Uma alimentação consciente no paraíso da comilança

Crianças veganas ou vegetarianas são tão saudáveis quanto as demais


Por Juliana Carreiro

 

No ano passado publiquei aqui um post mostrando que nos dois anos anteriores, as buscas no Google pelos termos "vegano" e "vegetariano" cresceram 700%. De lá pra cá o interesse por esses estilos de vida só tem aumentado no Brasil e no mundo e com ele surgem também algumas dúvidas. Na véspera do Dia Mundial do Veganismo, vou tentar responder à principal delas, sobre a saúde das crianças que seguem esses estilos alimentares. Os pais que deixam de comer carne ou que deixam de consumir qualquer produto de origem animal, que é o caso dos veganos, têm direito de quererem passar estas filosofias para os filhos, principalmente porque não estarão afetando a saúde, o bem estar nem o desenvolvimento deles.

 

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Muitas vezes a escolha pode partir das próprias crianças. Conheço um rapazinho que vai fazer 7 anos e desde os 3 não quer mais comer carne de boi, peixe ou frango, isso aconteceu quando ele associou que o que estava no seu prato eram animais. Sua mãe, seu pai e sua irmã mais nova comem de tudo e ele segue firme na sua postura. Quando tinha 3 anos, passeando com a mãe no supermercado ele perguntou de quais animais eram feitas as peças de carne que estava vendo. Ela respondeu que algumas eram de boi, outras de frango e outras de peixe e ele perguntou: "Quem é que vai cuidar do filhote desse papai boi?". Essa consciência tem sido cada vez mais comum entre crianças e adolescentes. Já dei uma aula particular de culinária para dois irmãos, um de 14 e um de 16 anos, que estavam se tornando vegetarianos e queriam aprender a fazer seus próprios pratos, já que a mãe não estava gostando da ideia de ter que se reinventar na cozinha. Não acho certo tentar convencer uma pessoa a comer um animal, se ela se recusa a isso, por mais nova que ela seja. E se os pais desses pequenos protetores da natureza souberem que essas escolhas não trarão prejuízos a eles poderão ficar mais tranquilos.

 

Aqui no Brasil o normal é comermos muito mais carne vermelha do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que seriam 70 gramas ao dia para os homens e 55 para as mulheres. Este excesso pode ser nocivo para a nossa saúde, portanto diminuir um pouco este consumo faria bem para todo mundo. Mesmo assim, quando se trata das crianças, sabemos que elas estão em fase de crescimento e têm uma grande necessidade de nutrientes. Por isso, quando os pais ou os próprios filhos optarem por uma rotina alimentar que restrinja algum alimento, é importante procurar um nutricionista que irá orientá-los sobre como substituir este alimento. Há profissionais especializados em vegetarianismo e em veganismo. Para trazer algumas dicas rápidas sobre estas substituições falei com a especialista em nutrição funcional e professora do curso "Cardápio Infantil, alimentação saudável desde bebê", Karin Paciulo, da plataforma Namu.

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-A partir de qual idade a criança pode se tornar vegetariana?

Karin Paciulo

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Se os pais são vegetarianos, a criança seguirá o padrão da família desde a introdução alimentar, mas para isso é preciso acompanhamento com nutricionista. Para que o profissional possa elaborar um plano alimentar equilibrado para a criança e toda a família, e indicar suplementação de vitaminas e minerais adequada se necessário.

 

-Sem acompanhamento profissional, no que o vegetarianismo pode afetar o desenvolvimento da criança?

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Karin Paciulo

 

As proteínas são de grande importância para o desenvolvimento dos músculos e cognitivo e devem ser adequadas no caso de crianças vegetarianas e veganas, com a utilização de proteínas vegetais que de preferência contenham os aminoácidos essenciais em sua composição. A vitamina B12 é essencial ao organismo, pois trabalha em conjunto com o folato na síntese de DNA e das células vermelhas do sangue. Sua falta pode indicar fadiga, letargia, fraqueza, perda de memória e problemas neurológicos e psiquiátricos.

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-Quais os nutrientes chaves para as crianças?

Karin Paciulo

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Em fase de desenvolvimento, todos os nutrientes são importantes para uma criança. Por isso, a alimentação deve ser a mais variada possível, não permitindo que a criança caia no consumo apenas de carboidratos e açúcares, que é um grave erro, e que pode prejudicar muito oseu desenvolvimento. Isso vale também para aquelas que comem carne. O ideal é ingerir alimentos ricos em substâncias como ferro, cálcio, ômega 3, proteínas e a famosa vitamina B12. Em alguns casos, só o cardápio não basta, é preciso suprir com suplementos, como o caso da B12. Mas sem crise! Existem pessoas que mesmo consumindo carne têm falta dessa vitamina, então não é fato isolado em vegetarianos.

 

-Como fazer a substituição?

Karin Paciulo

 

Para ter uma alimentação saudável e completa, você pode substituir alguns ingredientes. Por exemplo, vegetais verde-escuros e leguminosas são fonte de ferro. Inclusive, uma dica é combinar esses alimentos com outros ricos em vitamina C, pois ajudam na absorção. A ingestão de cálcio pode ser suprida pelo brócolis, pelo feijão e pelo espinafre, por exemplo. As proteínas, muito importantes, podem ser encontradas na combinação entre cereais e leguminosas (o famoso arroz com feijão), oleaginosas, tofu, e ovos para os que não são veganos. Não se esqueça de oferecer ao seu filho uma lista diversificada de frutas, legumes e verduras. A banana é rica em vitaminas do complexo B, C e E, potássio, ferro e fibras, além dos açúcares naturais, ótimos para o fornecimento de energia. Um cardápio sem os devidos nutrientes pode ser prejudicial para a formação e crescimento dos ossos, desenvolvimento cognitivo, sistema nervoso, sistema imunológico, entre outros.

 

Alimentos como a quinua eo amaranto também são ótimos substitutos para a carne vermelha. É sempre importante ressaltar que esta rotina alimentar equilibrada, baseada em comida de verdade, com cereais, leguminosas, frutas, verduras e legumes, deve ser seguida por todas as crianças.

 

 

No ano passado publiquei aqui um post mostrando que nos dois anos anteriores, as buscas no Google pelos termos "vegano" e "vegetariano" cresceram 700%. De lá pra cá o interesse por esses estilos de vida só tem aumentado no Brasil e no mundo e com ele surgem também algumas dúvidas. Na véspera do Dia Mundial do Veganismo, vou tentar responder à principal delas, sobre a saúde das crianças que seguem esses estilos alimentares. Os pais que deixam de comer carne ou que deixam de consumir qualquer produto de origem animal, que é o caso dos veganos, têm direito de quererem passar estas filosofias para os filhos, principalmente porque não estarão afetando a saúde, o bem estar nem o desenvolvimento deles.

 

Muitas vezes a escolha pode partir das próprias crianças. Conheço um rapazinho que vai fazer 7 anos e desde os 3 não quer mais comer carne de boi, peixe ou frango, isso aconteceu quando ele associou que o que estava no seu prato eram animais. Sua mãe, seu pai e sua irmã mais nova comem de tudo e ele segue firme na sua postura. Quando tinha 3 anos, passeando com a mãe no supermercado ele perguntou de quais animais eram feitas as peças de carne que estava vendo. Ela respondeu que algumas eram de boi, outras de frango e outras de peixe e ele perguntou: "Quem é que vai cuidar do filhote desse papai boi?". Essa consciência tem sido cada vez mais comum entre crianças e adolescentes. Já dei uma aula particular de culinária para dois irmãos, um de 14 e um de 16 anos, que estavam se tornando vegetarianos e queriam aprender a fazer seus próprios pratos, já que a mãe não estava gostando da ideia de ter que se reinventar na cozinha. Não acho certo tentar convencer uma pessoa a comer um animal, se ela se recusa a isso, por mais nova que ela seja. E se os pais desses pequenos protetores da natureza souberem que essas escolhas não trarão prejuízos a eles poderão ficar mais tranquilos.

 

Aqui no Brasil o normal é comermos muito mais carne vermelha do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que seriam 70 gramas ao dia para os homens e 55 para as mulheres. Este excesso pode ser nocivo para a nossa saúde, portanto diminuir um pouco este consumo faria bem para todo mundo. Mesmo assim, quando se trata das crianças, sabemos que elas estão em fase de crescimento e têm uma grande necessidade de nutrientes. Por isso, quando os pais ou os próprios filhos optarem por uma rotina alimentar que restrinja algum alimento, é importante procurar um nutricionista que irá orientá-los sobre como substituir este alimento. Há profissionais especializados em vegetarianismo e em veganismo. Para trazer algumas dicas rápidas sobre estas substituições falei com a especialista em nutrição funcional e professora do curso "Cardápio Infantil, alimentação saudável desde bebê", Karin Paciulo, da plataforma Namu.

 

-A partir de qual idade a criança pode se tornar vegetariana?

Karin Paciulo

Se os pais são vegetarianos, a criança seguirá o padrão da família desde a introdução alimentar, mas para isso é preciso acompanhamento com nutricionista. Para que o profissional possa elaborar um plano alimentar equilibrado para a criança e toda a família, e indicar suplementação de vitaminas e minerais adequada se necessário.

 

-Sem acompanhamento profissional, no que o vegetarianismo pode afetar o desenvolvimento da criança?

Karin Paciulo

 

As proteínas são de grande importância para o desenvolvimento dos músculos e cognitivo e devem ser adequadas no caso de crianças vegetarianas e veganas, com a utilização de proteínas vegetais que de preferência contenham os aminoácidos essenciais em sua composição. A vitamina B12 é essencial ao organismo, pois trabalha em conjunto com o folato na síntese de DNA e das células vermelhas do sangue. Sua falta pode indicar fadiga, letargia, fraqueza, perda de memória e problemas neurológicos e psiquiátricos.

 

-Quais os nutrientes chaves para as crianças?

Karin Paciulo

Em fase de desenvolvimento, todos os nutrientes são importantes para uma criança. Por isso, a alimentação deve ser a mais variada possível, não permitindo que a criança caia no consumo apenas de carboidratos e açúcares, que é um grave erro, e que pode prejudicar muito oseu desenvolvimento. Isso vale também para aquelas que comem carne. O ideal é ingerir alimentos ricos em substâncias como ferro, cálcio, ômega 3, proteínas e a famosa vitamina B12. Em alguns casos, só o cardápio não basta, é preciso suprir com suplementos, como o caso da B12. Mas sem crise! Existem pessoas que mesmo consumindo carne têm falta dessa vitamina, então não é fato isolado em vegetarianos.

 

-Como fazer a substituição?

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Para ter uma alimentação saudável e completa, você pode substituir alguns ingredientes. Por exemplo, vegetais verde-escuros e leguminosas são fonte de ferro. Inclusive, uma dica é combinar esses alimentos com outros ricos em vitamina C, pois ajudam na absorção. A ingestão de cálcio pode ser suprida pelo brócolis, pelo feijão e pelo espinafre, por exemplo. As proteínas, muito importantes, podem ser encontradas na combinação entre cereais e leguminosas (o famoso arroz com feijão), oleaginosas, tofu, e ovos para os que não são veganos. Não se esqueça de oferecer ao seu filho uma lista diversificada de frutas, legumes e verduras. A banana é rica em vitaminas do complexo B, C e E, potássio, ferro e fibras, além dos açúcares naturais, ótimos para o fornecimento de energia. Um cardápio sem os devidos nutrientes pode ser prejudicial para a formação e crescimento dos ossos, desenvolvimento cognitivo, sistema nervoso, sistema imunológico, entre outros.

 

Alimentos como a quinua eo amaranto também são ótimos substitutos para a carne vermelha. É sempre importante ressaltar que esta rotina alimentar equilibrada, baseada em comida de verdade, com cereais, leguminosas, frutas, verduras e legumes, deve ser seguida por todas as crianças.

 

 

No ano passado publiquei aqui um post mostrando que nos dois anos anteriores, as buscas no Google pelos termos "vegano" e "vegetariano" cresceram 700%. De lá pra cá o interesse por esses estilos de vida só tem aumentado no Brasil e no mundo e com ele surgem também algumas dúvidas. Na véspera do Dia Mundial do Veganismo, vou tentar responder à principal delas, sobre a saúde das crianças que seguem esses estilos alimentares. Os pais que deixam de comer carne ou que deixam de consumir qualquer produto de origem animal, que é o caso dos veganos, têm direito de quererem passar estas filosofias para os filhos, principalmente porque não estarão afetando a saúde, o bem estar nem o desenvolvimento deles.

 

Muitas vezes a escolha pode partir das próprias crianças. Conheço um rapazinho que vai fazer 7 anos e desde os 3 não quer mais comer carne de boi, peixe ou frango, isso aconteceu quando ele associou que o que estava no seu prato eram animais. Sua mãe, seu pai e sua irmã mais nova comem de tudo e ele segue firme na sua postura. Quando tinha 3 anos, passeando com a mãe no supermercado ele perguntou de quais animais eram feitas as peças de carne que estava vendo. Ela respondeu que algumas eram de boi, outras de frango e outras de peixe e ele perguntou: "Quem é que vai cuidar do filhote desse papai boi?". Essa consciência tem sido cada vez mais comum entre crianças e adolescentes. Já dei uma aula particular de culinária para dois irmãos, um de 14 e um de 16 anos, que estavam se tornando vegetarianos e queriam aprender a fazer seus próprios pratos, já que a mãe não estava gostando da ideia de ter que se reinventar na cozinha. Não acho certo tentar convencer uma pessoa a comer um animal, se ela se recusa a isso, por mais nova que ela seja. E se os pais desses pequenos protetores da natureza souberem que essas escolhas não trarão prejuízos a eles poderão ficar mais tranquilos.

 

Aqui no Brasil o normal é comermos muito mais carne vermelha do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que seriam 70 gramas ao dia para os homens e 55 para as mulheres. Este excesso pode ser nocivo para a nossa saúde, portanto diminuir um pouco este consumo faria bem para todo mundo. Mesmo assim, quando se trata das crianças, sabemos que elas estão em fase de crescimento e têm uma grande necessidade de nutrientes. Por isso, quando os pais ou os próprios filhos optarem por uma rotina alimentar que restrinja algum alimento, é importante procurar um nutricionista que irá orientá-los sobre como substituir este alimento. Há profissionais especializados em vegetarianismo e em veganismo. Para trazer algumas dicas rápidas sobre estas substituições falei com a especialista em nutrição funcional e professora do curso "Cardápio Infantil, alimentação saudável desde bebê", Karin Paciulo, da plataforma Namu.

 

-A partir de qual idade a criança pode se tornar vegetariana?

Karin Paciulo

Se os pais são vegetarianos, a criança seguirá o padrão da família desde a introdução alimentar, mas para isso é preciso acompanhamento com nutricionista. Para que o profissional possa elaborar um plano alimentar equilibrado para a criança e toda a família, e indicar suplementação de vitaminas e minerais adequada se necessário.

 

-Sem acompanhamento profissional, no que o vegetarianismo pode afetar o desenvolvimento da criança?

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As proteínas são de grande importância para o desenvolvimento dos músculos e cognitivo e devem ser adequadas no caso de crianças vegetarianas e veganas, com a utilização de proteínas vegetais que de preferência contenham os aminoácidos essenciais em sua composição. A vitamina B12 é essencial ao organismo, pois trabalha em conjunto com o folato na síntese de DNA e das células vermelhas do sangue. Sua falta pode indicar fadiga, letargia, fraqueza, perda de memória e problemas neurológicos e psiquiátricos.

 

-Quais os nutrientes chaves para as crianças?

Karin Paciulo

Em fase de desenvolvimento, todos os nutrientes são importantes para uma criança. Por isso, a alimentação deve ser a mais variada possível, não permitindo que a criança caia no consumo apenas de carboidratos e açúcares, que é um grave erro, e que pode prejudicar muito oseu desenvolvimento. Isso vale também para aquelas que comem carne. O ideal é ingerir alimentos ricos em substâncias como ferro, cálcio, ômega 3, proteínas e a famosa vitamina B12. Em alguns casos, só o cardápio não basta, é preciso suprir com suplementos, como o caso da B12. Mas sem crise! Existem pessoas que mesmo consumindo carne têm falta dessa vitamina, então não é fato isolado em vegetarianos.

 

-Como fazer a substituição?

Karin Paciulo

 

Para ter uma alimentação saudável e completa, você pode substituir alguns ingredientes. Por exemplo, vegetais verde-escuros e leguminosas são fonte de ferro. Inclusive, uma dica é combinar esses alimentos com outros ricos em vitamina C, pois ajudam na absorção. A ingestão de cálcio pode ser suprida pelo brócolis, pelo feijão e pelo espinafre, por exemplo. As proteínas, muito importantes, podem ser encontradas na combinação entre cereais e leguminosas (o famoso arroz com feijão), oleaginosas, tofu, e ovos para os que não são veganos. Não se esqueça de oferecer ao seu filho uma lista diversificada de frutas, legumes e verduras. A banana é rica em vitaminas do complexo B, C e E, potássio, ferro e fibras, além dos açúcares naturais, ótimos para o fornecimento de energia. Um cardápio sem os devidos nutrientes pode ser prejudicial para a formação e crescimento dos ossos, desenvolvimento cognitivo, sistema nervoso, sistema imunológico, entre outros.

 

Alimentos como a quinua eo amaranto também são ótimos substitutos para a carne vermelha. É sempre importante ressaltar que esta rotina alimentar equilibrada, baseada em comida de verdade, com cereais, leguminosas, frutas, verduras e legumes, deve ser seguida por todas as crianças.

 

 

No ano passado publiquei aqui um post mostrando que nos dois anos anteriores, as buscas no Google pelos termos "vegano" e "vegetariano" cresceram 700%. De lá pra cá o interesse por esses estilos de vida só tem aumentado no Brasil e no mundo e com ele surgem também algumas dúvidas. Na véspera do Dia Mundial do Veganismo, vou tentar responder à principal delas, sobre a saúde das crianças que seguem esses estilos alimentares. Os pais que deixam de comer carne ou que deixam de consumir qualquer produto de origem animal, que é o caso dos veganos, têm direito de quererem passar estas filosofias para os filhos, principalmente porque não estarão afetando a saúde, o bem estar nem o desenvolvimento deles.

 

Muitas vezes a escolha pode partir das próprias crianças. Conheço um rapazinho que vai fazer 7 anos e desde os 3 não quer mais comer carne de boi, peixe ou frango, isso aconteceu quando ele associou que o que estava no seu prato eram animais. Sua mãe, seu pai e sua irmã mais nova comem de tudo e ele segue firme na sua postura. Quando tinha 3 anos, passeando com a mãe no supermercado ele perguntou de quais animais eram feitas as peças de carne que estava vendo. Ela respondeu que algumas eram de boi, outras de frango e outras de peixe e ele perguntou: "Quem é que vai cuidar do filhote desse papai boi?". Essa consciência tem sido cada vez mais comum entre crianças e adolescentes. Já dei uma aula particular de culinária para dois irmãos, um de 14 e um de 16 anos, que estavam se tornando vegetarianos e queriam aprender a fazer seus próprios pratos, já que a mãe não estava gostando da ideia de ter que se reinventar na cozinha. Não acho certo tentar convencer uma pessoa a comer um animal, se ela se recusa a isso, por mais nova que ela seja. E se os pais desses pequenos protetores da natureza souberem que essas escolhas não trarão prejuízos a eles poderão ficar mais tranquilos.

 

Aqui no Brasil o normal é comermos muito mais carne vermelha do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que seriam 70 gramas ao dia para os homens e 55 para as mulheres. Este excesso pode ser nocivo para a nossa saúde, portanto diminuir um pouco este consumo faria bem para todo mundo. Mesmo assim, quando se trata das crianças, sabemos que elas estão em fase de crescimento e têm uma grande necessidade de nutrientes. Por isso, quando os pais ou os próprios filhos optarem por uma rotina alimentar que restrinja algum alimento, é importante procurar um nutricionista que irá orientá-los sobre como substituir este alimento. Há profissionais especializados em vegetarianismo e em veganismo. Para trazer algumas dicas rápidas sobre estas substituições falei com a especialista em nutrição funcional e professora do curso "Cardápio Infantil, alimentação saudável desde bebê", Karin Paciulo, da plataforma Namu.

 

-A partir de qual idade a criança pode se tornar vegetariana?

Karin Paciulo

Se os pais são vegetarianos, a criança seguirá o padrão da família desde a introdução alimentar, mas para isso é preciso acompanhamento com nutricionista. Para que o profissional possa elaborar um plano alimentar equilibrado para a criança e toda a família, e indicar suplementação de vitaminas e minerais adequada se necessário.

 

-Sem acompanhamento profissional, no que o vegetarianismo pode afetar o desenvolvimento da criança?

Karin Paciulo

 

As proteínas são de grande importância para o desenvolvimento dos músculos e cognitivo e devem ser adequadas no caso de crianças vegetarianas e veganas, com a utilização de proteínas vegetais que de preferência contenham os aminoácidos essenciais em sua composição. A vitamina B12 é essencial ao organismo, pois trabalha em conjunto com o folato na síntese de DNA e das células vermelhas do sangue. Sua falta pode indicar fadiga, letargia, fraqueza, perda de memória e problemas neurológicos e psiquiátricos.

 

-Quais os nutrientes chaves para as crianças?

Karin Paciulo

Em fase de desenvolvimento, todos os nutrientes são importantes para uma criança. Por isso, a alimentação deve ser a mais variada possível, não permitindo que a criança caia no consumo apenas de carboidratos e açúcares, que é um grave erro, e que pode prejudicar muito oseu desenvolvimento. Isso vale também para aquelas que comem carne. O ideal é ingerir alimentos ricos em substâncias como ferro, cálcio, ômega 3, proteínas e a famosa vitamina B12. Em alguns casos, só o cardápio não basta, é preciso suprir com suplementos, como o caso da B12. Mas sem crise! Existem pessoas que mesmo consumindo carne têm falta dessa vitamina, então não é fato isolado em vegetarianos.

 

-Como fazer a substituição?

Karin Paciulo

 

Para ter uma alimentação saudável e completa, você pode substituir alguns ingredientes. Por exemplo, vegetais verde-escuros e leguminosas são fonte de ferro. Inclusive, uma dica é combinar esses alimentos com outros ricos em vitamina C, pois ajudam na absorção. A ingestão de cálcio pode ser suprida pelo brócolis, pelo feijão e pelo espinafre, por exemplo. As proteínas, muito importantes, podem ser encontradas na combinação entre cereais e leguminosas (o famoso arroz com feijão), oleaginosas, tofu, e ovos para os que não são veganos. Não se esqueça de oferecer ao seu filho uma lista diversificada de frutas, legumes e verduras. A banana é rica em vitaminas do complexo B, C e E, potássio, ferro e fibras, além dos açúcares naturais, ótimos para o fornecimento de energia. Um cardápio sem os devidos nutrientes pode ser prejudicial para a formação e crescimento dos ossos, desenvolvimento cognitivo, sistema nervoso, sistema imunológico, entre outros.

 

Alimentos como a quinua eo amaranto também são ótimos substitutos para a carne vermelha. É sempre importante ressaltar que esta rotina alimentar equilibrada, baseada em comida de verdade, com cereais, leguminosas, frutas, verduras e legumes, deve ser seguida por todas as crianças.

 

 

No ano passado publiquei aqui um post mostrando que nos dois anos anteriores, as buscas no Google pelos termos "vegano" e "vegetariano" cresceram 700%. De lá pra cá o interesse por esses estilos de vida só tem aumentado no Brasil e no mundo e com ele surgem também algumas dúvidas. Na véspera do Dia Mundial do Veganismo, vou tentar responder à principal delas, sobre a saúde das crianças que seguem esses estilos alimentares. Os pais que deixam de comer carne ou que deixam de consumir qualquer produto de origem animal, que é o caso dos veganos, têm direito de quererem passar estas filosofias para os filhos, principalmente porque não estarão afetando a saúde, o bem estar nem o desenvolvimento deles.

 

Muitas vezes a escolha pode partir das próprias crianças. Conheço um rapazinho que vai fazer 7 anos e desde os 3 não quer mais comer carne de boi, peixe ou frango, isso aconteceu quando ele associou que o que estava no seu prato eram animais. Sua mãe, seu pai e sua irmã mais nova comem de tudo e ele segue firme na sua postura. Quando tinha 3 anos, passeando com a mãe no supermercado ele perguntou de quais animais eram feitas as peças de carne que estava vendo. Ela respondeu que algumas eram de boi, outras de frango e outras de peixe e ele perguntou: "Quem é que vai cuidar do filhote desse papai boi?". Essa consciência tem sido cada vez mais comum entre crianças e adolescentes. Já dei uma aula particular de culinária para dois irmãos, um de 14 e um de 16 anos, que estavam se tornando vegetarianos e queriam aprender a fazer seus próprios pratos, já que a mãe não estava gostando da ideia de ter que se reinventar na cozinha. Não acho certo tentar convencer uma pessoa a comer um animal, se ela se recusa a isso, por mais nova que ela seja. E se os pais desses pequenos protetores da natureza souberem que essas escolhas não trarão prejuízos a eles poderão ficar mais tranquilos.

 

Aqui no Brasil o normal é comermos muito mais carne vermelha do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que seriam 70 gramas ao dia para os homens e 55 para as mulheres. Este excesso pode ser nocivo para a nossa saúde, portanto diminuir um pouco este consumo faria bem para todo mundo. Mesmo assim, quando se trata das crianças, sabemos que elas estão em fase de crescimento e têm uma grande necessidade de nutrientes. Por isso, quando os pais ou os próprios filhos optarem por uma rotina alimentar que restrinja algum alimento, é importante procurar um nutricionista que irá orientá-los sobre como substituir este alimento. Há profissionais especializados em vegetarianismo e em veganismo. Para trazer algumas dicas rápidas sobre estas substituições falei com a especialista em nutrição funcional e professora do curso "Cardápio Infantil, alimentação saudável desde bebê", Karin Paciulo, da plataforma Namu.

 

-A partir de qual idade a criança pode se tornar vegetariana?

Karin Paciulo

Se os pais são vegetarianos, a criança seguirá o padrão da família desde a introdução alimentar, mas para isso é preciso acompanhamento com nutricionista. Para que o profissional possa elaborar um plano alimentar equilibrado para a criança e toda a família, e indicar suplementação de vitaminas e minerais adequada se necessário.

 

-Sem acompanhamento profissional, no que o vegetarianismo pode afetar o desenvolvimento da criança?

Karin Paciulo

 

As proteínas são de grande importância para o desenvolvimento dos músculos e cognitivo e devem ser adequadas no caso de crianças vegetarianas e veganas, com a utilização de proteínas vegetais que de preferência contenham os aminoácidos essenciais em sua composição. A vitamina B12 é essencial ao organismo, pois trabalha em conjunto com o folato na síntese de DNA e das células vermelhas do sangue. Sua falta pode indicar fadiga, letargia, fraqueza, perda de memória e problemas neurológicos e psiquiátricos.

 

-Quais os nutrientes chaves para as crianças?

Karin Paciulo

Em fase de desenvolvimento, todos os nutrientes são importantes para uma criança. Por isso, a alimentação deve ser a mais variada possível, não permitindo que a criança caia no consumo apenas de carboidratos e açúcares, que é um grave erro, e que pode prejudicar muito oseu desenvolvimento. Isso vale também para aquelas que comem carne. O ideal é ingerir alimentos ricos em substâncias como ferro, cálcio, ômega 3, proteínas e a famosa vitamina B12. Em alguns casos, só o cardápio não basta, é preciso suprir com suplementos, como o caso da B12. Mas sem crise! Existem pessoas que mesmo consumindo carne têm falta dessa vitamina, então não é fato isolado em vegetarianos.

 

-Como fazer a substituição?

Karin Paciulo

 

Para ter uma alimentação saudável e completa, você pode substituir alguns ingredientes. Por exemplo, vegetais verde-escuros e leguminosas são fonte de ferro. Inclusive, uma dica é combinar esses alimentos com outros ricos em vitamina C, pois ajudam na absorção. A ingestão de cálcio pode ser suprida pelo brócolis, pelo feijão e pelo espinafre, por exemplo. As proteínas, muito importantes, podem ser encontradas na combinação entre cereais e leguminosas (o famoso arroz com feijão), oleaginosas, tofu, e ovos para os que não são veganos. Não se esqueça de oferecer ao seu filho uma lista diversificada de frutas, legumes e verduras. A banana é rica em vitaminas do complexo B, C e E, potássio, ferro e fibras, além dos açúcares naturais, ótimos para o fornecimento de energia. Um cardápio sem os devidos nutrientes pode ser prejudicial para a formação e crescimento dos ossos, desenvolvimento cognitivo, sistema nervoso, sistema imunológico, entre outros.

 

Alimentos como a quinua eo amaranto também são ótimos substitutos para a carne vermelha. É sempre importante ressaltar que esta rotina alimentar equilibrada, baseada em comida de verdade, com cereais, leguminosas, frutas, verduras e legumes, deve ser seguida por todas as crianças.

 

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