O papel da família e da escola na prevenção Tanto a família quanto a escola têm papéis fundamentais na prevenção do suicídio e no combate ao bullying. Estar atento aos sinais de que o adolescente está enfrentando dificuldades emocionais é essencial. Alterações comportamentais, como isolamento, queda no rendimento escolar, perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas, alterações no sono e apatia, são indícios de que algo não está bem.

É fundamental que educadores e pais criem espaços seguros para que os jovens possam se expressar livremente. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) recomenda que escolas promovam programas de mediação de conflitos, inclusão social e educação emocional, visando combater o bullying e criar um ambiente onde os adolescentes se sintam aceitos e respeitados.

A Lei nº 13.185, aprovada em 2015, determina que o bullying é crime e as escolas são um agente fundamental na busca pelo cumprimento da legislação. Ao promover rodas de conversa e fazer campanhas dentro do espaço educacional, as instituições têm a oportunidade de identificar situações de risco, oferecer suporte apropriado tanto às vítimas quanto aos agressores, assim como promover relações interpessoais saudáveis.

Implicar os alunos na construção e implementação dessas e outras medidas é fundamental para que eles compreendam a violência do bullying na própria vida e na de colegas, e para que eles se sintam corresponsáveis pela construção deste ambiente saudável e respeitoso.

A perpetuação de uma violência, a exclusão social de um adolescente, pode ter consequências gravíssimas quando combinadas a fatores biológicos, psicológicos e sociais. Ao sabermos disso, ao termos consciência, é preciso agir para que adolescentes e jovens não continuem a ocupar lugares em dados e estatísticas. O bullying hoje faz parte do cotidiano escolar e garantir a criação de campanhas sistemáticas contra o bullying também deveria fazer parte do cotidiano escolar. Isso faz parte da responsabilidade constitucional das escolas brasileiras.

É fundamental capacitar docentes e colaboradores sobre o assunto, pois eles podem identificar os atores do fenômeno: agressores e vítimas. É fundamental capacitar os próprios alunos sobre o que é bullying para que eles possam se fortalecer como coletivo escolar e promover um ambiente acolhedor a todos.

Um estudo inédito avaliou 196 secretarias estaduais e municipais de educação nas cinco regiões do país e concluiu que quase metade delas estão "parcialmente estruturadas" para gerir o clima e a convivência no ambiente escolar, considerando questões de equidade de gênero e raça. Isso significa que 89 pastas (45,7%) possuem algumas iniciativas voltadas para questões como violência, bullying e racismo, mas ainda não estão no nível máximo ("muito estruturado") - patamar atingido por apenas oito redes (4,1%). 17,3% delas, que correspondem a 34 secretarias, estão em um grupo intermediário, classificado como "estruturado".

Os dados são da pesquisa "Gestão das redes de ensino e clima escolar: mapeamento das ações e uma proposta de matriz avaliativa sensível à equidade", desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisa em Desigualdades Escolares da Universidade Federal de Minas Gerais (Nupede/UFMG), que mapeou políticas e intervenções relacionadas à melhoria do clima escolar implementadas por secretarias estaduais e municipais de educação, entre os anos de 2022 e 2023.

Os dados mostram que ainda são pouco desenvolvidas as estratégias de comunicação entre escolas e secretarias para a identificação, intervenção e monitoramento sobre situações que afetam o clima escolar. Apesar da grande frequência de secretarias que afirmam investir na formação continuada de docentes, poucas desenvolveram planos de convivência ou incluíram a questão do clima escolar em documentos como o Plano Político-Pedagógico.

Ainda que o País apresente resultados desafiadores, o estudo mostrou um cenário promissor, em que os órgãos gestores têm discutido cada vez mais o tema do clima escolar e da convivência, sob a perspectiva pedagógica e das relações interpessoais nas escolas. Essa mudança tem grande potencial para impactar positivamente o ambiente escolar.

Talvez esse seja um dos maiores desafios da contemporaneidade educacional, mas envolver toda a escola e seus diversos setores e pares para construir este caminho é a solução mais potente e assertiva. Do contrário, repito: vamos continuar perdendo adolescentes para dados e estatísticas da violência e suicídio no Brasil.

Onde buscar ajuda Se você está passando por sofrimento psíquico ou conhece alguém nessa situação, veja abaixo onde encontrar ajuda:

Centro de Valorização da Vida (CVV)

Se estiver precisando de ajuda imediata, entre em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV), serviço gratuito de apoio emocional que disponibiliza atendimento 24 horas por dia. O contato pode ser feito por e-mail, pelo chat no site ou pelo telefone 188.

Canal Pode Falar Iniciativa criada pelo Unicef para oferecer escuta para adolescentes e jovens de 13 a 24 anos. O contato pode ser feito pelo WhatsApp, de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.

SUS Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) são unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) voltadas para o atendimento de pacientes com transtornos mentais. Há unidades específicas para crianças e adolescentes. Na cidade de São Paulo, são 33 Caps Infantojuventis e é possível buscar os endereços das unidades nesta página.

Mapa da Saúde Mental O site traz mapas com unidades de saúde e iniciativas gratuitas de atendimento psicológico presencial e online. Disponibiliza ainda materiais de orientação sobre transtornos mentais.

NOTA DA REDAÇÃO: Suicídios são um problema de saúde pública. Antes, o Estadão, assim como boa parte da mídia profissional, evitava publicar reportagens sobre o tema pelo receio de que isso servisse de incentivo. Mas, diante da alta de mortes e tentativas de suicídio nos últimos anos, inclusive de crianças e adolescentes, o Estadão passa a discutir mais o assunto. Segundo especialistas, é preciso colocar a pauta em debate, mas de modo cuidadoso, para auxiliar na prevenção. O trabalho jornalístico sobre suicídios pode oferecer esperança a pessoas em risco, assim como para suas famílias, além de reduzir estigmas e inspirar diálogos abertos e positivos. O Estadão segue as recomendações de manuais e especialistas ao relatar os casos e as explicações para o fenômeno.

Alerta: o texto abaixo trata de temas como suicídios e transtornos mentais. Se você está passando por problemas, veja ao final dele onde buscar ajuda.

Pertencer é uma necessidade vital da adolescência, contudo, na era do bullying e do cancelamento digital parece ter ficado ainda mais dolorido sentir-se excluído. Mas qual a relação entre bullying, exclusão social e cancelamento na adolescência? Entenda

"Mãe, vem me buscar, por favor." Essas foram as últimas palavras de uma adolescente de 15 anos que, após um confronto com um grupo de colegas numa festa, decidiu se jogar pela janela do apartamento do pai. A exclusão social e o isolamento que sofreu após o acontecimento na festa foram o estopim de uma dor e agonia que se tornou insustentável.

Infelizmente, casos como este não são atípicos. Existe uma consequência que pode ser violentamente dolorida e insustentável quando um adolescente se sente - ou é - excluído pelo grupo de maneira permanente ou sistemática. Pertencer é uma necessidade vital da adolescência. Fazer parte de um grupo, ser aceito, se encontrar nas características semelhantes de outros colegas, se compreender como individuo, tudo isso são como oxigênio para o adolescente. Eu costumo dizer que pertencer a um grupo social está como o brincar para a criança.

Uma criança que não brinca, perde sua vitalidade. Um adolescente que não se relaciona socialmente, perde sua vitalidade. E quando eu perco a minha vitalidade, perco o sentido da vida, ela se esvazia. Mas por que será que este "fenômeno" não acontece com todo adolescente se se sente ou é excluído por um grupo? Qual é a relação entre exclusão social, bullying e suicídio na adolescência?

Levantamento do DataSenado aponta que cerca de 6,7 milhões de estudantes sofreram algum tipo de violência na escola no último ano - o número representa 11% dos quase 60 milhões de estudantes matriculados no país. Foto Mariya Surmacheva/ Adobe Stock  

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o suicídio foi a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em 2020. No Brasil, é a terceira causa na mesma faixa etária, conforme o Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM) desenvolvido pelo Ministério da Saúde. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), entre 2012 e 2021, cerca de mil jovens entre 10 e 19 anos tiraram a própria vida.

No total, o país registrou 9.954 casos de suicídio ou mortes por lesões intencionalmente provocadas nesse período. Os números da SBP indicam que a maioria dos suicídios (84,29%) ocorre entre adolescentes de 15 a 19 anos, resultando em mais de 8 mil óbitos. Na faixa etária de 10 a 14 anos, foram registrados 1.563 casos.

Suicídio: uma crise global Para entender o suicídio é importante entender seus fatores. A decisão de tirar a própria vida é entrelaçada por questões biológicas, psicológicas e sociais. Somados a estes fatores, existem ainda questões externas como cultura, religião e condições socioeconômicas.

Ainda como aponta o Ministério da Saúde, fatores como violência física ou emocional, bullying, cyberbullying e exclusão social são os principais gatilhos para a decisão de tirar a própria vida. Longe de ser algo simples de entender ou que traz respostas concretas e certeiras. Aliás, a incerteza é intrínseca a esse tipo de morte.

Fazendo um recorte nos dados sobre suicídio e na faixa etária, olhando apenas para a adolescência e o que ela representa como desenvolvimento humano, as relações sociais desempenham um papel fundamental na formação da identidade e autoestima. Para a Dra. Karen Scavacini, especialista em saúde mental e fundadora do Instituto Vita Alere, a sensação de pertencimento a um grupo é essencial para o bem-estar emocional dos jovens. "Quando um adolescente se sente rejeitado ou excluído, isso pode levar ao aumento da ansiedade, depressão e pensamentos suicidas, especialmente quando combinado com outros fatores de risco", afirma.

Um estudo conduzido pela Universidade de Oxford entre 2009 e 2017, que acompanhou mais de 12 mil adolescentes em cinco países, revelou que aqueles que vivenciaram exclusão social ou bullying tiveram 3,5 vezes mais chances de desenvolver sintomas depressivos severos em comparação com aqueles que se sentiam incluídos em seus grupos sociais.

O bullying, violência e perseguição sistemático e sem intervenção, pode desencadear sentimentos de humilhação, desamparo e desesperança. A Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (Eurofound) relatou que adolescentes que sofrem bullying têm 2,4 vezes mais chances de tentar o suicídio em algum momento de suas vidas. Isso se agrava quando ocorre nas redes sociais, onde o isolamento é amplificado pelo cancelamento público.

No caso da jovem mencionada, o cancelamento nas redes sociais foi um dos principais fatores que contribuíram para a crise emocional. Ela foi publicamente exposta e isolada, o que intensificou o sofrimento. De acordo com um relatório do Instituto de Pesquisa Pew, 59% dos adolescentes nos Estados Unidos relataram ter sido vítimas de bullying online e cerca de 37% afirmaram que o impacto dessa exclusão foi emocionalmente devastador.

A American Psychological Association (APA) alerta que os adolescentes são particularmente vulneráveis ao cyberbullying, pois a humilhação pública online costuma ser mais persistente e visível, perpetuando um ciclo de exclusão e vergonha. A Dra. Scavacini comenta que o impacto psicológico da exclusão pode ser profundo e difícil de reverter: "Quando um jovem é 'cancelado' publicamente, isso pode desencadear um sentimento de não pertencimento em larga escala, que acaba se estendendo para todas as áreas de sua vida, aumentando os sentimentos de solidão e desesperança."

Um dos fatores mais preocupantes associados ao suicídio na adolescência é o isolamento social, muitas vezes intensificado pelo bullying e pela exclusão. A sensação de não pertencimento pode levar ao desenvolvimento de distúrbios mentais, como a depressão, diretamente associada a comportamentos suicidas. Estudos da Society for Adolescent Health and Medicine indicam que adolescentes que se sentem isolados socialmente têm duas vezes mais propensão a considerar o suicídio em comparação àqueles que possuem uma rede de apoio.

A exclusão é vista como uma forma de violência emocional, cujas consequências podem ser tão graves quanto as da violência física. O impacto dessa exclusão no desenvolvimento emocional e social do adolescente pode gerar crises de identidade, uma necessidade constante de validação externa e o enfraquecimento dos mecanismos de enfrentamento. Quando combinada a outros fatores de risco, como falta de apoio familiar ou transtornos psicológicos, a exclusão pode ser o fator que desencadeia uma tentativa de suicídio.

O papel da família e da escola na prevenção Tanto a família quanto a escola têm papéis fundamentais na prevenção do suicídio e no combate ao bullying. Estar atento aos sinais de que o adolescente está enfrentando dificuldades emocionais é essencial. Alterações comportamentais, como isolamento, queda no rendimento escolar, perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas, alterações no sono e apatia, são indícios de que algo não está bem.

É fundamental que educadores e pais criem espaços seguros para que os jovens possam se expressar livremente. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) recomenda que escolas promovam programas de mediação de conflitos, inclusão social e educação emocional, visando combater o bullying e criar um ambiente onde os adolescentes se sintam aceitos e respeitados.

A Lei nº 13.185, aprovada em 2015, determina que o bullying é crime e as escolas são um agente fundamental na busca pelo cumprimento da legislação. Ao promover rodas de conversa e fazer campanhas dentro do espaço educacional, as instituições têm a oportunidade de identificar situações de risco, oferecer suporte apropriado tanto às vítimas quanto aos agressores, assim como promover relações interpessoais saudáveis.

Implicar os alunos na construção e implementação dessas e outras medidas é fundamental para que eles compreendam a violência do bullying na própria vida e na de colegas, e para que eles se sintam corresponsáveis pela construção deste ambiente saudável e respeitoso.

A perpetuação de uma violência, a exclusão social de um adolescente, pode ter consequências gravíssimas quando combinadas a fatores biológicos, psicológicos e sociais. Ao sabermos disso, ao termos consciência, é preciso agir para que adolescentes e jovens não continuem a ocupar lugares em dados e estatísticas. O bullying hoje faz parte do cotidiano escolar e garantir a criação de campanhas sistemáticas contra o bullying também deveria fazer parte do cotidiano escolar. Isso faz parte da responsabilidade constitucional das escolas brasileiras.

É fundamental capacitar docentes e colaboradores sobre o assunto, pois eles podem identificar os atores do fenômeno: agressores e vítimas. É fundamental capacitar os próprios alunos sobre o que é bullying para que eles possam se fortalecer como coletivo escolar e promover um ambiente acolhedor a todos.

Um estudo inédito avaliou 196 secretarias estaduais e municipais de educação nas cinco regiões do país e concluiu que quase metade delas estão "parcialmente estruturadas" para gerir o clima e a convivência no ambiente escolar, considerando questões de equidade de gênero e raça. Isso significa que 89 pastas (45,7%) possuem algumas iniciativas voltadas para questões como violência, bullying e racismo, mas ainda não estão no nível máximo ("muito estruturado") - patamar atingido por apenas oito redes (4,1%). 17,3% delas, que correspondem a 34 secretarias, estão em um grupo intermediário, classificado como "estruturado".

Os dados são da pesquisa "Gestão das redes de ensino e clima escolar: mapeamento das ações e uma proposta de matriz avaliativa sensível à equidade", desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisa em Desigualdades Escolares da Universidade Federal de Minas Gerais (Nupede/UFMG), que mapeou políticas e intervenções relacionadas à melhoria do clima escolar implementadas por secretarias estaduais e municipais de educação, entre os anos de 2022 e 2023.

Os dados mostram que ainda são pouco desenvolvidas as estratégias de comunicação entre escolas e secretarias para a identificação, intervenção e monitoramento sobre situações que afetam o clima escolar. Apesar da grande frequência de secretarias que afirmam investir na formação continuada de docentes, poucas desenvolveram planos de convivência ou incluíram a questão do clima escolar em documentos como o Plano Político-Pedagógico.

Ainda que o País apresente resultados desafiadores, o estudo mostrou um cenário promissor, em que os órgãos gestores têm discutido cada vez mais o tema do clima escolar e da convivência, sob a perspectiva pedagógica e das relações interpessoais nas escolas. Essa mudança tem grande potencial para impactar positivamente o ambiente escolar.

Talvez esse seja um dos maiores desafios da contemporaneidade educacional, mas envolver toda a escola e seus diversos setores e pares para construir este caminho é a solução mais potente e assertiva. Do contrário, repito: vamos continuar perdendo adolescentes para dados e estatísticas da violência e suicídio no Brasil.

Onde buscar ajuda Se você está passando por sofrimento psíquico ou conhece alguém nessa situação, veja abaixo onde encontrar ajuda:

Centro de Valorização da Vida (CVV)

Se estiver precisando de ajuda imediata, entre em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV), serviço gratuito de apoio emocional que disponibiliza atendimento 24 horas por dia. O contato pode ser feito por e-mail, pelo chat no site ou pelo telefone 188.

Canal Pode Falar Iniciativa criada pelo Unicef para oferecer escuta para adolescentes e jovens de 13 a 24 anos. O contato pode ser feito pelo WhatsApp, de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.

SUS Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) são unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) voltadas para o atendimento de pacientes com transtornos mentais. Há unidades específicas para crianças e adolescentes. Na cidade de São Paulo, são 33 Caps Infantojuventis e é possível buscar os endereços das unidades nesta página.

Mapa da Saúde Mental O site traz mapas com unidades de saúde e iniciativas gratuitas de atendimento psicológico presencial e online. Disponibiliza ainda materiais de orientação sobre transtornos mentais.

NOTA DA REDAÇÃO: Suicídios são um problema de saúde pública. Antes, o Estadão, assim como boa parte da mídia profissional, evitava publicar reportagens sobre o tema pelo receio de que isso servisse de incentivo. Mas, diante da alta de mortes e tentativas de suicídio nos últimos anos, inclusive de crianças e adolescentes, o Estadão passa a discutir mais o assunto. Segundo especialistas, é preciso colocar a pauta em debate, mas de modo cuidadoso, para auxiliar na prevenção. O trabalho jornalístico sobre suicídios pode oferecer esperança a pessoas em risco, assim como para suas famílias, além de reduzir estigmas e inspirar diálogos abertos e positivos. O Estadão segue as recomendações de manuais e especialistas ao relatar os casos e as explicações para o fenômeno.

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