Comportamento Adolescente e Educação

'Cuide do seu copo e do copo do outro', especialistas dão dicas de como proteger jovens do "Boa noite, Cinderela"


Por Carolina Delboni

Popularmente conhecida como "Boa noite, Cinderela", a droga "pré-estupro" como é chamada por médicos, tem preocupado jovens nas baladas. Mesmo com as inúmeras medidas de segurança, os casos têm crescido e especialistas alertam para como se proteger

"Nós queremos te lembrar que é vital ressaltar a importância de cuidar do seu copo e cuidar do copo do outro. Se você está planejando ir ao Ultra, crie um plano para manter você e seus amigos seguros. Bebida segura é vida". O trecho faz parte de um longo comunicado, enviado por email, aos alunos de uma grande universidade americana, na Florida.

Quem assina é a vice-presidente de relações estudantis da instituição e ela chama atenção para o fato da comunidade escolar ter perdido um jovem, em 2016, nesta festa para as bebidas batizadas com drogas. Para quem não sabe, o Ultra é o maior festival de música eletrônica da Florida. Ele acontece ao ar livre, na cidade de Miami, uma vez ao ano e reúne cerca de 200 mil jovens.

continua após a publicidade

No mesmo email, a vice-presidente da universidade elenca uma série de medidas protetivas que os jovens podem tomar: procure por equipes de suporte e resgate do evento; baixe o app SaferWatch para reportar emergências; leve sua garrafa de água e procure tendas oficiais do evento para enchê-la; transite em grupo; marquem um ponto de encontro; designem um amigo seguro; não leve itens de valor; evite experimentar ou usar substâncias principalmente se estiver sozinho.

"Os medicamentos misturados com fentanil estão se tornando cada vez mais comuns. Não misture drogas, com ou sem álcool. Não aceite drogas ou bebidas desconhecidas de outras pessoas", alerta no email.

E no último item da lista de recomendações: "se ver alguém com sinais de overdose peça ajuda imediatamente". "O uso rápido de Narcan, um medicamento que salva-vidas, usado para reverter uma overdose de opioides, pode preservar uma vida. Você pode encontrar o Narcan gratuitamente no Sandler Center. Lembre-se de que nossa Política de Anistia Médica existe para protegê-lo", finaliza.

continua após a publicidade

No pé do email, ainda seis telefones de emergência: polícia civil, centro de saúde, centro de apoio ao estudante, centro de controle de envenenamento, centro de apoio residencial e centro de aconselhamento.

Eu confesso que terminei de ler estarrecida. Chocada pela quantidade de alertas e todos os perigos que eles prenunciam. Admirada pela franqueza e responsabilidade com que a universidade se relaciona e trata o tema. E feliz de ver o comprometimento com a saúde e a vida dos alunos, ainda que a festa não ocorra no campus e nem tem relação alguma com a instituição. Ainda que a universidade não tenha responsabilidade alguma sob qualquer acontecimento no festival, ela está fazendo o que a gente espera de um espaço de educação: educando.

E educar para o tema das drogas e das bebidas alcóolicas é um dos maiores desafios que temos em relação aos jovens e adolescentes. Ainda que as drogas lícitas sejam proibidas para menores de 18 anos, sabemos que muitos as consomem por diferentes vias. Como lidar? Como proteger? Como prepará-los para uma balada ou um festival desse porte?

continua após a publicidade

Há poucos meses, uma leitora que prefere usar nome fictício, me procurou dizendo que a filha adolescente de 18 anos tinha sido vítima do "Boa noite, Cinderela". A menina foi com o namorado e um grupo de amigos a uma casa noturna muito bem frequentada na Vila Olimpia, em São Paulo. Só que quando ela voltou para casa, Claudia notou que a filha estava pálida e muito chorosa. Buscando entender o que tinha acontecido, a adolescente acabou contando que achava que tinham colocado algo na bebida dela.

Entre 2019 e 2021, a Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo notificou uma alta de 78,94% nos exames toxicológicos. Foto Monkey Business, Adobe Photo  

A adolescente se recorda pouco do que aconteceu. Apenas de ter pedido um drink no bar e depois um flash no ambulatório do estabelecimento com a enfermeira perguntando o que ela tinha bebido. Também se recorda do namorado dizendo para ela ligar para a mãe, o que ela lembrar recusar porque não queria assustá-la. Lembra de ter vomitado e da sensação de que aquilo não era do drink que tinha pedido.

continua após a publicidade

Acolhida pela mãe, a jovem foi levada ao pronto socorro com o intuito de fazer exames toxicológicos que detectassem as substâncias ingeridas. A médica que a atendeu relatou terem muitos casos como o dela ao qual eles chamam de "droga pré-estupro", pois, na grande maioria dos casos, as substâncias são colocadas em copos de meninas com a intenção de apagá-las para poderem violentá-las sexualmente.

O toxicológico deu negativo para as substâncias consideradas como "Boa noite, Cinderela", mas acusou uma intoxicação. Segundo a própria médica, "depois de algumas horas, você não tem o resultado fidedigno então não sabemos exatamente qual foi a substância" e é aqui que mora o segundo perigo desse crime.

O problema de não ter a substância no resultado dos exames é que impossibilita o registro de um boletim de ocorrência. Não à toa, esses crimes apresentam baixo índice de notificações. Mas entre 2019 e 2021, a Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo notificou uma alta de 78,94% nos exames toxicológicos que detectaram ketamina, droga cada vez mais popular para uso recreativo e também em golpes do estilo "boa noite, Cinderela".

continua após a publicidade

"Me chamou atenção porque elas são uma geração muito empoderada em relação a isso", indaga a mãe. "As meninas nunca andam sozinhas, vão ao banheiro acompanhada uma da outra, em festivais só compram bebidas que estão lacradas, mas foi um vacilo. E o problema é que quando o assunto é estupro existe sempre aquela dúvida sobre o que a vítima conta. 'Ah, mas será que ela não bebeu demais?', perguntam", questionando até algumas posturas da médica que a atendeu no hospital.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, o Brasil registrou 74.930 estupros, o maior nível da série histórica que começou em 2011 - um acréscimo de 8,2% em relação ao ano anterior. Questionar a vítima ou duvidar do que ela está falando é mais uma violência.

Em casos como este, ter um adulto de confiança a quem se pode procurar é vital para o adolescente. Garantir espaço de escuta e abertura para falar dentro de casa são formas de cuidar do seu filho ou filha adolescente. Uma relação de confiança, em certa medida, garante a segurança do jovem quando ele está na rua com seus pares.

continua após a publicidade

Quando um adolescente tem medo de levar bronca da família, ele esconde, mente, não conta o que aconteceu ou está acontecendo e ai mora o perigo. "Fale: se você acha que eu vou me estressar ou me irritar com você, pense em uma pessoa adulta para quem você pode ligar em caso de emergência?", sugere Claudia que é psicóloga. "Mesmo que doa no coração da gente ouvir 'eu não vou ligar pra você', o adolescente precisa ter um adulto de confiança".

"Se sua amiga quando bebe, fica alegre e engraçada, mas de repente você vê que ela está tonta, vomitando demais, caindo a pressão, ficando pálida, desidratada, sem equilíbrio, paranoica ou qualquer coisa que não faça parte de sua personalidade, aí é hora de ligar para um responsável", sugere a mãe sobre o teor dessa conversa.

Conheça quais são as drogas Mas, afinal, o que há em drogas estilo "boa noite, Cinderela" e quais são os seus riscos? De acordo com Rinaldo Fábio Souza Tavares, médico e membro do Departamento Científico de Toxicologia e Saúde Ambiental da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), os componentes mais comuns nesses golpes que visam o crime, seja o abuso sexual ou o desfalque financeiro, são Ácido Gama Hidroxibutírico (GHB), Flunitrazepam, Ketamina e Zolpidem.

O especialista explica que o GHB diminui os níveis de consciência e tem efeito sedativo. Ele estimula os receptores GABA do sistema nervoso central, atuando na redução da atividade cerebral como um todo e, além de sonolência, pode induzir ao coma. Em doses baixas, é usado como estimulante, uma club drug (droga da noite) conhecida como ecstasy líquido.

"É muito comum a flutuação do estado de consciência. A vítima pode acordar, ter um período lúcido e voltar a uma torporosidade. No dia seguinte, fica a sensação de enxaqueca e mal estar, muitas vezes associada ao uso da bebida, apesar de não ter ingerido quantidade suficiente para fazer esse quadro", explica Dr. Rinaldo.

Já a ketamina é um anestésico empregado para o mesmo fim. Normalmente adicionado à bebida alcóolica, induz ao sono e, dependendo da dose, a estados comatórios. O Flunitrazepam, por sua vez, é um benzodiazepínico consumido em forma de pó ou líquido e causa os mesmos sintomas.

"Recentemente, tivemos a entrada do Zolpidem, outro estimulante do receptor GABA. É um indutor do sono usado por um curto intervalo de tempo, talvez o mais prescrito atualmente nos EUA e Europa. Aqui no Brasil, tem sido utilizado não só no 'boa noite, Cinderela', mas também entre jovens e adolescentes que procuram algum tipo de alucinação ou alteração da percepção", alerta.

Além de amnésia, o toxicologista comenta que é comum o estado de sonambulismo ou de movimentos involuntários como andar de forma aleatória, ou até mesmo que se exerça algumas funções cognitivas, por exemplo mexer no celular e mandar mensagens em um estado de consciência alterado.

Por serem substâncias sedativas e hipnóticas e exercerem efeito depressor do sistema nervoso central, quando associadas a outras conteúdos como bebidas, seu efeito é multiplicado, bastante nocivo e pode ser fatal. "Isso inclui a perda de reflexos protetores, como a queda de língua, ou uma posição viciosa da vítima desassistida largada em uma boate, na rua, como pescoço torcido, obstrução respiratória e até vômito com broncoaspiração", avisa.

Outra camada que assusta nessa história toda é o fato de grande parte dessas drogas não serem detectadas em exames toxicológicos comuns. "O GHB tem uma ação rápida, em torno de 20 a 30 minutos e também uma meia vida curta, de duas a três horas. É eliminado muito rapidamente do organismo. A ketamina também age e é metabolizada no mesmo período de tempo".

Já as outras duas substâncias, o Flunitrazepam e o Zolpidem podem ter seus vestígios metabólicos acusados no sangue no dia seguinte. Porém, Dr. Rinaldo orienta que esses exames devem ser solicitados, se não pelo médico, pelo paciente ou seu acompanhante. "A gente sempre orienta os colegas médicos, no atendimento de uma vítima inconsciente de um golpe desses, que se reserve sangue e urina para serem congelados e solicitada, posteriormente, a análise dessas substâncias."

Como proteger os jovens Ao longo de tantos relatos, dados e informações, uma pergunta que parece ter resposta óbvia: como os autores de crimes nesse formato têm acesso a drogas com vendas controladas? Pela venda ilegal, pelo comércio sem receita médica, via contrabando e por propagandas nas redes sociais.

Pois é, mas se é possível fazer alguma constatação otimista ao saber de tudo isso, vale dizer que a mesma internet que é palco para a venda de itens de forma ilegal também desponta soluções. É por ali que adolescentes e jovens encontram tampas plásticas vendidas especialmente para vedar copos em baladas e o palito cotonete que acusa as bebidas adulteradas quando mergulhado nela.

"A gente compra nos sites de e-commerce e tem anúncio direto no TikTok", me diz um adolescente de 16 anos. "É muito comum meninas levarem tampa ou o cotonete nas festas". E funcionam? "Produtos que fazem uma barreira física podem diminuir as chances de lançarem um produto no copo. Não são livres de serem burlados, mas dificultam o golpe", opina Dr. Rinaldo.

Mas alerta: os palitos cotonetes para testes não são tão efetivos, pois não identificam todas as substâncias e também depende da dose. "Não há ainda nenhuma chancela de produtos feita por alguma organização de prevenção a acidentes ou farmacêutica em que possamos confiar", alerta o especialista.

Enriquecendo o rol de medidas de proteção, na cartilha da campanha "Acorda Cinderela", lançada em 2022, pela empresa de advocacy Colabore com o Futuro, há ainda outras recomendações como ficar de olho na sua bebida sendo preparada e colocada no copo; não tomá-la de uma fonte comum, como tigela ou ponche; não provar bebida de ninguém; desconfiar de pessoas que demonstrem interesse excessivo e queiram te levar para outro lugar; e, por fim, jamais levar estranhos para casa, hotéis ou motéis.

O contexto todo é assustador? É, mas quando a gente tem informação somos capazes de alertar e instruir os jovens de maneira mais segura e responsável. Meninos e meninas estão sujeitos a uma série de violências que podemos ajudar a evitá-las com o diálogo. Converse, fale, mostre, abra espaço de escuta. Adolescentes precisam desse acolhimento.

Popularmente conhecida como "Boa noite, Cinderela", a droga "pré-estupro" como é chamada por médicos, tem preocupado jovens nas baladas. Mesmo com as inúmeras medidas de segurança, os casos têm crescido e especialistas alertam para como se proteger

"Nós queremos te lembrar que é vital ressaltar a importância de cuidar do seu copo e cuidar do copo do outro. Se você está planejando ir ao Ultra, crie um plano para manter você e seus amigos seguros. Bebida segura é vida". O trecho faz parte de um longo comunicado, enviado por email, aos alunos de uma grande universidade americana, na Florida.

Quem assina é a vice-presidente de relações estudantis da instituição e ela chama atenção para o fato da comunidade escolar ter perdido um jovem, em 2016, nesta festa para as bebidas batizadas com drogas. Para quem não sabe, o Ultra é o maior festival de música eletrônica da Florida. Ele acontece ao ar livre, na cidade de Miami, uma vez ao ano e reúne cerca de 200 mil jovens.

No mesmo email, a vice-presidente da universidade elenca uma série de medidas protetivas que os jovens podem tomar: procure por equipes de suporte e resgate do evento; baixe o app SaferWatch para reportar emergências; leve sua garrafa de água e procure tendas oficiais do evento para enchê-la; transite em grupo; marquem um ponto de encontro; designem um amigo seguro; não leve itens de valor; evite experimentar ou usar substâncias principalmente se estiver sozinho.

"Os medicamentos misturados com fentanil estão se tornando cada vez mais comuns. Não misture drogas, com ou sem álcool. Não aceite drogas ou bebidas desconhecidas de outras pessoas", alerta no email.

E no último item da lista de recomendações: "se ver alguém com sinais de overdose peça ajuda imediatamente". "O uso rápido de Narcan, um medicamento que salva-vidas, usado para reverter uma overdose de opioides, pode preservar uma vida. Você pode encontrar o Narcan gratuitamente no Sandler Center. Lembre-se de que nossa Política de Anistia Médica existe para protegê-lo", finaliza.

No pé do email, ainda seis telefones de emergência: polícia civil, centro de saúde, centro de apoio ao estudante, centro de controle de envenenamento, centro de apoio residencial e centro de aconselhamento.

Eu confesso que terminei de ler estarrecida. Chocada pela quantidade de alertas e todos os perigos que eles prenunciam. Admirada pela franqueza e responsabilidade com que a universidade se relaciona e trata o tema. E feliz de ver o comprometimento com a saúde e a vida dos alunos, ainda que a festa não ocorra no campus e nem tem relação alguma com a instituição. Ainda que a universidade não tenha responsabilidade alguma sob qualquer acontecimento no festival, ela está fazendo o que a gente espera de um espaço de educação: educando.

E educar para o tema das drogas e das bebidas alcóolicas é um dos maiores desafios que temos em relação aos jovens e adolescentes. Ainda que as drogas lícitas sejam proibidas para menores de 18 anos, sabemos que muitos as consomem por diferentes vias. Como lidar? Como proteger? Como prepará-los para uma balada ou um festival desse porte?

Há poucos meses, uma leitora que prefere usar nome fictício, me procurou dizendo que a filha adolescente de 18 anos tinha sido vítima do "Boa noite, Cinderela". A menina foi com o namorado e um grupo de amigos a uma casa noturna muito bem frequentada na Vila Olimpia, em São Paulo. Só que quando ela voltou para casa, Claudia notou que a filha estava pálida e muito chorosa. Buscando entender o que tinha acontecido, a adolescente acabou contando que achava que tinham colocado algo na bebida dela.

Entre 2019 e 2021, a Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo notificou uma alta de 78,94% nos exames toxicológicos. Foto Monkey Business, Adobe Photo  

A adolescente se recorda pouco do que aconteceu. Apenas de ter pedido um drink no bar e depois um flash no ambulatório do estabelecimento com a enfermeira perguntando o que ela tinha bebido. Também se recorda do namorado dizendo para ela ligar para a mãe, o que ela lembrar recusar porque não queria assustá-la. Lembra de ter vomitado e da sensação de que aquilo não era do drink que tinha pedido.

Acolhida pela mãe, a jovem foi levada ao pronto socorro com o intuito de fazer exames toxicológicos que detectassem as substâncias ingeridas. A médica que a atendeu relatou terem muitos casos como o dela ao qual eles chamam de "droga pré-estupro", pois, na grande maioria dos casos, as substâncias são colocadas em copos de meninas com a intenção de apagá-las para poderem violentá-las sexualmente.

O toxicológico deu negativo para as substâncias consideradas como "Boa noite, Cinderela", mas acusou uma intoxicação. Segundo a própria médica, "depois de algumas horas, você não tem o resultado fidedigno então não sabemos exatamente qual foi a substância" e é aqui que mora o segundo perigo desse crime.

O problema de não ter a substância no resultado dos exames é que impossibilita o registro de um boletim de ocorrência. Não à toa, esses crimes apresentam baixo índice de notificações. Mas entre 2019 e 2021, a Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo notificou uma alta de 78,94% nos exames toxicológicos que detectaram ketamina, droga cada vez mais popular para uso recreativo e também em golpes do estilo "boa noite, Cinderela".

"Me chamou atenção porque elas são uma geração muito empoderada em relação a isso", indaga a mãe. "As meninas nunca andam sozinhas, vão ao banheiro acompanhada uma da outra, em festivais só compram bebidas que estão lacradas, mas foi um vacilo. E o problema é que quando o assunto é estupro existe sempre aquela dúvida sobre o que a vítima conta. 'Ah, mas será que ela não bebeu demais?', perguntam", questionando até algumas posturas da médica que a atendeu no hospital.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, o Brasil registrou 74.930 estupros, o maior nível da série histórica que começou em 2011 - um acréscimo de 8,2% em relação ao ano anterior. Questionar a vítima ou duvidar do que ela está falando é mais uma violência.

Em casos como este, ter um adulto de confiança a quem se pode procurar é vital para o adolescente. Garantir espaço de escuta e abertura para falar dentro de casa são formas de cuidar do seu filho ou filha adolescente. Uma relação de confiança, em certa medida, garante a segurança do jovem quando ele está na rua com seus pares.

Quando um adolescente tem medo de levar bronca da família, ele esconde, mente, não conta o que aconteceu ou está acontecendo e ai mora o perigo. "Fale: se você acha que eu vou me estressar ou me irritar com você, pense em uma pessoa adulta para quem você pode ligar em caso de emergência?", sugere Claudia que é psicóloga. "Mesmo que doa no coração da gente ouvir 'eu não vou ligar pra você', o adolescente precisa ter um adulto de confiança".

"Se sua amiga quando bebe, fica alegre e engraçada, mas de repente você vê que ela está tonta, vomitando demais, caindo a pressão, ficando pálida, desidratada, sem equilíbrio, paranoica ou qualquer coisa que não faça parte de sua personalidade, aí é hora de ligar para um responsável", sugere a mãe sobre o teor dessa conversa.

Conheça quais são as drogas Mas, afinal, o que há em drogas estilo "boa noite, Cinderela" e quais são os seus riscos? De acordo com Rinaldo Fábio Souza Tavares, médico e membro do Departamento Científico de Toxicologia e Saúde Ambiental da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), os componentes mais comuns nesses golpes que visam o crime, seja o abuso sexual ou o desfalque financeiro, são Ácido Gama Hidroxibutírico (GHB), Flunitrazepam, Ketamina e Zolpidem.

O especialista explica que o GHB diminui os níveis de consciência e tem efeito sedativo. Ele estimula os receptores GABA do sistema nervoso central, atuando na redução da atividade cerebral como um todo e, além de sonolência, pode induzir ao coma. Em doses baixas, é usado como estimulante, uma club drug (droga da noite) conhecida como ecstasy líquido.

"É muito comum a flutuação do estado de consciência. A vítima pode acordar, ter um período lúcido e voltar a uma torporosidade. No dia seguinte, fica a sensação de enxaqueca e mal estar, muitas vezes associada ao uso da bebida, apesar de não ter ingerido quantidade suficiente para fazer esse quadro", explica Dr. Rinaldo.

Já a ketamina é um anestésico empregado para o mesmo fim. Normalmente adicionado à bebida alcóolica, induz ao sono e, dependendo da dose, a estados comatórios. O Flunitrazepam, por sua vez, é um benzodiazepínico consumido em forma de pó ou líquido e causa os mesmos sintomas.

"Recentemente, tivemos a entrada do Zolpidem, outro estimulante do receptor GABA. É um indutor do sono usado por um curto intervalo de tempo, talvez o mais prescrito atualmente nos EUA e Europa. Aqui no Brasil, tem sido utilizado não só no 'boa noite, Cinderela', mas também entre jovens e adolescentes que procuram algum tipo de alucinação ou alteração da percepção", alerta.

Além de amnésia, o toxicologista comenta que é comum o estado de sonambulismo ou de movimentos involuntários como andar de forma aleatória, ou até mesmo que se exerça algumas funções cognitivas, por exemplo mexer no celular e mandar mensagens em um estado de consciência alterado.

Por serem substâncias sedativas e hipnóticas e exercerem efeito depressor do sistema nervoso central, quando associadas a outras conteúdos como bebidas, seu efeito é multiplicado, bastante nocivo e pode ser fatal. "Isso inclui a perda de reflexos protetores, como a queda de língua, ou uma posição viciosa da vítima desassistida largada em uma boate, na rua, como pescoço torcido, obstrução respiratória e até vômito com broncoaspiração", avisa.

Outra camada que assusta nessa história toda é o fato de grande parte dessas drogas não serem detectadas em exames toxicológicos comuns. "O GHB tem uma ação rápida, em torno de 20 a 30 minutos e também uma meia vida curta, de duas a três horas. É eliminado muito rapidamente do organismo. A ketamina também age e é metabolizada no mesmo período de tempo".

Já as outras duas substâncias, o Flunitrazepam e o Zolpidem podem ter seus vestígios metabólicos acusados no sangue no dia seguinte. Porém, Dr. Rinaldo orienta que esses exames devem ser solicitados, se não pelo médico, pelo paciente ou seu acompanhante. "A gente sempre orienta os colegas médicos, no atendimento de uma vítima inconsciente de um golpe desses, que se reserve sangue e urina para serem congelados e solicitada, posteriormente, a análise dessas substâncias."

Como proteger os jovens Ao longo de tantos relatos, dados e informações, uma pergunta que parece ter resposta óbvia: como os autores de crimes nesse formato têm acesso a drogas com vendas controladas? Pela venda ilegal, pelo comércio sem receita médica, via contrabando e por propagandas nas redes sociais.

Pois é, mas se é possível fazer alguma constatação otimista ao saber de tudo isso, vale dizer que a mesma internet que é palco para a venda de itens de forma ilegal também desponta soluções. É por ali que adolescentes e jovens encontram tampas plásticas vendidas especialmente para vedar copos em baladas e o palito cotonete que acusa as bebidas adulteradas quando mergulhado nela.

"A gente compra nos sites de e-commerce e tem anúncio direto no TikTok", me diz um adolescente de 16 anos. "É muito comum meninas levarem tampa ou o cotonete nas festas". E funcionam? "Produtos que fazem uma barreira física podem diminuir as chances de lançarem um produto no copo. Não são livres de serem burlados, mas dificultam o golpe", opina Dr. Rinaldo.

Mas alerta: os palitos cotonetes para testes não são tão efetivos, pois não identificam todas as substâncias e também depende da dose. "Não há ainda nenhuma chancela de produtos feita por alguma organização de prevenção a acidentes ou farmacêutica em que possamos confiar", alerta o especialista.

Enriquecendo o rol de medidas de proteção, na cartilha da campanha "Acorda Cinderela", lançada em 2022, pela empresa de advocacy Colabore com o Futuro, há ainda outras recomendações como ficar de olho na sua bebida sendo preparada e colocada no copo; não tomá-la de uma fonte comum, como tigela ou ponche; não provar bebida de ninguém; desconfiar de pessoas que demonstrem interesse excessivo e queiram te levar para outro lugar; e, por fim, jamais levar estranhos para casa, hotéis ou motéis.

O contexto todo é assustador? É, mas quando a gente tem informação somos capazes de alertar e instruir os jovens de maneira mais segura e responsável. Meninos e meninas estão sujeitos a uma série de violências que podemos ajudar a evitá-las com o diálogo. Converse, fale, mostre, abra espaço de escuta. Adolescentes precisam desse acolhimento.

Popularmente conhecida como "Boa noite, Cinderela", a droga "pré-estupro" como é chamada por médicos, tem preocupado jovens nas baladas. Mesmo com as inúmeras medidas de segurança, os casos têm crescido e especialistas alertam para como se proteger

"Nós queremos te lembrar que é vital ressaltar a importância de cuidar do seu copo e cuidar do copo do outro. Se você está planejando ir ao Ultra, crie um plano para manter você e seus amigos seguros. Bebida segura é vida". O trecho faz parte de um longo comunicado, enviado por email, aos alunos de uma grande universidade americana, na Florida.

Quem assina é a vice-presidente de relações estudantis da instituição e ela chama atenção para o fato da comunidade escolar ter perdido um jovem, em 2016, nesta festa para as bebidas batizadas com drogas. Para quem não sabe, o Ultra é o maior festival de música eletrônica da Florida. Ele acontece ao ar livre, na cidade de Miami, uma vez ao ano e reúne cerca de 200 mil jovens.

No mesmo email, a vice-presidente da universidade elenca uma série de medidas protetivas que os jovens podem tomar: procure por equipes de suporte e resgate do evento; baixe o app SaferWatch para reportar emergências; leve sua garrafa de água e procure tendas oficiais do evento para enchê-la; transite em grupo; marquem um ponto de encontro; designem um amigo seguro; não leve itens de valor; evite experimentar ou usar substâncias principalmente se estiver sozinho.

"Os medicamentos misturados com fentanil estão se tornando cada vez mais comuns. Não misture drogas, com ou sem álcool. Não aceite drogas ou bebidas desconhecidas de outras pessoas", alerta no email.

E no último item da lista de recomendações: "se ver alguém com sinais de overdose peça ajuda imediatamente". "O uso rápido de Narcan, um medicamento que salva-vidas, usado para reverter uma overdose de opioides, pode preservar uma vida. Você pode encontrar o Narcan gratuitamente no Sandler Center. Lembre-se de que nossa Política de Anistia Médica existe para protegê-lo", finaliza.

No pé do email, ainda seis telefones de emergência: polícia civil, centro de saúde, centro de apoio ao estudante, centro de controle de envenenamento, centro de apoio residencial e centro de aconselhamento.

Eu confesso que terminei de ler estarrecida. Chocada pela quantidade de alertas e todos os perigos que eles prenunciam. Admirada pela franqueza e responsabilidade com que a universidade se relaciona e trata o tema. E feliz de ver o comprometimento com a saúde e a vida dos alunos, ainda que a festa não ocorra no campus e nem tem relação alguma com a instituição. Ainda que a universidade não tenha responsabilidade alguma sob qualquer acontecimento no festival, ela está fazendo o que a gente espera de um espaço de educação: educando.

E educar para o tema das drogas e das bebidas alcóolicas é um dos maiores desafios que temos em relação aos jovens e adolescentes. Ainda que as drogas lícitas sejam proibidas para menores de 18 anos, sabemos que muitos as consomem por diferentes vias. Como lidar? Como proteger? Como prepará-los para uma balada ou um festival desse porte?

Há poucos meses, uma leitora que prefere usar nome fictício, me procurou dizendo que a filha adolescente de 18 anos tinha sido vítima do "Boa noite, Cinderela". A menina foi com o namorado e um grupo de amigos a uma casa noturna muito bem frequentada na Vila Olimpia, em São Paulo. Só que quando ela voltou para casa, Claudia notou que a filha estava pálida e muito chorosa. Buscando entender o que tinha acontecido, a adolescente acabou contando que achava que tinham colocado algo na bebida dela.

Entre 2019 e 2021, a Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo notificou uma alta de 78,94% nos exames toxicológicos. Foto Monkey Business, Adobe Photo  

A adolescente se recorda pouco do que aconteceu. Apenas de ter pedido um drink no bar e depois um flash no ambulatório do estabelecimento com a enfermeira perguntando o que ela tinha bebido. Também se recorda do namorado dizendo para ela ligar para a mãe, o que ela lembrar recusar porque não queria assustá-la. Lembra de ter vomitado e da sensação de que aquilo não era do drink que tinha pedido.

Acolhida pela mãe, a jovem foi levada ao pronto socorro com o intuito de fazer exames toxicológicos que detectassem as substâncias ingeridas. A médica que a atendeu relatou terem muitos casos como o dela ao qual eles chamam de "droga pré-estupro", pois, na grande maioria dos casos, as substâncias são colocadas em copos de meninas com a intenção de apagá-las para poderem violentá-las sexualmente.

O toxicológico deu negativo para as substâncias consideradas como "Boa noite, Cinderela", mas acusou uma intoxicação. Segundo a própria médica, "depois de algumas horas, você não tem o resultado fidedigno então não sabemos exatamente qual foi a substância" e é aqui que mora o segundo perigo desse crime.

O problema de não ter a substância no resultado dos exames é que impossibilita o registro de um boletim de ocorrência. Não à toa, esses crimes apresentam baixo índice de notificações. Mas entre 2019 e 2021, a Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo notificou uma alta de 78,94% nos exames toxicológicos que detectaram ketamina, droga cada vez mais popular para uso recreativo e também em golpes do estilo "boa noite, Cinderela".

"Me chamou atenção porque elas são uma geração muito empoderada em relação a isso", indaga a mãe. "As meninas nunca andam sozinhas, vão ao banheiro acompanhada uma da outra, em festivais só compram bebidas que estão lacradas, mas foi um vacilo. E o problema é que quando o assunto é estupro existe sempre aquela dúvida sobre o que a vítima conta. 'Ah, mas será que ela não bebeu demais?', perguntam", questionando até algumas posturas da médica que a atendeu no hospital.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, o Brasil registrou 74.930 estupros, o maior nível da série histórica que começou em 2011 - um acréscimo de 8,2% em relação ao ano anterior. Questionar a vítima ou duvidar do que ela está falando é mais uma violência.

Em casos como este, ter um adulto de confiança a quem se pode procurar é vital para o adolescente. Garantir espaço de escuta e abertura para falar dentro de casa são formas de cuidar do seu filho ou filha adolescente. Uma relação de confiança, em certa medida, garante a segurança do jovem quando ele está na rua com seus pares.

Quando um adolescente tem medo de levar bronca da família, ele esconde, mente, não conta o que aconteceu ou está acontecendo e ai mora o perigo. "Fale: se você acha que eu vou me estressar ou me irritar com você, pense em uma pessoa adulta para quem você pode ligar em caso de emergência?", sugere Claudia que é psicóloga. "Mesmo que doa no coração da gente ouvir 'eu não vou ligar pra você', o adolescente precisa ter um adulto de confiança".

"Se sua amiga quando bebe, fica alegre e engraçada, mas de repente você vê que ela está tonta, vomitando demais, caindo a pressão, ficando pálida, desidratada, sem equilíbrio, paranoica ou qualquer coisa que não faça parte de sua personalidade, aí é hora de ligar para um responsável", sugere a mãe sobre o teor dessa conversa.

Conheça quais são as drogas Mas, afinal, o que há em drogas estilo "boa noite, Cinderela" e quais são os seus riscos? De acordo com Rinaldo Fábio Souza Tavares, médico e membro do Departamento Científico de Toxicologia e Saúde Ambiental da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), os componentes mais comuns nesses golpes que visam o crime, seja o abuso sexual ou o desfalque financeiro, são Ácido Gama Hidroxibutírico (GHB), Flunitrazepam, Ketamina e Zolpidem.

O especialista explica que o GHB diminui os níveis de consciência e tem efeito sedativo. Ele estimula os receptores GABA do sistema nervoso central, atuando na redução da atividade cerebral como um todo e, além de sonolência, pode induzir ao coma. Em doses baixas, é usado como estimulante, uma club drug (droga da noite) conhecida como ecstasy líquido.

"É muito comum a flutuação do estado de consciência. A vítima pode acordar, ter um período lúcido e voltar a uma torporosidade. No dia seguinte, fica a sensação de enxaqueca e mal estar, muitas vezes associada ao uso da bebida, apesar de não ter ingerido quantidade suficiente para fazer esse quadro", explica Dr. Rinaldo.

Já a ketamina é um anestésico empregado para o mesmo fim. Normalmente adicionado à bebida alcóolica, induz ao sono e, dependendo da dose, a estados comatórios. O Flunitrazepam, por sua vez, é um benzodiazepínico consumido em forma de pó ou líquido e causa os mesmos sintomas.

"Recentemente, tivemos a entrada do Zolpidem, outro estimulante do receptor GABA. É um indutor do sono usado por um curto intervalo de tempo, talvez o mais prescrito atualmente nos EUA e Europa. Aqui no Brasil, tem sido utilizado não só no 'boa noite, Cinderela', mas também entre jovens e adolescentes que procuram algum tipo de alucinação ou alteração da percepção", alerta.

Além de amnésia, o toxicologista comenta que é comum o estado de sonambulismo ou de movimentos involuntários como andar de forma aleatória, ou até mesmo que se exerça algumas funções cognitivas, por exemplo mexer no celular e mandar mensagens em um estado de consciência alterado.

Por serem substâncias sedativas e hipnóticas e exercerem efeito depressor do sistema nervoso central, quando associadas a outras conteúdos como bebidas, seu efeito é multiplicado, bastante nocivo e pode ser fatal. "Isso inclui a perda de reflexos protetores, como a queda de língua, ou uma posição viciosa da vítima desassistida largada em uma boate, na rua, como pescoço torcido, obstrução respiratória e até vômito com broncoaspiração", avisa.

Outra camada que assusta nessa história toda é o fato de grande parte dessas drogas não serem detectadas em exames toxicológicos comuns. "O GHB tem uma ação rápida, em torno de 20 a 30 minutos e também uma meia vida curta, de duas a três horas. É eliminado muito rapidamente do organismo. A ketamina também age e é metabolizada no mesmo período de tempo".

Já as outras duas substâncias, o Flunitrazepam e o Zolpidem podem ter seus vestígios metabólicos acusados no sangue no dia seguinte. Porém, Dr. Rinaldo orienta que esses exames devem ser solicitados, se não pelo médico, pelo paciente ou seu acompanhante. "A gente sempre orienta os colegas médicos, no atendimento de uma vítima inconsciente de um golpe desses, que se reserve sangue e urina para serem congelados e solicitada, posteriormente, a análise dessas substâncias."

Como proteger os jovens Ao longo de tantos relatos, dados e informações, uma pergunta que parece ter resposta óbvia: como os autores de crimes nesse formato têm acesso a drogas com vendas controladas? Pela venda ilegal, pelo comércio sem receita médica, via contrabando e por propagandas nas redes sociais.

Pois é, mas se é possível fazer alguma constatação otimista ao saber de tudo isso, vale dizer que a mesma internet que é palco para a venda de itens de forma ilegal também desponta soluções. É por ali que adolescentes e jovens encontram tampas plásticas vendidas especialmente para vedar copos em baladas e o palito cotonete que acusa as bebidas adulteradas quando mergulhado nela.

"A gente compra nos sites de e-commerce e tem anúncio direto no TikTok", me diz um adolescente de 16 anos. "É muito comum meninas levarem tampa ou o cotonete nas festas". E funcionam? "Produtos que fazem uma barreira física podem diminuir as chances de lançarem um produto no copo. Não são livres de serem burlados, mas dificultam o golpe", opina Dr. Rinaldo.

Mas alerta: os palitos cotonetes para testes não são tão efetivos, pois não identificam todas as substâncias e também depende da dose. "Não há ainda nenhuma chancela de produtos feita por alguma organização de prevenção a acidentes ou farmacêutica em que possamos confiar", alerta o especialista.

Enriquecendo o rol de medidas de proteção, na cartilha da campanha "Acorda Cinderela", lançada em 2022, pela empresa de advocacy Colabore com o Futuro, há ainda outras recomendações como ficar de olho na sua bebida sendo preparada e colocada no copo; não tomá-la de uma fonte comum, como tigela ou ponche; não provar bebida de ninguém; desconfiar de pessoas que demonstrem interesse excessivo e queiram te levar para outro lugar; e, por fim, jamais levar estranhos para casa, hotéis ou motéis.

O contexto todo é assustador? É, mas quando a gente tem informação somos capazes de alertar e instruir os jovens de maneira mais segura e responsável. Meninos e meninas estão sujeitos a uma série de violências que podemos ajudar a evitá-las com o diálogo. Converse, fale, mostre, abra espaço de escuta. Adolescentes precisam desse acolhimento.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.