Uma alimentação consciente no paraíso da comilança

O difícil diagnóstico da minha doença autoimune


Por Juliana Carreiro
 

 

Existem hoje mais de 100 tipos de doenças autoimunes, que atingem até 8% de toda a população mundial. Os dados são da Autoimmune Association, órgão americano que auxilia no combate a elas. As patologias têm como origem a produção de anticorpos contra componentes do próprio organismo e podem afetar diversos tecidos, como vasos sanguíneos, articulações e pele ou órgãos como pulmões, rins, coração e cérebro, entre tantos outros.

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Psoríase, esclerose múltipla, artrite reumatoide, lúpus, vitiligo, diabetes tipo 1, doença celíaca, tireoidite de Hashimoto. Estes são só alguns exemplos das que encontramos por aqui. Os sintomas são tão variados quanto as suas origens, o que dificulta o diagnóstico. Segundo o órgão americano, cerca de 30% da população mundial pode sofrer de uma doença autoimune sem saber. Para identificá-las é necessário uma análise laboratorial muito específica.

Um pouco da minha história 

Decidi fazer este relato para ajudar no diagnóstico de outras pessoas, que podem estar passando hoje pelo que eu passei há cerca de 15 anos, alguns detalhes eu nunca falei pra ninguém. 

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Em 2007, com 23 anos, eu trabalhava em uma produtora de vídeos e comecei a sentir um cansaço fora do comum. Sempre gostei de dançar e sempre fiz atividade física, me alimentava bem, aparentemente não havia nada que justificasse aquele cansaço. Comecei a fazer exames de rotina e foi detectada uma anemia, mas que ainda não justificava a intensidade do sintoma. 

Durante um ano e meio, frequentei endocrinologistas, hematologistas, reumatologistas e nada. O cansaço se intensificava a cada dia, mal conseguia sustentar meus braços e pernas. Em 2008, comecei a trabalhar com jornalismo esportivo, ia para o trabalho de metrô. Minha casa fica a menos de 5 minutos a pé de uma estação e a empresa fica a 5min de outra. Muitas vezes duvidei se conseguiria terminar esses trajetos. Quando chegava precisava me sentar por uns bons minutos, com a cabeça encostada, pra me recuperar. 

Entrava às duas da tarde e ficava na cama até a hora do almoço. Parei de fazer todo resto, academia, dança, inglês, parei de sair com as minhas amigas. Para ficar em pé precisava estar sempre encostada em algo e quando não tinha nada em que apoiar, ficava com as pernas cruzadas, grudadas com muita força, pra me sustentar. Minha pressão estava sempre muito baixa e me sentia levemente tonta, a sensação de pré-desmaio era constante. 

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Até que em janeiro de 2009, o cansaço atingiu o seu ápice. Cheguei até a organizar uma festa de aniversário, na qual tive que faltar. Já não conseguia ficar em pé e mal aguentava sustentar o meu pescoço ou abrir a boca pra falar. Estava com 10kg a menos do que tenho hoje e estava com uma cor amarelada. Fui para o hospital e desmaiei enquanto esperava para fazer um exame, meu coração estava quase parando. 

Falso diagnóstico e a luta por uma definição

Fiquei internada e comecei a receber cortisol na veia. A sensação foi de renascimento, fiquei eufórica, estava animada, não parava de falar. Voltei a fazer diversos exames e mesmo assim, não tive o diagnóstico correto, recebi alta com a notícia de que sofria de anorexia (eu nunca tive distúrbios alimentares). Parei de receber o soro de cortisol e voltei a desmaiar já no elevador do hospital, na mesma hora, todos os sintomas reapareceram.

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É importante dizer que minha mãe é nutricionista e sempre buscou informações e profissionais para ajudar a solucionar os meus problemas de saúde, desde os mais comuns. Nesse caso não foi diferente, ela e meu pai procuraram incessantemente dados e análises sobre as possíveis causas dos meus sintomas, conversaram com endocrinologistas e com a ajuda delas chegaram ao diagnóstico, comprovado em uma nova internação hospitalar, na madrugada de um sábado de carnaval: Doença de Addison.  

Luz no fim do túnel 

Esta é uma doença autoimune rara, caracterizada pela falência da glândula suprarrenal, responsável pela liberação do cortisol, fundamental para o funcionamento do organismo. O tratamento inclui a reposição diária deste e de outros hormônios. Hoje, depois de mais de 10 anos de acompanhamento, posso dizer que tenho uma vida normal, tenho um filho, consigo trabalhar, fazer atividade física, me divertir. 

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A ideia deste relato também é mostrar que é possível ter qualidade de vida mesmo com uma doença deste tipo, que não tem cura, mas tem controle e este passa por uma alimentação saudável, pela prática regular de exercícios físicos e pela busca constante por equilíbrio mental e emocional. 

Sem glúten, sem radicalismo e com bom senso, por favor.

Por mais quitandas e menos farmácias

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Existem hoje mais de 100 tipos de doenças autoimunes, que atingem até 8% de toda a população mundial. Os dados são da Autoimmune Association, órgão americano que auxilia no combate a elas. As patologias têm como origem a produção de anticorpos contra componentes do próprio organismo e podem afetar diversos tecidos, como vasos sanguíneos, articulações e pele ou órgãos como pulmões, rins, coração e cérebro, entre tantos outros.

Psoríase, esclerose múltipla, artrite reumatoide, lúpus, vitiligo, diabetes tipo 1, doença celíaca, tireoidite de Hashimoto. Estes são só alguns exemplos das que encontramos por aqui. Os sintomas são tão variados quanto as suas origens, o que dificulta o diagnóstico. Segundo o órgão americano, cerca de 30% da população mundial pode sofrer de uma doença autoimune sem saber. Para identificá-las é necessário uma análise laboratorial muito específica.

Um pouco da minha história 

Decidi fazer este relato para ajudar no diagnóstico de outras pessoas, que podem estar passando hoje pelo que eu passei há cerca de 15 anos, alguns detalhes eu nunca falei pra ninguém. 

Em 2007, com 23 anos, eu trabalhava em uma produtora de vídeos e comecei a sentir um cansaço fora do comum. Sempre gostei de dançar e sempre fiz atividade física, me alimentava bem, aparentemente não havia nada que justificasse aquele cansaço. Comecei a fazer exames de rotina e foi detectada uma anemia, mas que ainda não justificava a intensidade do sintoma. 

Durante um ano e meio, frequentei endocrinologistas, hematologistas, reumatologistas e nada. O cansaço se intensificava a cada dia, mal conseguia sustentar meus braços e pernas. Em 2008, comecei a trabalhar com jornalismo esportivo, ia para o trabalho de metrô. Minha casa fica a menos de 5 minutos a pé de uma estação e a empresa fica a 5min de outra. Muitas vezes duvidei se conseguiria terminar esses trajetos. Quando chegava precisava me sentar por uns bons minutos, com a cabeça encostada, pra me recuperar. 

Entrava às duas da tarde e ficava na cama até a hora do almoço. Parei de fazer todo resto, academia, dança, inglês, parei de sair com as minhas amigas. Para ficar em pé precisava estar sempre encostada em algo e quando não tinha nada em que apoiar, ficava com as pernas cruzadas, grudadas com muita força, pra me sustentar. Minha pressão estava sempre muito baixa e me sentia levemente tonta, a sensação de pré-desmaio era constante. 

Até que em janeiro de 2009, o cansaço atingiu o seu ápice. Cheguei até a organizar uma festa de aniversário, na qual tive que faltar. Já não conseguia ficar em pé e mal aguentava sustentar o meu pescoço ou abrir a boca pra falar. Estava com 10kg a menos do que tenho hoje e estava com uma cor amarelada. Fui para o hospital e desmaiei enquanto esperava para fazer um exame, meu coração estava quase parando. 

Falso diagnóstico e a luta por uma definição

Fiquei internada e comecei a receber cortisol na veia. A sensação foi de renascimento, fiquei eufórica, estava animada, não parava de falar. Voltei a fazer diversos exames e mesmo assim, não tive o diagnóstico correto, recebi alta com a notícia de que sofria de anorexia (eu nunca tive distúrbios alimentares). Parei de receber o soro de cortisol e voltei a desmaiar já no elevador do hospital, na mesma hora, todos os sintomas reapareceram.

É importante dizer que minha mãe é nutricionista e sempre buscou informações e profissionais para ajudar a solucionar os meus problemas de saúde, desde os mais comuns. Nesse caso não foi diferente, ela e meu pai procuraram incessantemente dados e análises sobre as possíveis causas dos meus sintomas, conversaram com endocrinologistas e com a ajuda delas chegaram ao diagnóstico, comprovado em uma nova internação hospitalar, na madrugada de um sábado de carnaval: Doença de Addison.  

Luz no fim do túnel 

Esta é uma doença autoimune rara, caracterizada pela falência da glândula suprarrenal, responsável pela liberação do cortisol, fundamental para o funcionamento do organismo. O tratamento inclui a reposição diária deste e de outros hormônios. Hoje, depois de mais de 10 anos de acompanhamento, posso dizer que tenho uma vida normal, tenho um filho, consigo trabalhar, fazer atividade física, me divertir. 

A ideia deste relato também é mostrar que é possível ter qualidade de vida mesmo com uma doença deste tipo, que não tem cura, mas tem controle e este passa por uma alimentação saudável, pela prática regular de exercícios físicos e pela busca constante por equilíbrio mental e emocional. 

Sem glúten, sem radicalismo e com bom senso, por favor.

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Existem hoje mais de 100 tipos de doenças autoimunes, que atingem até 8% de toda a população mundial. Os dados são da Autoimmune Association, órgão americano que auxilia no combate a elas. As patologias têm como origem a produção de anticorpos contra componentes do próprio organismo e podem afetar diversos tecidos, como vasos sanguíneos, articulações e pele ou órgãos como pulmões, rins, coração e cérebro, entre tantos outros.

Psoríase, esclerose múltipla, artrite reumatoide, lúpus, vitiligo, diabetes tipo 1, doença celíaca, tireoidite de Hashimoto. Estes são só alguns exemplos das que encontramos por aqui. Os sintomas são tão variados quanto as suas origens, o que dificulta o diagnóstico. Segundo o órgão americano, cerca de 30% da população mundial pode sofrer de uma doença autoimune sem saber. Para identificá-las é necessário uma análise laboratorial muito específica.

Um pouco da minha história 

Decidi fazer este relato para ajudar no diagnóstico de outras pessoas, que podem estar passando hoje pelo que eu passei há cerca de 15 anos, alguns detalhes eu nunca falei pra ninguém. 

Em 2007, com 23 anos, eu trabalhava em uma produtora de vídeos e comecei a sentir um cansaço fora do comum. Sempre gostei de dançar e sempre fiz atividade física, me alimentava bem, aparentemente não havia nada que justificasse aquele cansaço. Comecei a fazer exames de rotina e foi detectada uma anemia, mas que ainda não justificava a intensidade do sintoma. 

Durante um ano e meio, frequentei endocrinologistas, hematologistas, reumatologistas e nada. O cansaço se intensificava a cada dia, mal conseguia sustentar meus braços e pernas. Em 2008, comecei a trabalhar com jornalismo esportivo, ia para o trabalho de metrô. Minha casa fica a menos de 5 minutos a pé de uma estação e a empresa fica a 5min de outra. Muitas vezes duvidei se conseguiria terminar esses trajetos. Quando chegava precisava me sentar por uns bons minutos, com a cabeça encostada, pra me recuperar. 

Entrava às duas da tarde e ficava na cama até a hora do almoço. Parei de fazer todo resto, academia, dança, inglês, parei de sair com as minhas amigas. Para ficar em pé precisava estar sempre encostada em algo e quando não tinha nada em que apoiar, ficava com as pernas cruzadas, grudadas com muita força, pra me sustentar. Minha pressão estava sempre muito baixa e me sentia levemente tonta, a sensação de pré-desmaio era constante. 

Até que em janeiro de 2009, o cansaço atingiu o seu ápice. Cheguei até a organizar uma festa de aniversário, na qual tive que faltar. Já não conseguia ficar em pé e mal aguentava sustentar o meu pescoço ou abrir a boca pra falar. Estava com 10kg a menos do que tenho hoje e estava com uma cor amarelada. Fui para o hospital e desmaiei enquanto esperava para fazer um exame, meu coração estava quase parando. 

Falso diagnóstico e a luta por uma definição

Fiquei internada e comecei a receber cortisol na veia. A sensação foi de renascimento, fiquei eufórica, estava animada, não parava de falar. Voltei a fazer diversos exames e mesmo assim, não tive o diagnóstico correto, recebi alta com a notícia de que sofria de anorexia (eu nunca tive distúrbios alimentares). Parei de receber o soro de cortisol e voltei a desmaiar já no elevador do hospital, na mesma hora, todos os sintomas reapareceram.

É importante dizer que minha mãe é nutricionista e sempre buscou informações e profissionais para ajudar a solucionar os meus problemas de saúde, desde os mais comuns. Nesse caso não foi diferente, ela e meu pai procuraram incessantemente dados e análises sobre as possíveis causas dos meus sintomas, conversaram com endocrinologistas e com a ajuda delas chegaram ao diagnóstico, comprovado em uma nova internação hospitalar, na madrugada de um sábado de carnaval: Doença de Addison.  

Luz no fim do túnel 

Esta é uma doença autoimune rara, caracterizada pela falência da glândula suprarrenal, responsável pela liberação do cortisol, fundamental para o funcionamento do organismo. O tratamento inclui a reposição diária deste e de outros hormônios. Hoje, depois de mais de 10 anos de acompanhamento, posso dizer que tenho uma vida normal, tenho um filho, consigo trabalhar, fazer atividade física, me divertir. 

A ideia deste relato também é mostrar que é possível ter qualidade de vida mesmo com uma doença deste tipo, que não tem cura, mas tem controle e este passa por uma alimentação saudável, pela prática regular de exercícios físicos e pela busca constante por equilíbrio mental e emocional. 

Sem glúten, sem radicalismo e com bom senso, por favor.

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