Dado os últimos acontecimentos, todos os tutores de cães e gatos agora estão desesperados, com medo de viajar de avião com seus pequenos. Despachar como carga viva ainda é uma opção em algumas companhia aéreas, mas será que não dá para ir na cabine?
A resposta é: depende!
Primeiro de tudo você precisa ler com calma e paciência todas as intruções das companhias aéreas. Aviso: elas mudam com frequência, então as regras da sua viagem do ano passado, podem não ser mais as mesmas.
Regras básicas para viajar com pet na cabine do avião
Na maioria dos casos, há restrição de raça, tamanho e peso para viajar na camine e também despachados. Se você tem um cão braquicefálico (com focinho curto), bem provável que você tenha mais dificuldades para viajar, principalmente os cães das raças pug, buldogue francês, buldogue inglês, boston terrier e pequinês.
Outro elemento bem importante é o tamanho da caixa ou bolsa de transporte. Sugiro buscar por uma bolsa flexível, por ser permitido um tamanho um pouco maior. Mas não se iluda, as dimensões são muito pequenas, pois o kennel deve caber embaixo da poltrona a sua frente.
Sobre o peso, há uma variação de 10 kg (contando com a bolsa de transporte) até sem limites. Sim, a Latam liberou o peso do animal, desde que ele caiba na bolsa com tamanho determinado por eles. Pets obesos estão liberados, desde que consigam ficar em pé e dar um giro em torno do próprio eixo dentro da caixa.
Só temos um problema agora: o destino. Mesmo que a companhia aérea aceite pets na cabine, há aeronaves e trechos que eles não são permitidos. Como saber? Ligando e perguntando. Mesmo que você reserve a "passagem" do pet junto com a sua, vale ligar e confirmar com a companhia aérea. Já aconteceu de eu comprar uma passagem, pagar a taxa pet, ligar para confirmar e me dizerem que aquele trecho não era permitido pet na cabine. Cancelei a viagem toda, obviamente.
Documentos para viajar com o pet na cabine
Tudo vai depender do seu destino, mas já aviso que precisa ser muito bem programado. Há destinos que pode levar até 6 meses para conseguir todos os documentos necessários para embarcar com o pet. Mas em geral, há regras para destinos nacionais e internacionais.
Para destinos nacionais, você vai precisar:
- carteirinha de vacinação (com vacinas dadas no máximo 10 meses antes do embarque);
- atestado de saúde do animal emitido por um médico-veterinário com CRMV (carimbado e assinado), com informações precisas como: dados do tutor, dados do animal, vacina da raiva, tratamento antiparasitário.
Para destinos internacionar, você vai precisar:
- microchip (aceito no país de destino)
- carteirinha de vacinação com vacina de raiva feita após a colocação do microchip
- sorologia, coletada pelo menos 30 dias após a aplicação da vacina contra raiva
- CVI (Certificado Veterinário Internacional) emitido pela VIGIAGRO
Cada país tem uma exigência específica. Por isso, é muito importante entrar no site do MAPA e ainda assim confirmar com a embaixada do país de destino. Para os EUA, por exemplo, que eu fui recentemente (leia a matéria aqui), tem que solicitar uma autorização (licença de importação de cães) junto ao CDC (tipo o MAPA, só que nos EUA).
Se você já está de cabelo em pé, calma! Você consegue fazer todos esses passos sozinho, mas também há empresas que prestam esses serviços. A questão é: cuidado! Com tanta demanda, tem muita gente se dizendo especialista em viagens e só fazendo besteira. Você não faz ideia do que chega de gente até mim pedindo laudo para transformar o cão de companhia em cão guia, para poder levar na cabine! É o famoso jeitinho brasileiro... Além de ser errado, pode dar muito problema na hora de entrar no pais de destino.
Pode dar medicação para o cachorro viajar calmo?
Temos uma gama gigantesca de medicações para os pets. A questão é, para quê? Por quê? Com indicação de quem? Não podemos simplesmente dopar o cachorro para caber na bolsa e não ficar estressado. É preciso treinar o pequeno, com calma e respeito, para que ele veja a bolsa de transporte como o local mais incrível do mundo!
Agora, se seu pet já tem antecedente de estresse frente a situações novas ou a ambientes estranhos, vale a pena conversar com o médico-veterinário, especialista em comportamento animal.
Por que especislista? Porque infelizmente os médicos-veterinários não têm a matéria de comportamento animal na faculdade e não aprendem sobre psicofármacos. Assim, muitos indicam sedativos que causam perda motora do cão, mas não a consciência. Sabe aquele pesadelo que você tenta correr e não consegue, tenta gritar mas a voz não sai? É exatamente isso! Ou seja, passar com o médico-veterinário comportamentalista é o caminho mais seguro para entrar com medicação para viagem. Mas faça isso com antecedência, pois muitas medicações precisam de ajuste, o que acontece bem antes da data da viagem.
Como treinar meu cachorro para ele gostar de ficar na caixa de transporte?
Primeiro de tudo a caixa ou a bolsa deve estar disponível para o pet o tempo todo, como se fosse uma caminha. Ofereça tudo de mais legal lá dentro. Petisco, mordedor, tapete de lamber, tudo mais apetitoso e que o pet mais ama é lá dentro.
Aos poucos, quando o pet conseguir entrar com o corpo todo, podemos deixar um mordedor e fechar a grade ou zíper e abrir logo em seguir, dessensibilizando o som e o movimento. Sempre respeitando o limite da tolerância do cão.
Não adianta forçar o cachorro e criar um desconforto, pois vai ser estressante para todos. Sabe aqueles cachorro que latem ou choram dentro da caixa? É porque não foram treinados corretamente! Você consegue treinar sozinho? Consegue, mas eu encorajo bravamento a buscar auxílio de um treinador com metodologia positiva (se uso de broncas ou qualquer punição).
Mas a dica principal é: se organize para viajar. Faça tudo com calma. Pesquise, cheque, confirme todos os trâmites e regras. Não queremos estresse bem na hora de viajar, né?!