Uma alimentação consciente no paraíso da comilança

As receitas natalinas alimentam mais do que o corpo, resgate a sua preferida


Por Juliana Carreiro

 

Há menos de uma semana para o Natal imagino que você já esteja pensando no que vai preparar, ou comer, na ceia e no almoço, eu já estou. Além da simbologia da data, o Natal é para mim, a festa da Comida de Verdade. Se tem um momento do ano em que as pessoas se dedicam à cozinha, é este. No seu cardápio vai entrar algum prato de família? Resgatar as tradições familiares pode ser uma ótima oportunidade para trazer à tona sensações deixadas de lado e para gerar novas, com as conversas e a proximidade entre as pessoas que esse resgate poderá trazer.

 

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Eu tenho descendência libanesa e italiana. O quibe de todas as festas, já aprendi a fazer com a minha avó. Também foi com ela que aprendi a fazer o homus, aquela pasta que tem o grão de bico como base, e tantos outros pratos. Aos 94 anos, ela ainda prepara a sua famosa 'salada de Natal', que eu passo o ano todo esperando, leva melão, abacaxi, maçãs verde e vermelha, uva passa, presunto e maionese caseira. Aproveitei o post e liguei pra ela, "pico as frutas e deixo na peneira o dia todo para escorrer a água, depois misturo a maçã, que escurece rápido, e os outros ingredientes", me orientou a dona Geny Bechara Madi. É isso o que eu mais gosto nos pratos de Natal, eles não precisam ser práticos, nem rápidos, têm a liberdade de tomarem o tempo que for preciso, retratando toda a dedicação e o carinho de quem os está preparando. Na casa dos meus pais, que sempre serve de cenário para as comemorações em família, o pernil que meu pai assa no Natal vai para o forno desde cedinho, me lembro que sempre acordava com aquele cheiro incrível nas manhãs natalinas, amo esta lembrança.

 

Conversei sobre isso com umas amigas e uma delas me contou que já está na Espanha e irá passar o Natal por lá, na bagagem levou um empadão de palmito. É verdade, colocou o prato dentro de uma mala que foi despachada no avião. Tudo isso para não ficar sem a receita tradicional da mãe. É uma forma de se sentir em casa, em uma festa que nos remete a esse lugar. E agora ela estará, não importa a distância. Lembrei também da tradição da casa de uma outra amiga, que sempre prepara uns biscoitos especiais com a mãe nessa época do ano, a latuga, um biscoito italiano, cuja receita é passada de geração para geração. A mãe dela, Adélia Maria Salati, me contou que nessa época do ano todos os descendentes da família, que estão espalhados pelo mundo, fazem as suas fornadas, tiram fotos e mandam uns para os outros pelo grupo do whatsapp, 'já estou com 10 pacotes para distribuir, estão debaixo da minha árvore de Natal, quem passar por aqui vai ganhar', disse ela. É uma tradição que transborda e chega até outras famílias, a minha ganhou um desses pacotinhos há muito anos e nos lembramos dele até hoje.

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Como eu disse no começo do texto, as receitas tradicionais podem nos trazer novas sensações, porque nos deixam mais próximos daqueles que amamos. Elas costumam ser únicas e há sempre um segredinho na forma de fazê-las ou um tempero especial, que só iremos conhecer se aprendermos com quem as reproduz há muitos anos. Os ingredientes com suas quantidades e o modo de preparo podem ser o tema de longas conversas ou de momentos de intimidade à beira do fogão. Uma dessas receitas já foi o motivo de uma ligação para a minha avó, de alguma forma, ficamos ainda mais próximas, ela gosta de me ensinar e eu, de aprender com ela. Esses pratos resgatam a história das famílias e as tradições dos povos de onde nossos antepassados vieram.

 

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Somos todos muito diferentes, mas certamente temos algo em comum, aposto que todas as pessoas ficariam tocadas se voltassem a sentir um cheiro ou um gosto que sentiram na infância e que ficou esquecido depois de tanto tempo. A comida tem esse poder de nos transportar para décadas atrás e quem não gosta de relembrar uma fase tão boa da vida? Ainda mais quando voltamos direto para o Natal, que costuma ser um momento recheado de boas lembranças. Eu tive a sorte de ter diversos episódios cheios de afeto e aconchego para acessar hoje em dia, por isso, quero fazer o mesmo pelo meu filho. Neste Natal quero ir para a cozinha para construir as lembranças que ele terá daqui a muitos anos.

 

Há menos de uma semana para o Natal imagino que você já esteja pensando no que vai preparar, ou comer, na ceia e no almoço, eu já estou. Além da simbologia da data, o Natal é para mim, a festa da Comida de Verdade. Se tem um momento do ano em que as pessoas se dedicam à cozinha, é este. No seu cardápio vai entrar algum prato de família? Resgatar as tradições familiares pode ser uma ótima oportunidade para trazer à tona sensações deixadas de lado e para gerar novas, com as conversas e a proximidade entre as pessoas que esse resgate poderá trazer.

 

Eu tenho descendência libanesa e italiana. O quibe de todas as festas, já aprendi a fazer com a minha avó. Também foi com ela que aprendi a fazer o homus, aquela pasta que tem o grão de bico como base, e tantos outros pratos. Aos 94 anos, ela ainda prepara a sua famosa 'salada de Natal', que eu passo o ano todo esperando, leva melão, abacaxi, maçãs verde e vermelha, uva passa, presunto e maionese caseira. Aproveitei o post e liguei pra ela, "pico as frutas e deixo na peneira o dia todo para escorrer a água, depois misturo a maçã, que escurece rápido, e os outros ingredientes", me orientou a dona Geny Bechara Madi. É isso o que eu mais gosto nos pratos de Natal, eles não precisam ser práticos, nem rápidos, têm a liberdade de tomarem o tempo que for preciso, retratando toda a dedicação e o carinho de quem os está preparando. Na casa dos meus pais, que sempre serve de cenário para as comemorações em família, o pernil que meu pai assa no Natal vai para o forno desde cedinho, me lembro que sempre acordava com aquele cheiro incrível nas manhãs natalinas, amo esta lembrança.

 

Conversei sobre isso com umas amigas e uma delas me contou que já está na Espanha e irá passar o Natal por lá, na bagagem levou um empadão de palmito. É verdade, colocou o prato dentro de uma mala que foi despachada no avião. Tudo isso para não ficar sem a receita tradicional da mãe. É uma forma de se sentir em casa, em uma festa que nos remete a esse lugar. E agora ela estará, não importa a distância. Lembrei também da tradição da casa de uma outra amiga, que sempre prepara uns biscoitos especiais com a mãe nessa época do ano, a latuga, um biscoito italiano, cuja receita é passada de geração para geração. A mãe dela, Adélia Maria Salati, me contou que nessa época do ano todos os descendentes da família, que estão espalhados pelo mundo, fazem as suas fornadas, tiram fotos e mandam uns para os outros pelo grupo do whatsapp, 'já estou com 10 pacotes para distribuir, estão debaixo da minha árvore de Natal, quem passar por aqui vai ganhar', disse ela. É uma tradição que transborda e chega até outras famílias, a minha ganhou um desses pacotinhos há muito anos e nos lembramos dele até hoje.

 

Como eu disse no começo do texto, as receitas tradicionais podem nos trazer novas sensações, porque nos deixam mais próximos daqueles que amamos. Elas costumam ser únicas e há sempre um segredinho na forma de fazê-las ou um tempero especial, que só iremos conhecer se aprendermos com quem as reproduz há muitos anos. Os ingredientes com suas quantidades e o modo de preparo podem ser o tema de longas conversas ou de momentos de intimidade à beira do fogão. Uma dessas receitas já foi o motivo de uma ligação para a minha avó, de alguma forma, ficamos ainda mais próximas, ela gosta de me ensinar e eu, de aprender com ela. Esses pratos resgatam a história das famílias e as tradições dos povos de onde nossos antepassados vieram.

 

Somos todos muito diferentes, mas certamente temos algo em comum, aposto que todas as pessoas ficariam tocadas se voltassem a sentir um cheiro ou um gosto que sentiram na infância e que ficou esquecido depois de tanto tempo. A comida tem esse poder de nos transportar para décadas atrás e quem não gosta de relembrar uma fase tão boa da vida? Ainda mais quando voltamos direto para o Natal, que costuma ser um momento recheado de boas lembranças. Eu tive a sorte de ter diversos episódios cheios de afeto e aconchego para acessar hoje em dia, por isso, quero fazer o mesmo pelo meu filho. Neste Natal quero ir para a cozinha para construir as lembranças que ele terá daqui a muitos anos.

 

Há menos de uma semana para o Natal imagino que você já esteja pensando no que vai preparar, ou comer, na ceia e no almoço, eu já estou. Além da simbologia da data, o Natal é para mim, a festa da Comida de Verdade. Se tem um momento do ano em que as pessoas se dedicam à cozinha, é este. No seu cardápio vai entrar algum prato de família? Resgatar as tradições familiares pode ser uma ótima oportunidade para trazer à tona sensações deixadas de lado e para gerar novas, com as conversas e a proximidade entre as pessoas que esse resgate poderá trazer.

 

Eu tenho descendência libanesa e italiana. O quibe de todas as festas, já aprendi a fazer com a minha avó. Também foi com ela que aprendi a fazer o homus, aquela pasta que tem o grão de bico como base, e tantos outros pratos. Aos 94 anos, ela ainda prepara a sua famosa 'salada de Natal', que eu passo o ano todo esperando, leva melão, abacaxi, maçãs verde e vermelha, uva passa, presunto e maionese caseira. Aproveitei o post e liguei pra ela, "pico as frutas e deixo na peneira o dia todo para escorrer a água, depois misturo a maçã, que escurece rápido, e os outros ingredientes", me orientou a dona Geny Bechara Madi. É isso o que eu mais gosto nos pratos de Natal, eles não precisam ser práticos, nem rápidos, têm a liberdade de tomarem o tempo que for preciso, retratando toda a dedicação e o carinho de quem os está preparando. Na casa dos meus pais, que sempre serve de cenário para as comemorações em família, o pernil que meu pai assa no Natal vai para o forno desde cedinho, me lembro que sempre acordava com aquele cheiro incrível nas manhãs natalinas, amo esta lembrança.

 

Conversei sobre isso com umas amigas e uma delas me contou que já está na Espanha e irá passar o Natal por lá, na bagagem levou um empadão de palmito. É verdade, colocou o prato dentro de uma mala que foi despachada no avião. Tudo isso para não ficar sem a receita tradicional da mãe. É uma forma de se sentir em casa, em uma festa que nos remete a esse lugar. E agora ela estará, não importa a distância. Lembrei também da tradição da casa de uma outra amiga, que sempre prepara uns biscoitos especiais com a mãe nessa época do ano, a latuga, um biscoito italiano, cuja receita é passada de geração para geração. A mãe dela, Adélia Maria Salati, me contou que nessa época do ano todos os descendentes da família, que estão espalhados pelo mundo, fazem as suas fornadas, tiram fotos e mandam uns para os outros pelo grupo do whatsapp, 'já estou com 10 pacotes para distribuir, estão debaixo da minha árvore de Natal, quem passar por aqui vai ganhar', disse ela. É uma tradição que transborda e chega até outras famílias, a minha ganhou um desses pacotinhos há muito anos e nos lembramos dele até hoje.

 

Como eu disse no começo do texto, as receitas tradicionais podem nos trazer novas sensações, porque nos deixam mais próximos daqueles que amamos. Elas costumam ser únicas e há sempre um segredinho na forma de fazê-las ou um tempero especial, que só iremos conhecer se aprendermos com quem as reproduz há muitos anos. Os ingredientes com suas quantidades e o modo de preparo podem ser o tema de longas conversas ou de momentos de intimidade à beira do fogão. Uma dessas receitas já foi o motivo de uma ligação para a minha avó, de alguma forma, ficamos ainda mais próximas, ela gosta de me ensinar e eu, de aprender com ela. Esses pratos resgatam a história das famílias e as tradições dos povos de onde nossos antepassados vieram.

 

Somos todos muito diferentes, mas certamente temos algo em comum, aposto que todas as pessoas ficariam tocadas se voltassem a sentir um cheiro ou um gosto que sentiram na infância e que ficou esquecido depois de tanto tempo. A comida tem esse poder de nos transportar para décadas atrás e quem não gosta de relembrar uma fase tão boa da vida? Ainda mais quando voltamos direto para o Natal, que costuma ser um momento recheado de boas lembranças. Eu tive a sorte de ter diversos episódios cheios de afeto e aconchego para acessar hoje em dia, por isso, quero fazer o mesmo pelo meu filho. Neste Natal quero ir para a cozinha para construir as lembranças que ele terá daqui a muitos anos.

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