Comportamento Adolescente e Educação

Grupos de apoio materno crescem com a pandemia


Por Carolina Delboni

A ideia de ter um lugar em que mães possam pedir ajuda, trocar experiências e até de abrandar a solidão cresce com a pandemia

Nem só de pracinhas vivem os grupos de mães que trocam experiências e dicas maternas. Não é de hoje que a relação com as plataformas digitais se estreitou e muito. E com o isolamento social e a quarentena prolongada, as redes sociais deram lugar as redes de apoio.

Cresceu o número de sites, blogs, apps e até Instagram focados em criar rede de apoio às mães na pandemia. Uma vez que muitas perderam os suportes que tinham. Seja porque a funcionária da casa passou a não ir mais, as mães da escola deixaram de se encontrar e o próprio núcleo familiar se preservou. Os avós, que tanto ajudam mães e netos, tiveram que se isolar como garantia de saúde. E as escolas que cumpriam, também, um papel importante de troca e acolhimento, estavam de portas fechadas.

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As razões são muitas, e diversas, e junto a isto tem todo contexto que permeia a maternidade. Abdicar da vida pessoal, de alguma forma, para tornar-se mãe tem um preço e ele é alto. Algumas param de trabalhar, outras enlouquecem administrando tudo e mais um pouco ao mesmo tempo, algumas mudam de cidade para acompanhar o marido e por aí vai. E por mais que muitas mulheres têm o apoio do marido, a vida e as decisões maternas ainda são muito solitárias.

Quem conhece um marido que marca o dentista das crianças? Quem conhece um pai que sabe quanto o filho calça? Faça o teste e me conte. Ainda que a participação paterna tenha aumentado, e muito, nos lares brasileiros, as preocupações mentais continuam a cargo das mulheres. E esta estafa é extremamente solitária.

Para abrandar esse silêncio que muitas se veem rodeadas no dia-a-dia que, mães têm usado a tecnologia para criar redes de apoio e troca. É um lugar onde encontram conforto e informação. Um lugar onde encontram pertencimento, uma vez que outras mulheres compartilham das mesmas angústias. Porque tão importante quanto o compartilhamento de informações é o de sentimentos.

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Foi o que levou Mariana Bertiz, mãe de uma menina, e Taís Saraiva, mãe de um casal, a lançar o app Benditas Mãe. As duas se conheceram há 15 anos no mercado coorporativo e trabalharam juntas por 10. Foram sócias de um e-commerce de enxoval de bebê, mas decidiram vender para se dedicar ao novo negócio que já foi destaque no StartupRS 2020, principal programa de aceleração de startups do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Mariana e Taís, sócias do app Benditas Mãe Foto: Estadão
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A proposta da dupla é proporcionar uma rede de apoio online para que a maternidade seja vivida de uma forma mais leve, tranquila e menos solitária. Tudo através de conexão, conteúdo e informação. "No app, as mães podem se conectar com outras mães, conversar, tirar dúvidas e trocar experiências", conta Taís. "Além disso elas tem à disposição um Guia de Profissionais Especializadas na saúde e bem-estar Materno-Infantil, como Consultoras de Sono, Amamentação, Pediatras, Psicólogas, entre outras. Encontram também um Blog Colaborativo, com depoimento de outras mães e conteúdo técnico das nossas parceiras e também um Clube de Vantagens, com cupons de desconto de marcas do segmento". Um baita conteúdo para uma plataforma.

A pandemia acelerou a necessidade do negócio. Na busca por outros tipos de conexões, mães ingressaram no ambiente virtual e passaram a usar mais os serviços prestados pelas plataformas e apps. "No Benditas Mães, vimos a comunidade de mães se espalhar por todo o Brasil, de Norte a Sul, com um crescimento acima do esperado nesses três primeiros meses, desde o lançamento". Segundo Tais, a meta para os 3 primeiros meses era de 1.500 downloads e o número foi superado em mais de 60%, chegando nos 2.500 downloads.

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Em 3 meses, a expectativa de downloads do app foi superada em 60% Foto: Estadão

Manuela Schmidt, outra empreendedora, sentiu na pele a necessidade de buscar uma rede de apoio, quando em 2018, longe da família, com uma filha de quase dois anos de idade e esposo doente, necessitou contar com a ajuda de amigos e vizinhos. A ajuda veio sob a forma de tarefas como levar o cão a passear, cuidados com a filha e com a casa, entre outros e se intensificou após o falecimento de seu marido.

A partir do que vivenciou, pensou em promover algo que viabilizasse a ajuda mútua entre as pessoas. Mas foi só com a pandemia que a ideia se concretizou. Após trabalhar em grandes agências no eixo Roma - Londres - Barcelona por 12 anos, Manuela usou a expertise de designer e publicitária para idealizar e desenvolver o Happy Help. "Criei uma ferramenta para pais e mães que precisam de diversos apoios curriculares ou com a rotina, universitários que buscam aprendizado, e todos aqueles que desejam conhecimento ou precisam de ajuda", conta a fundadora.

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"As pessoas podem oferecer seus conhecimentos e buscar aquilo que necessitam, por exemplo, aprender um novo idioma ou um instrumento, experimentar uma terapia holística, ou ainda, receber uma assessoria em marketing digital. O universo de trocas é tão infinito quanto a vontade de proporcionar que as pessoas se sintam felizes ao colaborar entre si", explica Manuela.

Manuela usou a própria experiência para empreender Foto: Estadão
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E tem quem faça o negócio em família. Foi o caso das irmãs mineiras Bruna e Fabiana Barcelos que criaram a rede Sis Por Você, onde compartilham conteúdos sobre comportamento e comunicação, promovendo conversas semanais com especialistas. O projeto nasceu durante a pandemia, quando as duas sentiram na pele o peso que a nova rotina impôs sobre suas vidas e das amigas, que tiveram que conciliar maternidade, vida pessoal e profissional, tudo isso dentro de casa.

"Vendo que todas estavam a ponto de surtar, a gente optou por se ajudar nesse processo. Passamos, nós duas, a dividir as tarefas da casa para aliviar a sobrecarga e pensamos que seria interessante compartilhar nosso conhecimento profissional e a experiência que os momentos de isolamento social trouxeram com outras mulheres", conta Fabiana. O objetivo do projeto é ajudar mulheres a comunicar e trabalhar seu comportamento de forma assertiva. "O que para a gente é mais importante é o autoconhecimento, porque a gente acredita que quando você se conhece é capaz de conquistar equilíbrio e sucesso, respeitando sempre seus próprios limites", completa.

As irmãs Bruna e Fabiana criaram a Sis Por Você  Foto: Estadão

As experiências particulares de cada uma das empreenderas acabam por mostrar que, muitas vezes, a necessidade faz o negócio. É a partir da própria vivência e da superação ao longo do caminho, que essas mães-mulheres empreenderam. E todas partindo de um ponto em comum: a criação de uma comunidade colaborativa.

Uma rede de apoio só se sustenta se ela for colaborativa. Vale resgatar aquele provérbio antigo que diz que "é preciso uma aldeia para educar uma criança". Em tempos de pandemia, diria que é preciso uma rede para dar suporte a uma mãe, uma mulher.

A ideia de ter um lugar em que mães possam pedir ajuda, trocar experiências e até de abrandar a solidão cresce com a pandemia

Nem só de pracinhas vivem os grupos de mães que trocam experiências e dicas maternas. Não é de hoje que a relação com as plataformas digitais se estreitou e muito. E com o isolamento social e a quarentena prolongada, as redes sociais deram lugar as redes de apoio.

Cresceu o número de sites, blogs, apps e até Instagram focados em criar rede de apoio às mães na pandemia. Uma vez que muitas perderam os suportes que tinham. Seja porque a funcionária da casa passou a não ir mais, as mães da escola deixaram de se encontrar e o próprio núcleo familiar se preservou. Os avós, que tanto ajudam mães e netos, tiveram que se isolar como garantia de saúde. E as escolas que cumpriam, também, um papel importante de troca e acolhimento, estavam de portas fechadas.

As razões são muitas, e diversas, e junto a isto tem todo contexto que permeia a maternidade. Abdicar da vida pessoal, de alguma forma, para tornar-se mãe tem um preço e ele é alto. Algumas param de trabalhar, outras enlouquecem administrando tudo e mais um pouco ao mesmo tempo, algumas mudam de cidade para acompanhar o marido e por aí vai. E por mais que muitas mulheres têm o apoio do marido, a vida e as decisões maternas ainda são muito solitárias.

Quem conhece um marido que marca o dentista das crianças? Quem conhece um pai que sabe quanto o filho calça? Faça o teste e me conte. Ainda que a participação paterna tenha aumentado, e muito, nos lares brasileiros, as preocupações mentais continuam a cargo das mulheres. E esta estafa é extremamente solitária.

Para abrandar esse silêncio que muitas se veem rodeadas no dia-a-dia que, mães têm usado a tecnologia para criar redes de apoio e troca. É um lugar onde encontram conforto e informação. Um lugar onde encontram pertencimento, uma vez que outras mulheres compartilham das mesmas angústias. Porque tão importante quanto o compartilhamento de informações é o de sentimentos.

Foi o que levou Mariana Bertiz, mãe de uma menina, e Taís Saraiva, mãe de um casal, a lançar o app Benditas Mãe. As duas se conheceram há 15 anos no mercado coorporativo e trabalharam juntas por 10. Foram sócias de um e-commerce de enxoval de bebê, mas decidiram vender para se dedicar ao novo negócio que já foi destaque no StartupRS 2020, principal programa de aceleração de startups do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Mariana e Taís, sócias do app Benditas Mãe Foto: Estadão

A proposta da dupla é proporcionar uma rede de apoio online para que a maternidade seja vivida de uma forma mais leve, tranquila e menos solitária. Tudo através de conexão, conteúdo e informação. "No app, as mães podem se conectar com outras mães, conversar, tirar dúvidas e trocar experiências", conta Taís. "Além disso elas tem à disposição um Guia de Profissionais Especializadas na saúde e bem-estar Materno-Infantil, como Consultoras de Sono, Amamentação, Pediatras, Psicólogas, entre outras. Encontram também um Blog Colaborativo, com depoimento de outras mães e conteúdo técnico das nossas parceiras e também um Clube de Vantagens, com cupons de desconto de marcas do segmento". Um baita conteúdo para uma plataforma.

A pandemia acelerou a necessidade do negócio. Na busca por outros tipos de conexões, mães ingressaram no ambiente virtual e passaram a usar mais os serviços prestados pelas plataformas e apps. "No Benditas Mães, vimos a comunidade de mães se espalhar por todo o Brasil, de Norte a Sul, com um crescimento acima do esperado nesses três primeiros meses, desde o lançamento". Segundo Tais, a meta para os 3 primeiros meses era de 1.500 downloads e o número foi superado em mais de 60%, chegando nos 2.500 downloads.

Em 3 meses, a expectativa de downloads do app foi superada em 60% Foto: Estadão

Manuela Schmidt, outra empreendedora, sentiu na pele a necessidade de buscar uma rede de apoio, quando em 2018, longe da família, com uma filha de quase dois anos de idade e esposo doente, necessitou contar com a ajuda de amigos e vizinhos. A ajuda veio sob a forma de tarefas como levar o cão a passear, cuidados com a filha e com a casa, entre outros e se intensificou após o falecimento de seu marido.

A partir do que vivenciou, pensou em promover algo que viabilizasse a ajuda mútua entre as pessoas. Mas foi só com a pandemia que a ideia se concretizou. Após trabalhar em grandes agências no eixo Roma - Londres - Barcelona por 12 anos, Manuela usou a expertise de designer e publicitária para idealizar e desenvolver o Happy Help. "Criei uma ferramenta para pais e mães que precisam de diversos apoios curriculares ou com a rotina, universitários que buscam aprendizado, e todos aqueles que desejam conhecimento ou precisam de ajuda", conta a fundadora.

"As pessoas podem oferecer seus conhecimentos e buscar aquilo que necessitam, por exemplo, aprender um novo idioma ou um instrumento, experimentar uma terapia holística, ou ainda, receber uma assessoria em marketing digital. O universo de trocas é tão infinito quanto a vontade de proporcionar que as pessoas se sintam felizes ao colaborar entre si", explica Manuela.

Manuela usou a própria experiência para empreender Foto: Estadão

E tem quem faça o negócio em família. Foi o caso das irmãs mineiras Bruna e Fabiana Barcelos que criaram a rede Sis Por Você, onde compartilham conteúdos sobre comportamento e comunicação, promovendo conversas semanais com especialistas. O projeto nasceu durante a pandemia, quando as duas sentiram na pele o peso que a nova rotina impôs sobre suas vidas e das amigas, que tiveram que conciliar maternidade, vida pessoal e profissional, tudo isso dentro de casa.

"Vendo que todas estavam a ponto de surtar, a gente optou por se ajudar nesse processo. Passamos, nós duas, a dividir as tarefas da casa para aliviar a sobrecarga e pensamos que seria interessante compartilhar nosso conhecimento profissional e a experiência que os momentos de isolamento social trouxeram com outras mulheres", conta Fabiana. O objetivo do projeto é ajudar mulheres a comunicar e trabalhar seu comportamento de forma assertiva. "O que para a gente é mais importante é o autoconhecimento, porque a gente acredita que quando você se conhece é capaz de conquistar equilíbrio e sucesso, respeitando sempre seus próprios limites", completa.

As irmãs Bruna e Fabiana criaram a Sis Por Você  Foto: Estadão

As experiências particulares de cada uma das empreenderas acabam por mostrar que, muitas vezes, a necessidade faz o negócio. É a partir da própria vivência e da superação ao longo do caminho, que essas mães-mulheres empreenderam. E todas partindo de um ponto em comum: a criação de uma comunidade colaborativa.

Uma rede de apoio só se sustenta se ela for colaborativa. Vale resgatar aquele provérbio antigo que diz que "é preciso uma aldeia para educar uma criança". Em tempos de pandemia, diria que é preciso uma rede para dar suporte a uma mãe, uma mulher.

A ideia de ter um lugar em que mães possam pedir ajuda, trocar experiências e até de abrandar a solidão cresce com a pandemia

Nem só de pracinhas vivem os grupos de mães que trocam experiências e dicas maternas. Não é de hoje que a relação com as plataformas digitais se estreitou e muito. E com o isolamento social e a quarentena prolongada, as redes sociais deram lugar as redes de apoio.

Cresceu o número de sites, blogs, apps e até Instagram focados em criar rede de apoio às mães na pandemia. Uma vez que muitas perderam os suportes que tinham. Seja porque a funcionária da casa passou a não ir mais, as mães da escola deixaram de se encontrar e o próprio núcleo familiar se preservou. Os avós, que tanto ajudam mães e netos, tiveram que se isolar como garantia de saúde. E as escolas que cumpriam, também, um papel importante de troca e acolhimento, estavam de portas fechadas.

As razões são muitas, e diversas, e junto a isto tem todo contexto que permeia a maternidade. Abdicar da vida pessoal, de alguma forma, para tornar-se mãe tem um preço e ele é alto. Algumas param de trabalhar, outras enlouquecem administrando tudo e mais um pouco ao mesmo tempo, algumas mudam de cidade para acompanhar o marido e por aí vai. E por mais que muitas mulheres têm o apoio do marido, a vida e as decisões maternas ainda são muito solitárias.

Quem conhece um marido que marca o dentista das crianças? Quem conhece um pai que sabe quanto o filho calça? Faça o teste e me conte. Ainda que a participação paterna tenha aumentado, e muito, nos lares brasileiros, as preocupações mentais continuam a cargo das mulheres. E esta estafa é extremamente solitária.

Para abrandar esse silêncio que muitas se veem rodeadas no dia-a-dia que, mães têm usado a tecnologia para criar redes de apoio e troca. É um lugar onde encontram conforto e informação. Um lugar onde encontram pertencimento, uma vez que outras mulheres compartilham das mesmas angústias. Porque tão importante quanto o compartilhamento de informações é o de sentimentos.

Foi o que levou Mariana Bertiz, mãe de uma menina, e Taís Saraiva, mãe de um casal, a lançar o app Benditas Mãe. As duas se conheceram há 15 anos no mercado coorporativo e trabalharam juntas por 10. Foram sócias de um e-commerce de enxoval de bebê, mas decidiram vender para se dedicar ao novo negócio que já foi destaque no StartupRS 2020, principal programa de aceleração de startups do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Mariana e Taís, sócias do app Benditas Mãe Foto: Estadão

A proposta da dupla é proporcionar uma rede de apoio online para que a maternidade seja vivida de uma forma mais leve, tranquila e menos solitária. Tudo através de conexão, conteúdo e informação. "No app, as mães podem se conectar com outras mães, conversar, tirar dúvidas e trocar experiências", conta Taís. "Além disso elas tem à disposição um Guia de Profissionais Especializadas na saúde e bem-estar Materno-Infantil, como Consultoras de Sono, Amamentação, Pediatras, Psicólogas, entre outras. Encontram também um Blog Colaborativo, com depoimento de outras mães e conteúdo técnico das nossas parceiras e também um Clube de Vantagens, com cupons de desconto de marcas do segmento". Um baita conteúdo para uma plataforma.

A pandemia acelerou a necessidade do negócio. Na busca por outros tipos de conexões, mães ingressaram no ambiente virtual e passaram a usar mais os serviços prestados pelas plataformas e apps. "No Benditas Mães, vimos a comunidade de mães se espalhar por todo o Brasil, de Norte a Sul, com um crescimento acima do esperado nesses três primeiros meses, desde o lançamento". Segundo Tais, a meta para os 3 primeiros meses era de 1.500 downloads e o número foi superado em mais de 60%, chegando nos 2.500 downloads.

Em 3 meses, a expectativa de downloads do app foi superada em 60% Foto: Estadão

Manuela Schmidt, outra empreendedora, sentiu na pele a necessidade de buscar uma rede de apoio, quando em 2018, longe da família, com uma filha de quase dois anos de idade e esposo doente, necessitou contar com a ajuda de amigos e vizinhos. A ajuda veio sob a forma de tarefas como levar o cão a passear, cuidados com a filha e com a casa, entre outros e se intensificou após o falecimento de seu marido.

A partir do que vivenciou, pensou em promover algo que viabilizasse a ajuda mútua entre as pessoas. Mas foi só com a pandemia que a ideia se concretizou. Após trabalhar em grandes agências no eixo Roma - Londres - Barcelona por 12 anos, Manuela usou a expertise de designer e publicitária para idealizar e desenvolver o Happy Help. "Criei uma ferramenta para pais e mães que precisam de diversos apoios curriculares ou com a rotina, universitários que buscam aprendizado, e todos aqueles que desejam conhecimento ou precisam de ajuda", conta a fundadora.

"As pessoas podem oferecer seus conhecimentos e buscar aquilo que necessitam, por exemplo, aprender um novo idioma ou um instrumento, experimentar uma terapia holística, ou ainda, receber uma assessoria em marketing digital. O universo de trocas é tão infinito quanto a vontade de proporcionar que as pessoas se sintam felizes ao colaborar entre si", explica Manuela.

Manuela usou a própria experiência para empreender Foto: Estadão

E tem quem faça o negócio em família. Foi o caso das irmãs mineiras Bruna e Fabiana Barcelos que criaram a rede Sis Por Você, onde compartilham conteúdos sobre comportamento e comunicação, promovendo conversas semanais com especialistas. O projeto nasceu durante a pandemia, quando as duas sentiram na pele o peso que a nova rotina impôs sobre suas vidas e das amigas, que tiveram que conciliar maternidade, vida pessoal e profissional, tudo isso dentro de casa.

"Vendo que todas estavam a ponto de surtar, a gente optou por se ajudar nesse processo. Passamos, nós duas, a dividir as tarefas da casa para aliviar a sobrecarga e pensamos que seria interessante compartilhar nosso conhecimento profissional e a experiência que os momentos de isolamento social trouxeram com outras mulheres", conta Fabiana. O objetivo do projeto é ajudar mulheres a comunicar e trabalhar seu comportamento de forma assertiva. "O que para a gente é mais importante é o autoconhecimento, porque a gente acredita que quando você se conhece é capaz de conquistar equilíbrio e sucesso, respeitando sempre seus próprios limites", completa.

As irmãs Bruna e Fabiana criaram a Sis Por Você  Foto: Estadão

As experiências particulares de cada uma das empreenderas acabam por mostrar que, muitas vezes, a necessidade faz o negócio. É a partir da própria vivência e da superação ao longo do caminho, que essas mães-mulheres empreenderam. E todas partindo de um ponto em comum: a criação de uma comunidade colaborativa.

Uma rede de apoio só se sustenta se ela for colaborativa. Vale resgatar aquele provérbio antigo que diz que "é preciso uma aldeia para educar uma criança". Em tempos de pandemia, diria que é preciso uma rede para dar suporte a uma mãe, uma mulher.

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