Comportamento Adolescente e Educação

Tá na hora do Recreio das meninas


Por Carolina Delboni

#sqn

Pena que elas não podem fazer experimentos, bolar coisas ou tentar montar coisas. Como os meninos. Xi... estão querendo dar dicas pras meninas de como fazer boas compras. Oi??!! Dicas de boas compras às meninas? Pior: a matéria sugere que meninas são consumidoras compulsivas descontroladas. Estamos mesmo no ano de 2016, quando se tem em pauta o empoderamento feminino? A igualdade de gêneros ou o poder fazer as mesmas coisas sem tachar de rosa ou azul? Parece que tem gente que ainda não entendeu do que as meninas querem falar. Não entendeu do que as meninas não querem ser rotuladas. Precisamos mesmo de uma revista na banca que dê dicas de como manter o controle nas compras??? OI?! Meninas são consumidoras compulsivas descontroladas? Que grande engano, editora Caras. Grande engano.

 

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E, na onda de ser malhada pelas redes sociais (como já foi, obviamente), a revista já começa se desculpando. Pedindo uma chance. Querida editora Carol Cristianini, redatora-chefe de Recreio e Girls Recreio, com todo o respeito a você e a seu histórico profissional, mas não dá pra lançar uma revista direcionada às meninas, no ano de 2016, que tem como chamada o título "Vamos às compras?". Que compras, amiga? Vocês erraram na essência, que é o conceito da revista. Não foi apenas na pauta. Tá aí o porquê de não ter desculpas. Como assim, você incentiva crianças a irem às compras. Porque é isso que está assumido na matéria. Não, nunca se incentivam crianças a fazerem compras. Você viu o projeto encabeçado pelo Instituto Alana, que regula o tema publicidade infantil, que está há bons anos parado para ser julgado? É o Publicidade Infantil Não. Dá uma olhada. Dia 10 de março, o Alana, também teve uma conquista que foi o julgamento inédito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que confirmou a abusividade da publicidade que se dirige à criança durante a análise do caso Bauducco, que foi denunciado em 2007. Procure ver. Ele proíbe a publicidade direcionada às crianças. Sabe por quê? Básico. Porque crianças não devem ir às compras. Devem brincar. Devem desenvolver outros valores mais humanos do que o consumo. Isso, quando maiores, o mundo vai ensinar, porque elas serão inseridas no sistema. Faz parte. E ainda sim deve-se ter muita cautela e valores muito sólidos pra não se perder nesse mar de lama.

 

Então, infelizmente, não tem desculpa pra dar. Não tem chances pra dar também. Porque uma revista que começa de forma tão equivocada, e desvirtuada, como vocês estão começando, não deveria passar do número 1 nas bancas, como bem disse minha amiga Estéfi Machado, colaboradora da Claudia Filhos. Vocês tinham uma oportunidade de ouro de falar diretamente com essa nova geração de meninas, que, como você mesma aponta, é carente de veículo. Mas vocês deixaram o passarinho voar quando caíram de boca no lugar-comum e estereotipado de menina que se preocupa com a imagem. De menina boboca que só usa rosa e quer saber de passar batom. Uma pena! Parece que, quanto mais a mídia impressa se afoga em seu papel, mais ela perde o rumo. Vocês pegaram o caminho errado da comunicação. Sugiro poupar recursos com a número 2. Porque, se nossa sociedade evoluiu um pouco, pouco que seja, vocês não terão compradores para o que chamam de Recreio para Meninas. Vou torcer do lado de cá e divulgar o que me cabe como jornalista, como mulher e como mãe. Mãe de meninos. Três. Mas que se preocupa, profundamente, com algo chamado de nós: mulheres/ meninas.

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Pena que elas não podem fazer experimentos, bolar coisas ou tentar montar coisas. Como os meninos. Xi... estão querendo dar dicas pras meninas de como fazer boas compras. Oi??!! Dicas de boas compras às meninas? Pior: a matéria sugere que meninas são consumidoras compulsivas descontroladas. Estamos mesmo no ano de 2016, quando se tem em pauta o empoderamento feminino? A igualdade de gêneros ou o poder fazer as mesmas coisas sem tachar de rosa ou azul? Parece que tem gente que ainda não entendeu do que as meninas querem falar. Não entendeu do que as meninas não querem ser rotuladas. Precisamos mesmo de uma revista na banca que dê dicas de como manter o controle nas compras??? OI?! Meninas são consumidoras compulsivas descontroladas? Que grande engano, editora Caras. Grande engano.

 

E, na onda de ser malhada pelas redes sociais (como já foi, obviamente), a revista já começa se desculpando. Pedindo uma chance. Querida editora Carol Cristianini, redatora-chefe de Recreio e Girls Recreio, com todo o respeito a você e a seu histórico profissional, mas não dá pra lançar uma revista direcionada às meninas, no ano de 2016, que tem como chamada o título "Vamos às compras?". Que compras, amiga? Vocês erraram na essência, que é o conceito da revista. Não foi apenas na pauta. Tá aí o porquê de não ter desculpas. Como assim, você incentiva crianças a irem às compras. Porque é isso que está assumido na matéria. Não, nunca se incentivam crianças a fazerem compras. Você viu o projeto encabeçado pelo Instituto Alana, que regula o tema publicidade infantil, que está há bons anos parado para ser julgado? É o Publicidade Infantil Não. Dá uma olhada. Dia 10 de março, o Alana, também teve uma conquista que foi o julgamento inédito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que confirmou a abusividade da publicidade que se dirige à criança durante a análise do caso Bauducco, que foi denunciado em 2007. Procure ver. Ele proíbe a publicidade direcionada às crianças. Sabe por quê? Básico. Porque crianças não devem ir às compras. Devem brincar. Devem desenvolver outros valores mais humanos do que o consumo. Isso, quando maiores, o mundo vai ensinar, porque elas serão inseridas no sistema. Faz parte. E ainda sim deve-se ter muita cautela e valores muito sólidos pra não se perder nesse mar de lama.

 

Então, infelizmente, não tem desculpa pra dar. Não tem chances pra dar também. Porque uma revista que começa de forma tão equivocada, e desvirtuada, como vocês estão começando, não deveria passar do número 1 nas bancas, como bem disse minha amiga Estéfi Machado, colaboradora da Claudia Filhos. Vocês tinham uma oportunidade de ouro de falar diretamente com essa nova geração de meninas, que, como você mesma aponta, é carente de veículo. Mas vocês deixaram o passarinho voar quando caíram de boca no lugar-comum e estereotipado de menina que se preocupa com a imagem. De menina boboca que só usa rosa e quer saber de passar batom. Uma pena! Parece que, quanto mais a mídia impressa se afoga em seu papel, mais ela perde o rumo. Vocês pegaram o caminho errado da comunicação. Sugiro poupar recursos com a número 2. Porque, se nossa sociedade evoluiu um pouco, pouco que seja, vocês não terão compradores para o que chamam de Recreio para Meninas. Vou torcer do lado de cá e divulgar o que me cabe como jornalista, como mulher e como mãe. Mãe de meninos. Três. Mas que se preocupa, profundamente, com algo chamado de nós: mulheres/ meninas.

 

 

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Pena que elas não podem fazer experimentos, bolar coisas ou tentar montar coisas. Como os meninos. Xi... estão querendo dar dicas pras meninas de como fazer boas compras. Oi??!! Dicas de boas compras às meninas? Pior: a matéria sugere que meninas são consumidoras compulsivas descontroladas. Estamos mesmo no ano de 2016, quando se tem em pauta o empoderamento feminino? A igualdade de gêneros ou o poder fazer as mesmas coisas sem tachar de rosa ou azul? Parece que tem gente que ainda não entendeu do que as meninas querem falar. Não entendeu do que as meninas não querem ser rotuladas. Precisamos mesmo de uma revista na banca que dê dicas de como manter o controle nas compras??? OI?! Meninas são consumidoras compulsivas descontroladas? Que grande engano, editora Caras. Grande engano.

 

E, na onda de ser malhada pelas redes sociais (como já foi, obviamente), a revista já começa se desculpando. Pedindo uma chance. Querida editora Carol Cristianini, redatora-chefe de Recreio e Girls Recreio, com todo o respeito a você e a seu histórico profissional, mas não dá pra lançar uma revista direcionada às meninas, no ano de 2016, que tem como chamada o título "Vamos às compras?". Que compras, amiga? Vocês erraram na essência, que é o conceito da revista. Não foi apenas na pauta. Tá aí o porquê de não ter desculpas. Como assim, você incentiva crianças a irem às compras. Porque é isso que está assumido na matéria. Não, nunca se incentivam crianças a fazerem compras. Você viu o projeto encabeçado pelo Instituto Alana, que regula o tema publicidade infantil, que está há bons anos parado para ser julgado? É o Publicidade Infantil Não. Dá uma olhada. Dia 10 de março, o Alana, também teve uma conquista que foi o julgamento inédito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que confirmou a abusividade da publicidade que se dirige à criança durante a análise do caso Bauducco, que foi denunciado em 2007. Procure ver. Ele proíbe a publicidade direcionada às crianças. Sabe por quê? Básico. Porque crianças não devem ir às compras. Devem brincar. Devem desenvolver outros valores mais humanos do que o consumo. Isso, quando maiores, o mundo vai ensinar, porque elas serão inseridas no sistema. Faz parte. E ainda sim deve-se ter muita cautela e valores muito sólidos pra não se perder nesse mar de lama.

 

Então, infelizmente, não tem desculpa pra dar. Não tem chances pra dar também. Porque uma revista que começa de forma tão equivocada, e desvirtuada, como vocês estão começando, não deveria passar do número 1 nas bancas, como bem disse minha amiga Estéfi Machado, colaboradora da Claudia Filhos. Vocês tinham uma oportunidade de ouro de falar diretamente com essa nova geração de meninas, que, como você mesma aponta, é carente de veículo. Mas vocês deixaram o passarinho voar quando caíram de boca no lugar-comum e estereotipado de menina que se preocupa com a imagem. De menina boboca que só usa rosa e quer saber de passar batom. Uma pena! Parece que, quanto mais a mídia impressa se afoga em seu papel, mais ela perde o rumo. Vocês pegaram o caminho errado da comunicação. Sugiro poupar recursos com a número 2. Porque, se nossa sociedade evoluiu um pouco, pouco que seja, vocês não terão compradores para o que chamam de Recreio para Meninas. Vou torcer do lado de cá e divulgar o que me cabe como jornalista, como mulher e como mãe. Mãe de meninos. Três. Mas que se preocupa, profundamente, com algo chamado de nós: mulheres/ meninas.

 

 

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