Comportamento Adolescente e Educação

Educação midiática: saiba o que é e qual a importância na aprendizagem de crianças e adolescentes


Por Carolina Delboni

Entenda como crianças e adolescentes podem usufruir e produzir conteúdos digitais de maneira consciente e saudável por meio da educação midiática

Não é novidade que crianças e adolescentes são expostos de maneira excessiva aos inúmeros conteúdos das telas nos tempos contemporâneos. São games dos mais diversos, redes sociais, desenhos animados, séries, vídeos, memes, filmes no YouTube, pesquisas, entre outros usos. Sem falar na habilidade em baixar aplicativos, usá-los como recurso nas redes sociais ou mesmo para trabalhos da escola e, por sua vez, compartilhar as informações com os amigos. O uso é inesgotável.

Mas a entrada precoce dessa geração num ambiente tão cheio de camadas e acessos como o da internet, mostra que é preciso cada vez mais ensiná-los sobre a importância de ter senso crítico para discernir o que é um conteúdo autêntico e compartilhável de uma notícia falsa, por exemplo. Neste sentido, a educação midiática entra em cena como um conjunto de ferramentas que auxiliam nesse desenvolvimento, sobretudo, por conta do grande fluxo de informações da web.

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Vale lembrar que a nomenclatura em si não é novidade. O termo educação midiática foi criado na década de 60, nos Estados Unidos com o envolvimento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em decorrência da manipulação de mídia que ocorria já naquele tempo, principalmente pelo rádio e cinema.

Na verdade, a educação midiática trabalha habilidades de criação de conteúdos, interpretação, pesquisa e curadoria, preparando as pessoas para as influências da tecnologia, afinal, em uma época repleta de tantos 'influenciadores', é preciso que se desenvolva a capacidade de apuração e análise em relação às intenções e perspectivas de cada informação.

"É nossa responsabilidade ensinar os jovens a serem empoderados no contexto real e tecnológico, em que se vive. A gente tem falado de emancipação técnica, dar aos jovens a possibilidade de entender como esse ambiente funciona, quais são as estruturas técnicas por trás das mensagens, como essa informação chegou, de que forma o buscador seleciona as imagens que eu vou ver, como funciona o algoritmo, etc. Para que a gente entenda que os resultados obtidos, não são os únicos possíveis, e às vezes eles não são nem desejáveis", explica Mariana Ochs, coordenadora do EducaMídia.

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A especialista de tecnologias na educação, destaca a necessidade das pessoas aprenderem a vencer a ingenuidade de uma posição de consumidor passivo de mídias, para criar um ceticismo saudável, aprendendo a interrogar essas mídias que são consumidas diariamente.

Uma publicação do Jornal da USP, mostrou que pelo menos 76% da população foi exposta a informações falsas sobre política, no segundo semestre de 2022. A pesquisa feita pelo Panorama Político 2023, apontou que 89% dos entrevistados acreditam que tiveram contato com fake news, sendo 67% pelos aplicativos de mensagens, e 83% pelas redes sociais, como Facebook, Instagram e YouTube.

Por esse motivo, o foco da educação midiática está na formação de pessoas capazes de lidar com todos esses formatos de mídias e tecnologias que se apresentam, bem como a acessar e verificar a qualidade das informações e qual o intuito. Por exemplo, a técnica de examinar um texto ou mensagem de modo crítico demanda algumas perguntas como: quem escreveu ou falou isso? Trata-se de um especialista, de autoridade no nicho ou é apenas alguém comentando sua opinião? Qual o sentido por trás desta mensagem? Onde foi publicada? É como preparar um checklist mental e crítico.

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Dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil, em parceria com a UNESCO, indicaram que quase todas as crianças e jovens de nove a 17 anos no país, acessaram a internet, mas 43% não sabiam checar se a informação era falsa ou verdadeira. O levantamento apontou também que 38% não sabiam identificar se um site era ou não confiável, e 33% relataram ter passado por alguma situação na internet que as ofenderam ou chatearam.

Com o crescimento das fake news e o uso das redes sociais por busca de informação, cresce a necessidade da educação midiática. Foto: Freepik

Direitos, desigualdades e o papel da educação midiática O acesso ao conhecimento sobre o impacto da tecnologia em nossos direitos digitais, como a informação, privacidade, livre-arbítrio e proteção contra violência ou discriminação, é essencial para todos. "A educação midiática vai além de distinguir o falso do verdadeiro. Ela abrange a democracia, cidadania, justiça social e direitos humanos," esclarece.

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É importante entender essa nova realidade, mas da mesma forma, exigir que exista uma regulação séria, legislação, sobretudo, por meio das próprias plataformas orientadas pelas organizações internacionais ao incluírem funcionalidades no próprio design dessas ferramentas para serem mais seguras, equitativas e, principalmente, por meio da educação.

Saber filtrar este fluxo imenso de informações por meio do universo digital, não é apenas um exercício cotidiano, mas também um divisor que determina a inclusão ou exclusão social. Mariana analisa que esta infinidade de novas tecnologias em realidades de desigualdades também precisa ser levadas em consideração.

"Quando as novas tecnologias são introduzidas em uma sociedade já marcada por injustiças, desigualdades e exclusões, elas têm o potencial de agravar os problemas existentes. Portanto, é fundamental que todos os jovens tenham acesso a uma educação que os capacite a navegar com confiança nesse ambiente tecnológico, permitindo-lhes aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas pelo mundo em que vivem," destaca.

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Na opinião da especialista, existe um paradoxo na necessidade de promover a autonomia tecnológica das crianças frente às restrições amplas ao acesso a dispositivos e plataformas digitais. "Embora o uso excessivo de telas seja um problema sério, proibir seu uso nas escolas impede as oportunidades de aprendizado exploratório e crítico sobre tecnologia, mediado por educadores. Este ambiente permite desvendar o funcionamento e o impacto social das tecnologias, incentivando a criação de alternativas."

Entenda como crianças e adolescentes podem usufruir e produzir conteúdos digitais de maneira consciente e saudável por meio da educação midiática

Não é novidade que crianças e adolescentes são expostos de maneira excessiva aos inúmeros conteúdos das telas nos tempos contemporâneos. São games dos mais diversos, redes sociais, desenhos animados, séries, vídeos, memes, filmes no YouTube, pesquisas, entre outros usos. Sem falar na habilidade em baixar aplicativos, usá-los como recurso nas redes sociais ou mesmo para trabalhos da escola e, por sua vez, compartilhar as informações com os amigos. O uso é inesgotável.

Mas a entrada precoce dessa geração num ambiente tão cheio de camadas e acessos como o da internet, mostra que é preciso cada vez mais ensiná-los sobre a importância de ter senso crítico para discernir o que é um conteúdo autêntico e compartilhável de uma notícia falsa, por exemplo. Neste sentido, a educação midiática entra em cena como um conjunto de ferramentas que auxiliam nesse desenvolvimento, sobretudo, por conta do grande fluxo de informações da web.

Vale lembrar que a nomenclatura em si não é novidade. O termo educação midiática foi criado na década de 60, nos Estados Unidos com o envolvimento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em decorrência da manipulação de mídia que ocorria já naquele tempo, principalmente pelo rádio e cinema.

Na verdade, a educação midiática trabalha habilidades de criação de conteúdos, interpretação, pesquisa e curadoria, preparando as pessoas para as influências da tecnologia, afinal, em uma época repleta de tantos 'influenciadores', é preciso que se desenvolva a capacidade de apuração e análise em relação às intenções e perspectivas de cada informação.

"É nossa responsabilidade ensinar os jovens a serem empoderados no contexto real e tecnológico, em que se vive. A gente tem falado de emancipação técnica, dar aos jovens a possibilidade de entender como esse ambiente funciona, quais são as estruturas técnicas por trás das mensagens, como essa informação chegou, de que forma o buscador seleciona as imagens que eu vou ver, como funciona o algoritmo, etc. Para que a gente entenda que os resultados obtidos, não são os únicos possíveis, e às vezes eles não são nem desejáveis", explica Mariana Ochs, coordenadora do EducaMídia.

A especialista de tecnologias na educação, destaca a necessidade das pessoas aprenderem a vencer a ingenuidade de uma posição de consumidor passivo de mídias, para criar um ceticismo saudável, aprendendo a interrogar essas mídias que são consumidas diariamente.

Uma publicação do Jornal da USP, mostrou que pelo menos 76% da população foi exposta a informações falsas sobre política, no segundo semestre de 2022. A pesquisa feita pelo Panorama Político 2023, apontou que 89% dos entrevistados acreditam que tiveram contato com fake news, sendo 67% pelos aplicativos de mensagens, e 83% pelas redes sociais, como Facebook, Instagram e YouTube.

Por esse motivo, o foco da educação midiática está na formação de pessoas capazes de lidar com todos esses formatos de mídias e tecnologias que se apresentam, bem como a acessar e verificar a qualidade das informações e qual o intuito. Por exemplo, a técnica de examinar um texto ou mensagem de modo crítico demanda algumas perguntas como: quem escreveu ou falou isso? Trata-se de um especialista, de autoridade no nicho ou é apenas alguém comentando sua opinião? Qual o sentido por trás desta mensagem? Onde foi publicada? É como preparar um checklist mental e crítico.

Dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil, em parceria com a UNESCO, indicaram que quase todas as crianças e jovens de nove a 17 anos no país, acessaram a internet, mas 43% não sabiam checar se a informação era falsa ou verdadeira. O levantamento apontou também que 38% não sabiam identificar se um site era ou não confiável, e 33% relataram ter passado por alguma situação na internet que as ofenderam ou chatearam.

Com o crescimento das fake news e o uso das redes sociais por busca de informação, cresce a necessidade da educação midiática. Foto: Freepik

Direitos, desigualdades e o papel da educação midiática O acesso ao conhecimento sobre o impacto da tecnologia em nossos direitos digitais, como a informação, privacidade, livre-arbítrio e proteção contra violência ou discriminação, é essencial para todos. "A educação midiática vai além de distinguir o falso do verdadeiro. Ela abrange a democracia, cidadania, justiça social e direitos humanos," esclarece.

É importante entender essa nova realidade, mas da mesma forma, exigir que exista uma regulação séria, legislação, sobretudo, por meio das próprias plataformas orientadas pelas organizações internacionais ao incluírem funcionalidades no próprio design dessas ferramentas para serem mais seguras, equitativas e, principalmente, por meio da educação.

Saber filtrar este fluxo imenso de informações por meio do universo digital, não é apenas um exercício cotidiano, mas também um divisor que determina a inclusão ou exclusão social. Mariana analisa que esta infinidade de novas tecnologias em realidades de desigualdades também precisa ser levadas em consideração.

"Quando as novas tecnologias são introduzidas em uma sociedade já marcada por injustiças, desigualdades e exclusões, elas têm o potencial de agravar os problemas existentes. Portanto, é fundamental que todos os jovens tenham acesso a uma educação que os capacite a navegar com confiança nesse ambiente tecnológico, permitindo-lhes aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas pelo mundo em que vivem," destaca.

Na opinião da especialista, existe um paradoxo na necessidade de promover a autonomia tecnológica das crianças frente às restrições amplas ao acesso a dispositivos e plataformas digitais. "Embora o uso excessivo de telas seja um problema sério, proibir seu uso nas escolas impede as oportunidades de aprendizado exploratório e crítico sobre tecnologia, mediado por educadores. Este ambiente permite desvendar o funcionamento e o impacto social das tecnologias, incentivando a criação de alternativas."

Entenda como crianças e adolescentes podem usufruir e produzir conteúdos digitais de maneira consciente e saudável por meio da educação midiática

Não é novidade que crianças e adolescentes são expostos de maneira excessiva aos inúmeros conteúdos das telas nos tempos contemporâneos. São games dos mais diversos, redes sociais, desenhos animados, séries, vídeos, memes, filmes no YouTube, pesquisas, entre outros usos. Sem falar na habilidade em baixar aplicativos, usá-los como recurso nas redes sociais ou mesmo para trabalhos da escola e, por sua vez, compartilhar as informações com os amigos. O uso é inesgotável.

Mas a entrada precoce dessa geração num ambiente tão cheio de camadas e acessos como o da internet, mostra que é preciso cada vez mais ensiná-los sobre a importância de ter senso crítico para discernir o que é um conteúdo autêntico e compartilhável de uma notícia falsa, por exemplo. Neste sentido, a educação midiática entra em cena como um conjunto de ferramentas que auxiliam nesse desenvolvimento, sobretudo, por conta do grande fluxo de informações da web.

Vale lembrar que a nomenclatura em si não é novidade. O termo educação midiática foi criado na década de 60, nos Estados Unidos com o envolvimento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em decorrência da manipulação de mídia que ocorria já naquele tempo, principalmente pelo rádio e cinema.

Na verdade, a educação midiática trabalha habilidades de criação de conteúdos, interpretação, pesquisa e curadoria, preparando as pessoas para as influências da tecnologia, afinal, em uma época repleta de tantos 'influenciadores', é preciso que se desenvolva a capacidade de apuração e análise em relação às intenções e perspectivas de cada informação.

"É nossa responsabilidade ensinar os jovens a serem empoderados no contexto real e tecnológico, em que se vive. A gente tem falado de emancipação técnica, dar aos jovens a possibilidade de entender como esse ambiente funciona, quais são as estruturas técnicas por trás das mensagens, como essa informação chegou, de que forma o buscador seleciona as imagens que eu vou ver, como funciona o algoritmo, etc. Para que a gente entenda que os resultados obtidos, não são os únicos possíveis, e às vezes eles não são nem desejáveis", explica Mariana Ochs, coordenadora do EducaMídia.

A especialista de tecnologias na educação, destaca a necessidade das pessoas aprenderem a vencer a ingenuidade de uma posição de consumidor passivo de mídias, para criar um ceticismo saudável, aprendendo a interrogar essas mídias que são consumidas diariamente.

Uma publicação do Jornal da USP, mostrou que pelo menos 76% da população foi exposta a informações falsas sobre política, no segundo semestre de 2022. A pesquisa feita pelo Panorama Político 2023, apontou que 89% dos entrevistados acreditam que tiveram contato com fake news, sendo 67% pelos aplicativos de mensagens, e 83% pelas redes sociais, como Facebook, Instagram e YouTube.

Por esse motivo, o foco da educação midiática está na formação de pessoas capazes de lidar com todos esses formatos de mídias e tecnologias que se apresentam, bem como a acessar e verificar a qualidade das informações e qual o intuito. Por exemplo, a técnica de examinar um texto ou mensagem de modo crítico demanda algumas perguntas como: quem escreveu ou falou isso? Trata-se de um especialista, de autoridade no nicho ou é apenas alguém comentando sua opinião? Qual o sentido por trás desta mensagem? Onde foi publicada? É como preparar um checklist mental e crítico.

Dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil, em parceria com a UNESCO, indicaram que quase todas as crianças e jovens de nove a 17 anos no país, acessaram a internet, mas 43% não sabiam checar se a informação era falsa ou verdadeira. O levantamento apontou também que 38% não sabiam identificar se um site era ou não confiável, e 33% relataram ter passado por alguma situação na internet que as ofenderam ou chatearam.

Com o crescimento das fake news e o uso das redes sociais por busca de informação, cresce a necessidade da educação midiática. Foto: Freepik

Direitos, desigualdades e o papel da educação midiática O acesso ao conhecimento sobre o impacto da tecnologia em nossos direitos digitais, como a informação, privacidade, livre-arbítrio e proteção contra violência ou discriminação, é essencial para todos. "A educação midiática vai além de distinguir o falso do verdadeiro. Ela abrange a democracia, cidadania, justiça social e direitos humanos," esclarece.

É importante entender essa nova realidade, mas da mesma forma, exigir que exista uma regulação séria, legislação, sobretudo, por meio das próprias plataformas orientadas pelas organizações internacionais ao incluírem funcionalidades no próprio design dessas ferramentas para serem mais seguras, equitativas e, principalmente, por meio da educação.

Saber filtrar este fluxo imenso de informações por meio do universo digital, não é apenas um exercício cotidiano, mas também um divisor que determina a inclusão ou exclusão social. Mariana analisa que esta infinidade de novas tecnologias em realidades de desigualdades também precisa ser levadas em consideração.

"Quando as novas tecnologias são introduzidas em uma sociedade já marcada por injustiças, desigualdades e exclusões, elas têm o potencial de agravar os problemas existentes. Portanto, é fundamental que todos os jovens tenham acesso a uma educação que os capacite a navegar com confiança nesse ambiente tecnológico, permitindo-lhes aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas pelo mundo em que vivem," destaca.

Na opinião da especialista, existe um paradoxo na necessidade de promover a autonomia tecnológica das crianças frente às restrições amplas ao acesso a dispositivos e plataformas digitais. "Embora o uso excessivo de telas seja um problema sério, proibir seu uso nas escolas impede as oportunidades de aprendizado exploratório e crítico sobre tecnologia, mediado por educadores. Este ambiente permite desvendar o funcionamento e o impacto social das tecnologias, incentivando a criação de alternativas."

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