Uma alimentação consciente no paraíso da comilança

ONG doa 860 toneladas de alimentos que seriam desperdiçados  


Por Juliana Carreiro
Alimentos recolhidos pela ONG GoodTruck Brasil, que serão doados para famílias de comunidades vulneráveis  

Entidade que combate o desperdício de alimentos em seis cidades do País faz uma ponte entre aquilo que seria descartado e as pessoas que precisam dessa comida

A notícia parece boa: 24,4 milhões de pessoas saíram da situação de fome no Brasil em 2023, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) do IBGE, e de fato é. Porém, quando se trata de fome, é preciso focar nos 8,7 milhões que permanecem nesta situação. 

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O mesmo se apresenta na faixa daqueles que estão em situação de insegurança alimentar moderada, de acordo com um estudo do Instituto Fome Zero este número caiu de 65 milhões de pessoas para 45 milhões, entre o primeiro trimestre de 2022 e o quarto trimestre de 2023. Mas ainda não dá pra comemorar quando olhamos para um montante tão alto. 

Uma das maneiras de lutar contra os números acima é combatendo o desperdício de alimentos. Segundo estimativa do World Resources Institute (WRI) foram desperdiçados no Brasil, mais de 41 mil toneladas de alimentos só em 2023. Dados como este motivaram a criação da ONG 'GoodTruck Brasil, em 2016. 

A diretora executiva e presidente do 'GoodTruck Brasil', Renata Gonçalves, resume: "A entidade tem como objetivo levar comida de onde sobra, para onde falta. Para isso, é feito o resgate de alimentos, que perderam valor de mercado, e por isso seriam desperdiçados, e feita a destinação de refeições e kits alimentares a comunidades vulneráveis". A ONG atua em seis cidades brasileira: São Paulo, Campinas, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Curitiba e Duque de Caxias. E nesses oito anos de existência já foram doados 860 toneladas de alimentos.  

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-O que motivou a criação da ONG em 2016 e como foi o caminho percorrido até a concretização desta ideia?

R.G: "A história do 'GoodTruck' começou em Curitiba/PR, quando nossa fundadora se deu conta da quantidade de alimentos que eram desperdiçados, e ao mesmo tempo, como havia muitas pessoas em insegurança alimentar. No início, era realizada a distribuição de refeições preparadas com alimentos que seriam desperdiçados para pessoas em situação de rua, mas no decorrer dos anos, muitas coisas mudaram por aqui, e hoje trabalhamos direto com o varejista, levando comida da onde sobra para onde falta".

-Nestes oito anos de atuação vocês já conquistaram números bastante expressivos? Pode nos dar alguns exemplos?

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R.G: "Sim, a jornada até aqui têm sido muito linda de acompanhar! De 2016 até hoje, doamos 860 toneladas, sendo mais de 800 toneladas equivalentes a alimentos resgatados que não conseguiram ser vendidos e que perderam seu valor de mercado, e por isso, teriam o descarte como finalidade. A expectativa é que, até o final do ano, a gente consiga bater a meta de mais de 1.000 toneladas de alimentos resgatados e distribuídos para quem precisa. Além disso, também fomos um dos vencedores do Prêmio do Pacto Contra a Fome em 2023, além de outras premiações".

Marmitas feitas com alimentos que seriam desperdiçados  

-Vocês têm várias frentes de trabalho. A iniciativa 'Logística do Bem' conecta alimentos que seriam descartados por supermercados a moradores de comunidades vulneráveis. Como isso funciona na prática e como foi o contato inicial com os estabelecimentos comerciais e com as comunidades?

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R.G: "É um processo de muita articulação e trabalho cuidadoso com todas as partes. Iniciamos com a procura do varejista ou distribuidor de alimentos para doação dos produtos ainda com qualidade nutricional. Estudamos a cadeia de distribuição e buscamos esses produtos que perderam valor de mercado mas estão perfeitos para consumo. Ao entender os volumes, buscamos comunidades com lideranças comunitárias incríveis para realizar a distribuição e coordenamos toda a operação logística com motoristas terceirizados; com transparência e dados para os financiadores e nossas redes".

-A frente 'Sabores e Saberes' trata de educação nutricional. Como ela funciona e como é a receptividade do público. Pode nos dar alguns exemplos de informações que são transmitidas?

R.G: "O 'Saberes e Sabores' é uma iniciativa que, atualmente, acontece em Juiz de Fora/MG, com a parceria de uma empresa privada. Temos como objetivo levar conteúdo, oficinas práticas e vivências relacionais para dentro das comunidades, levando conteúdos sobre manipulação, armazenamento e consumo afetivo e nutritivo, para as famílias cadastradas no projeto! Todos os materiais são desenvolvidos por um time de nutricionistas, comunicadores e estrategistas voluntários, que desenham uma abordagem gradativa, tanto em relação à temática da alimentação saudável, quanto ao público-alvo.

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 Além da entrega de materiais educativos, também realizamos encontros presenciais com uma roda de conversa, destacando o diálogo como forma de nutrir a relação e proporcionar um ambiente de trocas de conhecimentos".

-No 'Programa de Voluntariado' vocês capacitam as pessoas que irão trabalhar nos projetos? Como isso acontece?

R.G: "Sim! Anualmente, realizamos um processo seletivo de voluntariado, e depois do encerramento do mesmo, realizamos um encontro inicial em cada cidade em que atuamos! Nesse encontro, fazemos a apresentação da instituição e de nossas iniciativas, explicando para os voluntários como irão atuar no decorrer do voluntariado. Além disso, temos uma pessoa responsável pela gestão do voluntariado, que está sempre dando o suporte necessário, sanando as dúvidas e, caso necessário, levando as demandas desses voluntários para outras pessoas do nosso time". 

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-De que forma estes projetos podem ser replicados por empresas?

R.G: "No decorrer desses anos, tivemos a honra de contar com a solidariedade de grandes empresas. Muitas nos procuram para participar de ações de voluntariado corporativo, e até mesmo, para apoiar o 'Logística do Bem', nosso principal projeto".

-Como a sociedade pode colaborar com a ONG?

R.G: "Existem diversas formas de contribuir com o 'GoodTruck'! Uma delas é contribuindo com valores financeiros, ou seja, através de doações. Em nosso site, a pessoa pode encontrar a possibilidade de fazer uma doação única, ou se tornar um doador mensal, e o mais legal é que, com apenas R$30,00 conseguimos garantir a alimentação de 2 famílias. Outra forma de nos apoiar, é se tornando um voluntário ou apresentando para sua empresa, por aqui temos oportunidades para voluntários corporativos e também iniciativas personalizadas para apoio de empresas. Juntos nós mudamos o mundo, um prato por vez!"

 

Alimentos recolhidos pela ONG GoodTruck Brasil, que serão doados para famílias de comunidades vulneráveis  

Entidade que combate o desperdício de alimentos em seis cidades do País faz uma ponte entre aquilo que seria descartado e as pessoas que precisam dessa comida

A notícia parece boa: 24,4 milhões de pessoas saíram da situação de fome no Brasil em 2023, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) do IBGE, e de fato é. Porém, quando se trata de fome, é preciso focar nos 8,7 milhões que permanecem nesta situação. 

O mesmo se apresenta na faixa daqueles que estão em situação de insegurança alimentar moderada, de acordo com um estudo do Instituto Fome Zero este número caiu de 65 milhões de pessoas para 45 milhões, entre o primeiro trimestre de 2022 e o quarto trimestre de 2023. Mas ainda não dá pra comemorar quando olhamos para um montante tão alto. 

Uma das maneiras de lutar contra os números acima é combatendo o desperdício de alimentos. Segundo estimativa do World Resources Institute (WRI) foram desperdiçados no Brasil, mais de 41 mil toneladas de alimentos só em 2023. Dados como este motivaram a criação da ONG 'GoodTruck Brasil, em 2016. 

A diretora executiva e presidente do 'GoodTruck Brasil', Renata Gonçalves, resume: "A entidade tem como objetivo levar comida de onde sobra, para onde falta. Para isso, é feito o resgate de alimentos, que perderam valor de mercado, e por isso seriam desperdiçados, e feita a destinação de refeições e kits alimentares a comunidades vulneráveis". A ONG atua em seis cidades brasileira: São Paulo, Campinas, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Curitiba e Duque de Caxias. E nesses oito anos de existência já foram doados 860 toneladas de alimentos.  

-O que motivou a criação da ONG em 2016 e como foi o caminho percorrido até a concretização desta ideia?

R.G: "A história do 'GoodTruck' começou em Curitiba/PR, quando nossa fundadora se deu conta da quantidade de alimentos que eram desperdiçados, e ao mesmo tempo, como havia muitas pessoas em insegurança alimentar. No início, era realizada a distribuição de refeições preparadas com alimentos que seriam desperdiçados para pessoas em situação de rua, mas no decorrer dos anos, muitas coisas mudaram por aqui, e hoje trabalhamos direto com o varejista, levando comida da onde sobra para onde falta".

-Nestes oito anos de atuação vocês já conquistaram números bastante expressivos? Pode nos dar alguns exemplos?

R.G: "Sim, a jornada até aqui têm sido muito linda de acompanhar! De 2016 até hoje, doamos 860 toneladas, sendo mais de 800 toneladas equivalentes a alimentos resgatados que não conseguiram ser vendidos e que perderam seu valor de mercado, e por isso, teriam o descarte como finalidade. A expectativa é que, até o final do ano, a gente consiga bater a meta de mais de 1.000 toneladas de alimentos resgatados e distribuídos para quem precisa. Além disso, também fomos um dos vencedores do Prêmio do Pacto Contra a Fome em 2023, além de outras premiações".

Marmitas feitas com alimentos que seriam desperdiçados  

-Vocês têm várias frentes de trabalho. A iniciativa 'Logística do Bem' conecta alimentos que seriam descartados por supermercados a moradores de comunidades vulneráveis. Como isso funciona na prática e como foi o contato inicial com os estabelecimentos comerciais e com as comunidades?

R.G: "É um processo de muita articulação e trabalho cuidadoso com todas as partes. Iniciamos com a procura do varejista ou distribuidor de alimentos para doação dos produtos ainda com qualidade nutricional. Estudamos a cadeia de distribuição e buscamos esses produtos que perderam valor de mercado mas estão perfeitos para consumo. Ao entender os volumes, buscamos comunidades com lideranças comunitárias incríveis para realizar a distribuição e coordenamos toda a operação logística com motoristas terceirizados; com transparência e dados para os financiadores e nossas redes".

-A frente 'Sabores e Saberes' trata de educação nutricional. Como ela funciona e como é a receptividade do público. Pode nos dar alguns exemplos de informações que são transmitidas?

R.G: "O 'Saberes e Sabores' é uma iniciativa que, atualmente, acontece em Juiz de Fora/MG, com a parceria de uma empresa privada. Temos como objetivo levar conteúdo, oficinas práticas e vivências relacionais para dentro das comunidades, levando conteúdos sobre manipulação, armazenamento e consumo afetivo e nutritivo, para as famílias cadastradas no projeto! Todos os materiais são desenvolvidos por um time de nutricionistas, comunicadores e estrategistas voluntários, que desenham uma abordagem gradativa, tanto em relação à temática da alimentação saudável, quanto ao público-alvo.

 Além da entrega de materiais educativos, também realizamos encontros presenciais com uma roda de conversa, destacando o diálogo como forma de nutrir a relação e proporcionar um ambiente de trocas de conhecimentos".

-No 'Programa de Voluntariado' vocês capacitam as pessoas que irão trabalhar nos projetos? Como isso acontece?

R.G: "Sim! Anualmente, realizamos um processo seletivo de voluntariado, e depois do encerramento do mesmo, realizamos um encontro inicial em cada cidade em que atuamos! Nesse encontro, fazemos a apresentação da instituição e de nossas iniciativas, explicando para os voluntários como irão atuar no decorrer do voluntariado. Além disso, temos uma pessoa responsável pela gestão do voluntariado, que está sempre dando o suporte necessário, sanando as dúvidas e, caso necessário, levando as demandas desses voluntários para outras pessoas do nosso time". 

-De que forma estes projetos podem ser replicados por empresas?

R.G: "No decorrer desses anos, tivemos a honra de contar com a solidariedade de grandes empresas. Muitas nos procuram para participar de ações de voluntariado corporativo, e até mesmo, para apoiar o 'Logística do Bem', nosso principal projeto".

-Como a sociedade pode colaborar com a ONG?

R.G: "Existem diversas formas de contribuir com o 'GoodTruck'! Uma delas é contribuindo com valores financeiros, ou seja, através de doações. Em nosso site, a pessoa pode encontrar a possibilidade de fazer uma doação única, ou se tornar um doador mensal, e o mais legal é que, com apenas R$30,00 conseguimos garantir a alimentação de 2 famílias. Outra forma de nos apoiar, é se tornando um voluntário ou apresentando para sua empresa, por aqui temos oportunidades para voluntários corporativos e também iniciativas personalizadas para apoio de empresas. Juntos nós mudamos o mundo, um prato por vez!"

 

Alimentos recolhidos pela ONG GoodTruck Brasil, que serão doados para famílias de comunidades vulneráveis  

Entidade que combate o desperdício de alimentos em seis cidades do País faz uma ponte entre aquilo que seria descartado e as pessoas que precisam dessa comida

A notícia parece boa: 24,4 milhões de pessoas saíram da situação de fome no Brasil em 2023, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) do IBGE, e de fato é. Porém, quando se trata de fome, é preciso focar nos 8,7 milhões que permanecem nesta situação. 

O mesmo se apresenta na faixa daqueles que estão em situação de insegurança alimentar moderada, de acordo com um estudo do Instituto Fome Zero este número caiu de 65 milhões de pessoas para 45 milhões, entre o primeiro trimestre de 2022 e o quarto trimestre de 2023. Mas ainda não dá pra comemorar quando olhamos para um montante tão alto. 

Uma das maneiras de lutar contra os números acima é combatendo o desperdício de alimentos. Segundo estimativa do World Resources Institute (WRI) foram desperdiçados no Brasil, mais de 41 mil toneladas de alimentos só em 2023. Dados como este motivaram a criação da ONG 'GoodTruck Brasil, em 2016. 

A diretora executiva e presidente do 'GoodTruck Brasil', Renata Gonçalves, resume: "A entidade tem como objetivo levar comida de onde sobra, para onde falta. Para isso, é feito o resgate de alimentos, que perderam valor de mercado, e por isso seriam desperdiçados, e feita a destinação de refeições e kits alimentares a comunidades vulneráveis". A ONG atua em seis cidades brasileira: São Paulo, Campinas, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Curitiba e Duque de Caxias. E nesses oito anos de existência já foram doados 860 toneladas de alimentos.  

-O que motivou a criação da ONG em 2016 e como foi o caminho percorrido até a concretização desta ideia?

R.G: "A história do 'GoodTruck' começou em Curitiba/PR, quando nossa fundadora se deu conta da quantidade de alimentos que eram desperdiçados, e ao mesmo tempo, como havia muitas pessoas em insegurança alimentar. No início, era realizada a distribuição de refeições preparadas com alimentos que seriam desperdiçados para pessoas em situação de rua, mas no decorrer dos anos, muitas coisas mudaram por aqui, e hoje trabalhamos direto com o varejista, levando comida da onde sobra para onde falta".

-Nestes oito anos de atuação vocês já conquistaram números bastante expressivos? Pode nos dar alguns exemplos?

R.G: "Sim, a jornada até aqui têm sido muito linda de acompanhar! De 2016 até hoje, doamos 860 toneladas, sendo mais de 800 toneladas equivalentes a alimentos resgatados que não conseguiram ser vendidos e que perderam seu valor de mercado, e por isso, teriam o descarte como finalidade. A expectativa é que, até o final do ano, a gente consiga bater a meta de mais de 1.000 toneladas de alimentos resgatados e distribuídos para quem precisa. Além disso, também fomos um dos vencedores do Prêmio do Pacto Contra a Fome em 2023, além de outras premiações".

Marmitas feitas com alimentos que seriam desperdiçados  

-Vocês têm várias frentes de trabalho. A iniciativa 'Logística do Bem' conecta alimentos que seriam descartados por supermercados a moradores de comunidades vulneráveis. Como isso funciona na prática e como foi o contato inicial com os estabelecimentos comerciais e com as comunidades?

R.G: "É um processo de muita articulação e trabalho cuidadoso com todas as partes. Iniciamos com a procura do varejista ou distribuidor de alimentos para doação dos produtos ainda com qualidade nutricional. Estudamos a cadeia de distribuição e buscamos esses produtos que perderam valor de mercado mas estão perfeitos para consumo. Ao entender os volumes, buscamos comunidades com lideranças comunitárias incríveis para realizar a distribuição e coordenamos toda a operação logística com motoristas terceirizados; com transparência e dados para os financiadores e nossas redes".

-A frente 'Sabores e Saberes' trata de educação nutricional. Como ela funciona e como é a receptividade do público. Pode nos dar alguns exemplos de informações que são transmitidas?

R.G: "O 'Saberes e Sabores' é uma iniciativa que, atualmente, acontece em Juiz de Fora/MG, com a parceria de uma empresa privada. Temos como objetivo levar conteúdo, oficinas práticas e vivências relacionais para dentro das comunidades, levando conteúdos sobre manipulação, armazenamento e consumo afetivo e nutritivo, para as famílias cadastradas no projeto! Todos os materiais são desenvolvidos por um time de nutricionistas, comunicadores e estrategistas voluntários, que desenham uma abordagem gradativa, tanto em relação à temática da alimentação saudável, quanto ao público-alvo.

 Além da entrega de materiais educativos, também realizamos encontros presenciais com uma roda de conversa, destacando o diálogo como forma de nutrir a relação e proporcionar um ambiente de trocas de conhecimentos".

-No 'Programa de Voluntariado' vocês capacitam as pessoas que irão trabalhar nos projetos? Como isso acontece?

R.G: "Sim! Anualmente, realizamos um processo seletivo de voluntariado, e depois do encerramento do mesmo, realizamos um encontro inicial em cada cidade em que atuamos! Nesse encontro, fazemos a apresentação da instituição e de nossas iniciativas, explicando para os voluntários como irão atuar no decorrer do voluntariado. Além disso, temos uma pessoa responsável pela gestão do voluntariado, que está sempre dando o suporte necessário, sanando as dúvidas e, caso necessário, levando as demandas desses voluntários para outras pessoas do nosso time". 

-De que forma estes projetos podem ser replicados por empresas?

R.G: "No decorrer desses anos, tivemos a honra de contar com a solidariedade de grandes empresas. Muitas nos procuram para participar de ações de voluntariado corporativo, e até mesmo, para apoiar o 'Logística do Bem', nosso principal projeto".

-Como a sociedade pode colaborar com a ONG?

R.G: "Existem diversas formas de contribuir com o 'GoodTruck'! Uma delas é contribuindo com valores financeiros, ou seja, através de doações. Em nosso site, a pessoa pode encontrar a possibilidade de fazer uma doação única, ou se tornar um doador mensal, e o mais legal é que, com apenas R$30,00 conseguimos garantir a alimentação de 2 famílias. Outra forma de nos apoiar, é se tornando um voluntário ou apresentando para sua empresa, por aqui temos oportunidades para voluntários corporativos e também iniciativas personalizadas para apoio de empresas. Juntos nós mudamos o mundo, um prato por vez!"

 

Alimentos recolhidos pela ONG GoodTruck Brasil, que serão doados para famílias de comunidades vulneráveis  

Entidade que combate o desperdício de alimentos em seis cidades do País faz uma ponte entre aquilo que seria descartado e as pessoas que precisam dessa comida

A notícia parece boa: 24,4 milhões de pessoas saíram da situação de fome no Brasil em 2023, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) do IBGE, e de fato é. Porém, quando se trata de fome, é preciso focar nos 8,7 milhões que permanecem nesta situação. 

O mesmo se apresenta na faixa daqueles que estão em situação de insegurança alimentar moderada, de acordo com um estudo do Instituto Fome Zero este número caiu de 65 milhões de pessoas para 45 milhões, entre o primeiro trimestre de 2022 e o quarto trimestre de 2023. Mas ainda não dá pra comemorar quando olhamos para um montante tão alto. 

Uma das maneiras de lutar contra os números acima é combatendo o desperdício de alimentos. Segundo estimativa do World Resources Institute (WRI) foram desperdiçados no Brasil, mais de 41 mil toneladas de alimentos só em 2023. Dados como este motivaram a criação da ONG 'GoodTruck Brasil, em 2016. 

A diretora executiva e presidente do 'GoodTruck Brasil', Renata Gonçalves, resume: "A entidade tem como objetivo levar comida de onde sobra, para onde falta. Para isso, é feito o resgate de alimentos, que perderam valor de mercado, e por isso seriam desperdiçados, e feita a destinação de refeições e kits alimentares a comunidades vulneráveis". A ONG atua em seis cidades brasileira: São Paulo, Campinas, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Curitiba e Duque de Caxias. E nesses oito anos de existência já foram doados 860 toneladas de alimentos.  

-O que motivou a criação da ONG em 2016 e como foi o caminho percorrido até a concretização desta ideia?

R.G: "A história do 'GoodTruck' começou em Curitiba/PR, quando nossa fundadora se deu conta da quantidade de alimentos que eram desperdiçados, e ao mesmo tempo, como havia muitas pessoas em insegurança alimentar. No início, era realizada a distribuição de refeições preparadas com alimentos que seriam desperdiçados para pessoas em situação de rua, mas no decorrer dos anos, muitas coisas mudaram por aqui, e hoje trabalhamos direto com o varejista, levando comida da onde sobra para onde falta".

-Nestes oito anos de atuação vocês já conquistaram números bastante expressivos? Pode nos dar alguns exemplos?

R.G: "Sim, a jornada até aqui têm sido muito linda de acompanhar! De 2016 até hoje, doamos 860 toneladas, sendo mais de 800 toneladas equivalentes a alimentos resgatados que não conseguiram ser vendidos e que perderam seu valor de mercado, e por isso, teriam o descarte como finalidade. A expectativa é que, até o final do ano, a gente consiga bater a meta de mais de 1.000 toneladas de alimentos resgatados e distribuídos para quem precisa. Além disso, também fomos um dos vencedores do Prêmio do Pacto Contra a Fome em 2023, além de outras premiações".

Marmitas feitas com alimentos que seriam desperdiçados  

-Vocês têm várias frentes de trabalho. A iniciativa 'Logística do Bem' conecta alimentos que seriam descartados por supermercados a moradores de comunidades vulneráveis. Como isso funciona na prática e como foi o contato inicial com os estabelecimentos comerciais e com as comunidades?

R.G: "É um processo de muita articulação e trabalho cuidadoso com todas as partes. Iniciamos com a procura do varejista ou distribuidor de alimentos para doação dos produtos ainda com qualidade nutricional. Estudamos a cadeia de distribuição e buscamos esses produtos que perderam valor de mercado mas estão perfeitos para consumo. Ao entender os volumes, buscamos comunidades com lideranças comunitárias incríveis para realizar a distribuição e coordenamos toda a operação logística com motoristas terceirizados; com transparência e dados para os financiadores e nossas redes".

-A frente 'Sabores e Saberes' trata de educação nutricional. Como ela funciona e como é a receptividade do público. Pode nos dar alguns exemplos de informações que são transmitidas?

R.G: "O 'Saberes e Sabores' é uma iniciativa que, atualmente, acontece em Juiz de Fora/MG, com a parceria de uma empresa privada. Temos como objetivo levar conteúdo, oficinas práticas e vivências relacionais para dentro das comunidades, levando conteúdos sobre manipulação, armazenamento e consumo afetivo e nutritivo, para as famílias cadastradas no projeto! Todos os materiais são desenvolvidos por um time de nutricionistas, comunicadores e estrategistas voluntários, que desenham uma abordagem gradativa, tanto em relação à temática da alimentação saudável, quanto ao público-alvo.

 Além da entrega de materiais educativos, também realizamos encontros presenciais com uma roda de conversa, destacando o diálogo como forma de nutrir a relação e proporcionar um ambiente de trocas de conhecimentos".

-No 'Programa de Voluntariado' vocês capacitam as pessoas que irão trabalhar nos projetos? Como isso acontece?

R.G: "Sim! Anualmente, realizamos um processo seletivo de voluntariado, e depois do encerramento do mesmo, realizamos um encontro inicial em cada cidade em que atuamos! Nesse encontro, fazemos a apresentação da instituição e de nossas iniciativas, explicando para os voluntários como irão atuar no decorrer do voluntariado. Além disso, temos uma pessoa responsável pela gestão do voluntariado, que está sempre dando o suporte necessário, sanando as dúvidas e, caso necessário, levando as demandas desses voluntários para outras pessoas do nosso time". 

-De que forma estes projetos podem ser replicados por empresas?

R.G: "No decorrer desses anos, tivemos a honra de contar com a solidariedade de grandes empresas. Muitas nos procuram para participar de ações de voluntariado corporativo, e até mesmo, para apoiar o 'Logística do Bem', nosso principal projeto".

-Como a sociedade pode colaborar com a ONG?

R.G: "Existem diversas formas de contribuir com o 'GoodTruck'! Uma delas é contribuindo com valores financeiros, ou seja, através de doações. Em nosso site, a pessoa pode encontrar a possibilidade de fazer uma doação única, ou se tornar um doador mensal, e o mais legal é que, com apenas R$30,00 conseguimos garantir a alimentação de 2 famílias. Outra forma de nos apoiar, é se tornando um voluntário ou apresentando para sua empresa, por aqui temos oportunidades para voluntários corporativos e também iniciativas personalizadas para apoio de empresas. Juntos nós mudamos o mundo, um prato por vez!"

 

Alimentos recolhidos pela ONG GoodTruck Brasil, que serão doados para famílias de comunidades vulneráveis  

Entidade que combate o desperdício de alimentos em seis cidades do País faz uma ponte entre aquilo que seria descartado e as pessoas que precisam dessa comida

A notícia parece boa: 24,4 milhões de pessoas saíram da situação de fome no Brasil em 2023, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) do IBGE, e de fato é. Porém, quando se trata de fome, é preciso focar nos 8,7 milhões que permanecem nesta situação. 

O mesmo se apresenta na faixa daqueles que estão em situação de insegurança alimentar moderada, de acordo com um estudo do Instituto Fome Zero este número caiu de 65 milhões de pessoas para 45 milhões, entre o primeiro trimestre de 2022 e o quarto trimestre de 2023. Mas ainda não dá pra comemorar quando olhamos para um montante tão alto. 

Uma das maneiras de lutar contra os números acima é combatendo o desperdício de alimentos. Segundo estimativa do World Resources Institute (WRI) foram desperdiçados no Brasil, mais de 41 mil toneladas de alimentos só em 2023. Dados como este motivaram a criação da ONG 'GoodTruck Brasil, em 2016. 

A diretora executiva e presidente do 'GoodTruck Brasil', Renata Gonçalves, resume: "A entidade tem como objetivo levar comida de onde sobra, para onde falta. Para isso, é feito o resgate de alimentos, que perderam valor de mercado, e por isso seriam desperdiçados, e feita a destinação de refeições e kits alimentares a comunidades vulneráveis". A ONG atua em seis cidades brasileira: São Paulo, Campinas, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Curitiba e Duque de Caxias. E nesses oito anos de existência já foram doados 860 toneladas de alimentos.  

-O que motivou a criação da ONG em 2016 e como foi o caminho percorrido até a concretização desta ideia?

R.G: "A história do 'GoodTruck' começou em Curitiba/PR, quando nossa fundadora se deu conta da quantidade de alimentos que eram desperdiçados, e ao mesmo tempo, como havia muitas pessoas em insegurança alimentar. No início, era realizada a distribuição de refeições preparadas com alimentos que seriam desperdiçados para pessoas em situação de rua, mas no decorrer dos anos, muitas coisas mudaram por aqui, e hoje trabalhamos direto com o varejista, levando comida da onde sobra para onde falta".

-Nestes oito anos de atuação vocês já conquistaram números bastante expressivos? Pode nos dar alguns exemplos?

R.G: "Sim, a jornada até aqui têm sido muito linda de acompanhar! De 2016 até hoje, doamos 860 toneladas, sendo mais de 800 toneladas equivalentes a alimentos resgatados que não conseguiram ser vendidos e que perderam seu valor de mercado, e por isso, teriam o descarte como finalidade. A expectativa é que, até o final do ano, a gente consiga bater a meta de mais de 1.000 toneladas de alimentos resgatados e distribuídos para quem precisa. Além disso, também fomos um dos vencedores do Prêmio do Pacto Contra a Fome em 2023, além de outras premiações".

Marmitas feitas com alimentos que seriam desperdiçados  

-Vocês têm várias frentes de trabalho. A iniciativa 'Logística do Bem' conecta alimentos que seriam descartados por supermercados a moradores de comunidades vulneráveis. Como isso funciona na prática e como foi o contato inicial com os estabelecimentos comerciais e com as comunidades?

R.G: "É um processo de muita articulação e trabalho cuidadoso com todas as partes. Iniciamos com a procura do varejista ou distribuidor de alimentos para doação dos produtos ainda com qualidade nutricional. Estudamos a cadeia de distribuição e buscamos esses produtos que perderam valor de mercado mas estão perfeitos para consumo. Ao entender os volumes, buscamos comunidades com lideranças comunitárias incríveis para realizar a distribuição e coordenamos toda a operação logística com motoristas terceirizados; com transparência e dados para os financiadores e nossas redes".

-A frente 'Sabores e Saberes' trata de educação nutricional. Como ela funciona e como é a receptividade do público. Pode nos dar alguns exemplos de informações que são transmitidas?

R.G: "O 'Saberes e Sabores' é uma iniciativa que, atualmente, acontece em Juiz de Fora/MG, com a parceria de uma empresa privada. Temos como objetivo levar conteúdo, oficinas práticas e vivências relacionais para dentro das comunidades, levando conteúdos sobre manipulação, armazenamento e consumo afetivo e nutritivo, para as famílias cadastradas no projeto! Todos os materiais são desenvolvidos por um time de nutricionistas, comunicadores e estrategistas voluntários, que desenham uma abordagem gradativa, tanto em relação à temática da alimentação saudável, quanto ao público-alvo.

 Além da entrega de materiais educativos, também realizamos encontros presenciais com uma roda de conversa, destacando o diálogo como forma de nutrir a relação e proporcionar um ambiente de trocas de conhecimentos".

-No 'Programa de Voluntariado' vocês capacitam as pessoas que irão trabalhar nos projetos? Como isso acontece?

R.G: "Sim! Anualmente, realizamos um processo seletivo de voluntariado, e depois do encerramento do mesmo, realizamos um encontro inicial em cada cidade em que atuamos! Nesse encontro, fazemos a apresentação da instituição e de nossas iniciativas, explicando para os voluntários como irão atuar no decorrer do voluntariado. Além disso, temos uma pessoa responsável pela gestão do voluntariado, que está sempre dando o suporte necessário, sanando as dúvidas e, caso necessário, levando as demandas desses voluntários para outras pessoas do nosso time". 

-De que forma estes projetos podem ser replicados por empresas?

R.G: "No decorrer desses anos, tivemos a honra de contar com a solidariedade de grandes empresas. Muitas nos procuram para participar de ações de voluntariado corporativo, e até mesmo, para apoiar o 'Logística do Bem', nosso principal projeto".

-Como a sociedade pode colaborar com a ONG?

R.G: "Existem diversas formas de contribuir com o 'GoodTruck'! Uma delas é contribuindo com valores financeiros, ou seja, através de doações. Em nosso site, a pessoa pode encontrar a possibilidade de fazer uma doação única, ou se tornar um doador mensal, e o mais legal é que, com apenas R$30,00 conseguimos garantir a alimentação de 2 famílias. Outra forma de nos apoiar, é se tornando um voluntário ou apresentando para sua empresa, por aqui temos oportunidades para voluntários corporativos e também iniciativas personalizadas para apoio de empresas. Juntos nós mudamos o mundo, um prato por vez!"

 

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