Comportamento Adolescente e Educação

Empatia


Por Carolina Delboni

Ano passado ela estava na moda. Era um tal de empatia pra cá, empatia pra lá...e tinha gente que nem bem sabia o que era a tal da empatia. Mas essa palavrinha pequena, tem significado grande e merece nossa atenção.

Tanta atenção que outro dia me pediram pra escrever sobre ela. Não costumo escrever sobre "coisas" que estão na moda. Deve ser pelos anos trabalhando com moda (desculpem, mas foi inevitável o trocadilho). Mas eu não gosto mesmo de escrever sobre coisas que todo mundo fala. Prefiro outros assuntos. Mas ouvi e fiquei com a palavrinha da "empatia" caminhando comigo por alguns dias.

E daí eu ouço na CBN, a informação sobre uma coletiva de imprensa onde o Secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, fala que em 2018 competências que são chamadas de habilidades socioemocionais serão incluídas no curriculum das escolas públicas como "matéria obrigatória". Entre as habilidades, lá está a empatia.

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Segundo o secretário municipal da Educação, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, os professores da rede farão uma formação especial para o novo currículo. E a "matéria" não será dada como aula à parte. Ela vai permear todas as disciplinas já tradicionais da escola. Isso significa que ninguém vai falar explicitamente da empatia numa aula só de empatia. Mas o conceito vai nortear atividades, aprendizados e posturas entre crianças e educadores.

O novo currículo menciona nove competências com características socioemocionais. Além de nomear a habilidade, o texto indica para o que serve. Por exemplo, ao descrever o item "empatia e colaboração", o documento menciona que o estudante precisa ser ensinado a "trabalhar em grupo, criar, pactuar e respeitar princípios de convivência, solucionar conflitos, desenvolver a tolerância à frustração e promover a cultura da paz". No tópico "abertura à diversidade" fala-se em "agir com flexibilidade e sem preconceito de qualquer natureza, conviver harmonicamente com os diferentes". Se colocar no lugar do outro para entender o que se passa com o outro.

O mesmo pensa e propõe o Instituto Alana, que em 2016, organizou uma roda de conversa que reuniu 15 especialistas de diversas áreas para discutir o conceito de empatia - o que eles acreditam ser uma das quatro competências necessárias para a formação de sujeitos transformadores.

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O objetivo do evento foi construir, coletivamente, um entendimento sobre a importância da empatia como um valor e como uma competência que pode ser aprendida e cultivada na escola. Isso faz com que a gente consiga entender a importância de competências socioemocionais dentro das escolas. Não basta mais aprender a matemática e o português e achar que isso significa formar alguma coisa além de alunos.

Queremos, e precisamos, formar seres humanos mais capazes de olhar o outro e, a partir do outro, agir. Ou seja, eu não faço apenas por mim, mas por ele também. Porque sou capaz de me colocar no lugar do outro e saber o que ele sente ou pensa. E quando somos pequenos, somos capazes de sermos empáticos. Talvez porque crianças são puro coração. Coração e imaginação. São capazes de ser a flor, o sol, o galho, a formiguinha que passou pelo quintal...e são capazes de ser o outro também. O colega. O amigo. Isso é empatia.

Mas de repente, a gente cresce e vem a tal da consciência que tem essa mania chata de nos tirar do imaginário e colocar nossos pés no chão. Acaba a possibilidade de sermos qualquer coisa e temos que ser só nós mesmos 24h por dia. Até nos sonhos não conseguimos mais ser flor, sol, galho, cor e amor. A gente se encanta pelo raciocínio e desencanta das coisas que vem do puro coração.

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E por isso, a empatia precisa ser construída coletivamente. Aprendemos na relação com o outro. E São Paulo agora sedia o Museu da Empatia, até o dia 17 de dezembro, no Parque Ibirapuera. O projeto internacional, que tem sede em Londres, te convida a andar com o sapato do outro. A ideia vem de uma expressão inglesa que diz walk in someone's shoes (caminhando com os sapatos de alguém), para propiciar a experiência de estar no lugar do outro, o cerne da empatia.

A exposição busca explorar como a empatia pode transformar as relações interpessoais, inspirar mudanças de atitude e até contribuir para enfrentar desafios globais como preconceitos, conflitos e desigualdade. Nas escolas, a empatia como disciplina educacional, busca colocar coração e consciência trabalhando por um só individuo. Que sou eu, é você e somos nós. Porque em nós tem empatia. Essa pequena grandiosa palavra.

Ano passado ela estava na moda. Era um tal de empatia pra cá, empatia pra lá...e tinha gente que nem bem sabia o que era a tal da empatia. Mas essa palavrinha pequena, tem significado grande e merece nossa atenção.

Tanta atenção que outro dia me pediram pra escrever sobre ela. Não costumo escrever sobre "coisas" que estão na moda. Deve ser pelos anos trabalhando com moda (desculpem, mas foi inevitável o trocadilho). Mas eu não gosto mesmo de escrever sobre coisas que todo mundo fala. Prefiro outros assuntos. Mas ouvi e fiquei com a palavrinha da "empatia" caminhando comigo por alguns dias.

E daí eu ouço na CBN, a informação sobre uma coletiva de imprensa onde o Secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, fala que em 2018 competências que são chamadas de habilidades socioemocionais serão incluídas no curriculum das escolas públicas como "matéria obrigatória". Entre as habilidades, lá está a empatia.

Segundo o secretário municipal da Educação, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, os professores da rede farão uma formação especial para o novo currículo. E a "matéria" não será dada como aula à parte. Ela vai permear todas as disciplinas já tradicionais da escola. Isso significa que ninguém vai falar explicitamente da empatia numa aula só de empatia. Mas o conceito vai nortear atividades, aprendizados e posturas entre crianças e educadores.

O novo currículo menciona nove competências com características socioemocionais. Além de nomear a habilidade, o texto indica para o que serve. Por exemplo, ao descrever o item "empatia e colaboração", o documento menciona que o estudante precisa ser ensinado a "trabalhar em grupo, criar, pactuar e respeitar princípios de convivência, solucionar conflitos, desenvolver a tolerância à frustração e promover a cultura da paz". No tópico "abertura à diversidade" fala-se em "agir com flexibilidade e sem preconceito de qualquer natureza, conviver harmonicamente com os diferentes". Se colocar no lugar do outro para entender o que se passa com o outro.

O mesmo pensa e propõe o Instituto Alana, que em 2016, organizou uma roda de conversa que reuniu 15 especialistas de diversas áreas para discutir o conceito de empatia - o que eles acreditam ser uma das quatro competências necessárias para a formação de sujeitos transformadores.

O objetivo do evento foi construir, coletivamente, um entendimento sobre a importância da empatia como um valor e como uma competência que pode ser aprendida e cultivada na escola. Isso faz com que a gente consiga entender a importância de competências socioemocionais dentro das escolas. Não basta mais aprender a matemática e o português e achar que isso significa formar alguma coisa além de alunos.

Queremos, e precisamos, formar seres humanos mais capazes de olhar o outro e, a partir do outro, agir. Ou seja, eu não faço apenas por mim, mas por ele também. Porque sou capaz de me colocar no lugar do outro e saber o que ele sente ou pensa. E quando somos pequenos, somos capazes de sermos empáticos. Talvez porque crianças são puro coração. Coração e imaginação. São capazes de ser a flor, o sol, o galho, a formiguinha que passou pelo quintal...e são capazes de ser o outro também. O colega. O amigo. Isso é empatia.

Mas de repente, a gente cresce e vem a tal da consciência que tem essa mania chata de nos tirar do imaginário e colocar nossos pés no chão. Acaba a possibilidade de sermos qualquer coisa e temos que ser só nós mesmos 24h por dia. Até nos sonhos não conseguimos mais ser flor, sol, galho, cor e amor. A gente se encanta pelo raciocínio e desencanta das coisas que vem do puro coração.

E por isso, a empatia precisa ser construída coletivamente. Aprendemos na relação com o outro. E São Paulo agora sedia o Museu da Empatia, até o dia 17 de dezembro, no Parque Ibirapuera. O projeto internacional, que tem sede em Londres, te convida a andar com o sapato do outro. A ideia vem de uma expressão inglesa que diz walk in someone's shoes (caminhando com os sapatos de alguém), para propiciar a experiência de estar no lugar do outro, o cerne da empatia.

A exposição busca explorar como a empatia pode transformar as relações interpessoais, inspirar mudanças de atitude e até contribuir para enfrentar desafios globais como preconceitos, conflitos e desigualdade. Nas escolas, a empatia como disciplina educacional, busca colocar coração e consciência trabalhando por um só individuo. Que sou eu, é você e somos nós. Porque em nós tem empatia. Essa pequena grandiosa palavra.

Ano passado ela estava na moda. Era um tal de empatia pra cá, empatia pra lá...e tinha gente que nem bem sabia o que era a tal da empatia. Mas essa palavrinha pequena, tem significado grande e merece nossa atenção.

Tanta atenção que outro dia me pediram pra escrever sobre ela. Não costumo escrever sobre "coisas" que estão na moda. Deve ser pelos anos trabalhando com moda (desculpem, mas foi inevitável o trocadilho). Mas eu não gosto mesmo de escrever sobre coisas que todo mundo fala. Prefiro outros assuntos. Mas ouvi e fiquei com a palavrinha da "empatia" caminhando comigo por alguns dias.

E daí eu ouço na CBN, a informação sobre uma coletiva de imprensa onde o Secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, fala que em 2018 competências que são chamadas de habilidades socioemocionais serão incluídas no curriculum das escolas públicas como "matéria obrigatória". Entre as habilidades, lá está a empatia.

Segundo o secretário municipal da Educação, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, os professores da rede farão uma formação especial para o novo currículo. E a "matéria" não será dada como aula à parte. Ela vai permear todas as disciplinas já tradicionais da escola. Isso significa que ninguém vai falar explicitamente da empatia numa aula só de empatia. Mas o conceito vai nortear atividades, aprendizados e posturas entre crianças e educadores.

O novo currículo menciona nove competências com características socioemocionais. Além de nomear a habilidade, o texto indica para o que serve. Por exemplo, ao descrever o item "empatia e colaboração", o documento menciona que o estudante precisa ser ensinado a "trabalhar em grupo, criar, pactuar e respeitar princípios de convivência, solucionar conflitos, desenvolver a tolerância à frustração e promover a cultura da paz". No tópico "abertura à diversidade" fala-se em "agir com flexibilidade e sem preconceito de qualquer natureza, conviver harmonicamente com os diferentes". Se colocar no lugar do outro para entender o que se passa com o outro.

O mesmo pensa e propõe o Instituto Alana, que em 2016, organizou uma roda de conversa que reuniu 15 especialistas de diversas áreas para discutir o conceito de empatia - o que eles acreditam ser uma das quatro competências necessárias para a formação de sujeitos transformadores.

O objetivo do evento foi construir, coletivamente, um entendimento sobre a importância da empatia como um valor e como uma competência que pode ser aprendida e cultivada na escola. Isso faz com que a gente consiga entender a importância de competências socioemocionais dentro das escolas. Não basta mais aprender a matemática e o português e achar que isso significa formar alguma coisa além de alunos.

Queremos, e precisamos, formar seres humanos mais capazes de olhar o outro e, a partir do outro, agir. Ou seja, eu não faço apenas por mim, mas por ele também. Porque sou capaz de me colocar no lugar do outro e saber o que ele sente ou pensa. E quando somos pequenos, somos capazes de sermos empáticos. Talvez porque crianças são puro coração. Coração e imaginação. São capazes de ser a flor, o sol, o galho, a formiguinha que passou pelo quintal...e são capazes de ser o outro também. O colega. O amigo. Isso é empatia.

Mas de repente, a gente cresce e vem a tal da consciência que tem essa mania chata de nos tirar do imaginário e colocar nossos pés no chão. Acaba a possibilidade de sermos qualquer coisa e temos que ser só nós mesmos 24h por dia. Até nos sonhos não conseguimos mais ser flor, sol, galho, cor e amor. A gente se encanta pelo raciocínio e desencanta das coisas que vem do puro coração.

E por isso, a empatia precisa ser construída coletivamente. Aprendemos na relação com o outro. E São Paulo agora sedia o Museu da Empatia, até o dia 17 de dezembro, no Parque Ibirapuera. O projeto internacional, que tem sede em Londres, te convida a andar com o sapato do outro. A ideia vem de uma expressão inglesa que diz walk in someone's shoes (caminhando com os sapatos de alguém), para propiciar a experiência de estar no lugar do outro, o cerne da empatia.

A exposição busca explorar como a empatia pode transformar as relações interpessoais, inspirar mudanças de atitude e até contribuir para enfrentar desafios globais como preconceitos, conflitos e desigualdade. Nas escolas, a empatia como disciplina educacional, busca colocar coração e consciência trabalhando por um só individuo. Que sou eu, é você e somos nós. Porque em nós tem empatia. Essa pequena grandiosa palavra.

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