Comportamento Adolescente e Educação

Especialistas dão dicas de como os jovens podem ingressar no mercado mais rápido


Por Carolina Delboni

São mais de 1 milhão de formados ao ano, mas nem todos conseguem ingressar no mercado de trabalho. Especialistas dão dicas de como jovens podem ingressar no mercado de trabalho com maior rapidez enquanto ainda estão na faculdade

Não está fácil conseguir emprego no Brasil. Os índices são desanimadores, ainda mais para adolescentes e jovens. Mas o mercado precisa se renovar, diversificar e pluralizar e esta trinca de palavrinhas são qualidades que eles levam consigo ao entram nas empresas.

André Bruttin, Doutor em Psicologia Social e Coordenador do núcleo de Psicologia Organizacional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), vê com otimismo o ingresso dos jovens no mercado de trabalho. "Eles estão ajudando a mudar um pouco a visão e a relação das pessoas com o trabalho. Os jovens têm trazido uma visão que é além do emprego. Estão atrás de um trabalho, que evidentemente ajude com seus dilemas financeiros, mas que também seja convergente com seus valores e propósitos," opina.

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Para o especialista, os jovens estão procurando trabalhos que sejam alinhados com seus ideais, trabalhos que lhes possibilitem um maior equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional. Trabalhos que lhes permitem aprendizado contínuo e atividades nas quais vejam sentido.

 Foto: Estadão

"Eles procuram ambientes em que a diversidade seja realidade. Vejo ainda que os jovens têm mais 'facilidade' para trocar de trabalho, caso entendam que este não está alinhado com suas expectativas, que não são apenas financeiras, o que tem feito com que as empresas tenham de buscar se reorganizar e se preocuparem cada vez mais em oferecer ambientes alinhados a estas expectativas. Os jovens têm ajudado a melhorar o ambiente corporativo," afirma.

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A gestora de carreira da FAAP, Simone Tavit, Fundação Armando Álvares Penteado, afirma que estar cursando a faculdade é o momento ideal para conhecer o mercado e ganhar alguma experiência, porque ainda é possível ser contratado como estagiário. Porém, reconhece que o mercado retraiu durante o pior período da pandemia, mas que as oportunidades continuam aparecendo mesmo que de forma remota.

Para ela, a maior dificuldade acontece após a formação, especialmente se o estudante não teve qualquer experiência durante a faculdade. "Arrisco dizer que isso é quase como invalidar seu curso, não pelo conteúdo em si, mas pelas exigências de um mercado de trabalho cada dia mais competitivo, e não à toa, com mais de um milhão e duzentas pessoas formadas por ano no Brasil, não poderia ser diferente," conta.

No caso da FAAP, a faculdade oferece aos estudantes uma série de atividades eletivas para ajudá-lo a construir seu próprio currículo acadêmico, navegando pelas mais diversas áreas do conhecimento que vão além de seu curso de origem, mas também imersões e workshops com o objetivo de descobrir e desenvolver suas competências no período vespertino. "Mas o aluno tem liberdade para organizar sua agenda, seja para preenchê-la com essas atividades ou mesmo com um estágio", pontua Simone.

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Simone acredita que as empresas estão cada vez mais compreensivas a necessidade de flexibilização dos horários ao estudante, disponibilizando até formas híbridas para possibilitar a conciliação da prática profissional com atividades extras. "O único ponto que fazemos questão de frisar é a necessidade da inserção no mercado de trabalho, especialmente a partir do meio de seu período de faculdade (por isso não optamos por cursos integrais), de forma que ele possa, por exemplo, participar de um programa de estágio completo, ou mesmo experimentar oportunidades em áreas distintas e companhias diferentes para ajudá-lo a descobrir do que ele realmente gosta" declara.

Por razões diversas, o estudante que opta por um curso em tempo integral pode demorar mais para entrar no mercado de trabalho, de forma geral. Mas ainda assim, os educadores acreditam que esses jovens encontrem opções em uma formação, que concilie estudo e trabalho, sendo, inclusive, orientado por meio remoto nas atividades de iniciação científica e realização dos trabalhos de conclusão de curso, o que, sem dúvida, o apoia no bom aproveitamento de tudo o que de bom tem em seu curso.

"Na Universidade Presbiteriana Mackenzie criamos um curso de Ciências Contábeis na modalidade Dual Study. Nele, temos 100% dos alunos com bolsas de estudos e vinculados a alguma grande empresa que participa do projeto. A proposta é que seja um curso em período integral com formação prática dentro das corporações parceiras," conta o reitor.

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Segundo Marco Tullio de Castro Vasconcelos, doutor e mestre em Controladoria e Contabilidade e Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ao longo do semestre, o aluno frequenta a universidade, em período integral e com a supervisão de profissionais destas grandes empresas. "Assim, o estudante consegue conciliar as atividades desenvolvidas em sala de aula com aquelas realizadas dentro das empresas parceiras. O aluno poderá vivenciar a cultura corporativa e aprender associando a teoria com a prática," explica.

Tulio diz que a empregabilidade é de 50%. "Um padrão alto, principalmente se considerada a faixa etária e os índices de desemprego do país. Atribuímos os bons resultados a um olhar cuidadoso para a formação e programas internos, como o de mentoria de carreiras, que prepara os alunos para os desafios do mercado de trabalho," revela.

O que especialistas recomendam

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Depois da formação, o networking é ainda mais fundamental. "Estar presente em redes sociais corporativas como LinkedIn, participar de eventos da área e continuar estudando (lifelong learning nunca foi tão real) é o melhor caminho para obter uma nova oportunidade," afirma Simone Tavit da FAAP.

Para André, da PUC-SP, fazer uma lista das pessoas que você conhece e que de alguma forma possam contribuir para o seu ingresso no mundo do trabalho pode ser eficaz. "Diga a estas pessoas, preferencialmente em uma conversa cara a cara, quais são os seus planos para ingresso no mundo do trabalho e, principalmente, que você está querendo ingressar no mercado de trabalho," orienta.

Manter o foco é essencial, na visão do coordenador de Psicologia. "Tente mapear no mercado quais são os setores e empresas em que você mais se adaptaria e que melhor uso poderiam fazer das suas qualificações e quais são os setores, que mesmo com a crise, estão crescendo e contratando."

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Ele destaca também que ao longo de toda a nossa carreira, os estudos são parte importante do nosso currículo, no entanto para os jovens este é um item fundamental. Uma vez que o jovem ainda tem pouca experiência profissional é fundamental ter a parte educacional fortalecida.

"Deixe o seu currículo sempre atualizado e pense nele como uma ferramenta de marketing que vai ajudá-lo a se "vender" no mercado de trabalho. Coloque no currículo todos os seus pontos fortes desenvolvidos até o momento de sua trajetória e que de alguma maneira podem chamar a atenção de alguma empresa," ensina Bruttin.

Outro ponto destacado pelo educador da PUC-SP é a importância deste jovem lembrar, e ponderar, que o que vai fazer com que ele se mantenha no mercado de trabalho são os diferenciais que buscar ao longo de sua trajetória. "São os projetos que implantou e as realizações e resultados que atingiu no decorrer da sua carreira. É importante criar o hábito de sempre anotar e mensurar os resultados atingidos no seu trabalho e não se esquecer de ir alimentando o seu CV com tais resultados. Este é o ponto que os selecionadores irão dar mais atenção no seu currículo," pontua André.

Simone Tavit, da FAAP, enfatiza que a experiência internacional será sempre valorizada, seja no período de estudo ou depois da formação, sendo um ótimo investimento na carreira como também os trabalhos voluntários.

Para além da capacitação profissional, a gestora de carreiras destaca as competências comportamentais. "São as chamadas soft skills, como empatia, ética, trabalho em equipe, resiliência, entre outras, que dirão se você permanece, é promovido ou demitido de seu posto. E isso vale para quem empreende também," diz.

São mais de 1 milhão de formados ao ano, mas nem todos conseguem ingressar no mercado de trabalho. Especialistas dão dicas de como jovens podem ingressar no mercado de trabalho com maior rapidez enquanto ainda estão na faculdade

Não está fácil conseguir emprego no Brasil. Os índices são desanimadores, ainda mais para adolescentes e jovens. Mas o mercado precisa se renovar, diversificar e pluralizar e esta trinca de palavrinhas são qualidades que eles levam consigo ao entram nas empresas.

André Bruttin, Doutor em Psicologia Social e Coordenador do núcleo de Psicologia Organizacional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), vê com otimismo o ingresso dos jovens no mercado de trabalho. "Eles estão ajudando a mudar um pouco a visão e a relação das pessoas com o trabalho. Os jovens têm trazido uma visão que é além do emprego. Estão atrás de um trabalho, que evidentemente ajude com seus dilemas financeiros, mas que também seja convergente com seus valores e propósitos," opina.

Para o especialista, os jovens estão procurando trabalhos que sejam alinhados com seus ideais, trabalhos que lhes possibilitem um maior equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional. Trabalhos que lhes permitem aprendizado contínuo e atividades nas quais vejam sentido.

 Foto: Estadão

"Eles procuram ambientes em que a diversidade seja realidade. Vejo ainda que os jovens têm mais 'facilidade' para trocar de trabalho, caso entendam que este não está alinhado com suas expectativas, que não são apenas financeiras, o que tem feito com que as empresas tenham de buscar se reorganizar e se preocuparem cada vez mais em oferecer ambientes alinhados a estas expectativas. Os jovens têm ajudado a melhorar o ambiente corporativo," afirma.

A gestora de carreira da FAAP, Simone Tavit, Fundação Armando Álvares Penteado, afirma que estar cursando a faculdade é o momento ideal para conhecer o mercado e ganhar alguma experiência, porque ainda é possível ser contratado como estagiário. Porém, reconhece que o mercado retraiu durante o pior período da pandemia, mas que as oportunidades continuam aparecendo mesmo que de forma remota.

Para ela, a maior dificuldade acontece após a formação, especialmente se o estudante não teve qualquer experiência durante a faculdade. "Arrisco dizer que isso é quase como invalidar seu curso, não pelo conteúdo em si, mas pelas exigências de um mercado de trabalho cada dia mais competitivo, e não à toa, com mais de um milhão e duzentas pessoas formadas por ano no Brasil, não poderia ser diferente," conta.

No caso da FAAP, a faculdade oferece aos estudantes uma série de atividades eletivas para ajudá-lo a construir seu próprio currículo acadêmico, navegando pelas mais diversas áreas do conhecimento que vão além de seu curso de origem, mas também imersões e workshops com o objetivo de descobrir e desenvolver suas competências no período vespertino. "Mas o aluno tem liberdade para organizar sua agenda, seja para preenchê-la com essas atividades ou mesmo com um estágio", pontua Simone.

Simone acredita que as empresas estão cada vez mais compreensivas a necessidade de flexibilização dos horários ao estudante, disponibilizando até formas híbridas para possibilitar a conciliação da prática profissional com atividades extras. "O único ponto que fazemos questão de frisar é a necessidade da inserção no mercado de trabalho, especialmente a partir do meio de seu período de faculdade (por isso não optamos por cursos integrais), de forma que ele possa, por exemplo, participar de um programa de estágio completo, ou mesmo experimentar oportunidades em áreas distintas e companhias diferentes para ajudá-lo a descobrir do que ele realmente gosta" declara.

Por razões diversas, o estudante que opta por um curso em tempo integral pode demorar mais para entrar no mercado de trabalho, de forma geral. Mas ainda assim, os educadores acreditam que esses jovens encontrem opções em uma formação, que concilie estudo e trabalho, sendo, inclusive, orientado por meio remoto nas atividades de iniciação científica e realização dos trabalhos de conclusão de curso, o que, sem dúvida, o apoia no bom aproveitamento de tudo o que de bom tem em seu curso.

"Na Universidade Presbiteriana Mackenzie criamos um curso de Ciências Contábeis na modalidade Dual Study. Nele, temos 100% dos alunos com bolsas de estudos e vinculados a alguma grande empresa que participa do projeto. A proposta é que seja um curso em período integral com formação prática dentro das corporações parceiras," conta o reitor.

Segundo Marco Tullio de Castro Vasconcelos, doutor e mestre em Controladoria e Contabilidade e Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ao longo do semestre, o aluno frequenta a universidade, em período integral e com a supervisão de profissionais destas grandes empresas. "Assim, o estudante consegue conciliar as atividades desenvolvidas em sala de aula com aquelas realizadas dentro das empresas parceiras. O aluno poderá vivenciar a cultura corporativa e aprender associando a teoria com a prática," explica.

Tulio diz que a empregabilidade é de 50%. "Um padrão alto, principalmente se considerada a faixa etária e os índices de desemprego do país. Atribuímos os bons resultados a um olhar cuidadoso para a formação e programas internos, como o de mentoria de carreiras, que prepara os alunos para os desafios do mercado de trabalho," revela.

O que especialistas recomendam

Depois da formação, o networking é ainda mais fundamental. "Estar presente em redes sociais corporativas como LinkedIn, participar de eventos da área e continuar estudando (lifelong learning nunca foi tão real) é o melhor caminho para obter uma nova oportunidade," afirma Simone Tavit da FAAP.

Para André, da PUC-SP, fazer uma lista das pessoas que você conhece e que de alguma forma possam contribuir para o seu ingresso no mundo do trabalho pode ser eficaz. "Diga a estas pessoas, preferencialmente em uma conversa cara a cara, quais são os seus planos para ingresso no mundo do trabalho e, principalmente, que você está querendo ingressar no mercado de trabalho," orienta.

Manter o foco é essencial, na visão do coordenador de Psicologia. "Tente mapear no mercado quais são os setores e empresas em que você mais se adaptaria e que melhor uso poderiam fazer das suas qualificações e quais são os setores, que mesmo com a crise, estão crescendo e contratando."

Ele destaca também que ao longo de toda a nossa carreira, os estudos são parte importante do nosso currículo, no entanto para os jovens este é um item fundamental. Uma vez que o jovem ainda tem pouca experiência profissional é fundamental ter a parte educacional fortalecida.

"Deixe o seu currículo sempre atualizado e pense nele como uma ferramenta de marketing que vai ajudá-lo a se "vender" no mercado de trabalho. Coloque no currículo todos os seus pontos fortes desenvolvidos até o momento de sua trajetória e que de alguma maneira podem chamar a atenção de alguma empresa," ensina Bruttin.

Outro ponto destacado pelo educador da PUC-SP é a importância deste jovem lembrar, e ponderar, que o que vai fazer com que ele se mantenha no mercado de trabalho são os diferenciais que buscar ao longo de sua trajetória. "São os projetos que implantou e as realizações e resultados que atingiu no decorrer da sua carreira. É importante criar o hábito de sempre anotar e mensurar os resultados atingidos no seu trabalho e não se esquecer de ir alimentando o seu CV com tais resultados. Este é o ponto que os selecionadores irão dar mais atenção no seu currículo," pontua André.

Simone Tavit, da FAAP, enfatiza que a experiência internacional será sempre valorizada, seja no período de estudo ou depois da formação, sendo um ótimo investimento na carreira como também os trabalhos voluntários.

Para além da capacitação profissional, a gestora de carreiras destaca as competências comportamentais. "São as chamadas soft skills, como empatia, ética, trabalho em equipe, resiliência, entre outras, que dirão se você permanece, é promovido ou demitido de seu posto. E isso vale para quem empreende também," diz.

São mais de 1 milhão de formados ao ano, mas nem todos conseguem ingressar no mercado de trabalho. Especialistas dão dicas de como jovens podem ingressar no mercado de trabalho com maior rapidez enquanto ainda estão na faculdade

Não está fácil conseguir emprego no Brasil. Os índices são desanimadores, ainda mais para adolescentes e jovens. Mas o mercado precisa se renovar, diversificar e pluralizar e esta trinca de palavrinhas são qualidades que eles levam consigo ao entram nas empresas.

André Bruttin, Doutor em Psicologia Social e Coordenador do núcleo de Psicologia Organizacional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), vê com otimismo o ingresso dos jovens no mercado de trabalho. "Eles estão ajudando a mudar um pouco a visão e a relação das pessoas com o trabalho. Os jovens têm trazido uma visão que é além do emprego. Estão atrás de um trabalho, que evidentemente ajude com seus dilemas financeiros, mas que também seja convergente com seus valores e propósitos," opina.

Para o especialista, os jovens estão procurando trabalhos que sejam alinhados com seus ideais, trabalhos que lhes possibilitem um maior equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional. Trabalhos que lhes permitem aprendizado contínuo e atividades nas quais vejam sentido.

 Foto: Estadão

"Eles procuram ambientes em que a diversidade seja realidade. Vejo ainda que os jovens têm mais 'facilidade' para trocar de trabalho, caso entendam que este não está alinhado com suas expectativas, que não são apenas financeiras, o que tem feito com que as empresas tenham de buscar se reorganizar e se preocuparem cada vez mais em oferecer ambientes alinhados a estas expectativas. Os jovens têm ajudado a melhorar o ambiente corporativo," afirma.

A gestora de carreira da FAAP, Simone Tavit, Fundação Armando Álvares Penteado, afirma que estar cursando a faculdade é o momento ideal para conhecer o mercado e ganhar alguma experiência, porque ainda é possível ser contratado como estagiário. Porém, reconhece que o mercado retraiu durante o pior período da pandemia, mas que as oportunidades continuam aparecendo mesmo que de forma remota.

Para ela, a maior dificuldade acontece após a formação, especialmente se o estudante não teve qualquer experiência durante a faculdade. "Arrisco dizer que isso é quase como invalidar seu curso, não pelo conteúdo em si, mas pelas exigências de um mercado de trabalho cada dia mais competitivo, e não à toa, com mais de um milhão e duzentas pessoas formadas por ano no Brasil, não poderia ser diferente," conta.

No caso da FAAP, a faculdade oferece aos estudantes uma série de atividades eletivas para ajudá-lo a construir seu próprio currículo acadêmico, navegando pelas mais diversas áreas do conhecimento que vão além de seu curso de origem, mas também imersões e workshops com o objetivo de descobrir e desenvolver suas competências no período vespertino. "Mas o aluno tem liberdade para organizar sua agenda, seja para preenchê-la com essas atividades ou mesmo com um estágio", pontua Simone.

Simone acredita que as empresas estão cada vez mais compreensivas a necessidade de flexibilização dos horários ao estudante, disponibilizando até formas híbridas para possibilitar a conciliação da prática profissional com atividades extras. "O único ponto que fazemos questão de frisar é a necessidade da inserção no mercado de trabalho, especialmente a partir do meio de seu período de faculdade (por isso não optamos por cursos integrais), de forma que ele possa, por exemplo, participar de um programa de estágio completo, ou mesmo experimentar oportunidades em áreas distintas e companhias diferentes para ajudá-lo a descobrir do que ele realmente gosta" declara.

Por razões diversas, o estudante que opta por um curso em tempo integral pode demorar mais para entrar no mercado de trabalho, de forma geral. Mas ainda assim, os educadores acreditam que esses jovens encontrem opções em uma formação, que concilie estudo e trabalho, sendo, inclusive, orientado por meio remoto nas atividades de iniciação científica e realização dos trabalhos de conclusão de curso, o que, sem dúvida, o apoia no bom aproveitamento de tudo o que de bom tem em seu curso.

"Na Universidade Presbiteriana Mackenzie criamos um curso de Ciências Contábeis na modalidade Dual Study. Nele, temos 100% dos alunos com bolsas de estudos e vinculados a alguma grande empresa que participa do projeto. A proposta é que seja um curso em período integral com formação prática dentro das corporações parceiras," conta o reitor.

Segundo Marco Tullio de Castro Vasconcelos, doutor e mestre em Controladoria e Contabilidade e Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ao longo do semestre, o aluno frequenta a universidade, em período integral e com a supervisão de profissionais destas grandes empresas. "Assim, o estudante consegue conciliar as atividades desenvolvidas em sala de aula com aquelas realizadas dentro das empresas parceiras. O aluno poderá vivenciar a cultura corporativa e aprender associando a teoria com a prática," explica.

Tulio diz que a empregabilidade é de 50%. "Um padrão alto, principalmente se considerada a faixa etária e os índices de desemprego do país. Atribuímos os bons resultados a um olhar cuidadoso para a formação e programas internos, como o de mentoria de carreiras, que prepara os alunos para os desafios do mercado de trabalho," revela.

O que especialistas recomendam

Depois da formação, o networking é ainda mais fundamental. "Estar presente em redes sociais corporativas como LinkedIn, participar de eventos da área e continuar estudando (lifelong learning nunca foi tão real) é o melhor caminho para obter uma nova oportunidade," afirma Simone Tavit da FAAP.

Para André, da PUC-SP, fazer uma lista das pessoas que você conhece e que de alguma forma possam contribuir para o seu ingresso no mundo do trabalho pode ser eficaz. "Diga a estas pessoas, preferencialmente em uma conversa cara a cara, quais são os seus planos para ingresso no mundo do trabalho e, principalmente, que você está querendo ingressar no mercado de trabalho," orienta.

Manter o foco é essencial, na visão do coordenador de Psicologia. "Tente mapear no mercado quais são os setores e empresas em que você mais se adaptaria e que melhor uso poderiam fazer das suas qualificações e quais são os setores, que mesmo com a crise, estão crescendo e contratando."

Ele destaca também que ao longo de toda a nossa carreira, os estudos são parte importante do nosso currículo, no entanto para os jovens este é um item fundamental. Uma vez que o jovem ainda tem pouca experiência profissional é fundamental ter a parte educacional fortalecida.

"Deixe o seu currículo sempre atualizado e pense nele como uma ferramenta de marketing que vai ajudá-lo a se "vender" no mercado de trabalho. Coloque no currículo todos os seus pontos fortes desenvolvidos até o momento de sua trajetória e que de alguma maneira podem chamar a atenção de alguma empresa," ensina Bruttin.

Outro ponto destacado pelo educador da PUC-SP é a importância deste jovem lembrar, e ponderar, que o que vai fazer com que ele se mantenha no mercado de trabalho são os diferenciais que buscar ao longo de sua trajetória. "São os projetos que implantou e as realizações e resultados que atingiu no decorrer da sua carreira. É importante criar o hábito de sempre anotar e mensurar os resultados atingidos no seu trabalho e não se esquecer de ir alimentando o seu CV com tais resultados. Este é o ponto que os selecionadores irão dar mais atenção no seu currículo," pontua André.

Simone Tavit, da FAAP, enfatiza que a experiência internacional será sempre valorizada, seja no período de estudo ou depois da formação, sendo um ótimo investimento na carreira como também os trabalhos voluntários.

Para além da capacitação profissional, a gestora de carreiras destaca as competências comportamentais. "São as chamadas soft skills, como empatia, ética, trabalho em equipe, resiliência, entre outras, que dirão se você permanece, é promovido ou demitido de seu posto. E isso vale para quem empreende também," diz.

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