Espaço negativo é o segredo para uma casa mais bonita e arma secreta de decoradores; entenda


Designers e arquitetos contam as estratégias para reduzir a desordem visual e acrescentar drama – às vezes ao mesmo tempo

Por Dina Cheney
Atualização:

Quando se trata de decoração, menos às vezes é mais. Foi o que descobri arrumando as estantes de livros do meu escritório em casa. Quando tentei enfiar ali toda a minha coleção de utensílios de cozinha vintage, o visual ficou mais para loja de sucata do que para estúdio sereno. Mas, depois que removi alguns objetos, o pano de fundo da minha mesa ficou bonito, calmo e organizado.

O 'espaço negativo' são as áreas vazias ao redor de objetos como móveis, arte e acessórios. Imagem ilustrativa. Foto: kite_rin/adobe.stock

Esta é a mágica por trás do espaço negativo, as áreas vazias ao redor de objetos como móveis, arte e acessórios. Parece contraintuitivo, mas deixar áreas vazias faz com que os pontos focais brilhem, acrescenta interesse e permite que os espaços respirem, explica o ceramista e designer nova-iorquino Jonathan Adler. Não é à toa que ele chama o espaço negativo de arma secreta do decorador. Aqui estão as estratégias dele e de outros profissionais para reduzir a desordem visual e acrescentar drama – às vezes ao mesmo tempo.

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Corte – e depois corte mais um pouco

“Só porque você tem uma parede sobressalente ou um espaço vazio no chão, não significa que você precisa preenchê-lo”, diz Ksenya Malina, designer em Nova York. Para evitar a sobrecarga visual, escolha um ponto focal em cada cômodo – uma lareira, uma obra de arte, uma escadaria dramática, uma peça de mobiliário – e remova os elementos que distraem ao redor. Esta foi a abordagem adotada pela designer Olivia Westbrooks, de Atlanta, ao projetar um home office. Para destacar uma obra de arte de 2,5 metros de altura, ela manteve as paredes ao redor sem nada, permitindo que a peça se destacasse. A designer Kerrie Kelly, da Califórnia, usou a mesma estratégia em um banheiro minimalista. Graças ao amplo espaço negativo, todos os olhares se voltam para os belos azulejos de mármore com veios.

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Limite as cores das paredes

Restringir a paleta de cores ajuda a manter o foco onde você quer – e também cria “uma sensação de espaço”, diz Malina. “Experimente pintar um cômodo com apenas uma cor, deixando as paredes, o acabamento, o teto e as portas todos iguais”, diz ela. “Isso aumenta a percepção de altura, permitindo que o olhar percorra o espaço sem interrupções”.

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Espace as vinhetas

Como descobri na curadoria das estantes de livros do meu escritório, é bem tênue a linha entre o desordenado e o bem composto. “O espaço negativo ajuda a manter a bagunça sob controle”, diz Malina. É por isso que ela agrupa objetos com um tema (por exemplo, vasos de vidro vintage ou castiçais antigos). Depois, ela deixa um espaço em branco ao redor desse arranjo antes de acrescentar outro.

O mesmo método se aplica na organização dos móveis, diz Adler. “Pense na sua casa como uma série de ilhas com um pequeno fosso de espaço limpo e vazio ao redor de cada uma”, diz ele. “Depois, decore essas ilhas com peças que despertem alegria, conversem entre si e, o melhor de tudo, intriguem”.

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Escolha móveis arejados

No meu quarto, eu me esforcei para iluminar uma área de estar com duas poltronas de pernas escuras com estofamento tradicional. E então, pronto, tudo mudou: aproveitando os poderes mágicos do espaço negativo com um pufe otomano, consegui arejar o cômodo.

Se vidro ou pufes não forem seu estilo, considere móveis “flutuantes”, como consoles e mesas de cabeceira montados na parede. “Quando os móveis ou o posicionamento dos itens parecem pesados, as peças flutuantes mantêm o cômodo equilibrado e leve”, diz Adler.

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Se vidro ou pufes não forem seu estilo, considere móveis 'flutuantes'. Imagem ilustrativa.  Foto: UnitedPhoto Studio/adobe.stock

Trabalhe a dimensão

Inclua superfícies com espaço positivo e negativo para proporcionar um pouco de drama. Para embelezar o teto de um cliente, Westbrooks projetou um detalhe tridimensional de marcenaria. Contra uma superfície plana de madeira, algumas peças se projetam para fora, criando um padrão cruzado irregular. Os contrastes resultantes em profundidade dentro da madeira intrigam os olhos e dão uma sensação de movimento ao cômodo.

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Não quer gastar dinheiro com um trabalho de carpintaria personalizado? Tente comprar uma cabeceira canelada ou instalar painéis de parede canelados para destacar uma parede. Ou siga a sugestão do arquiteto e designer parisiense Hugo Toro e crie uma ilusão de dimensionalidade com um piso gráfico de alto contraste.

Inclua elementos esculturais

Você se lembra da famosa ilusão de ótica do vaso de Rubin? Se você olhar apenas para o espaço positivo, verá um vaso. Mas, se você isolar o espaço negativo, vai ver dois rostos de perfil – um lembrete visual de que a ausência pode contar uma história tanto bem quanto a presença. Com esse conceito em mente, procure móveis com silhuetas que produzam antiformas interessantes, como o Riviera Waterfall Console de Jonathan Adler. Ou incorpore acessórios ou plantas igualmente intrigantes, como um espelho em forma de poça, um ficus-lira ou cactos com flores.

Procure móveis com silhuetas que produzam antiformas interessante e incorpore flores, por exemplo. Imagem ilustrativa. Foto: jozzeppe777/adobe.stock

Experimente um layout inesperado

Adicione um elemento de surpresa interrompendo a simetria no espaço negativo de seu cômodo, sugere Adler. Coloque o ponto focal no canto ou pendure obras de arte em níveis diferentes, como ele fez no Parker Palm Springs. “As pessoas às vezes se esquecem de que o posicionamento de tudo na casa é tão importante quanto os itens que a preenchem”, diz ele. “Se a seleção de peças glamorosas é a menina de ouro da decoração, então o espaço negativo é o irmão do meio negligenciado – e estou aqui para dizer: não o negligencie!”

Capriche no papel de parede

Como você pode acrescentar estampa, cor e interesse a um cômodo sem gerar sobrecarga visual? A resposta é papel de parede, diz Toro. Uma estampa repetitiva pode dar uma sensação de recuo, de modo que as paredes se tornam efetivamente um espaço negativo, explica ele. Uma estampa com bastante espaço em branco pode ser absolutamente serena, diz a designer Colleen Simonds, de Pittsburgh. Para o quarto de uma criança, ela escolheu um papel de parede em preto e branco para suavizar o cômodo e dar aos olhos um lugar para descansar. No entanto, para revestimentos de parede com padrões e cores ousados, provavelmente é melhor se conter. Em uma sala de jantar, Simonds cobriu apenas uma área com papel de parede, deixando as paredes ao redor em branco. “Colocar papel de parede em todas as quatro paredes teria sido um exagero, mas ainda queríamos uma dose ousada de cor e estampa”, explica ela. Em outras palavras, o cômodo precisava de um pouco de espaço negativo. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Quando se trata de decoração, menos às vezes é mais. Foi o que descobri arrumando as estantes de livros do meu escritório em casa. Quando tentei enfiar ali toda a minha coleção de utensílios de cozinha vintage, o visual ficou mais para loja de sucata do que para estúdio sereno. Mas, depois que removi alguns objetos, o pano de fundo da minha mesa ficou bonito, calmo e organizado.

O 'espaço negativo' são as áreas vazias ao redor de objetos como móveis, arte e acessórios. Imagem ilustrativa. Foto: kite_rin/adobe.stock

Esta é a mágica por trás do espaço negativo, as áreas vazias ao redor de objetos como móveis, arte e acessórios. Parece contraintuitivo, mas deixar áreas vazias faz com que os pontos focais brilhem, acrescenta interesse e permite que os espaços respirem, explica o ceramista e designer nova-iorquino Jonathan Adler. Não é à toa que ele chama o espaço negativo de arma secreta do decorador. Aqui estão as estratégias dele e de outros profissionais para reduzir a desordem visual e acrescentar drama – às vezes ao mesmo tempo.

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Corte – e depois corte mais um pouco

“Só porque você tem uma parede sobressalente ou um espaço vazio no chão, não significa que você precisa preenchê-lo”, diz Ksenya Malina, designer em Nova York. Para evitar a sobrecarga visual, escolha um ponto focal em cada cômodo – uma lareira, uma obra de arte, uma escadaria dramática, uma peça de mobiliário – e remova os elementos que distraem ao redor. Esta foi a abordagem adotada pela designer Olivia Westbrooks, de Atlanta, ao projetar um home office. Para destacar uma obra de arte de 2,5 metros de altura, ela manteve as paredes ao redor sem nada, permitindo que a peça se destacasse. A designer Kerrie Kelly, da Califórnia, usou a mesma estratégia em um banheiro minimalista. Graças ao amplo espaço negativo, todos os olhares se voltam para os belos azulejos de mármore com veios.

Limite as cores das paredes

Restringir a paleta de cores ajuda a manter o foco onde você quer – e também cria “uma sensação de espaço”, diz Malina. “Experimente pintar um cômodo com apenas uma cor, deixando as paredes, o acabamento, o teto e as portas todos iguais”, diz ela. “Isso aumenta a percepção de altura, permitindo que o olhar percorra o espaço sem interrupções”.

Espace as vinhetas

Como descobri na curadoria das estantes de livros do meu escritório, é bem tênue a linha entre o desordenado e o bem composto. “O espaço negativo ajuda a manter a bagunça sob controle”, diz Malina. É por isso que ela agrupa objetos com um tema (por exemplo, vasos de vidro vintage ou castiçais antigos). Depois, ela deixa um espaço em branco ao redor desse arranjo antes de acrescentar outro.

O mesmo método se aplica na organização dos móveis, diz Adler. “Pense na sua casa como uma série de ilhas com um pequeno fosso de espaço limpo e vazio ao redor de cada uma”, diz ele. “Depois, decore essas ilhas com peças que despertem alegria, conversem entre si e, o melhor de tudo, intriguem”.

Escolha móveis arejados

No meu quarto, eu me esforcei para iluminar uma área de estar com duas poltronas de pernas escuras com estofamento tradicional. E então, pronto, tudo mudou: aproveitando os poderes mágicos do espaço negativo com um pufe otomano, consegui arejar o cômodo.

Se vidro ou pufes não forem seu estilo, considere móveis “flutuantes”, como consoles e mesas de cabeceira montados na parede. “Quando os móveis ou o posicionamento dos itens parecem pesados, as peças flutuantes mantêm o cômodo equilibrado e leve”, diz Adler.

Se vidro ou pufes não forem seu estilo, considere móveis 'flutuantes'. Imagem ilustrativa.  Foto: UnitedPhoto Studio/adobe.stock

Trabalhe a dimensão

Inclua superfícies com espaço positivo e negativo para proporcionar um pouco de drama. Para embelezar o teto de um cliente, Westbrooks projetou um detalhe tridimensional de marcenaria. Contra uma superfície plana de madeira, algumas peças se projetam para fora, criando um padrão cruzado irregular. Os contrastes resultantes em profundidade dentro da madeira intrigam os olhos e dão uma sensação de movimento ao cômodo.

Não quer gastar dinheiro com um trabalho de carpintaria personalizado? Tente comprar uma cabeceira canelada ou instalar painéis de parede canelados para destacar uma parede. Ou siga a sugestão do arquiteto e designer parisiense Hugo Toro e crie uma ilusão de dimensionalidade com um piso gráfico de alto contraste.

Inclua elementos esculturais

Você se lembra da famosa ilusão de ótica do vaso de Rubin? Se você olhar apenas para o espaço positivo, verá um vaso. Mas, se você isolar o espaço negativo, vai ver dois rostos de perfil – um lembrete visual de que a ausência pode contar uma história tanto bem quanto a presença. Com esse conceito em mente, procure móveis com silhuetas que produzam antiformas interessantes, como o Riviera Waterfall Console de Jonathan Adler. Ou incorpore acessórios ou plantas igualmente intrigantes, como um espelho em forma de poça, um ficus-lira ou cactos com flores.

Procure móveis com silhuetas que produzam antiformas interessante e incorpore flores, por exemplo. Imagem ilustrativa. Foto: jozzeppe777/adobe.stock

Experimente um layout inesperado

Adicione um elemento de surpresa interrompendo a simetria no espaço negativo de seu cômodo, sugere Adler. Coloque o ponto focal no canto ou pendure obras de arte em níveis diferentes, como ele fez no Parker Palm Springs. “As pessoas às vezes se esquecem de que o posicionamento de tudo na casa é tão importante quanto os itens que a preenchem”, diz ele. “Se a seleção de peças glamorosas é a menina de ouro da decoração, então o espaço negativo é o irmão do meio negligenciado – e estou aqui para dizer: não o negligencie!”

Capriche no papel de parede

Como você pode acrescentar estampa, cor e interesse a um cômodo sem gerar sobrecarga visual? A resposta é papel de parede, diz Toro. Uma estampa repetitiva pode dar uma sensação de recuo, de modo que as paredes se tornam efetivamente um espaço negativo, explica ele. Uma estampa com bastante espaço em branco pode ser absolutamente serena, diz a designer Colleen Simonds, de Pittsburgh. Para o quarto de uma criança, ela escolheu um papel de parede em preto e branco para suavizar o cômodo e dar aos olhos um lugar para descansar. No entanto, para revestimentos de parede com padrões e cores ousados, provavelmente é melhor se conter. Em uma sala de jantar, Simonds cobriu apenas uma área com papel de parede, deixando as paredes ao redor em branco. “Colocar papel de parede em todas as quatro paredes teria sido um exagero, mas ainda queríamos uma dose ousada de cor e estampa”, explica ela. Em outras palavras, o cômodo precisava de um pouco de espaço negativo. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Quando se trata de decoração, menos às vezes é mais. Foi o que descobri arrumando as estantes de livros do meu escritório em casa. Quando tentei enfiar ali toda a minha coleção de utensílios de cozinha vintage, o visual ficou mais para loja de sucata do que para estúdio sereno. Mas, depois que removi alguns objetos, o pano de fundo da minha mesa ficou bonito, calmo e organizado.

O 'espaço negativo' são as áreas vazias ao redor de objetos como móveis, arte e acessórios. Imagem ilustrativa. Foto: kite_rin/adobe.stock

Esta é a mágica por trás do espaço negativo, as áreas vazias ao redor de objetos como móveis, arte e acessórios. Parece contraintuitivo, mas deixar áreas vazias faz com que os pontos focais brilhem, acrescenta interesse e permite que os espaços respirem, explica o ceramista e designer nova-iorquino Jonathan Adler. Não é à toa que ele chama o espaço negativo de arma secreta do decorador. Aqui estão as estratégias dele e de outros profissionais para reduzir a desordem visual e acrescentar drama – às vezes ao mesmo tempo.

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Corte – e depois corte mais um pouco

“Só porque você tem uma parede sobressalente ou um espaço vazio no chão, não significa que você precisa preenchê-lo”, diz Ksenya Malina, designer em Nova York. Para evitar a sobrecarga visual, escolha um ponto focal em cada cômodo – uma lareira, uma obra de arte, uma escadaria dramática, uma peça de mobiliário – e remova os elementos que distraem ao redor. Esta foi a abordagem adotada pela designer Olivia Westbrooks, de Atlanta, ao projetar um home office. Para destacar uma obra de arte de 2,5 metros de altura, ela manteve as paredes ao redor sem nada, permitindo que a peça se destacasse. A designer Kerrie Kelly, da Califórnia, usou a mesma estratégia em um banheiro minimalista. Graças ao amplo espaço negativo, todos os olhares se voltam para os belos azulejos de mármore com veios.

Limite as cores das paredes

Restringir a paleta de cores ajuda a manter o foco onde você quer – e também cria “uma sensação de espaço”, diz Malina. “Experimente pintar um cômodo com apenas uma cor, deixando as paredes, o acabamento, o teto e as portas todos iguais”, diz ela. “Isso aumenta a percepção de altura, permitindo que o olhar percorra o espaço sem interrupções”.

Espace as vinhetas

Como descobri na curadoria das estantes de livros do meu escritório, é bem tênue a linha entre o desordenado e o bem composto. “O espaço negativo ajuda a manter a bagunça sob controle”, diz Malina. É por isso que ela agrupa objetos com um tema (por exemplo, vasos de vidro vintage ou castiçais antigos). Depois, ela deixa um espaço em branco ao redor desse arranjo antes de acrescentar outro.

O mesmo método se aplica na organização dos móveis, diz Adler. “Pense na sua casa como uma série de ilhas com um pequeno fosso de espaço limpo e vazio ao redor de cada uma”, diz ele. “Depois, decore essas ilhas com peças que despertem alegria, conversem entre si e, o melhor de tudo, intriguem”.

Escolha móveis arejados

No meu quarto, eu me esforcei para iluminar uma área de estar com duas poltronas de pernas escuras com estofamento tradicional. E então, pronto, tudo mudou: aproveitando os poderes mágicos do espaço negativo com um pufe otomano, consegui arejar o cômodo.

Se vidro ou pufes não forem seu estilo, considere móveis “flutuantes”, como consoles e mesas de cabeceira montados na parede. “Quando os móveis ou o posicionamento dos itens parecem pesados, as peças flutuantes mantêm o cômodo equilibrado e leve”, diz Adler.

Se vidro ou pufes não forem seu estilo, considere móveis 'flutuantes'. Imagem ilustrativa.  Foto: UnitedPhoto Studio/adobe.stock

Trabalhe a dimensão

Inclua superfícies com espaço positivo e negativo para proporcionar um pouco de drama. Para embelezar o teto de um cliente, Westbrooks projetou um detalhe tridimensional de marcenaria. Contra uma superfície plana de madeira, algumas peças se projetam para fora, criando um padrão cruzado irregular. Os contrastes resultantes em profundidade dentro da madeira intrigam os olhos e dão uma sensação de movimento ao cômodo.

Não quer gastar dinheiro com um trabalho de carpintaria personalizado? Tente comprar uma cabeceira canelada ou instalar painéis de parede canelados para destacar uma parede. Ou siga a sugestão do arquiteto e designer parisiense Hugo Toro e crie uma ilusão de dimensionalidade com um piso gráfico de alto contraste.

Inclua elementos esculturais

Você se lembra da famosa ilusão de ótica do vaso de Rubin? Se você olhar apenas para o espaço positivo, verá um vaso. Mas, se você isolar o espaço negativo, vai ver dois rostos de perfil – um lembrete visual de que a ausência pode contar uma história tanto bem quanto a presença. Com esse conceito em mente, procure móveis com silhuetas que produzam antiformas interessantes, como o Riviera Waterfall Console de Jonathan Adler. Ou incorpore acessórios ou plantas igualmente intrigantes, como um espelho em forma de poça, um ficus-lira ou cactos com flores.

Procure móveis com silhuetas que produzam antiformas interessante e incorpore flores, por exemplo. Imagem ilustrativa. Foto: jozzeppe777/adobe.stock

Experimente um layout inesperado

Adicione um elemento de surpresa interrompendo a simetria no espaço negativo de seu cômodo, sugere Adler. Coloque o ponto focal no canto ou pendure obras de arte em níveis diferentes, como ele fez no Parker Palm Springs. “As pessoas às vezes se esquecem de que o posicionamento de tudo na casa é tão importante quanto os itens que a preenchem”, diz ele. “Se a seleção de peças glamorosas é a menina de ouro da decoração, então o espaço negativo é o irmão do meio negligenciado – e estou aqui para dizer: não o negligencie!”

Capriche no papel de parede

Como você pode acrescentar estampa, cor e interesse a um cômodo sem gerar sobrecarga visual? A resposta é papel de parede, diz Toro. Uma estampa repetitiva pode dar uma sensação de recuo, de modo que as paredes se tornam efetivamente um espaço negativo, explica ele. Uma estampa com bastante espaço em branco pode ser absolutamente serena, diz a designer Colleen Simonds, de Pittsburgh. Para o quarto de uma criança, ela escolheu um papel de parede em preto e branco para suavizar o cômodo e dar aos olhos um lugar para descansar. No entanto, para revestimentos de parede com padrões e cores ousados, provavelmente é melhor se conter. Em uma sala de jantar, Simonds cobriu apenas uma área com papel de parede, deixando as paredes ao redor em branco. “Colocar papel de parede em todas as quatro paredes teria sido um exagero, mas ainda queríamos uma dose ousada de cor e estampa”, explica ela. Em outras palavras, o cômodo precisava de um pouco de espaço negativo. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Quando se trata de decoração, menos às vezes é mais. Foi o que descobri arrumando as estantes de livros do meu escritório em casa. Quando tentei enfiar ali toda a minha coleção de utensílios de cozinha vintage, o visual ficou mais para loja de sucata do que para estúdio sereno. Mas, depois que removi alguns objetos, o pano de fundo da minha mesa ficou bonito, calmo e organizado.

O 'espaço negativo' são as áreas vazias ao redor de objetos como móveis, arte e acessórios. Imagem ilustrativa. Foto: kite_rin/adobe.stock

Esta é a mágica por trás do espaço negativo, as áreas vazias ao redor de objetos como móveis, arte e acessórios. Parece contraintuitivo, mas deixar áreas vazias faz com que os pontos focais brilhem, acrescenta interesse e permite que os espaços respirem, explica o ceramista e designer nova-iorquino Jonathan Adler. Não é à toa que ele chama o espaço negativo de arma secreta do decorador. Aqui estão as estratégias dele e de outros profissionais para reduzir a desordem visual e acrescentar drama – às vezes ao mesmo tempo.

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“Só porque você tem uma parede sobressalente ou um espaço vazio no chão, não significa que você precisa preenchê-lo”, diz Ksenya Malina, designer em Nova York. Para evitar a sobrecarga visual, escolha um ponto focal em cada cômodo – uma lareira, uma obra de arte, uma escadaria dramática, uma peça de mobiliário – e remova os elementos que distraem ao redor. Esta foi a abordagem adotada pela designer Olivia Westbrooks, de Atlanta, ao projetar um home office. Para destacar uma obra de arte de 2,5 metros de altura, ela manteve as paredes ao redor sem nada, permitindo que a peça se destacasse. A designer Kerrie Kelly, da Califórnia, usou a mesma estratégia em um banheiro minimalista. Graças ao amplo espaço negativo, todos os olhares se voltam para os belos azulejos de mármore com veios.

Limite as cores das paredes

Restringir a paleta de cores ajuda a manter o foco onde você quer – e também cria “uma sensação de espaço”, diz Malina. “Experimente pintar um cômodo com apenas uma cor, deixando as paredes, o acabamento, o teto e as portas todos iguais”, diz ela. “Isso aumenta a percepção de altura, permitindo que o olhar percorra o espaço sem interrupções”.

Espace as vinhetas

Como descobri na curadoria das estantes de livros do meu escritório, é bem tênue a linha entre o desordenado e o bem composto. “O espaço negativo ajuda a manter a bagunça sob controle”, diz Malina. É por isso que ela agrupa objetos com um tema (por exemplo, vasos de vidro vintage ou castiçais antigos). Depois, ela deixa um espaço em branco ao redor desse arranjo antes de acrescentar outro.

O mesmo método se aplica na organização dos móveis, diz Adler. “Pense na sua casa como uma série de ilhas com um pequeno fosso de espaço limpo e vazio ao redor de cada uma”, diz ele. “Depois, decore essas ilhas com peças que despertem alegria, conversem entre si e, o melhor de tudo, intriguem”.

Escolha móveis arejados

No meu quarto, eu me esforcei para iluminar uma área de estar com duas poltronas de pernas escuras com estofamento tradicional. E então, pronto, tudo mudou: aproveitando os poderes mágicos do espaço negativo com um pufe otomano, consegui arejar o cômodo.

Se vidro ou pufes não forem seu estilo, considere móveis “flutuantes”, como consoles e mesas de cabeceira montados na parede. “Quando os móveis ou o posicionamento dos itens parecem pesados, as peças flutuantes mantêm o cômodo equilibrado e leve”, diz Adler.

Se vidro ou pufes não forem seu estilo, considere móveis 'flutuantes'. Imagem ilustrativa.  Foto: UnitedPhoto Studio/adobe.stock

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Inclua superfícies com espaço positivo e negativo para proporcionar um pouco de drama. Para embelezar o teto de um cliente, Westbrooks projetou um detalhe tridimensional de marcenaria. Contra uma superfície plana de madeira, algumas peças se projetam para fora, criando um padrão cruzado irregular. Os contrastes resultantes em profundidade dentro da madeira intrigam os olhos e dão uma sensação de movimento ao cômodo.

Não quer gastar dinheiro com um trabalho de carpintaria personalizado? Tente comprar uma cabeceira canelada ou instalar painéis de parede canelados para destacar uma parede. Ou siga a sugestão do arquiteto e designer parisiense Hugo Toro e crie uma ilusão de dimensionalidade com um piso gráfico de alto contraste.

Inclua elementos esculturais

Você se lembra da famosa ilusão de ótica do vaso de Rubin? Se você olhar apenas para o espaço positivo, verá um vaso. Mas, se você isolar o espaço negativo, vai ver dois rostos de perfil – um lembrete visual de que a ausência pode contar uma história tanto bem quanto a presença. Com esse conceito em mente, procure móveis com silhuetas que produzam antiformas interessantes, como o Riviera Waterfall Console de Jonathan Adler. Ou incorpore acessórios ou plantas igualmente intrigantes, como um espelho em forma de poça, um ficus-lira ou cactos com flores.

Procure móveis com silhuetas que produzam antiformas interessante e incorpore flores, por exemplo. Imagem ilustrativa. Foto: jozzeppe777/adobe.stock

Experimente um layout inesperado

Adicione um elemento de surpresa interrompendo a simetria no espaço negativo de seu cômodo, sugere Adler. Coloque o ponto focal no canto ou pendure obras de arte em níveis diferentes, como ele fez no Parker Palm Springs. “As pessoas às vezes se esquecem de que o posicionamento de tudo na casa é tão importante quanto os itens que a preenchem”, diz ele. “Se a seleção de peças glamorosas é a menina de ouro da decoração, então o espaço negativo é o irmão do meio negligenciado – e estou aqui para dizer: não o negligencie!”

Capriche no papel de parede

Como você pode acrescentar estampa, cor e interesse a um cômodo sem gerar sobrecarga visual? A resposta é papel de parede, diz Toro. Uma estampa repetitiva pode dar uma sensação de recuo, de modo que as paredes se tornam efetivamente um espaço negativo, explica ele. Uma estampa com bastante espaço em branco pode ser absolutamente serena, diz a designer Colleen Simonds, de Pittsburgh. Para o quarto de uma criança, ela escolheu um papel de parede em preto e branco para suavizar o cômodo e dar aos olhos um lugar para descansar. No entanto, para revestimentos de parede com padrões e cores ousados, provavelmente é melhor se conter. Em uma sala de jantar, Simonds cobriu apenas uma área com papel de parede, deixando as paredes ao redor em branco. “Colocar papel de parede em todas as quatro paredes teria sido um exagero, mas ainda queríamos uma dose ousada de cor e estampa”, explica ela. Em outras palavras, o cômodo precisava de um pouco de espaço negativo. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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